Avatar - A Lenda de Naruto escrita por Phoenix


Capítulo 2
Livro 1 - Água: O Retorno do Avatar


Notas iniciais do capítulo

Esse capítulo não foi revisado, pq era para postar ontem, então de manhã eu vou revisar :D

A Narração é toda da Hinata, até mesmo as partes que ela não está presente. Usarei o asterisco (*) para sinalizar que a narrativa mudou de lugar.

Nem todo enredo seguirá exatamente a Lenda de Aang, apesar de assistir o episódio e fazer o máximo do enredo possível, algumas situações e personalidades serão diferentes.

Vou tentar postar um dia sim, dia não, sempre de madrugada.

Qualquer dúvida, sugestão ou crítica, só comentar.



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A cor do céu revelava que estava de tarde e logo o Sol iria se por. Naruto e eu caminhávamos em direção à aldeia, mas todos já nos esperavam. Em meu interior sabia o que podia acontecer, pois a muitos anos era sabido que ninguém poderia entrar naquele navio. Enquanto descíamos uma colina de geleira, as crianças gritavam de felicidade por ver Naruto. Mas o olhar dos adultos... não eram nada receptivos.

Quando chegamos, por fim, à aldeia, as crianças correram na direção do dobrador de ar que as recepcionou com um imenso sorriso, mas isso não foi o suficiente para impedir a fúria de meu irmão que estava por vir.

— Eu sabia, boa coisa não poderia vir de um desmiolado cabeça oca como você Naruto. Sinalizou a marinha da Nação do Fogo, me pergunto se isso foi proposital ou se você é apenas um idiota mesmo. Logo eles estarão aqui, com toda certeza.

— Neji, tenha calma. Naruto não fez nada proposital, eu estava lá, foi um acidente.

— É Neji, estávamos no navio observando o armamento e como era por dentro... sem querer eu... meio que... caí em uma armadilha. -  Explicou-se Naruto encabulado, coçando sua nuca.

— Hinata. – Agora foi a vez da vovó se pronunciar. – Você sabia muito bem que era proibido entrar naquele navio. A quantos anos ele está lá, a quantos anos sabe disso. Você não pode se deixar levar por brincadeiras e traquinagens que não correspondem as suas obrigações com o tribo. O que será de nós agora? Todos estaremos em perigo!

— Vovó, não brigue com Hinata. A culpa é minha. Eu a levei lá, ela me disse que era proibido, mas eu a conveci. A culpa é apenas minha, me perdoem, não pensei que aquilo poderia acontecer. – Naruto estava realmente arrependido do que fez e sua cabeça estava baixa por conta da vergonha, mas isso não impediu Neji de ralhar com ele.

— Veja, ele mesmo confessou. Por mais que não tenha sido... aliás, talvez quem sabe não tenha planejado? Enfim, mesmo que não tivesse sido sua intenção, você, um forasteiro, trouxe problemas para a tribo das pessoas que lhe ajudaram, trouxe problemas para a tribo que o abrigou. Sinto muito, mas você não é merecedor de continuar conosco. Crianças, afastem-se desse que nos trouxe a desgraça. Em breve um navio da Nação do Fogo estará aqui, e o que faremos? Veja Naruto, olhe bem quantas pessoas temos para lutar. Espero que esteja se sentindo muito bem por isso.

— Neji, não seja tão rude, isso é um erro! – Defendi, mas causou ainda mais raiva em seu irmão.

— Erro foi tê-lo trazido aqui, eu pressentia problemas. Erro foi você ter dado ouvidos a ele e ter entrado naquele navio. Agora estou apenas mantendo a promessa que fiz a papai. Cuidarei da aldeia, mesmo que custe minha vida. E você deveria pensar assim também, minha irmã. Eu vou te proteger de todas as ameaças, inclusive dele. – Disse apontando para Naruto.

— Neji, meu irmão, Naruto não é uma ameaça, ele é a nossa esperança, ele é um dos últimos mestres do ar, ele pode nos guiar até o Avatar! Ele pode nos salvar! – Eu tinha depositado todas as minhas esperanças nele, confiava que nossa salvação estava naquele garoto brincalhão. – E ainda ele nos trouxe algo que a muito tempo não tínhamos: FELICIDADE.

— E você acha que felicidade derrotará a Nação do Fogo?

— Você devia tentar. – Retrucou Naruto, causando mais ira em meu irmão.

— Saia da nosso aldeia AGORA!

— Vovó, não pode deixar Neji tomar essa atitude tão drástica. Por favor, fique ao nosso lado.

— Hinata, Neji está certo. Naruto nos colocou em uma situação delicada. Além do mais, você sabia que era proibido entrar naquele navio e ainda assim desrespeitou nossa lei. – Vovó cerrou os olhos e continuou. – Acho melhor o dobrador de ar ir embora!

— Vocês não podem fazer isso com ele. – Não queria acreditar no que estava acontecendo, será que não enxergavam que Naruto era a nossa solução? Seria ele quem nos guiaria até o Avatar, eu finalmente aprenderia a dobra dágua, poderíamos enfim lutar com a Nação do Fogo. – Então tudo bem, se ele está expulso, eu estou expulsa também. Vamos Naruto, vamos indo

Puxei os braços de Naruto que me olhava assustado com a situação, demos as costas para a Tribo da água do Sul e caminhamos em direção de Kurama.

— A moça é bem esquentadinha, não? – Disse Kurama.

— Aonde pensa que vai Hinata? -  Neji perguntou de forma preocupada.

— Vai para longe de você moleque chato e mandão. – Falou Kurama revirando os olhos.

— Eu vou para a Tribo da Água do Norte, procurar um mestre que me ensine a dobrar água.

— Vamos? – Perguntou Naruto confuso, então ele sorriu. –  Ótimo!

— Hinata, prefere mesmo um forasteiro do que sua tribo? Prefere o dobrador de ar do que o povo que lidera? Prefere ele à sua família, a promessa que fez a papai? Prefere Naruto a mim, que sou seu irmão gêmeo?  – Disse Neji, cheio de sentimento.

E isso me fez titubear, cessei meus passos e lembrei-me de todas as dificuldades que passamos juntos. Quantas noites choramos abraçados pela morte de mamãe. Quantas vezes cuidamos um do outro. Como nos apoiamos quando papai e os demais homens da tribo partiram para unirem forças com o Reino da Terra. Estávamos sempre juntos, desde nossa gestação. Não era justo o que eu estava fazendo, mas também não era justo tratar Naruto daquele jeito por causa de um erro.

Naruto aproximou-se de mim, e olhou-me profundamente com aqueles olhos tão azuis como o oceano. Com certa tristeza ele me disse antes de subir em Kurama.

— Hinata, eu não quero ficar entre você e sua família, fique aqui que é seu lugar e cuide deles, como sempre tem feito. Um dia, quem sabe, poderemos nos encontrar de novo.

— Mas isso é um adeus? Onde você está indo?

— Irei para a minha casa, vou procurar outros dobradores de ar. Puxa, faz cem anos que não arrumo meu quarto! Imagine a bagunça que deve estar? Acho melhor me apressar.

E num giro, flutuou até o topo de Kurama. Que falou:

— Você está sentimental demais garoto, meninas não fazem bem para nós rapazes. Elas sempre mexem com os hormônios.

— Kurama, silêncio. – Naruto virou-se para tribo e se despediu. – Foi um prazer conhecer a todos. Me perdoem por ter causado esse situação ruim, mas todo o tempo que estive aqui, me senti como se fosse minha casa, vocês foram maravilhosos comigo.

— Vamos ver agora essa raposa rabuda voar, hum... – Criticou Neji

— Vamos Kurama, Ip,ip.

— Não vou voar, esse moleque rabugento não merece ver minhas caudas de baixo.

Naruto revirou os olhos, mas sorriu. Uma das crianças correu chorando em sua direção.

— Naruto, por favor, não vá! Eu sentirei muitas saudades de você.

— Eu também sentirei saudades. – Disse virando em minha direção, nossos olhares tristonhos se cruzaram enquanto uma brisa bagunçava nossos cabelos. Em pouco tempo me senti tão bem com Naruto, que era quase impossível não ficar triste por sua partida. Sinto que ele sentia a mesma coisa que eu.

— Vamos rapaz. – Disse para Kurama.

— Finalmente, estava me cansando daquele lenga-lenga de vocês dois.

E eles partiram caminhando por toda aquela imensidão de neve, deixando a Tribo da Água do Sul para trás. Minha avó veio em minha direção tentando me consolar, mas nada me tirava da cabeça que todas as minhas esperanças estavam indo embora. O vento fazia o cabelo de minha avó balançar junto com seu pensamento de se agiu corretamente.

Neji preparava as crianças e mulheres para um possível ataque. Juntou o restante de sanidade mental que lhe sobrara e, apesar de achar uma situação ridícula, manteria sua palavra a papai. Se tivesse que morrer, morreria como um guerreiro e não como um covarde.

Do outro lado da geleira, Naruto conversava com Kurama, que estava deitado.

— Olha Naruto, eu até que gostei daquela menina. Ela é meio paradinha sabe, mas dá para o gasto.

— É Kurama, eu também gostei bastante dela.

— Isso você não precisava dizer, pois está muito óbvil. E não precisa ficar vermelho, porque vergonha é o que lhe falta.

— Nossa, você precisa ser sempre tão... Caramba! Kurama, um navio da Nação do Fogo está se aproximando da aldeia.

— Não sei qual é a surpresa, isso aconteceria, só não achei que eles demorariam tanto. – Respondeu bocejando.

— Precisamos ir para lá Kurama, vamos voado.

— Naruto, gostaria de ajudar você e a aldeia daquele moleque metido, mas eu realmente estou muito cansada depois de cem anos preso em um Iceberg. – Respondeu com sinceridade.

— Tudo bem, espere aí, logo eu volto. Não posso deixa-los sozinhos.

Naruto pegou seu planador e partiu em direção a tribo.

Meu irmão estrava se arrumando com o traje de guerreiro. Colocou uma roupa azul que representava a nossa aldeia, e pintou-se de acordo com o que aprendera com nosso pai, algo que foi passado de geração a geração. Na maior parte do rosto tinta cinza, para que o julgamento do guerreiro não afetado por suas emoções. No maxilar a cor branca para que suas palavras sejam claras e não causem confusão. Por fim, os olhos rodeados de preto, para que possa enxergar as más intensões do inimigo antes que eles a realizem e assim, o guerreiro possa tomar a primeira decisão certeira. Em suas costas, deixou seu bumerangue como arma e foi carregando uma lança também.

No navio de Sasuke, ele se preparava para, enfim, colocar as mãos no Avatar e poder restaurar a sua honra perante a Nação do Fogo. Colocou sua armadura que era quase em sua totalidade de tons vermelhos, guardas o ajudavam a prender o ornamento de metal que protegia seu peitoral e amarrando todas as partes que necessitavam dessa atenção. Por fim, colocaram o capacete que representava a Nação do Fogo.

Neji tomou seu lugar na torre de vigia e entre aquela vista nublada, esperava enxergar o navio que em breve chegaria. Poucos minutos se passaram quando todos da aldeia sentiram o gelo tremer, temerosos estavam, pois não podiam imaginar o que poderia acontecer.

Então, um enorme navio ficava frente a frente com Neji, que teve pouco tempo para correr. Aquela embarcação era tão grande, que apenas a sua ponta estava destruindo uma boa parte da geleira em que a aldeia ficava, rachando algumas partes do nosso chão. Precisei correr para pegar uma criança, evitando que caísse dentro da rachadura.

Todos da Aldeia estavam acuados em um canto e Neji estava na frente. Quando o navio finalmente parou sua ponta desceu e nela havia uma escada. Estávamos com medo, esperando quem desceria. Assim que a fumaça se dissipou, podemos ver três imponentes figuras que começaram a descer. Os dois que estavam nas pontas, tinham o rosto completamente coberto pelo capacete, no rosto havia um desenho que se assemelhava a uma caveira.  O do meio, tinha um olhar muito duro e ao mesmo tempo triste, seu rosto tinha uma enorme queimadura que rodeava seu olho esquerdo. Isso me fez questionar que tipo de situação, ele que parecia ser o líder, vivenciou para tê-la. Quando chegaram na geleira a passos imponentes, outros guardas desceram em seguida. Neji decidiu se pronunciar.

— Qual o motivo dessa visita?

O rapaz que liderava, aparentava ter nossa idade também, mas suas atitudes eram muito mais maduras que o normal. Ele nem se importou com a pergunta de Neji, e passou a observar todos os aldeões, como se procurasse por algo.

— Onde ele está? Onde estão escondendo? – Disse em um tom rude e direto. Como não obteve resposta, pois não estávamos entendendo, ele encarou minha avó e a puxou com certa brutalidade. – Ele deve ter essa idade aproximadamente. É capaz de dominar os quatro elementos. Onde está?

A tribo estava com medo, não sabíamos de quem ele falava. O que poderia acontecer conosco se esse tal alguém não estivesse lá? Sem a menor piedade lançou contra nós uma dobra de fogo, ela passou tão perto que seu calor quase nos queimou.

Essa foi a gota d’água para Neji que entrou em luta corporal com o líder. Meu irmão conseguiu acertar um soco de esquerda nele, mas o de direita ele desviou, acertando em cheio o queijo de Neji que caiu no chão, aproveito para passar uma rasteira e por pouco não se livrou de uma dobra de fogo que o guerreiro da Nação do Fogo jogou com o seu pé. Assim que levantou, meu irmão que ainda estava lançou seu bumerangue um pouco mais a direita de seu oponente que caminhou em sua direção para continuar a luta, uma criança arremessou uma lança para Neji e disse a frase que ele tanto repetia em suas aulas: “Não demonstre medo” e isso foi o suficiente para ele se encher de coragem e lutar com tudo o que tinha. Conseguiu desviar de algumas dobras de fogo, mas um soco no estômago lhe acertou forte, quando tentou usar a lança, ela foi facilmente quebrada pelo dobrador do fogo.

Mas ao longe, o bumerangue que fora lançado, chegou, atingindo em cheio a cabeça do guerreiro oponente. Isso potencializou de tal forma sua raiva, que com as chamar ele criou duas adagas. Corri para frente de Neji, para tentar fazer alguma dobra d’água, pois não suportaria ver acontecer-lhe qualquer tragédia, quando de repente, em cima de um pinguim, Naruto vinha deslizando pela neve, segurando seu planados. Se não fosse uma situação tão séria, eu riria da cara que ele estava fazendo, com a língua para fora. Na velocidade que vinha, passou pelo líder da Nação do Fogo, derrubando-o de forma muito constrangedora no chão. Passou pelas crianças derrubando neve sobre elas. Ao invés de ficarem bravas o ovacionaram como um herói.

— Oi Hinata, oi Neji! Quanto tempo.

— Obrigada por vir nos ajudar Naruto. Hinata, a vila e eu ficamos muito gratos.

— Não tem problemas.

Enquanto isso, os soldados da Nação do Fogo eram ordenados para que atacassem Naruto. Ele se posicionou com seu planador e estava no meio de uma meia-lua que seis soldados e o mandante faziam ao seu redor.

Com a dobra de ar, Naruto levantou neve derrubando três soldados a direita, em seguida mais três a esquerda e por fim, cobrindo o líder de neve, que logo a derreteu com vapor.

— Vocês estão me procurando? – Disse Naruto.

— Você é o um dobrador de ar. Você é o Avatar?

Como assim Naruto era o próprio Avatar? Deixei escapar seu nome, enquanto Neji dizia não acreditar. A aldeia toda estava em choque com essa descoberta.

— Não acredito que eu, Sasuke Uchiha, passei tanto tempo treinando e me preparando para lutar com você, que é apenas um adolescente.

— Mas você também é um adolescente Sasuke.

Sem paciência, Sasuke movimentava suas mãos liberando dobras de fogo de forma circular. Quando por fim disparava em direção a Naruto, sem clemência, chama após chama, fazendo o dobrador de ar girar seu planador em alta velocidade, eliminado com dificuldade as chamas. Quando elas estavam a ponto de atingir a todos da aldeia, Naruto se preocupou e prontamente se ofereceu para ir com Sasuke.

— Se eu for com você para seu navio, promete deixar todos eles em paz? – Disse estendendo seu planador, como forma de mostrar que deixaria de lutar. Estávamos muito amedrontados e não poderíamos fazer nada, por mais que eu não quisesse que Naruto fosse com ele, nada poderia fazer.

Sasuke saiu da sua posição de luta e acenou positivamente, no mesmo instante os guardas levaram em direção ao navio. Num ímpeto corri até ele, segurei em suas e pedi.

— Por favor Naruto, não vá.

— Não se preocupe Hinata, vai dar tudo certo.

Apertei minhas mãos em peito, observando-o afastar-se gradativamente e desejando de todo o coração que suas palavras realmente tivessem algum valor. Mas o que poderia acontecer ao Avatar estando em posse da nação do fogo? Todas as nossas expectativas iriam embora e o pior, Naruto iria embora. Conforme ele andava, olhava para mim com compaixão, mas ao chegar no navio, foi empurrado pelos guardas, preocupando a todos.

— Cuide de Kurama até eu voltar. – Foram as últimas palavras que ouvi Naruto dizer.

— Acerte o curso para a nação do fogo! Eu vou para casa. – Disse Sasuke confiante.

Observávamos a movimentação daquele pelotão da guarda e enquanto a escada subia para fechar o navio, Naruto sorria de forma terna para mim, mas minhas lágrimas já estavam rolando pelas maçãs de meu rosto e isso o deixou triste. Finalmente aquela parte foi fechada e a embarcação zarpou.

Prosseguimos o dia concertando os estragos causados pela nação do fogo. Com a rachadura causada pelo navio, parte da nossa barragem veio abaixo, então Neji e algumas mulheres estavam arrumando essa parte. Muitas tendas caíram no chão, vovó e as crianças cuidavam disso. Outras mulheres faziam fogueira para diminuir a sensação gélida, mas nada era mais gelado do que a falta que Naruto estava fazendo.

Quando ele chegou, foi como se um raio de Sol tivesse entrado em nossa aldeia, ele nos aqueceu com seu sorriso e suas brincadeiras, há muito tempo não sabíamos o que era alegria e ele trouxe isso para nós. Mas agora ele estava em perigo. E ainda por cima era o Avatar que tanto esperávamos. Ainda era dia, mas tudo estava escuro na Tribo da Água do Sul.

Enquanto olhava o horizonte, tive a certeza do que deveríamos fazer.

— Temos que ir atrás daquele navio Neji, não podemos deixar Naruto sozinho lá. Ele salvou a nossa tribo, devemos isso a ele. E você não vai me convencer do contrário, meu irmão. É nossa obrigação.

— Hinata!

— Eu sei que você não gosta dele, mas se nós não salvarmos, ninguém o fará, as pessoas não sabem da existência dele, e além do mais...

— Hinata! Você vai continuar falando ou virá comigo? – Disse apontando para um pequeno bote.

— Neji! – Corri na direção de meu irmão e lhe dei um forte abraço.

— Sobe, vamos logo salvar seu namorado. – Corei violentamente.

— ELE NÃO É MEU NAMORADO. – Quem namora com alguém que conheceu a um dia apenas? Eu hein. Enquanto isso vovó estava à espreita e nem percebemos sua presença.

— Aonde pensam que vão? – Disse muito brava, ficamos sem graça e sem saber o que dizer, quando ela continuou. – Vão precisar dessas cobertas. – Sorrimos de felicidade e agradecimento. – A muito tempo eu não tinha esperaça, mas vocês, meus queridos netos, trouxeram ela de volta. Cuidem um do outro e tragam o Avatar de volta. Hinata, viaje com ele para a Tribo da Água do Norte e aprenda dobrar água, pois assim como seu irmão guerreiro, você participará de uma batalha muito importante. E você Neji, continue a aprender e ensinar a arte da guerra por onde você passar. Use sua inteligência a nosso favor. O destino de vocês está interligado com o de Naruto. Lutem e não desistam.

— Mas, só tem um problema. – Disse chateada. – Não tem alcançar o navio com uma canoa.

— Vocês tem sorte que tem uma raposa dando sopa por aqui.

— Kurama. – Falamos Neji e eu juntos.

*

Já no navio de Sasuke, Naruto estava de frente com o líder da embarcação com as mãos amarradas para trás. Guardas o cercavam para que ele não tivesse oportunidade de fugir. O filho de Madara, segurava o planador do mestre do ar, como se fosse um troféu.

— Esse bastão aqui levarei de presente para o meu pai. Será um excelente lembrança. Mas acho que você não entende de pais, porque foi criado por monges... sorte a sua. – Sasuke virou-se para os guardas. – Levem-no para o porão. Não deixem que o Avatar fuja. – Estendeu o planador para seu irmão Itachi. – E levem esse bastão para a minha cabine.

Itachi estendeu o planador para um guarda e pediu para que levasse a cabine de Sasuke para ele.

No meio do navio havia uma pequena porta que quando aberta dava para uma escadaria, essa era a passagem para o porão. Lá haviam muitas celas para os soldados da Nação do Fogo colocarem prisioneiros de guerra. Enquanto Naruto descia e perdia a visão da parte superior do navio começou a ficar preocupado e pensando em como poderia fugir de lá.

— Aposto que nunca enfrentaram um mestre do ar antes, tenho certeza que consigo derrotar os dois com as mãos nas costas. – Provocou Naruto.

— Fique quieto! – Ordenou um dos guardas.

Quando este estava colocando a chave para abrir a porta, Naruto, como se espirrasse, soltou uma corrente de ar prensando um guarda na porta, que derrubou a chave no chão e empurrando com suas costas o outro guarda, chegando até o início do estreito corredor, onde ficava a escada que dava acesso a parte superior do navio.

Num pulo Naruto subiu e com uma dobra de ar lançada pelos pés, abrir uma porta que dava acesso às cabines dos tripulantes. Com as mãos ainda nas costas, corria pelos corredores, atrás do seu planador.

*

Durante esse período, estávamos navegando sobre Kurama, quando meu irmão se pronunciou.

— De nada adiantar se decidir ir navegando lentamente pela água. – Desdenhou Neji. – Nem sei se acredito que você voa.

— Se você souber as palavras certas, eu vou voar.

— Mas porque você não voa de uma vez, você até fala. Isso é muito estranho.

— Você não dobrar água igual a sua irmã é que é estranho.

Estava guiando a raposa através da água passando pelas imensas geleiras, e tentava todo o tipo de palavras pedindo para que voasse.

— Voe por favor. Kurama, voe. Por gentileza, obséquio, por delicadeza, benevolência... – Nenhum dos pedidos de ajuda eram as palavras corretas. Comecei a acariciar Kurama. – O Neji pode dizer que você não voa, mas eu acredito em você.

— Hinata, eu escutei uma vez o Naruto falar umas palavras... Era Appa Appa? Up Up? Ip, Ip?

E num piscar de olhos Kurama voou tão rápido e tão alto que eu não imaginaria ser capaz. Tudo visto de cima era tão pequeno e o vento batendo em meu rosto transmitia uma sensação de liberdade indescritível.

— Parabéns meu irmão! Você conseguiu. E muito obrigada Kurama!

— Finalmente esse moleque metido serviu para alguma coisa, não é mesmo.

Neji, que torcia o nariz, admitiu quase que de forma imperceptível que, realmente, a raposa era capaz de voar. E assim partimos ao encontro do navio de Sasuke.

*

Enquanto isso, Naruto corria dos guardas pelos muitos corredores da embarcação. Em dado momento, topou com três guardas que portavam espadas. Eles o encararam, ficando em guarda para atacar.

— Vocês não viram meu “bastão” por aí?

Com essa fala de Naruto, o guardas partiram em sua direção para atacar-lhe, porém num movimento de espiral, desviou do primeiro guarda pela parte de cima, seguindo pela outra parede descendo, até passar por entre as pernas do segundo, completando o espiral desviando do terceiro guarda, seguindo pelo corredor subindo para outro compartimento.

Deparou-se com um dobrador de fogo, que lançou uma dobra de chamas em sua direção, e ainda com as mãos amarradas para trás, com um mortal para frente, saltou sobre o dobrador, desviando de seu ataque aproveitando a ponta perfurante de seu capacete para cortar a corda que lhe amarrava.

Despois de abrir três portas, encontrou o quarto de Itachi, onde o mesmo dormia tranquilamente. Depois de se desculpar, partiu a procura de seu planador. Abriu ainda mais duas portas e na última, finalmente encontrou o que procurava.

Quando adentrou no compartimento, a porta em sua retaguarda foi fechada com força. Sasuke estava a espera do Avatar.

— Acho que te subestimei. Achei que por ser jovem seria facilmente capturado, mas agora não te subestimarei mais. Saiba que sou muito melhor que aqueles guardas inúteis.

Sasuke se posicionou com a perna esquerda mais à frente da direita, estendeu braço esquerdo e com o direito lançou uma dobra de fogo em direção a Naruto, que conseguiu desviar dessa e de mais outras dobras lançadas, mas acabou ficando encurralado no canto do quarto. Sua respiração estava descompassada e Sasuke se aproximava cada vez mais lançando muitas chamas. Naruto ficou nas costas de seu inimigo, se aproveitando de seu ponto cego. Quando não conseguiu mais usar dessa estratégia, usava uma quantidade de ar suficiente para apagar o fogo diretamente da mão do dobrado para que a chama não se alastrasse mais com o vento.

A luta estava se intensificando. O Avatar formou uma bola de ar e se sentou sobre ela usando-a para desviar dos ataques do filho de Madara que cada vez lançava chamas mais intensas. Naruto usou um tecido que estava pendurado na cabine para enrolar Sasuke, mas ele se livrou facilmente tornando o tecido em pó. Agora livre, o dobrador de fogo lançava suas chamas com os pés e mão, sem dar trégua, mas quando Naruto recuperou seu planador, o utilizou para erguer um colchão e prensar Sasuke contra a parede e seguiu derrubando-o no chão. Com ele atordoado, conseguiu fugir do local.

Quando encontrou uma saída, o dobrador de ar usou seu planador para voar para longe do navio, só não contava com Sasuke que o alcançou, pulou e segurou seu pé, derrubando Naruto no navio. Sasuke estava obstinado e não deixaria o Avatar fugir. Ele significava sua honra e estava disposta a captura-lo custasse o que custasse. Por isso ataca sem piedade, dobra atrás de dobra estava conseguindo desestabilizar Naruto, quando Sasuke escutou e avistou Kurama vindo ao longe, intensificou suas dobras, fazendo com que Naruto caísse no mar.

— Não, Naruto! – Disse em desespero ao vê-lo caindo na água.

Mas quando Naruto perder a consciência dentro d’água e escutou meu grito, algo diferente aconteceu. Ele novamente ficou brilhante e com desenhos diferentes em sua roupa. De imediato subiu até a superfície utilizando um redemoinho de dobra d’água. E com esse mesmo redemoinho entrou no navio e atingiu aos guardas e a Sasuke, derrubando-os na água.

— Neji, você viu o que ele fez?

— Isso sim é que é uma dobra d’água, minha irmã.

— Cuidado para não babarem em cima de mim crianças. Não gosto dessas nojeras. – Falou Kurama.

Quanto terminou de atacar os guerreiros da Nação do Fogo, Naruto perdeu novamente sua consciência e desmaiou dentro do navio. Kurama se apressou para alcançar a embarcação e pousou sobre ela. Neji e eu corremos em direção ao Avatar e comecei a chamar seu nome para que acordasse. Aos poucos foi recobrando a memória.

— Oi Hinata, oi Neji. Obrigada por virem me ajudar.

— Não podíamos deixar você com toda a glória, não é mesmo Hinata?

— Nossa, eu perdi meu bastão, não sei...

— Olha, está ali, deixe que eu pego para você.

Quando Neji pegou o planador de Naruto, Sasuke se segurou nele, para poder subir no navio, então meu irmão empurrou o bastão de forma com que batesse várias vezes na cabeça do Uchiha, fazendo com que ele caísse e se apoiasse nas correntes da âncora. Nesse meio tempo, Naruto e eu subimos em Kurama e rapidamente Neji nos alcançou, mas quando estávamos prestes a partir, dobradores de fogo tentaram nos atacar. Tentei utilizar a dobra d’água para nos defender, mas acabei congelando os pés de meu irmão. Porém não desisti e na segunda tentativa, consegui congelar os guardas.

— Vamos Neji, rápido. – Chamei-o.

Mas sem percebermos muito bem, Neji conseguiu transformar o gelo em água e correu para Kurama. Quando Itachi saiu do convés com a cara inchada de tanto dormir, subimos e partimos voando ao horizonte. Itachi ajudou Sasuke a subir no navio e fizeram uma enorme dobra de fogo para nos pegarem, porém Naruto, lançou um forte vento e direcionou o fogo a um iceberg, derrubando toda a neve no barco inimigo, deixando um enorme obstáculo em seu caminho.

— Boas novas ao senhor Madara da nação do fogo. O Avatar não passa de um moleque. – Disse Itachi a seu irmão.

— Moleque que causou todo esse estrago em nosso navio. Eu não subestimarei esse rapaz, meu irmão. Guardas, levantem ferros e sigam-os. – Disse para os dobradores que estavam descongelando os outros guardas. – Assim que terminarem de arrumas essa bagunça.

*

Já longe dali, tinha muitas perguntas para Naruto.

— Como você conseguiu fazer aquilo com a água? Como conseguiu dobra-la daquela forma? Foi incrível? – Perguntei em euforia.

— Eu não sei, quando percebi já tinha feito, não sei como isso acontece. – Respondeu de forma tristonha.

— Naruto, porque escondeu de nós que era o Avatar? Não confiava em mim ou no meu irmão?

— Não! Não tem nada a ver com isso. Eu não contei, porque eu jamais quis ser. – Responde-me olhando o horizonte enquanto Kurama voava pelo céu. Percebi toda a sua tristeza, mas não poderia deixar que ele rejeitasse ser quem é. Afinal, o mundo contava com ele.

— Mas Naruto, o mundo está contando com a volta do Avatar, você é a nossa única esperança de vitória sobre a nação do fogo.

— Mas como eu vou fazer isso?

— De acordo com a lenda, primeiro você domina a água, depois a terra e por último o fogo. Não é?

— Foi o que os monges me disseram.

— Se formos ao Polo Norte, você pode aprender a dobra d’água!

— Nós podemos aprender juntos! – Disse animado com aquele lindo sorrido.

— E você Neji, meu irmão, vai arrasar com os dobradores de fogo pelo caminho.

— Gostei disso. Gostei muito disso aliás – Respondeu de forma divertida.

— Então estamos todos juntos nessa! – Não consegui conter minha alegria.

— E quanto a mim, levarei vocês em minhas costas. Todo o trabalho sempre sobra para Kurama, afinal. – Resmungou a enorme raposa.

— Mas antes disso, temos um assunto muito sério para resolver nesses três lugares. -  Falou Naruto com seriedade.

— O que temos que resolver? – Estava intrigada sobre o que tratava. Devia ser algo muito sério.

— Aqui. – Disse apontando para um ponto do mapa. – Vamos montar nas lhamas puladoras, aqui nós vamos surfar nas costas do peixe boi gigante e aqui vamos montar nos macacos porcos. Eles não gostam que montem nesses, mas é aí que está toda a diversão.

Não consegui me conter e olhei para Neji, para ter certeza se ele estava com o mesmo pensamento de estranheza que eu. E claro, ele estava. Kurama logo se manifestou.

— Acostumem-se, ele é muito cabeça oca. É daí para pior.

Assim prosseguimos pelo horizonte naquele céu alaranjado.


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Notas finais do capítulo

Se acharem que os capítulos estão muito longos, me avisem. Verei o que posso fazer :D