Primeiro Disparo escrita por Heringer II


Capítulo 1
Quatro Andares


Notas iniciais do capítulo

E aí, pessoal. Espero que gostem desse início. Se vocês gostam de uma boa ficção científica, garanto que vão adorar a história. Críticas construtivas são bem-vindas sempre.



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A Guerra Fria teve uma importância histórica maior do que muita gente pensa. Foi durante essa estranheza entre os Estados Unidos e a extinta União Soviética que tivemos um dos momentos mais memoráveis da história da humanidade: a primeira vez que o homem pisou em um outro solo que não fosse o terrestre. No dia 20 de março de 1969, um grupo de astronautas liderados por Neil Armstrong colocou os Estados Unidos como líder invicto na Corrida Espacial. Mas vocês sabem, o ser humano é ganancioso por natureza; pisar na Lua foi apenas o princípio da história do homem fora da Terra.

Agora, no ano de 2040, a humanidade já está pronta para mais um grande passo a ser dado; é a inauguração da Heavely Miracle, a primeira mega estação espacial construída pelo ser humano. Uma estrutura fascinante, com cerca de 3,4 km, aproximadamente 0,1% do tamanho total da Lua. A estação tem o formato de uma esfera e orbita a Terra como se fosse de fato um outro satélite natural; é dividida em quatro andares. O primeiro, parece uma grande sala de reuniões, com uma redoma de vidro cobrindo todo lugar; é possível ter uma bela visão do planeta. Nela se localizam também várias pequenas pistas de pouso, onde os ônibus espaciais costumam entrar. As viagens extraplanetárias se tornaram tão comuns, que já são consideradas banais por muita gente. No início da década de 2040, a humanidade já até mesmo havia iniciado a exploração de Marte. De fato, o homem não olha mais para o espaço com a mesma curiosidade de 30 anos atrás, as atenções dos cientistas estão agora focadas no oceano profundo; na Terra, inúmeras expedições já estão sendo feitas e muitas outras sendo planejadas para tentar descobrir os mistérios das profundezas aquáticas.

Entretanto, o espaço não deixou de ser algo amado por muitos. Entre os amantes da fronteira final (termo usado nas clássicas séries e filmes da franquia Star Trek), está Bernard Griffin, uma das maiores mentes da humanidade atual. Iniciou seus estudos na Universidade de Harvard com apenas 17 anos, estudou Astronomia e logo se formou em Engenharia Espacial. Foi ele quem projetou a Heavely Miracle, e deixando de lado a modéstia, observava com orgulho de si mesmo aquela imensa estrutura. Depois, parou e observou por um instante o planeta azul, focou em um determinado ponto, sem pensar nada. Uma parte do seu cérebro foi "desligada" temporariamente. Uma voz quebra esse seu momento.

— Doutor Griffin?
A voz que o chamou de longe era poderosa e grave, parecendo a de um locutor de rádio. Mas quem havia chamado a atenção de Bernard era mais do que um simples locutor.

— General Patrick Baker, que prazer! -  respondeu Bernard, com um tom de voz tão caloroso e simpático que nem combinava com aquela cara arrogante que trazia sempre.

— O que está fazendo aqui, amigo? A inauguração será dentro de algumas horas! Anime-se! Sua criação será finalmente aberta ao público! - exclamou Patrick, olhando nos olhos do gênio, orgulhoso, pois havia, desde a adolescência, sido um amigo íntimo de Bernard, e agora o via naquele grande momento.

— Eu sei. Só estava aqui, pensando sozinho.

— Existe algo que o incomoda, meu amigo? - Patrick se preocupava com a saúde mental de Bernard; em 2030, a depressão tornou-se a doença número um no mundo todo, fazendo com que as áreas de saúde prestassem mais atenção no problema.

— Eu estou bem, não se preocupe. - Bernard confortava o amigo. - Apenas estou um pouco ansioso para a inauguração.

— Ora, para com essa besteira! Tudo vai sair bem!

— Tomara, tomara! E como vai a questão da segurança do local?

— Venha ver com seus próprios olhos.

Os dois entram numa espécie de elevador, que levava aos três andares inferiores da Heavely Miracle. O segundo andar se assemelhava a um corredor de hotel, de fato funcionava como um. Era repleto de quartos, que tinham a área de uma casa de família de classe média, cada um com sua numeração. Ali era onde os futuros hóspedes iriam ficar. Cada quarto possuía todas as comodidades que eles poderiam precisar: uma cama, televisão, banheiro, além de uma máquina de comida. Embora recebesse o nome de "estação", a Heavely Miracle era na verdade um gigantesco hotel espacial. Cada andar possuía aproximadamente 0,85 km, era assustador e fascinante ao mesmo tempo.

Em seguida, foram para o terceiro andar, que era totalmente destinado à recreação, ao lazer e aos exercícios físicos. Era separado em várias áreas, cada uma pertencente a um tipo de distração. Perto do elevador onde Bernard e Patrick estavam, se localizava uma pequena academia, com equipamentos de levantamento de peso e esteiras. Um pouco mais distante, tinha uma área apenas para meditação, o local era inclusive isolado por uma redoma de vidro semelhante à do primeiro andar, porém em tamanho menor. Essa pequena redoma servia para não deixar o som exterior atrapalhar as pessoas que estavam lá para acalmar a mente. Ao entrar na redoma, era possível ouvir uma música extremamente calma e desestressante. Na verdade, a redoma não só isolava os ruídos externos, como também reproduzia apenas para aqueles que estivessem lá dentro músicas destinadas à meditação sem parar; 24 horas por dia reproduzindo sons de flautas indígenas, harpas, pianos e até mesmo sons naturais, como barulhos de cachoeiras ou de chuvas, como se fosse uma estação de rádio exclusiva para isso. Esse sistema de áudio também foi projetado por Bernard Griffin, que era grande fã da meditação, sabendo que ela ajudava e muito pessoas depressivas e ansiosas.

Um pouco mais longe, ficava uma área restrita. Apenas pessoas autorizadas tinham permissão para ir ali. Era onde a "Tropa Heavely" fazia exercícios.

A Tropa Heavely foi também uma ideia de Bernard. Ele prezava pela segurança de sua estação espacial, por isso solicitou que um grupo de soldados fosse treinado para agir em qualquer momento de desordem no Heavely Miracle. Quem os lidera é o General Patrick Baker, que serviu o exército americano durante mais de 20 anos. Quando o Doutor Griffin deu a ideia para criar um grupo de soldados para defender sua estação, pensou logo em seu velho amigo Patrick para liderá-lo. Foi difícil convencer o exército americano a ceder alguns de seus soldados e um de seus melhores generais para servirem uma estação espacial, mas o projeto de Griffin era tão ambicioso, tão inteligente, que logo os Estados Unidos se tocou que ter soldados seus trabalhando em um lugar assim seria uma imensa honra.

Existiam ao todo, 200 soldados na Tropa Heavely, mas existia um que chamava a atenção de Patrick.

— Soldado Oliver Hayes?

— Aqui, senhor!

Oliver era a idealização de soldado. Era alto, forte, sabia usar as armas como nenhum outro; tinha também um vasto conhecimento em Física Aplicada, Astronomia e até mesmo em Engenharia Espacial, mesmo nunca tendo estudado nenhum desses cursos. O que sabia aprendeu nos livros. Essa vasta sabedoria na área fez com que ele fosse o primeiro a ser cogitado a defender a Heavely Miracle.

— Venha comigo, quero você presente no primeiro andar da estação hoje, você cuidará da segurança da inauguração. - Disse Patrick, com sua grossa e autoritária voz.

— Afirmativo, senhor! - Respondeu Oliver.

Patrick não era tão rígido como a grande maioria dos generais, o que fez com que os soldados o considerassem mais um amigo do que um chefe. Entretanto, a força de sua voz o fazia ser autoritário quando necessário; ninguém tinha coragem de dizer um "não" aquele som potente que saia de suas cordas vocais.

Os exercícios que a Tropa Heavely era obrigada a fazer eram bem mais rígidos do que aqueles que os hóspedes faziam por opção. A estação logo iria receber um número incontável de pessoas, a segurança do local era fundamental.

Oliver, Patrick e Bernard entram no elevador. Estavam perto de acabar o passeio por aquela enorme estrutura. Só faltava mais um andar. Quando Bernard apertou o botão dando a ordem ao elevador para ir até o quarto e último andar, uma tela de reconhecimento de impressões digitais se abriu. Apenas Bernard poderia ir até lá; qualquer outra pessoa que fosse, provavelmente estaria acompanhada do Dr. Griffin, isso porque o elevador só iria subir além do terceiro andar se a impressão digital de Bernard fosse reconhecida. O engenheiro coloca o seu polegar na tela e uma voz eletrônica diz em seguida:

— "Identidade reconhecida: Dr. Bernard Griffin."

Patrick não parecia estar estranhando nada, mantinha sua postura ereta e autoritária enquanto o elevador subia. Mas Oliver se espantou com aquilo. Por que toda essa segurança para ir até o quarto andar? O que existe ali?

O elevador se abre e os três saem dele. O quarto andar era o mais diferente e o mais perturbador de todos. Todos os outros três possuíam uma iluminação característica, as diversas luzes espalhadas pela Heavely Miracle faziam parecer que aqueles estavam andando sob a luz do dia. O quarto andar, não. Se os outros três tinham uma iluminação semelhante à que o Sol nos propicia pela manhã, este era bem mais escuro; a luz do quarto andar se assemelhava mais à iluminação da Lua nos céus noturnos da Terra.

Era necessária uma certa cautela ali, o quarto andar era cheio de "space junk", lixo espacial. Desde o início da década anterior, os restos de satélites antigos e outros detritos que orbitavam o planeta estavam se tornando um problema muito discutido. A Heavely Miracle achou uma maneira no mínimo inteligente de amenizar esse problema. O quarto andar servia como uma espécie de caminhão de lixo gigante. Todo o space junk que era coletado era automaticamente levado para uma enorme máquina, que ia do chão até o teto do quarto andar, Bernard a chamava de NEUTRY; essa máquina era nada mais, nada menos do que um gerador de energia.

O responsável por gerar essa energia era um reator de fusão. Todo o lixo espacial era levado e submetido a temperaturas altíssimas pela máquina. O calor lá dentro é tão alto que todos os detritos são transformados em plasma. Os motores da NEUTRY eram responsáveis também por manter a densidade dos íons suficientemente grande, além de capturar os nêutrons de alta energia e usá-los para fazer toda a estação funcionar. Existia ainda um outro motor, este de resfriamento, que impedia que a NEUTRY derretesse com o intenso calor plasmático. A energia de fusão já estava aos poucos dando seus primeiros passos na Terra, mas o primeiro reator de fusão a funcionar de fato era aquele que estava diante dos olhos de Oliver e Patrick.

— Incrível, Dr. Griffin! - Exclamou Patrick. - Devo imaginar que essa maravilha também é invenção sua?

— Se engana - Respondeu Bernard - Quem projetou esse belo equipamento foi o meu colega de quarto na universidade Danilo Oliveira.

Danilo Oliveira também entrou muito jovem na Universidade de Harvard, onde teve a chance de conhecer Bernard, também se formou em Engenharia Espacial, mas nunca chegou a elaborar projetos ambiciosos - com exceção do NEUTRY - igual a seu amigo, trabalha até então na NASA, sendo um dos poucos brasileiros atuantes por lá; de fato, não tinha tempo de pensar em grandes projetos. Bom, pelo menos era isso que todos pensavam.

— Danilo foi a mente brilhante que deu luz ao NEUTRY. Eu apenas fui o responsável por dar a ele todo o dinheiro que precisasse para construir, com a única condição: o primeiro modelo seria utilizado para dar energia à Heavely Miracle.

"Dinheiro era o menor dos problemas para o Dr. Griffin", pensou o General Baker. Bernard foi o primeiro trilionário do mundo. Embora tenha voltado ao posto de bilionário após ter gastado mais de 50% da sua fortuna para construir sua estação espacial. Mesmo assim, ainda era considerado o homem mais rico do mundo, e o mais inteligente também. Bernard Griffin, para ser o Tony Stark da vida real, só faltava uma poderosa armadura de ferro, olhe lá se já não tivesse construído uma. Ah, sim, Bernard era cheio de invenções secretas.

Um pouco distante dali, em um local isolado de todo o lixo e longe das luzes emitidas pela NEUTRY, estava localizada o que parecia ser uma estranha nave espacial.

Oliver se aproximou, sem que Bernard e Patrick percebessem. O enorme objeto lhe atraiu a atenção, pois era totalmente diferente de todos os outros modelos de naves que já havia visto. As naves espaciais mais recentes possuíam o tamanho aproximado de um avião, mas aquela, no máximo, deveria possuir o tamanho de um carro esportivo de 22 anos atrás. No início até pensou se tratar de mais um lixo espacial, mas logo mudou de opinião ao ver que ela estava bem conservada, como se nunca tivesse sido usada; além disso, havia um campo de força protegendo-a.

O auto-falante instalado no teto do andar chama a atenção de Bernard:

"Dr. Griffin, a inauguração iniciará dentro de alguns minutos."

— Tenho que me preparar. - disse Bernard. - Vamos voltar para o primeiro andar.

— Sim. - Respondeu Patrick. - Soldado Hayes?

— Estou aqui, general! - Respondeu Oliver.

— Vamos, temos que nos preparar para a inauguração também.

— Sim, senhor!

Oliver segue o General Baker e o Dr. Griffin, mas de vez em quando, olhava para trás para contemplar mais um pouco aquela intrigante nave. Ao olhar com mais atenção, viu que nela havia a a assinatura de Bernard Griffin, ou seja, ele havia construído aquilo. Mas o que era aquilo? E por que Bernard o escondia ali? Seria um protótipo de um novo modelo que ele iria lançar no mercado? Se sim, por que ele não havia comentado sobre isso?

Bernard Griffin era realmente um homem de grandes mistérios. Sua própria data de nascimento era um mistério. Ele nunca deixou que fossem reveladas detalhes de sua vida pessoal. Devido a isso, inúmeros teóricos da conspiração faziam hipóteses, muitas absurdas: alguns diziam que Bernard era um alienígena, o que explica sua inteligência descomunal. "Tudo baboseira", pensava o Dr. Griffin; às vezes, quando estava entediado, gostava de ler essas teorias absurdas sobre ele, e dar altas risadas delas.

Estava chegando a hora da inauguração. Dois ônibus espaciais se aproximavam da Heavely Miracle. Um deles era destinado aos convidados, o outro, às autoridades, líderes políticos, etc. Os presidentes dos Estados Unidos, China e até mesmo da Índia, esta já estava se tornando uma super potência econômica mundial; a Índia já estava quase tão poderosa que já rivalizava com o governo americano e o governo chinês. Todos se reuniram no primeiro andar, onde Bernard faria seu discurso.

Patrick cuidava da segurança; a Tropa Heavely formava um círculo em volta do local em que Bernard iria discursar.

— Soldado Oliver, enquanto eu estiver conversando com o Dr. Griffin, quero que você fique no comando! - disse Patrick.

— Sim, senhor! - respondeu Oliver.

Os outros soldados não gostaram disso. Não gostavam da preferência que o General Baker tinha para com Oliver Hayes.

Oliver, por sua vez, se concentrava no palco onde Bernard já se preparava para fazer seu discurso, mas uma visão (uma bela visão, diga-se de passagem) roubou seu foco. Era Jasmine Foster. De todos os 200 soldados da Tropa Heavely, ela era a única mulher, mas não era só por isso que se destacava. Era uma atiradora fantástica, possuía um conhecimento tático de invejar qualquer um, além de ser muito linda. Podia não ter o belo corpo "violão" que muitos homens idealizam; na classificação masculina, ela era o que eles chamam de "tábua"; era macérrima, de fato. Ah, mas seu rosto sim, invejava até quem já foi capa da Revista Playboy. Tinha um rosto tão lindo, que atraia os olhares masculinos instantaneamente. Seus penetrantes olhos verdes e sua cabeleira longa reforçavam ainda mais a beleza daquela mulher. Porém, sua personalidade era algo que muitos consideravam um defeito. Jasmine era extremamente arrogante, poucos conseguiam empatia com ela, chegava até mesmo a botar medo no próprio Patrick Baker.

Jasmine se posicionou à esquerda de Oliver.

— Vai ser um evento e tanto, hein? - Oliver puxou assunto com Jasmine.

— É de se esperar. - respondeu friamente.

Um barulho de microfonia fez todos voltarem a atenção para o palco.

— Senhores, atenção! - falou Bernard. - Fico feliz em ver tanta gente aqui hoje. A Terra é o lar da humanidade, mas ninguém vive na mesma casa para sempre. A exploração espacial pode ser algo que muitos olhem com um certo receio. Mas é extremamente necessário expandir nossa existência para além deste belo planeta azul que vocês podem ver por essa grande redoma. Pesquisadores acreditam que daqui a dois anos, isto é, em 2042, a população mundial alcançará os 9 bilhões de habitantes. Isso é um pouco preocupante, pois mostra que o nosso planeta já está ficando pequeno demais para abrigar todos nós. Por isso defendo a exploração espacial e a colonização de outros planetas; já estamos fazendo isso com Marte, e a tendência é ir além, quem sabe, da Via Láctea.

Todos escutavam admirados as palavras de Bernard. No meio da platéia estava Danilo Oliveira, ouvindo atentamente as palavras do amigo.

Alguns achavam improvável que a humanidade saísse dos limites da Via Láctea. Se isso acontecesse, não seria tão cedo. Mas quem estava falando era Bernard Griffin; ninguém acreditava que teríamos uma grande hotel espacial orbitando a Terra antes do século XXII, e olha só onde estamos agora.

O Dr. Griffin continuava seu discurso...

— A Heavely Miracle é apenas o início de algo maior e mais ambicioso ainda! Todo o lucro que eu conseguir com ela será destinado às pesquisas de exploração espacial. Levarei o homem para fora da Via Láctea até o fim desta década! Promessa para mim é dívida!

Todos aplaudiram aquele breve, porém impressionante discurso. Oliver se entusiasmou principalmente com a promessa de levar o ser humano para além da Via Láctea até 2050. Essas palavras fizeram ele se lembrar da promessa que o ex-presidente John F. Kennedy havia feito anos antes de ser assassinado: o homem pisaria na Lua até o final daquela década.

Todos acreditavam que Bernard Griffin estava blefando. O lucro que conseguiria com a Heavely Miracle provavelmente seria na verdade investido para sua fortuna pessoal, afinal, ele havia gastado mais da metade dos trilhões (eu disse trilhões!) de dólares. Mas Bernard tinha a fama de nunca blefar.

Após o discurso, Bernard foi falar com seu amigo Danilo, juntamente com o General Patrick Baker. Eles conservavam em silêncio, e procuravam disfarçar sempre que alguém passava por perto, fato que atraiu a atenção de Oliver.

Juntos, se dirigiram até o elevador, onde subiram para o quarto andar. Oliver achou aquilo muito estranho, pois o General Baker nunca sumia sem avisar aos soldados onde ia. Seja lá o que aqueles três foram fazer no quarto andar, tinha algum segredo por trás disso.

Oliver decidiu investigar isso melhor. Esperou o elevador voltar e entrou nele. O grande problema para ir até o quarto andar seria justamente o leitor de impressão digital, programado para reconhecer apenas o dedo do Dr. Griffin. Mas Oliver era mais inteligente do que muitos desconfiavam. Usou um truque que já era um clichê, de tanto que já foi visto em filmes, mas que funcionava. Pegou um spray de pimenta que tinha guardado no bolso e aplicou no sensor biométrico, destacando a marca da última vez que Bernard havia usado; e com um pequeno papel que rasgou de um bloco de notas que sempre trazia no bolso, pressionou o leitor, que logo emitiu a voz:

"Identidade reconhecida: Dr. Bernard Griffin."

Com um sorriso sarcástico no rosto, Oliver descia até o quarto andar.

Enquanto isso, por lá, Bernard, Patrick e Danilo se andavam pelo andar 4 como se procurassem por algo. Passaram pela NEUTRY como se ela fosse apenas mais uma peça de lixo espacial por ali. Pararam diante da misteriosa nave, aquela mesma que Oliver já havia visto antes. Patrick tentou tocá-la, mas foi impedido pelo campo de força que a envolvia. Nem a NEUTRY, a fonte principal de energia da Heavely Miracle possuía um campo de força para  protegê-la.

— Então essa é a sua mais ambiciosa criação? - perguntou Patrick.

— É. - respondeu Bernard. - Meus amigos, estamos diante de uma verdadeira nave capaz de viajar pelo tempo.

 


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Notas finais do capítulo

Espero que tenham gostado! Vejo vocês no próximo capítulo. Abraços!



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