Os Peverell escrita por Mary J Malkia
Ignoto e Antioco continuaram a sua caminhada até um vilarejo onde almoçaram. Ignoto seguiu para o norte enquanto Antioco ficou na primeira aldeia que vou e alugou um quarto em uma estalagem qualquer, sem perceber uma garotinha em um canto o observando.
Ao anoitecer resolveu se dirigir a um bar, onde bebeu.
- Eu estou te falando eu vi uma veela. – Disse um homem sentado no balcão ao seu lado. – Ela era magnifica! A pele de porcelana parecia reluzir e ainda não te contei sobre os cabelos de ouro...
- Cala a boca! – Vociferou o barman. – Todos aqui sabem, que você tem a coragem de uma lesma e só sai do vilarejo para visitar a sua mãe na floresta, e nem sai da estrada porque tem medo de encontrar os centauros. – Ele se virou para Antioco. – Se fosse você não dava ideia para esse daí.
E saiu para atender os outros clientes.
— Eles não acreditam que eu encontrei um lobisomem na floresta na parte norte da floresta na última lua cheia.
— Não duvido que tenha visto um lobisomem ou uma veela. – Falou Antioco.
— Finalmente alguém que acredite em mim! – Disse o outro. – Aproposito sou Eric Balder.
— Antioco Peverell – Eles apertaram as mãos – Não duvido mais de nada desde de ontem.
— Que aconteceu? – Ele se inclinou para mais perto para escultura melhor.
— Apenas um encontro desagradável – Levantou a mão pedindo por mais bebida o barman veio encher seu copo, antes de ir lançou um olhar zangado a Eric que se limitou a dar um sorriso torto.
— Viu uma quimera? – Perguntou bem-humorado dando um gole na bebida
— Quem me dera. – Balder o olhou torto. Sacou a varinha e sem que o barman visse flutuou uma garrafa de whisky de fogo até eles.
— Então me conte – pegou a garrafa e a abriu enchendo os copos até a borda – Coisas traumatizantes precisam ser compartilhadas.
— Nem pensar! – Peverell riu amargo, o rosto já começando a ficar vermelho. ’ A bebida começara a fazer efeito’ pensou Eric.
— Tudo bem então. – Sorriu amigável – Quer mais? – Ofereceu mais bebida antes que ele tivesse a chance de acabar o que tinha no copo.
Sempre que o copo de Antioco ficava vazio Balder o enchia enquanto o próprio apenas bebericava as vezes, a garrafa foi substituída por outra e mais outra quando ele estava para abrir a quarta.
- Ontem foi um dia cheio, não foi? – Perguntou Eric.
- Claro com aquela garotinha demoníaca. – Respondeu Antioco meio grogue. Eric parou de abrir a garrafa.
- Garotinha demoni...
- Se você quer saber de alguma coisa. – O cortou – Encha a merda do copo.
- Claro, claro. Mas, e a garota?
Com o álcool correndo por suas veias contou tudo que Eric queria, mas a dúvida martelava sua mente do jovem trapaceiro. Com os olhos cheios de expectativas ele subiu em cima do balcão e gritou.
- Amigos por favor sua atenção!
- Dessa daí! – Exclamou o barman, Balder lançou um feitiço petrificante nele e se voltou para a sua plateia.
- Quem quer duelar com meu camarada aqui? – Apontou para Antioco.
- E o que eu ganho com isso? – Perguntou alguém no fundo.
- A varinha da própria morte. – Antioco puxou Eric para baixo e o prensou contra o balcão.
- O que você está fazendo? – Indagou com o rosto perto de Eric. Eric mexeu a cabeça para o lado para fugir do bafo.
- Apenas vamos testar o presente. – Disse tentando se afastar. – Você vai ganhar de qualquer jeito. Todos aqui são uns palermas, assim você vai poder ver a força da varinha.
Antioco se afastou receoso mas concordou.
Todos conduziram-se para fora, Antioco se posicionou esperando o seu adversário fazer o mesmo. Ele esperava um bêbado qualquer cambaleando e de fala enrolada não um jovem bruxo de cabelos flamejantes e de uma postura invejável. Os dois bruxos empunhavam a suas varinhas se distanciaram, fizeram uma reverencia e o duelo começou. O ruivo foi o primeiro a atacar, mas Peverell foi rápido em bloqueá-lo, o jovem mago não parou por aí lançando feitiço um atrás do outro cada vez mais ofensivos.
Antioco estava bem, a varinha respondia com o mais leve dos pensamentos e assim ele ganhou confiança e com a cabeça erguida ele resolveu acabar com aquilo:
- Avada Kedavra. – Seu adversário caiu, afinal ele já tinha enfrentado a morte e vencido. O que seria matar um homem? Com um sorriso triunfante proclamou. – Esse tolo pensou que venceria. Onde já se viu, enfrentar alguém abençoado pela morte?
Deixando seus telespectadores para trás ele se recolheu para o quarto que tinha alugado, sem perceber o sorriso perverso nos lábios de Eric que tudo assistia.
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No quarto da pequena estalagem Antioco dormia. A varinha, a sua antiga varinha, jazia quebrada em um canto qualquer, já a ‘Varinha do Poder’, como nomeara, ele a havia polido e deixado em cima de seu malão ao lado da cama. Saindo um pouco do normal daquela cena, uma garotinha velava o sono do homem.
Antioco Peverell não era um homem comum, ele não nascera para ser um, desde de muito cedo ele foi ensinado a lidar com o dinheiro da sua família e como deveria se portar em sociedade já que era o primogênito, porem nunca aprendera a ler as pessoas coisa que sua mãe fazia muito bem, coisa que lhe custou a vida. A Morte se lembrava dela e de seu marido, como poderia esquecer? As almas deles pareciam ser conectadas e exalar um calor reconfortante, almas que sabiam que estava na hora, que aceitavam essa condição e que fizeram o bem nos seus dias, seres fantásticos para dizer o mínimo. Ela escutou o ranger da porta.
Eric adentrava o quarto com um machado na mão, não queria deixar nenhum rastro magico seu ali. Ele se aproximou da cama, sem ver a menina, viu onde estava a varinha e a guardou em suas vestes sem notar um símbolo na varinha, um círculo cortado por uma reta e circundada por um triangulo. Morte lamentou como os humanos conseguem ser tão cegos as vezes.
Ele levantou o machado que fora afiado cuidadosamente momentos antes e com um movimento fluido e certeiro decapitou Antioco e saiu em disparada pela porta. Sua alma era fria e raivosa.
Assim, a Morte levou o primeiro irmão.
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