Disney History escrita por Lily Hime


Capítulo 2
O Florista do Submundo


Notas iniciais do capítulo

E AE PESSOAS!
Como vocês estão?
Eu to tranquila.
Aqui está o primeiro capítulo de verdade!!!
Não esperem muitas coisas acontecendo nesses primeiros capítulos. Eles serão parte do que eu chamo de "dias casuais". Um, digamos, sub-arco da história que estará acontecendo no início de cada um deles que mostra o dia a dia dos personagens. PORTANTO não é nada muito emocionante.
Pode acontecer de mostrarem alguns pequenos sub-plots da história, mas nada muito elaborado.
Espero que vocês gostem~



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Hellius Belzebu

No que parecia uma colina, com a grama não muito alta, algumas plantas floridas espalhadas, uma grande árvore no topo, lotada de flores, e mais algumas árvores menores espalhadas por onde a vista alcança, o céu estava limpo e claro, o sol brilhava agradavelmente, e as sombras estavam frescas.

Ao longe era possível ouvir um rio correndo, acompanhado pelo som de pássaros cantores trilhando alegremente.

Era a calmaria e tranquilidade se tornando físicas para quem quisesse aproveitar.

E, destoando completamente do ambiente que o cercava, estava um garoto, só a alguns passos de se tornar um adulto completo, bem ao fim da adolescência, deitado na grama, aos pés do grande Carvalho-Luminoso que fica no topo da colina, vestido completamente de preto.

Preto.

No calor.

Mas ele realmente não estava incomodado por isso.

Ou talvez simplesmente já esteja acostumado com o calor que as roupas proporcionavam nesse clima.

— Se você vai ficar nas estufas encantadas todo fim de aula, você poderia, pelo menos, entrar no clube de jardinagem, Breu — Uma voz feminina chamou a atenção do garoto.

Hellius Belzebu, mais conhecido como Breu, abriu somente um dos olhos pretos e encarou a garota que sorria divertida, com os braços cruzados e os cabelos loiro-escuros caindo sobre o rosto quando ela olhava para baixo.

Era Korinna DunBorch, esposa de Harris DunBroch, estudante do 5º semestre de Botânica Mágica e portanto, tecnicamente, sua veterana.

Claro, Breu estava só na sua segunda semana de aula, de seu 1º semestre, e ele cursava Midiologia, então ela não era exatamente sua veterana. Mas ele vinha aqui todo fim de aula, desde que descobriu as gigantescas estufas encantadas do campus da Universidade Dewey logo no primeiro dia.

E foi aqui que ele conheceu a encantadora jovem sorridente e apaixonada por plantas. Ela o encontrou fazendo um pequeno arbusto que estava murchando se tornar vívido e alegre novamente, com um pequeno sorriso no rosto. Claro que ela não caiu no seu ato de “Sou assustador e não me importo com você, fique longe depois disso.

Suas aulas mal haviam começado e ele já tinha quebrado a imagem que gostava de passar. Sorte sua que sua irmã e sua mãe não sabiam disso, ou ele não iria parar de ouvir sobre isso nunca.

Mas ele havia realmente gostado de Korinna. Ela era uma pessoa muito gentil e divertida. Ela não se ofendeu com suas piadas, ou com suas cantadas de mentirinha, na verdade, ela até brincou de volta, ou simplesmente sorria divertida para ele. Ah… Pena que ela já era casada.

Por que mesmo a realeza gosta de casar cedo?

— Entrar no clube de jardinagem implica fazer coisas durante a tarde. — Breu respondeu Korinna, voltando a fechar os olhos preguiçosamente

— Você tem sorte que as estufas são abertas para todos os estudantes — Korinna bufou e falou rindo — Se você vai ficar sem fazer nada, por que não volta para casa?

— Voltar pra casa significa ter que ficar ouvindo minha vó falar pra comer mais vegetais, mais cereais, menos carne, e blá, blá, blá… — Breu respondeu sem abrir os olhos.

Se tivesse com eles abertos, teria visto Korinna revirar os olhos, e se ajoelhar do seu lado. Mas como não, ele levou um susto quando a garota pegou seu braço e o levantou a força. E porra. Ela era mais forte do que parecia.

— Agora, vamos lá Breu — Ela soltou o braço dele quando ele estava sentado — Você é filho de Perséfone! E Hades... — Ele ouviu Korinna sussurrar a última parte, franzindo o cenho — Você pode me ajudar com algumas coisas!

— Tá bom, tá bom — Resmungou, se levantando e seguindo a DunBroch por casamento.

Eles se dirigiram para a porta que, pra quem não olhava direito, parecia surgir do nada no meio do campo. Quando atravessaram a porta, de um grande campo com uma colina eles entraram no que parecia uma estufa comum, cheia de vasos com dezenas espécies de plantas, um teto de vidro mostrando o dia claro que estava do lado de fora.

— Aqui — Korinna entregou para Breu quatro pacotes de sementes, e pegando mais quatro para si — Temos que plantar todos esses Hibiscos Cantores e Estrelas-da-Terra. Eles serão mandados para a aula de Jardinagem Mágica do 6º ano da Academia TriFada. São 20 alunos, cada um vai ter um vaso de cada flor. Temos que entregá-las crescidas, mas não floridas. Eles terão que cuidar das plantas até as flores murcharem e surgirem os frutos…

— E quando eles têm que receber as flores? — Breu perguntou já puxando um dos vasos de barro, com uma etiqueta escrita “Estrela-da-Terra” para perto e preparando-o com a quantidade de terra, pedras e adubo necessárias a mão.

— Eles vão receber essas flores amanhã à tarde, então amanhã de manhã elas já têm que estarem adultas.

Ele se viu bufando quando Korinna puxou a varinha lilás de ponta prateada, indicando sua alta habilidade em magia de jardinagem, e fazendo com que tudo o que precisasse ser colocado nos vasos se separasse na quantidade certa para cada flor em pequenos potes, e em seguida colocando as luvas rosadas e pegando a pá de bronze para então colocar tudo nos vasos.

— Se você pode fazer isso com magia, você podia preparar as flores sozinha — Breu comentou casualmente, com um leve tom de brincadeira na voz

— Seu talento com plantas que você recebeu da sua mãe permite que as flores cresçam mais saudáveis que por meio de pó mágico. — Ela disse piscando divertida pra ele

— Ah! É por isso que você me quer — Breu jogou os braços para o alto num ato dramático — Eu só sirvo para ser um crescedor de plantas pra você! Isso magoa Kori!

Korinna bufou do ato do estudante mais jovem.

— Eu nem sei se “crescedor” é uma palavra de verdade, Breu — Ela respondeu rindo — Mas sim, você só serve pra fazer as minhas plantas queridas crescerem mais rápido e saudáveis — A loira falou num tom obviamente falso de seriedade.

— Certo — Dessa vez, Breu é quem revirou os olhos com as palhaçadas da loira.

— Vasos prontos! — Ela cantarolou alegre — Vamos, vamos! Faça sua mágica acontecer!

— Sim, Sua Majestade — Breu sorriu para Korinna, colocando as mãos em concha sobre um dos vasos de Hibiscos Cantores e iniciando sua magia.

Primeiro sua mão brilhou com uma fraca luz esverdeada, e então a terra no vaso brilhou com a mesma luz e lentamente o verde do caule apareceu, e ele cresceu, suas folhas foram aparecendo e por fim, o caule foi ficando amarronzado, se tornando a madeira que estava destinado a ser. Hellius parou antes que começasse a formar os botões das flores. Era estranho como um filho do deus do Submundo podia manipular a vida assim, mas ele ainda gostava.

— Na verdade, a forma correta de tratamento é “Sua Alteza Real” — Korinna estava com os braços cruzados, com a varinha lilás e prateada em uma das mão enluvadas olhando para ele divertida — Sou a Duquesa de Brunchester, esposa do 2º irmão da Rainha de DunBroch. “Sua Majestade” seria para a Rainha Merida e seu marido.

— Erro meu, Sua Alteza Real — Breu respondeu ironicamente, fazendo uma grande reverência para a jovem duquesa — A planta está ao seu gosto Sua Alteza Real.

Korinna revirou os olhos, e sem diminuir o sorriso continuou a brincadeira.

— Está aceitável, Digníssimo Senhor — Ela empinava o nariz, usando uma voz falsamente arrogante — Mas esta é apenas a primeira das plantas, há outras 39 para que Sua Senhoria faças crescer.

— Oh! Tão exigente, Minha Duquesa! — Breu colocou a mão na testa, fingindo desmaiar.

— Eu não sei se te apresento para Harris e seus irmãos, ou se te mantenho longe deles, seriamente — Ela revirou os olhos — Vamos logo, Breu.

— Já to indo, já to indo.

Rapidamente, Breu partiu para fazer cada uma das plantas crescer até o estágio que Korinna precisava para entregar aos estudantes da Academia. Ele gostava de cuidar das plantas, mesmo que não fosse sua maior paixão. Estava no seu sangue, afinal, ele era filho da Deusa da Primavera, a Dama da Natureza, mesmo que seu pai fosse um dos piores vilões da história.

Quando terminou, Korinna sorriu e bateu palmas.

— Isso é perfeito! — A loira exclamou alegre — Obrigado pela ajuda, Breu.

— Disponha, Minha Duquesa — Novamente, ele fez uma reverência exagerada.

— Vamos. Vamos lavar as mãos e eu te pago um lanche.

— Opa! Agora você falou a minha língua! — Breu animou-se. Comida de graça, quem não?

— Eu achei que sua língua fosse grego. — Kori piscou para Breu.

— Ha. Ha. Ha. Depois você fala de mim — O moreno revirou os olhos.

Ela riu alegre e foi até a pia que tinha na saída da estufa principal. Breu rapidamente imitou suas ações e os dois saíram para o campus.

Nesse ponto, já era quase quatro horas e vários cursos da tarde tinham terminado as aulas, então o campus tinha muito mais gente do que quando Breu saiu da sua aula. Eles foram até a Lanchonete Dedão Positivo do Papai (Comida aprovada pelo Papai!).

— Boa tarde! Aqui está o cardápio, quando escolherem o que querem é só me chamar, eu me chamo Chaca! — Disse alegremente uma garota com o cabelo preto preso em duas chiquinhas altas.

— Obrigada — Korinna respondeu tão alegre quanto a garota.

Breu permaneceu com o rosto em branco, e simplesmente acenou com a cabeça para a garçonete, abrindo o cardápio. Korinna apoiou a cabeça na mão e o cotovelo na mesa, sorrindo divertida para Hellius.

— Você até parece mal-humorado e assustador assim, Hellius Belzebu. Quem te olha assim mal pode acreditar que você é todo delicado com as plantas~ — Kori cantarolava maliciosa.

Shiiiu! — Breu franziu o cenho — Tenho uma imagem pra manter!

A loira riu alto por um segundo e balançando a cabeça, abriu o cardápio e começou a ler o conteúdo.

E quando Breu foi voltar a fazer o mesmo, ele sentiu uma presença muito familiar, mas ainda estranha. Parando um segundo para olhar em volta, procurando de onde essa presença vinha, ele se viu olhando uma uma desconhecida.

Ela estava em um canto distante e isolado da lanchonete, próximo a uma das janelas, em sua mesa tinha uma xícara grande, provavelmente de café ou chocolate quente, e um bolo decorado meio comido. Nas mãos da garota havia um grande livro com uma capa dura azul e letras douradas num idioma que Breu suspeitava que era Francês.

Os cabelos dela eram algo no caminho entre o castanho e o ruivo, presos num rabo de cavalo, e ela constantemente estava prendendo a franja atrás da orelha. Ela era magra, com roupas largas, tinha a pele quase tão clara como a de Breu, e usava um óculos de armação preta e retangular. Era claro em sua pose (encolhida, quase como se quisesse engolir a si mesma e desaparecer) que não era a mais confiante das pessoas.

Breu não conseguia entender o quê em sua áurea era tão… familiar. Mas ele tinha a sensação que de alguma forma, ela se assemelhava a si mesmo.

— Achou alguém interessante? — A voz de Korinna o tirou de seus pensamentos.

— Hã? — Hellius se virou para olhar a amiga, distraído.

— Eu perguntei se achou alguém interessante — Ela repetiu, com um sorriso que obviamente significava “eu sei que você gostou dela”.

Ele honestamente esperava que Korinna não fosse o tipo que gostava de jogar o cupido. Ele não precisava de ninguém além de sua mãe fazendo isso. Ou o próprio Cupido. E a mãe do Cupido. De todos os deuses que existiam para não odiá-lo por ser filho de quem era, tinha que ser os que focavam no amor e paixão (se bem que, honestamente, ele não tinha certeza se isso era bom ou ruim).

— Não exatamente. — Breu respondeu inseguro — Você sabe quem é a garota lá no fundo da lanchonete? A de óculos, lendo o livro.

— Ah! Essa é a Tremaine. Bucky Tremaine.

— Tremaine? Como a madrasta da Cinderela?

— Isso. Ela é a filha mais velha da Drizella. — Kori tinha um leve olhar de simpatia — Ela não fala com muita gente. — Ela deu uma pausa antes de continuar — Ou mais especificamente, ela não fala muito. Faz História e Kassy foi a veterana de apoio dela. É o único motivo que eu sei o que ela faz, na verdade. — Ela encolheu os ombros

— Sua irmã se formou no ano passado, não é?

— Sim. Tremaine deve estar no 5º semestre agora… Se eu não me engano ela trabalha de meio-período na biblioteca do Colégio Fada Madrinha e nos fins de semana ela fica em um dos Museus Reais… Kassy falou qual, mas eu não lembro. — Korinna estava séria agora — Kassy estava preocupada com ela. Algo sobre ser introvertida demais.

— Hum…

— Então… Interessado nela?

— Não do jeito que você está insinuando — Breu revirou os olhos — Ela só me parece… familiar de alguma forma. Eu só não sei porquê.

— Talvez você tenha cruzado com ela em algum lugar. Ela parece ser o tipo de pessoa que se mistura com o fundo, se você não prestar atenção — Kori voltou a olhar para o cardápio — Já escolheu o que quer?

— Sim. — Breu respondeu antes de dar uma última olhada para Tremaine

Ele passou seu pedido para Kori e enquanto a loira falava com a garçonete, que ele já nem mais lembrava o nome, Breu ficou olhando para a garota se perguntando por que ela era tão familiar.

Ele tinha certeza que nunca a tinha visto, mas ainda… Ainda havia algo nela que ele sentia que conhecia tão bem quanto a palma de sua mão.

Por um segundo, a ruiva-acastanhada levantou o olhar e o encarou.

Seus olhos são azuis… E um azul familiar, novamente.

A garota desviou o olhar e rapidamente voltando para seu livro, agora parecendo mais desconfortável que antes. Hellius então parou de encará-la e voltou sua atenção para sua amiga.

Mas durante o resto do dia, Breu ficou pensando… Por que essa tal de “Bucky Tremaine” era tão familiar?


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Notas finais do capítulo

Entonces...
Gostaram? Eu espero que sim.
Me mande comentários, falem o que vocês acharam...
E Mad Hatter, me diga o que achou do Breu no capítulo (eu realmente fico insegura com a coisa toda de fichas ┐( ̄ヘ ̄;)┌ )
Se tudo der certo, o próximo capítulo sai na semana do dia 09/04 e vai se seguir assim: Dois capítulos por mês, com mais ou menos duas semanas de intervalo.
Então, é isso.
Arrivederci! =3