O amor abençoado pelo Nilo escrita por kagomechan


Capítulo 7
Explicações são necessárias


Notas iniciais do capítulo

a empolgação ficou em alta pra escrever esse capítulo e até teria capítulo duplo hj se eu n tivesse coisa pra fazer e outras fics q precisam se atualização mais urgentemente q essa kkk foi mal. bem, por enquanto, aproveitem esse capítulo. é bem provavel q o prox chegue logo ♥



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O corpo de Sadie estava pegajoso com suor quando Anúbis gentilmente tocou seu ombro. A garota se sobressaltou, não havia notado que ele estava gentilmente chamando o seu nome até então.

— Sadie? Tá tudo bem? - perguntou Anúbis delicadamente enquanto ela olhava para ele parecendo que tinha visto um fantasma.

— S-Sim… - disse ela se levantando lentamente se soltando delicadamente do toque do noivo e se sentando na beirada da cama - Foi… só um pesadelo.

Anúbis parou um pouco diante daquela informação. Observava as reações dela com calma enquanto se aproximava e sentou-se ao seu lado.

— Pesadelo mágico ou pesadelo normal? - perguntou ele sabendo muito bem que não era muito incomum magos terem pesadelos mágicos.

Ela abriu a boca para falar uma vez, duas. Mas nenhum som saiu de sua boca. Ela suspirou fundo fitando suas mãos sobre suas coxas lembrando de cada cena sangrenta do que vira. Seu estômago se embrulhou ao lembrar daquelas coisas. Sadie não conseguia olhar para ele. Não ainda. Ele apenas a fitou. Dando a ela o tempo que ela precisava para organizar a cabeça, mas era difícil controlar seu coração preocupado.

Depois de uns segundos, ela voltou a olhar para ele. Não havia aquele ódio e frieza que vira no sonho no olhar de Anúbis. Não. Ali estava o Anúbis que ela conhecia com o olhar cheio de amor e preocupação.

— Eu preciso de um tempo… - disse Sadie ao se levantar da cama.

Anúbis seguiu com o olhar ela entrar no banheiro e então se trocar lá dentro. O olhar dele foi para o relógio que marcava duas horas da manhã quando o barulho do chuveiro ligou. Anúbis respirou fundo perguntando-se o que teria acontecido. Ele se levantou da cama e fitou um pouco a noite de Londres antes de voltar à se sentar na cama.

Sadie deixava a água escorrer pelo corpo e apenas ficava ali embaixo do chuveiro deixando os pensamentos voarem. Sabia bem qual era a intenção de Hórus ao mostrar aquelas cenas para ela. Fazer ela desistir de Anúbis ao ver partes do passado dele que ele provavelmente não gostaria que ela visse. Contudo, será que Hórus contava que ela tinha consciência de algumas delas? Em uma conversa anos atrás, Anúbis tinha mencionado que a primeira vez que matou uma pessoa foi na tenra idade de 5 anos e que isso havia sido um acidente iniciado por um momento de fúria quando um adolescente maltratava um filhote de chacal tacando pedra nele. E, a pequena criança, ainda alheia a existência e abrangência de seus poderes, simplesmente viu o adolescente desaparecendo e morrendo diante de si antes de ter consciência que fora ela quem fez isso.

Ela não tinha muita noção ainda de onde e como encaixar as outras cenas. Talvez apenas a da Batalha de Kadesh. Não era estranho se esperar que ele tivesse ido para algumas guerras. Quando fechou o chuveiro, disse a si mesma que não deixaria Hórus atrapalhar seu relacionamento daquele jeito.

Ela se secou, se vestiu e, quando ela abriu a porta do banheiro, encontrou Anúbis sentado na cama virado para a porta do banheiro. Ele levantou a cabeça olhando para ela e foi logo perguntando:

— Está tudo bem? - perguntou ele.

Ela via no olhar dele que ele estava se coçando para saber se ela estava bem. Lentamente, Sadie sentou-se ao lado dele e resolveu que era hora de conversar.

— Um pouco melhor… - disse ela soltando um pesado suspiro.

— Foi tão ruim assim? O pesadelo… - perguntou ele.

— Foi - disse ela pegando na mão dele e apertando a mão tão pálida dele entre suas duas mãos - E, respondendo sua pergunta de antes, foi um pesadelo do tipo mágico.

Imediatamente a preocupação de Anúbis aumentou. Ele olhou para ela tenso e tocou lhe a bochecha gentilmente virando o rosto dela para o dele.

— Você está bem? O que aconteceu no sonho? - perguntou ele.

— O sonho foi uma mensagem de Hórus - respondeu ela e, diante do nome do primo, o rosto de Anúbis se fechou completamente.

— O que ele fez? - perguntou.

— Ele mostrou para mim algumas cenas do seu passado… cenas que talvez você não quisesse deixar que eu soubesse.

A mão de Anúbis soltou o rosto dela se fechando em um punho que poderia representar tanto o medo como a raiva pela atitude de Hórus e pela reação que ela teria.

— Sabe que não tem isso - disse Anúbis olhando para baixo como se estivesse envergonhado - Obviamente tenho partes de minha que não me orgulho, mas não pretendo manter nenhum tipo de segredo de você.

— Eu sei - disse ela se levantando e dando um beijo no topo da cabeça dele - Só não sei se ele contava com isso.

Os dedos de Sadie passearam pelos cabelos negros da cabeça ainda abaixada de Anúbis e a aproximou fazendo com que ela tocasse em sua barriga.

— Tem algo que você queira perguntar ou saber? - perguntou ele com medo - Sobre as cenas que viu no sonho?

— Tem - disse ela depois de alguns segundos - Mas não sei se estou pronta.

O silêncio reinou no quarto por algum tempo enquanto Sadie pensava nas cenas que via e sentia seu estômago se embrulhar mais uma vez. Pensava no tanto de cadáveres, no tanto de gritos de terror ou pedidos de misericórdia. Pensava em Anúbis torturando Seth. Não sabia qual dava-lhe mais agonia. Seth podia ser uma pessoa odiosa e problemática sob todos os aspectos, mas ela não gostou nem um pouco daquela última cena.

— Creio que deva ter tido seus motivos para cada uma delas… - disse ela embora não conseguisse pensar em muitos motivos plausíveis para muitas das cenas.

— Não posso afirmar ou negar isso sem saber do que exatamente fala. - disse Anúbis soltando um suspiro.

— Uma de cada vez então? - perguntou Sadie se afastando um passo e fazendo Anúbis levantar a cabeça para olhá-la nos olhos.

Sem pensar duas vezes, Anúbis afirmou com a cabeça e Sadie imediatamente começou a pensar nas cenas que viu.

— A primeira cena que ele mostrou… acho que você já me contou antes dela - disse Sadie.

— Qual?

— De quando você era pequeno… e… matou o adolescente. - explicou ela.

— Lembro - disse ele soltando um suspiro - Já te contei que essa foi praticamente um acidente.

— Sim. - disse ela afirmando brevemente com a cabeça -  Depois dessa… foi.. ahm… um homem. Ele gritava e tentava subir uma parede de pedra por trás dele. Aí você apareceu na sua forma de chacal e… pulou na garganta dele.

— Um homem? - perguntou Anúbis provavelmente tentando situar a cena em sua memória - Roupas sujas, mas típicas? Uma barba grisalha e sandálias de couro?

— Não prestei atenção se a sandálias eram de couro… mas usava sandálias. - disse Sadie.

— Se não estou confundindo, ele tinha estuprado uma garota - disse Anúbis - Hórus já era faraó nessa época e não queria os deuses afetando diretamente a vida dos mortais. Então tive que usar a forma de chacal por mais que seja óbvio que era eu, pelo menos é menos chamativo.

Sadie parou uns segundos tentando digerir a informação de que o tal homem era um estuprador. Ela fechou os olhos e respirou fundo para organizar a cabeça por um tempo.

— E… pelo o que eu me lembre, não está entre suas obrigações punir os vivos… - disse Sadie - né?

— Certo. Mas… as vezes é difícil ficar quieto - respondeu ele fechando a mão fortemente na forma de um punho.

— Entendo - disse ela soltando um suspiro e sentando-se lentamente no colo dele.

Os braços dela contornaram o pescoço dele enquanto os braços dele lentamente envolviam a cintura dela. Ainda um tanto preocupado com o que quer que Hórus tivesse mostrado à Sadie, o olhar de Anúbis era triste pois ele era bem ciente de todas as coisas que havia feito no passado. Talvez tentando tranquilizá-lo, os dedos de Sadie acariciavam os cabelos dele delicadamente. Ela aproximou seu rosto do dele e tocou-lhe o nariz lentamente e ambos fecharam os olhos por uns segundos.

— Não faça essa cara… - disse ela delicadamente.

— Não posso evitar. Sei bem que tive minhas más décadas. - disse ele com um suspiro pesado.

— Sabe que Hórus está fazendo isso tentando nos separar… - disse Sadie.

— Sei - respondeu ele.

— Posso perguntar de mais uma? Teve mais outras mas… acho que por hoje só mais uma já me satisfaz. - disse Sadie - A verdade é que meu estômago está meio embrulhado só de pensar na outra.

Ele afirmou brevemente abrindo os olhos esperando qual era a tal próxima cena. Sadie ficou com a coluna ereta por uns segundos lembrando-se da cena e dos corpos diante da pequena vila. A visão dos soldados fazia a garota ficar toda arrepiada. Deixaria a da tortura de Seth para depois. Torturar era uma coisa diferente de matar. Mesmo que a pessoa que sofre no caso seja imortal, como é o caso de Seth. Não sabia se teria a coragem de ouvir que seu noivo tinha os nervos dentro de si para aguentar torturar uma pessoa.

— Tinha um exército e você estava entre eles e uma vila. É verdade que você mal saía do lugar, mas aparentemente controlava os chacais para destruir o exército. - disse ela.

— Sei qual é - disse ele e ela não conseguiu evitar dar uma leve risada.

— Deuses tem mesmo uma memória invejável eim? - perguntou ela e ele abriu um pequeno sorriso.

— Posso te levar para um lugar?

Sadie afirmou com a cabeça e Anúbis a segurou mais firmemente. Num piscar de olhos, a névoa negra os envolveu e não estavam mais no quarto deles na noite de Londres e sim, do lado de fora. Anúbis segurava Sadie em seus braços  enquanto a luz da lua iluminava as águas do rio que cruzava logo ao lado. Mas aquele não era qualquer rio, assim como Sadie perceberia rapidamente, aquele era o Nilo. Aquela parte da margem do rio onde estavam era mais dominada pelas plantas e pela areia do que pelas várias construções que estavam ao seu redor. Casas, prédios, pontes, uma cidade que ainda dormia. Alguns barcos descansavam nas margens do Nilo depois de um longo dia de trabalho enquanto se preparavam para mais um e algumas luzes dos prédios estavam acesas como provas de pessoas que tinham às noites ocupadas de tarefas ou insônia. Apesar de a maior parte da cidade estar da margem oposta à qual eles estavam, algumas coisas estavam claras: era uma cidade grande e também uma cidade moderna.

— Quando perguntou se podia me levar para algum lugar, não imaginei que seria pro Egito! - disse Sadie mais surpresa do que irritada.

— Desculpe - disse ele ainda a segurando talvez sem querer que ela pisasse com os pés descalços na areia.

— Onde estamos? É… aquela vila? - perguntou ela olhando para ele surpresa diante da diferença que alguns séculos tinham causado.

— Sim. - disse ele olhando para ela e então para a cidade além - Hoje em dia, se chama Assiut. Mas antes se chamava Zawty. No meio desses dois nomes, teve outro, Lycopolis. “Lyco”, do grego, “lobo”.

— A cidade dos lobos?

— Sim. Ganhou esse nome depois que foi defendida por lobos de um ataque etíope. O ataque que você viu. - disse ele - Cada cidade tinha um deus que a protegia. Zawty era minha responsabilidade.

— Não é também a cidade que diz nos seus documentos que você nasceu? - perguntou ela e ele deu uma leve risada.

— Uma mera brincadeira com quem os fez. - disse ele enquanto ela pensava que provavelmente teria muito imigrante ilegal querendo saber como conseguir documentos falsos mas verdadeiros que os deuses conseguiam pra se passar por humanos - Eu não nasci aqui. Mas mantenho sim um certo apreço pelo lugar mesmo que hoje em dia não se pareça em nada com a cidade que conheci.

— Você tinha templos aqui? - perguntou ela e ele afirmou com a cabeça.

— Aqui tem uma ruína com múmias de lobos.

— Bem… até agora você deu motivos bem plausíveis para todas as cenas - disse ela - Mas, claro, levando em conta que antigamente as coisas costumavam ser resolvidas de maneiras mais sangrentas.

— Sim. Já mencionei uma vez, não me orgulho de todas as coisas que fiz.

— Eu sei… - disse ela simplesmente abraçando-o mais forte - Vamos voltar? Quero tentar dormir o que me resta da noite.

— Sim senhora - disse ele com um doce sorriso.

E, tão rapidamente quanto eles apareceram ali, nas margens do Nilo, eles estava de volta para Londres. Mal chegando, eles se deitaram na cama novamente e se enrolaram nos cobertores abraçados. Contudo, embora Sadie tenha fechado os olhos, ela não dormiu de fato. Quando o relógio marcava 3:45 da manhã, ela desistiu de dormir e se soltou com delicadeza do abraço de Anúbis tentando não acordá-lo. Ela se levantou e foi até onde havia largado o celular e ficou mexendo nele sentada no puf. Seus pensamentos logo voavam para o casamento enquanto tentava não pensar na cena de Anúbis torturando Seth.

Distraída com o celular, seus dedos passaram por agências que organizam as cerimônias de casamento, igrejas, praias, regras, vestidos, comida. Logo já pensava em quem chamaria para madrinhas e se perguntava se Anúbis sabia como um casamento moderno funcionava. Talvez tivesse se empolgado demais vendo as coisas na internet do celular, pois logo o sol já estava ameaçando nascer no horizonte. Sadie passou a mão nos olhos cansados quando o celular notificou uma mensagem nova em um grupo de Whats App cujo nome era “Semideuses ferrados”.

Ela abriu o grupo para ver do que se tratava e logo a expressão de surpresa tomou conta de seu rosto ao ver a foto de um recém nascido enviada por Percy. Sadie pulou do puf e rapidamente foi até a cama pulando nela e acordando Anúbis.

— Anúbis, Anúbis! Olha! O filho do Percy e da Annabeth nasceu!! - exclamou ela mostrando a foto para ele.

Anúbis olhou com dificuldade para o celular cuja luminosidade doía seus olhos. Mas logo ficou mais desperto ao ver as agora várias fotos que Percy tinha enviado. Fotos daquela pequena criatura tão frágil e sensível que se enrolava em lençóis no colo de Annabeth que estava com cara de acabada ou no colo de Percy que exibia um sorriso de vitória. A pequena criança, tinha os cabelos claros da mãe mas não era possível ver qual a cor dos olhos já que em todas estava de olhos fechados.

— Dá mais vontade né? - perguntou ela dando uma breve risada e ele sorriu para ela afirmando com a cabeça também.

— Qual o nome? - perguntou Anúbis.

— Ah… acho que o Percy esqueceu de dizer no meio da emoção - disse ela rindo.

[Sadie (04:52): Q fofo!! Parabéns!! Qual o nome do pacotinho de amor?]

[Leo (04:52): Aê cara! Parabéns!!1! Por favor diz q o nome é Hidrogênio!]

[Percy (04:55): Haha… não ¬¬ Apresento-lhes, Colin Chase-Jackson]

[Hazel (04:56): Parabéns!! Adorei a escolha do nome! ♥ ]

[Leo (04:57): Caraca! Sério que tem tanta gente acordada à essa hora?]

[Hazel (04:57): Aqui em Pequim já tá quase na hora do almoço o/]

— Temos que visitá-los depois - disse Sadie sorrindo para o celular vendo a foto da pequena criança.

— Sim, temos - disse ele se sentando na cama e beijando sua bochecha.

 


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Notas finais do capítulo

eae? gostaram do cap? mereço comentários? digam-me suas impressões! adoro ♥
obrigada por lerem e até o prox cap ♥