Operação Spemily escrita por Leonardo Alexandre


Capítulo 30
Capítulo 30 - A Verdade Sobre Nós


Notas iniciais do capítulo

Olá leitores...
Penúltima capítulo já. Só mais uma semana pra acabar. Se você conhece alguém que curte o ship, recomenda a fic pra essa pessoa, pede pra comentar. Vai que ainda dá de bater a meta e a gente ainda ter uma segunda temporada? Prometo que se tiver, vai ser bem legal e vai ter chuva de Spemily já que elas vão estar na mesma facul.
Enfim, boa leitura...



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Ao se ver sozinha com Hanna outra vez depois que o Doutor Miller fechou a porta do quarto, Aria finalmente se sentiu segura para questionar o que havia de errado.

— Agora que não tem ninguém aqui, você pode, por favor, me dizer o que é que eu fiz pros seus olhos estarem me metralhando há mais de uma hora? — Pediu em tom de genuína e pura dúvida.

— Aria, você terminou com o Ezra? — Hanna não estava com paciência para sutileza, então abordou o assunto de uma vez, cruzando os braços e arqueando as sobrancelhas.

— Sim. — Assumiu franzindo a testa, surpresa por esse ser o problema.

— Tem quanto tempo isso? — A confirmação só parecia tê-la deixado mais irritada.

— Não sei. Acho que faz um mês e meio, talvez dois. — Aria continuou respondendo, tentando chegar a algo que fizesse sentido. — Por quê?

— Eu que pergunto. — Hanna sorriu com ironia. — Porque não me contou isso antes?

— Porque eu deveria? — Cada nova frase apenas a deixava mais confusa.

— Porque você deveria? Essa pergunta é séria mesmo ou você só tá me zoando? — Indagou cada vez mais perplexa com aquela conversa.

Aria parou um instante para tentar compreender e uma luz se acendeu em sua mente. — Ah! Entendi. Você tá chateada porque contei pras meninas e não falei pra ti. Me desculpa, tá? Eu sou uma idiota.

— Com certeza é. E nem ao menos...

— Calma, eu posso explicar! — Aria interrompeu antes que Hanna se alterasse demais. — É que nós temos esse lance e tals. Não achei que fosse ser legal ficar falando contigo sobre outras pessoas. Mas acima de tudo somos amigas, né? A partir de agora a gente esquece e isso e volta a falar de tudo, tá bom? Pode me falar de quem pegou enquanto eu estive fora e eu te conto quantas eu peguei em Nova York.

— Quantas você pegou em Nova York? — Repetiu tão embasbacada que seu tom nem parecia mais tão irritado quanto antes.

— Miga, e se eu te falar que nem fiz as contas ainda? — Respondeu rindo. — Me dá só um minutinho pra pensar.

— O que? — Ao invés de sorrir e entrar no assunto como Aria esperava, Hanna parecia em estado de choque. — Mas... E nós?

Então finalmente a ficha caiu com o peso de uma tonelada sobre o cérebro de Aria.

— Uh... Hanna... — Começou tentando não parecer indelicada. — Você sabe que nós somos só ficantes, né? Ficantes oficiais, mas ainda assim, só ficantes. Conversamos sobre isso na sala de literatura, lembra? Botamos tudo em pratos limpos e deixamos bem claro que dali em diante eu e você seríamos amigas que se pegam e nada mais.

— Tá, eu sei disso, mas... — Hanna fechou os olhos um instante, tentando se controlar para não parecer tão abalada quanto de fato estava. — Pensei que... Que as coisas tivessem... Tomado um rumo mais sério naquela noite. N-no carro.

— Eu diria que nós ficamos meio que.... Sei lá. Mais intensas? Mais sérias não. — Aria observou, com o coração partido, o jeito como sua melhor amiga abria e fechava a boca, sem conseguir pensar em nada para dizer enquanto os olhos azuis tão lindos ficavam marejados. — Hanna, por favor, me perdoa por não ter percebido que você tava levando nosso lance a sério. E, olha, não é como se não tivesse significado nada pra mim porque significou sim. Muito. Você é minha melhor amiga desde sempre, a pessoa que eu mais confio nesse mundo. Juro que foi super especial pra mim. E me orgulho da minha primeira vez com garota ter sido com você. Eu te amo demais e não quero que o fato de não estar apaixonada por você destrua o que temos há tanto tempo. Por favor, fala alguma coisa.

Mesmo sem querer parecer infantil, aquela conversa havia quebrado seu coração em mil pedaços e Hanna se sentia incapaz de mantê-la, então apenas virou o pequeno dispositivo que desligava seu aparelho auditivo e puxou o lençol que repousava em sua cintura até cobrir a cabeça, para poder assim chorar em paz.

Primeiro havia tido um péssimo termino com Sean, depois o completo desinteresse de Emily, o desastre com Caleb que era a provável causa de sua futura surdez definitiva e, agora, descobrir que o amor que achava estar construindo ao lado de Aria era apenas tesão. Nunca em toda sua vida ela desejou tanto ter a capacidade de não sentir absolutamente nada. Quem sabe assim não acabasse sempre de coração partido.

Aria sabia que Hanna precisava daquele espaço, então mesmo com toda a vontade que tinha de tentar concertar tudo, afastou-se da maca, indo até a cadeira de acompanhante, e se sentou para remoer sozinha como as coisas haviam chegado àquele ponto crítico sem que ela percebesse ou ao menos desconfiasse.

Sentia-se não apenas a maior idiota do mundo, mas também uma péssima melhor amiga. Se tivesse parado um pouco para conversar com ela ao invés de apenas agarrá-la como se fosse uma qualquer, poderia ter evitado tanto sofrimento.

Todavia, já era tarde demais para isso e só o que restava a Aria era torcer para que, depois de dar o tempo e o espaço que Hanna precisava, a amizade pudesse voltar ao normal ou o mais próximo disso que fosse possível.

(...)

Já fazia mais de uma semana que Aria e Hanna não conversavam e, por mais que isso a estivesse mantando por dentro, a morena continuava mantendo sua decisão de respeitar o espaço que a loira precisava para se reorganizar. Porém, quanto mais tempo isso levava, mais um sentimento de culpa crescia em seu coração.

— Aria. Vem aqui embaixo um minuto, querida. — Gritou Byron da cozinha enquanto ela se arrumava para ir ao colégio naquela manhã calma e comum de quinta-feira. — Chegou correspondência pra você.

— Okay. — Respondeu Aria terminando de calçar as botas despreocupadamente e em seguida saindo do quarto sem pressa.

— Tá ali em cima do balcão. — Byron indicou com sua caneca antes de tomar um gole de café, tentando ao máximo transparecer indiferença, porém com um sorrisinho de canto já nascendo em sua boca ao observar sua filha pegar o envelope.

Assim que viu do que se tratava a garota soltou um gritinho involuntário de euforia, fazendo seu pai rir. — Porque não me avisou que era a carta da Columbia?

— Não teria a mesma graça que ver você dar esse grito histérico. — Respondeu dando de ombros, ainda com ar de diversão.

Ignorando o comentário, Aria abriu o envelope e leu as primeiras linhas da carta, sob o olhar curioso de Byron.

Um longo momento de silêncio seguiu até que ela conseguisse processar a informação e bradar com orgulho. — Eu vou estudar em New York City, Baby! Oh Yeah!

— Parabéns, meu amor. — Byron disse abraçando-a. — Eu sabia que você ia conseguir desde o momento em que se inscreveu. Artes nunca seria a minha primeira escolha pra minha filhinha, mas estou muito orgulhoso porque isso só mostra o quanto você é independente e mente aberta.

— Falou igual à mamãe. — Aria riu, porém logo depois percebeu o que havia feito e arregalou os olhos. — Caracas, eu abri a carta sem ela. Vou morrer antes mesmo de botar pelo menos um pé no campus da Columbia.

— Relaxa, eu ligo pra Ella e digo que eu não aguentei e abri sozinho. Aí você pode fingir que tá tão brava quanto ela. — Sugeriu sorrindo e piscando.

— Já disse que te amo hoje? — Exclamou pulando para abraçá-lo. — Porque eu amo. Muito, muito, muito.

— Também te amo. — Respondeu fazendo carinho nos cabelos dela, de leve para não bagunçar. — Agora é melhor tomar café logo. Ou vai acabar se atrasado pra escola.

— Sim senhor.

Enquanto Aria andava pela cozinha, Byron a observava com certa curiosidade.

— O que foi? — Questionou Aria ao, por fim, terminar de servir tudo o que queria e se sentar à mesa.

— Não tinha reparado antes, você está com um estilo diferente. — Byron respondeu, acomodando-se na cadeira de frente para ela.

— O senhor acha? — Indagou franzindo o cenho.

— É. Agora que prestei atenção, um detalhe mudou aqui outro ali e ficou... Realmente diferente. — Confirmou ainda analisando-a antes de concluir. — Mas é um diferente bom.

— Obrigada. Acho que enquanto a gente cresce, o estilo vai mudando por... — Antes de terminar a frase, seu celular tocou e ela deu uma rápida olhada, sorrindo para o nome na tela e se levantando. —... Si só. Eu tenho que atender, já volto.

“Demorou pra atender” — Disse a voz sexy e melodiosa do outro lado da linha.

“Me desculpe fazer milady esperar. Estava com meu pai” Aria respondeu sorrindo. “A que devo a honra de sua ligação, Alexandra?” – A

“Minha carta da Columbia chegou essa manhã. A sua também?” — Lexie respondeu, logo emendando a pergunta.

“Chegou. Estamos dentro?” – A

“Claro que estamos. Como se não fosse óbvio. Somos brilhantes! E aí? Tá livre hoje ou quer comemorar com sua loirinha gostosa primeiro?” — O tom malicioso era natural dela, mas quando as palavras acompanhavam tão bem, se destacava mais ainda.

“Não estamos mais ficando.” — O tom de Aria mudou imediatamente. “E eu não estou no clima pra sair.” – A

“Não me diga que se apegou e levou um fora?” — Questionou em choque.

“Ela se apaixonou e eu não percebi. Ela é minha melhor amiga e eu simplesmente não percebi. Faz mais de uma semana que conversamos, ela não quer falar comigo nem me ver ou saber se mim e eu me sinto péssima desde então.” — Desabafou.

“Péssima por quê? Pelo que eu entendi, vocês tinham combinado que ia ser amizade colorida logo no começo de tudo.” — Murmurou confusa.

“E combinamos, Lexie. Só que ela achou que as coisas tinham ficado mais sérias depois que a gente transou a primeira vez.” – A

“Você disse que as coisas tinham ficado mais sérias?” – L

“Não.” – A

“Você mudou a forma de agir com ela?” – L

“Não.” – A

“Você disse ou fez alguma coisa que pudesse parecer um sinal que as coisas estavam mudando entre vocês?” – L

“Uh... Acho que não.” – A

“Chamou ela de algum apelido carinhoso que não fosse ‘loira gostosa’?” – L

“Não que eu me lembre.” – A

“Viu? A culpa não é sua. Desde o começo tava bem explícito que não ia passar de uma amizade colorida. Ela se apaixonar foi azar, mas você não tinha como saber ou controlar o que ela acabou sentindo por ti.” — Alexandra afirmou com convicção. “E digo mais, é bem provável que a amizade de vocês volte depois que ela esfriar a cabeça e der tempo pro coração curar. Mas, se ela não voltar, é escolha imatura dela e tu não pode fazer nada além deixá-la ir. Enfim, já que abriu a vaga, posso me candidatar a ficante oficial?”

Aria riu baixinho. Bem que estava achando estranho Alexandra Mitchell falando sério por mais de um minuto inteiro. “Ai, ai. Só tu mesma pra me fazer rir essas horas.”

“Fico feliz de ser a sua retardada de estimação.” — Ela respondeu rindo também. — “E então? Vai ficar aí curtindo fossa por amor platônico alheio ou vai dar uma volta comigo?”

“Pra onde que ir?” — Indagou já considerando a ideia.

“Color Love.” – L

“Só vou se for cantar.” – A

“Aff. Quem mandou parecer demais com a Amy Lee?” — Aria riu, mas ainda esperou por uma resposta mais explicita. — “Ok. Se você for, eu canto.”

“Então beleza. Te encontro lá às dez e meia.” – A

“Isso quer dizer às onze?” — Brincou com um fundo de verdade.

“Cala boca.” — Mandou semicerrando os olhos.

“Vem calar, vem.” — O tom malicioso de Lexie fez Aria se arrepiar, porém antes que pudesse responder a altura, ouviu Byron gritar da cozinha.

— Filha, anda logo. Assim mal vai dar tempo nem de morder uma torrada.

— Já to indo pai. — Gritou de volta.

“Já sei, tem que desligar.” Disse Alexandra. “Até a noite, santinha do papai. Narniana até a faculdade.”

“Tchau, narniana até a faculdade 2.” – A

Aria desligou o celular e voltou para a cozinha se sentindo um pouco, apenas um pouco, melhor.


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Notas finais do capítulo

O que vcs acharam, galeres? Espero que tenha curtido.
Perguntinha: vcs querem que, como é o último capítulo e tals, eu faça um último "Anteriormente em Operação Spemily"? Como despedida e homenagem ao restante da fic e tals...
xoxo
Atenciosamente, Leo Guedes...



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