O amor abençoado pelo Nilo escrita por kagomechan


Capítulo 11
Vivo ou morto


Notas iniciais do capítulo

OLÁ! OLHA QUEM CHEGOU COM PRESENTE DE NATAL!! Pois é, tirei essa fic do hiatus graças à maravilhosa Jéssica! Não sei se lê essa parte Jéssica, mas esse capítulo é oficialmente em sua homenagem. Afinal, foi você que fez eu tirar essa fic do hiatus.
Para tirar essa fic do hiatus, eu primeiro tinha que fazer alterações de coisas que eu não gostava na fic. (Porque eu sou perfeccionista!). Para que não se percam, eis as mudanças:
— Juntei o capítulo 2 e 3.
— Fiz algumas correções e melhoras gerais no texto explicando melhor o que estava acontecendo e apresentando melhor alguns personagens.
— Também mudei o momento que teria sido a "primeira vez" de Sadie e Anúbis na Grécia. Agora eles teóricamente já tinham aprontado antes do pedido de casamento.
— Por causa disso, também mudei todas às menções quanto à essa tal 'primeira vez', uma vez que ela já não foi a primeira.
— Também mudei o momento em que a Sadie descobre que está grávida. Ela não precisou mais ir até a farmácia. Ela e o Anúbis simplesmente olharam através do Duat e viram que tinha mais uma alma ali.

Bem, e é isso. caso achem alguma coisa que ficou mal encaixada por causa dessas alterações, por favor, avisem.

Bom, aproveitem o capítulo!



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Claro que, com sua sorte, Sadie deveria ter imaginado que era só uma questão de tempo para que problemas surgissem. A garota já estava se chamando de tola por acreditar que poderia ter uma vida tranquila e normal com sua nova família. Foi como se tivessem jogado um balde de água fria sobre Sadie. Ainda nem sabia se estava grávida de um menino ou uma menina, e já tinha gente atrás de seu querido bebê. Ela segurou sua varinha com mais firmeza, não deixaria ninguém fazer nada com seu filho ou filha. Se dependesse dela, iria virar uma mamãe ursa e exemplar e não deixaria ninguém nem mesmo encostar um dedo em seu precioso bebê.

Ginneyya olhou para Sadie com um sorriso no rosto e deu um lento passo em direção à garota, pronta para começar a luta. A elegante criatura mitológica não tinha medo dos feitiços que a maga soltaria. Afinal, julgava que ela iria se cansar mais rápido que o normal, tal como qualquer mulher grávida. Sadie não tinha coragem de desviar o olhar de sua adversária, mas, com um canto do olho, pode ver Anúbis sumindo de onde estava se dissolvendo em névoa negra. Ginneyya parou de andar ao notar isso também. Sadie podia sentir seu coração bater rápido provavelmente tão tensa quanto Ginneyya também estava se perguntando o que Anúbis estava planejando. Felizmente, Sadie nem teve tempo o suficiente para perguntar-se onde estaria seu noivo, pois ele aparecia atrás de Ginneyya completamente envolto na mesma névoa. O olhar de surpresa que cruzou o olhar de Ginneyya indicou quando ela percebeu que estava prestes a receber um golpe nas costas.

— M-Mas o q… pare, Inpu! - gaguejou Ginneyya.

Claro, o plano de Ginneyya até então era bem simples, fazer Anúbis entrar em transe novamente ao simplesmente proferir seu nome. Contudo, para surpresa da mulher, ao proferir o nome dele novamente, isso, por algum motivo, não evitou com que ela ficasse envolva de névoa negra e então presa por faixas de linho. A mulher gritou na mais pura dor, pois a névoa negra era mais do que apenas para chamar atenção. Cada lugar que do corpo de Ginneyya que entrava em contato com a névoa começava à lentamente se putrefazer, tal como um cadáver.

— O que disse? - falou Anúbis falando até um tanto alto apontando para uma das orelhas, nesta, estava um fone de ouvido - Não consigo te escutar! Rock é meio alto!

Apesar da frase um tanto descontraída, não havia qualquer emoção tranquila no rosto de Anúbis. Seu olhar era da mais fria seriedade enquanto prendia Ginneyya e conforme pedaços de sua tenebrosa névoa se separaram de si formando chacais negros. Diante da movimentação, o Serpopard restante ousou atacar Sadie. Apesar de um dos chacais correr na direção da garota para salvá-lá, não foi necessário. Isso porquê Sadie balançou sua varinha e proferiu um feitiço que empurrou o monstro para longe. O monstro bateu contra a barreira mágica e reclamou de dor aparentemente levando um choque.

Meio desengonçado, o monstro tentou atacar de novo, mas Sadie estava pronta para se defender. Proferindo mais um feitiço, foi fácil fazer o Serpopard pegar fogo. E, para terminar o serviço, um dos chacais negros chegou pulou em cima do monstro começando uma batalha feroz. O chacal não era afetado pelas chamas, mas o Serpopard era, o que o deixava em tremenda desvantagem. Tal desvantagem aumentou quando outro chacal se juntou e transformou-a numa competição para decidir quem iria degolar o Serpopard primeiro. Outros dois chacais ficaram ao redor de Sadie, protegendo-a de qualquer perigo adicional que pudesse surgir.

— Obrigada… - disse ela para um dos chacais que afirmou com a cabeça de forma respeitosa.

Ela desviou então o olhar do animal de névoa e olhou para onde Anúbis já forçava contra o chão Ginneyya que, embora claramente viva, não parecia que iria durar muito. A mulher já mal se debatia, na verdade, ela já mal respirava. Toda enrolada em faixas de linho, ela não tinha muito como se mexer mesmo se a névoa ainda não estivesse decompondo seu corpo que tentava desesperadamente se curar. Faixas de linho estavam enroladas ao redor principalmente de sua boca impedindo-a de falar e seu corpo estava marcado por manchas pretas de putrefação enquanto no cotovelo direito já era possível ver o osso.

Anúbis tirou os fone de ouvidos enquanto o grito fino de dor do Serpopard marcava sua morte. Com um suspiro aliviado e passos apressados, Anúbis foi até Sadie e, com preocupação, tocou delicadamente em sua bochecha com sua mão direita.

— Vocês estão bem? - perguntou ele colocando a mão livre sobre o ventre dela.

— Sim. - respondeu ela soltando o ar com alívio e olhando para Ginneyya - Imagino que tenha a deixado viva para fazer um interrogatório.

— Deduziu certo. - respondeu Anúbis.

Sadie se soltou de Anúbis e olhou para Ginneyya. Contudo, ela segurou com uma mão o pulso de Anúbis enquanto a outra permanecia pousada sobre sua barriga que ainda não exibia qualquer sinal claro de gravidez.

Dentro de si, Sadie sabia que não estaria tão receosa de se aproximar de Ginneyya se não fosse o mero detalhe de estar com uma vida dentro de si. Logo, toda precaução era necessária enquanto se aproximava lentamente da adversária que estava caída no chão. Os chacais feitos de névoa criados por Anúbis acompanhavam o casal enquanto o domo mágico que impedia que qualquer um de fora interferisse na luta estava claramente lentamente se desfazendo. A lenta destruição do domo podia ser tanto um resultado da derrota de Ginneyya, como da interferência dos outros estudantes do Nomo ingles que insistentemente atacavam a cúpula mágica semi-invisível.

— Então, posso te chamar de Ariel versão Halloween Árabe? - perguntou Sadie - Já que você dificilmente é tão simpática como a pequena sereia.

Enquanto Sadie falava, Anúbis botava os fones de ouvido de volta. Mesmo de onde Sadie estava, era possível ouvir a batida forte das baterias e das guitarras que tocavam a música. Infelizmente, dadas as características hipnotizadoras de uma sereia, mesmo em sua versão árabe e com pernas, sobre os homens, ele teria que deixar o interrogatório com Sadie. Mas isso não impedia de ele dar uma ajudinha aqui e ali.

Com os fones de ouvido no devido lugar, um mero balançar do indicador dele foi o suficiente para que as faixas de linho que impediam Ginneyya de falar se soltassem de sua boca. Obviamente, todas as outras faixas e a névoa que impediam que ela se levantasse continuaram ali.

— V-Vai descobrir que… d-dificilmente encontrará… qualquer versão de sereia… como aquela babaquice - disse Ginneyya com dificuldade gaguejando sem ar em algumas palavras - sem falar que… estou mais pra… uma naiade e… gênia.

— É… poucas coisas na vida são como a versão Disney delas - disse Sadie dando de ombros enquanto fazia uma nota mental, que nada a ver tinha com a situação, de que teria que com certeza assistir Disney com seu bebê.

— Pode, por favor, decidir logo o que vai fazer comigo?.. - reclamou Ginneyya reclamando entre-dentes e provavelmente a beira do choro - Essa… essa… magia… ugh…

— Tá, tá tá… - disse Sadie suspirando e fazendo pouco caso com um gesto de mão - me diga então, quem te contou sobre o bebê?

— Almiraj f-foi o primeiro do… qual ouvi… - disse Ginneyya começando a ter mais dificuldade em formar frases - Mas ouvi já… outros… fofoca…  

— Almiraj? - repetiu Sadie estranhando o nome estrangeiro - E esse tal prêmio?

Com dificuldade, Ginneyya abriu a boca para falar, mas, no segundo seguinte, tal simples movimentou parou e seu corpo se desfez como poeira. Quase ao mesmo tempo, o que restava do domo mágico de proteção se desmanchou. Tranquilamente, Anúbis tirou os fones de ouvidos e coçou delicadamente um pouco a entrada do ouvido, certamente não era muito agradável ouvir música alta demais. Não foi muito difícil para Anúbis também recolher a névoa e as tiras de linho que envolviam Ginneyya ao passo que os aprendizes do Nomo Inglês se aproximavam para ver se o casal estavam bem.

— Sadie! Anúbis! Vocês estão bem?! - perguntava Hannah ao se aproximar do casal junto com outros aprendizes.

— Sim sim - disse Sadie enquanto um dos aprendizes, uma jovem garota chamada Anne, olhava para os chacais feitos de névoa com medo nos olhos.

— Está tudo bem. - disse Anúbis olhando para Anne com um leve sorriso - Eles são bem gentis e educados. E adoram um carinho na cabeça.

Com a mãozinha hesitante, a garota foi se aproximando do chacal mais próximo de si para fazer carinho em sua cabeça. Um sorriso tímido nasceu em seu rosto quando ela conseguiu e o chacal fechou os olhos e abanou o rabo aproveitando o momento. Apesar da tranquilidade e doçura do momento trocado entre a criança e o animal mágico, os outros ali trocavam palavras e olhares da mais pura preocupação.

— Conseguiu tirar tudo dela antes de ela morrer? - perguntou Anúbis.

— E exatamente “quem” era ela? - perguntou Hector, o aprendiz que tinha uma enorme aptidão para arte.

— Não consegui tirar tudo dela… - disse Sadie suspirando cabisbaixa sentindo os ombros pesados - Ela morreu antes que eu conseguisse terminar. Mas chegou a mencionar um nome.

— Talvez seja melhor continuarmos essa discussão lá dentro - disse Anúbis indicando a entrada do Nomo e pousando a mão delicadamente e de forma protetora nas costas de Sadie.

Ela afirmou com a cabeça e o grupo entrou dentro do prédio. Foi um pouco difícil convencer Anne à entrar, pois ela estava muito interessada nos chacais que resolveram ficar do lado de fora como guarda-costas. Sentados nos sofás depois de dispensar os aprendizes mais novos, o pequeno grupo passou a discutir os recentes acontecimentos.

Pelos ombros levemente encurvados para baixo e o longo e pesado suspiro, era claro o descontentamento de Sadie. Querendo de alguma forma consolar sua noiva, Anúbis passou o braço ao redor dos ombros dela aproveitando o fato de que estavam sentados lado a lado no sofá. Inicialmente sem dizer nada, ela deitou a cabeça no ombro dele e o abraçou levemente.

— Acho que já era minha vontade de fazer surpresa - disse Sadie soltando um pesado suspiro.

— Ainda pode fazer surpresa pros seus amigos… - disse Anúbis tentando ajudar - Embora o Carter vai ficar provavelmente com raiva se você deixar ele por último.

— Tem razão… isso se ele já não acabar sabendo à essa altura depois disso. - disse ela - Na verdade, talvez exatamente porque isso aconteceu seja melhor já contar para ele.

— Alguém pode explicar direito, por favor? - pediu Hector - Quem era aquela mulher? E aqueles bichos estranhos? Que bebê é esse que você e ela estavam falando sobre?

— O bebê deles… - disse Hannah olhando para Sadie - Né? Sadie… você está grávida né?

— Grávida?! - surtou Hector.

— Já deixei óbvio assim? - perguntou Sadie dando uma leve risada.

— Esqueceu que eu levei as coisas que vocês pediram quando você estava botando as tripas pra fora? - disse Hannah com um sorriso dando uma piscadela - Eu já estava deduzindo mas achei melhor dar espaço para vocês contarem quando estiverem afim. Mas… já que é assim… Parabéns pelo bebê!!

— Obrigada - disse Sadie rindo.

— Obrigado - repetiu Anúbis com um leve sorriso agradecido por Sadie estar melhor.

— O que ela queria com o bebê então? - perguntou Hector.

— Aparentemente estão colocando ele ou ela como prêmio! Argh! - resmungou Sadie irritada e logo trocou seu olhar para Anúbis - Ela mencionou um tal de Almiraj e que aparentemente isso já é fofoca entre os monstros. Você sabe quem é Almiraj?

— Não me parece um nome muito egípcio - ponderou Hannah.

— É porquê é árabe. - disse Anúbis - Não acho que seja um monstro exatamente muito poderoso. Especialmente considerando que parece muito com um coelho. A única coisa extraordinária de que me lembro é que Alexandre ganhou um desses de presente uma vez.

— Alexandre? Que Alexandre? - perguntou Hector perdido.

— O grande? Alexandre, o grande? - perguntou Sadie e Anúbis afirmou com a cabeça.

— Menos mal que ao menos é um monstro fraco… -disse Hannah tentando animar Sadie - E que seu noivo é um deus! Nada menos do que isso.

— Dificilmente ainda me chamaria de deus… - disse Anúbis - Perdi muito de meu poder junto com a imortalidade. Na verdade, se for parar para pensar, já perdi tudo que possa classificar alguém como ‘deus’.

— De toda forma, acho que não posso fugir mais de ter que contar para o Carter… - disse Sadie soltando um suspiro.

— Ainda tem todo o problema de sua segurança fora dessa casa… - disse Hector.

— Daremos um jeito nisso. - disse Anúbis.

Anúbis depositou um doce beijo no topo da cabeça de Sadie e tal carinhoso ato fez ela abrir um pequeno sorriso. Ela levantou a cabeça e olhou dentro dos olhos de cor achocolatada de Anúbis. Sentindo como se seu coração estivesse envolto em uma confortável cama tamanho era o carinho, cuidado e atenção que o ex-deus da morte lhe dava, ela não pode evitar se aproximar de seu noivo e lhe dar um delicado beijo nos lábios. Anúbis correspondeu o beijo com carinho abraçando aquela que seria a mãe de seus filhos.

O doce momento sofreu uma breve interrupção quando Anne entrou no cômodo. A pequena aprendiz olhou para o casal e imediatamente ficou um tanto sem graça devido à demonstração de afeto. Sendo assim, desviou o olhar e fitou Hannah ao falar:

— Tem uma mulher na porta pedindo para entrar e falar com a Sadie - disse Anne.

— Outra inimiga?! - exclamou Hannah enquanto Sadie e Anúbis imediatamente paravam o beijo e olhavam para Anne com preocupação.

— Não pode ser, os chacais teriam me avisado se fosse o caso.. - disse Anúbis preocupado.

Não foi necessário dizer mais nada. Os ali presentes foram imediatamente para a porta de entrada. Além disso, agora que o pequeno segredo de Sadie fora revelado, os aprendizes se viram facilmente no direito de serem mais superprotetores com aquela que tinha lhes ensinado muito ou tudo de que sabiam.

Sobrou para Anúbis olhar no olho mágico da porta para ver quem era. Ao menos Anne tinha fechado a porta. Uma expressão de surpresa cruzou a face de Anúbis ao identificar a figura feminina que esperava ser atendida. Seus chacais estavam lá, atentos para a mulher de cabelos negros, lisos e curtos que, apesar do olhar de arrogância que lançava aos canídeos feitos de névoa, não era uma inimiga. Não, o olhar de arrogância e talvez até um certo desgosto era resultante de uma antiga rivalidade que a mulher tinha com Anúbis. Entretanto, enquanto a mulher tinha uma rivalidade com o ex-deus da morte, ela também tinha uma grande amizade com Sadie. Assim, quando Anúbis abriu a porta revelando quem era, foi com grande alegria que Sadie exclamou:

— BASTET!


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Notas finais do capítulo

Gostaram dessa aparição final XD tava doida pra botar a Bastet na história.
Aliás, dia 3 de janeiro eu viajo e só volto 18 de janeiro. então TODAS as fics estão pausadas até 18 de janeiro. o que estou fazendo é tentar ao menos atualizar cada uma delas uma vez até 3 de janeiro para poder avisar isso.
beijinhos, feliz natal e próspero ano novo pra todos!



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