Laranjinha na Terra do Nunca escrita por SnowShy


Capítulo 5
Uma Aventura no Mundo das Fadas


Notas iniciais do capítulo

Hello, it's me. Demorei um pouco, mas aqui estou eu!
Boa leitura :)



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— Laranjinha, estas são Silvermist, Iridessa, Fawn, Rosetta (que você já conhece) e Vidia: minhas melhores amigas — Tinker Bell apresentava as fadas, no dia seguinte, para Laranjinha.

— É um prazer conhecê-las! — Disse a menina com um sorriso.

— Ela é tão pequenininha! — Exclamou Silvermist.

— E tão fofinha! — Exclamou Fawn, em seguida.

— Vocês tão constrangendo a menina! — Disse Vidia, e Laranjinha estava mesmo envergonhada. — Não liga pra elas! Agora, mudando de assunto, eu tenho uma dúvida: é sério que você conseguiu passar dois dias inteiros com a Tinker Bell?

— Como assim?

— Esse é o jeito doce da Vidia — respondeu Tink, revirando os olhos. — Você se acostuma...

— Você me lembra a Azedinha! — Disse Laranjinha, voltando-se para Vidia e rindo.

— Tá me chamando de azeda? — Perguntou a fada, com os braços cruzados.

— Não, não! Azedinha o nome de uma das minhas amigas da Cidade Tutti Frutti.

— Ah, bom.

— Bom, pessoal — Tinker Bell mudou de assunto —, é o seguinte: a Laranjinha precisa conhecer o Refúgio das Fadas e nós seremos as guias dela, certo?

— Certo! — Concordaram as outras fadas.

— Eu sugiro que a gente vá primeiro ao Vale da Primavera — disse Rosetta — porque, apesar da Laranjinha já ter ido lá, foi muito rápido, ela não viu quase nada e não conheceu ninguém, além de mim e da Berry Bitty.

As outras concordaram e aventura de Laranjinha começou! Depois de se divertir com as fadas jardineiras, Vidia a levou para conhecer as da velocidade. Quando estava com Fawn e as outras fadas dos animais,  a menina pensou em três coisas: primeiro, em como sentia saudade de Marmelada.

— Quem é? — Perguntou Fawn.

— A minha cadelinha. Ela foi a última que me viu na Cidade Tutti Frutti...

— Peraí... você tem uma cadela? De que tamanho ela é?

— Mais ou menos deste — Laranjinha fez um gesto com as mãos para tentar mostrar o tamanho de Marmelada.

Fawn ficou intrigada, então Tink falou:

— Ué, faz sentido! Se as pessoas do mundo dela são pequenas, os cachorros também são.

A segunda coisa que a menina pensou foi em como os animais de lá eram diferentes: os insetos, por exemplo, eram bem menores e não falavam (as fadas ficaram impressionadas quando ela disse que os de seu mundo falavam). A terceira coisa, por fim, foi que se Mirtilo fosse uma fada, ele com certeza seria uma dos animais.

Após pensar nisso, Laranjinha achou que seria legal escolher um talento de fada para cada uma de suas amigas, e foi o que ela fez: Maçãzinha seria artesã, Moranguinho, Uvinha e Azedinha seriam fadas cozinheiras. Primeiro, pensou que Gotinha de Limão poderia ser jardineira, mas descobriu que existia um talento específico para penteados de fadas, assim como um para roupas; esses com certeza seriam os de Limão e Cachinho de Framboesa, respectivamente. Quando foi ao teatro, Laranjinha achou os talentos das amigas que faltavam: Amora Linda seria uma fada contadora de histórias, Cerejinha, uma fada da música (as fadas da música até viviam numa cerejeira) e Ameixinha, uma performática.

Foi muito legal Laranjinha ter pensado nisso, pois ela ao mesmo tempo se divertia e pensava nas amigas. Mal podia esperar para contar tudinho a elas!

**

— Pelo histórico da máquina, a Laranjinha tentou primeiro ir para os anos 80 e depois para a década de 1900. — Dizia Maçãzinha a Ameixinha enquanto analisava a máquina do tempo.

— Carambolas!

— Eu não sei se isso pode ter alguma coisa a ver com o sumiço dela, mas, mesmo assim, é melhor continuarmos a pesquisar.

— Você acha que a máquina funciona?

— Se funciona do jeito que devia funcionar, eu não sei; mas com certeza funciona de algum jeito. O certo seria testar...

— Isso! Eu posso ser a cobaia.

— Não, Ameixinha, é muito perigoso! E se a máquina funcionar mesmo e você ficar presa em outra década? É melhor a gente descobrir de outro jeito... Vamos dar uma olhada naqueles livros — e as duas caminharam em direção aos livros.

Em determinado momento, Maçãzinha olhou para a máquina de fliperama e disse:

— Isso eu ainda não entendi...

— Eu tenho uma teoria: a Laranjinha queria jogar fliperama e encomendou a máquina, mas não tinha espaço pra ela porque é muito grande; aí a Laranjinha decidiu colocá-la aqui.

— Talvez... Não é estranho ela ter tentado ir pros anos 80 e ter uma máquina de fliperama aqui, sendo que esses jogos eram comuns justamente nos anos 80?

— Ah! Será que ela conseguiu viajar e trouxe máquina pra cá???

— Isso seria horrível! Podia causar uma maluquice no presente! Já ouviu falar no efeito borboleta?

— Não.

Maçãzinha explicou para Ameixinha o que era o tal do efeito borboleta e esta pensou:

— A Laranjinha sair voando com uma semente de dente-de-leão poderia ser uma das consequências do efeito borboleta?

— Talvez...

— Então tá explicado.

— Calma, a gente ainda não tem certeza se foi isso mesmo que aconteceu. Pensa bem, a máquina de fliperama é muito grande, será que teria como a Laranjinha trazer ela pra cá assim?

— Tem razão. É melhor continuarmos pesquisando.

Enquanto isso, os outros também continuavam pesquisando. Amora e Cerejinha, obviamente, nada haviam descoberto a respeito do lugar onde Laranjinha caiu. Porém estavam suspeitando de uma coisa, e essa coisa era o dente-de-leão.

— Segundo os relatos da Marmelada — começou Amora Linda —, ele era tutti grande. Eu não sei se existem outros dentes-de-leão como aquele... Precisamos de alguém que saiba muito sobre plantas para nos ajudar.

— A Laranjinha! Ah é, ela não tá aqui...

— Podemos chamar a Limão.

— Isso!

As duas, então, foram à Livraria da Amora e chamaram Gotinha de Limão para "investigar a cena do crime", como disse a fã de romances de mistério. A loirinha concordou e foi para lá com elas e Marmelada, claro, já que ela era quem sabia exatamente para onde deviam ir. Elas levaram alguns livros e a lente de aumento oficial da Patty Persimmon de Amora.

Na livraria, Uvinha achou um livro com ilustrações interessantes: mostravam primeiro um bebê, depois algo que parecia uma semente de dente-de-leão voando e, em outra página, aparecia uma menina.

— Gente, olhem o que eu achei! — Moranguinho, Mirtilo, Framboesa e Azedinha deram uma olhada nas ilustrações.

— Eu acho que nunca li esse livro — disse Mirtilo. — Qual é?

— Eu não sei, não olhei o título antes de abrir... — respondeu Uvinha, fechando o livro para olhar a capa. — "A Origem das Fadas", de J.M. Berry*. Ah... não sabia que era um livro de fantasia, desculpem.

— Ótimo, perdemos nosso tempo — disse Azedinha, revirando os olhos e saindo de perto dos outros para procurar um livro mais sério.

— Então a menina do livro não é uma menina, sim uma fada... — disse Cachinho de Framboesa.

— Agora eu tenho certeza de que nunca li o livro, mas sei quem é o autor: o mesmo que escreveu Fruta Pan* — afirmou Mirtilo.

— Espera — disse Uvinha —, vocês vão mesmo pensar neste livro? Ele não tem nada a ver com o sumiço da Laranjinha, é sobre fadas...

Os outros três se olharam e Moranguinho falou:

— Olha, Uvinha, a gente não sabe por que a Laranjinha sumiu desse jeito, então não podemos descartar nenhuma possibilidade...

— Fadas, sério? — Disse Azedinha do outro lado da livraria.

— A Ameixinha disse que poderia ter algo mágico nessa história — lembrou Mirtilo. — Então por que não fadas?

— Vocês acham que as fadas fizeram a Laranjinha voar? — Perguntou Uvinha.

— É uma possibilidade... — respondeu Moranguinho. — Se for isso mesmo, quer dizer que ela está na Fruta do Nunca* agorinha mesmo!

**

— Girinos! — Exclamou Laranjinha ao chegar ao lago para onde Silvermist a levara.

— Você gosta de girinos? — Perguntou a fada.

— Adoro! Eu até já tive um de estimação...

— Sério? Então você vai adorar ser uma fada da água!

Enquanto as duas tentavam ensinar os girinos a soprar bolhas, as outras fadas guias da aventura de Laranjinha conversavam.

— Vocês não acham isso muito estranho? — Começou Vidia. — Ela se perdeu do nada aqui no Refúgio, isso nunca tinha acontecido antes...

— Bom, você foi um pouco responsável por isso — disse Fawn —, fada da velocidade.

— A minha intenção não era dizer de quem é a culpa, só de falar o quanto tudo isso é estranho. Olha só pra ela: que tipo de ser humano tem essa altura? Nós, fadas, nunca ouvimos falar de nenhum lugar com gente assim. Como ela vai voltar pra casa?

— Vocês repararam que ela tem cheiro de laranja? — disse Rosetta — Quando eu a conheci, achei que fosse o perfume que ela tava usando, mas depois percebi que é o cheiro dela mesmo... Será que ela é metade gente, metade fruta?!

— Não viaja, Rosetta...

— Será que todos no mundo dela têm cheiro de fruta? — Perguntou Iridessa.

— Bom, num lugar onde insetos falam — disse Fawn —, eu não duvido nada...

— Sem falar naqueles Tutti Brilhos das Bagas Brilhantes que a Berry Bitty planta — falou Rosetta. — Segundo a Laranjinha, são a coisa mais normal do mundo.

— Que milagre! — Disse Vidia, olhando para Tinker Bell. — A Tinker Bell é a única que não tá falando nada...

— É que eu tava pensando... — respondeu a loira. — Tudo o que vocês estão falando faz muito sentido... Talvez a Laranjinha seja de algum lugar muito mais distante do que "outro mundo".

— Tipo outro universo? — Sugeriu Fawn.

— Exatamente. E isso pode ser um grande problema! Nem a Berry Bitty, que veio de lá, conseguiu achar o caminho de volta, e isso foi sugestão da rainha Clarion... Ou seja, nem a RAINHA CLARION sabe como a Laranjinha pode voltar! E se não tiver nenhum jeito? E se ela ficar aqui pra sempre???

— Bom, se ela ficar aqui — sugeriu Vidia —, é só  trabalhar como fada artesã e a gente ignora o fato dela não ter asas...

— Mas, por favor, não falem sobre isso com a Laranjinha! Pelo menos não hoje. Ela sempre sente saudade de casa e das amigas e hoje é pra ser justamente um dia diferente, pra ela se divertir aqui sem preocupações... não podemos estragar!

As fadinhas, mesmo ainda estando intrigadas com a situação de Laranjinha, seguiram o conselho de Tink, não falaram nada a respeito com a menina. E aventura da fada Laranjinha continuou até à noite, quando conheceu as fadas da luz com Iridessa. Parecia que o dia passara voando e nem deu tempo de irem ao Bosque do Inverno. Essa aventura teria de ficar para o dia seguinte.


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Notas finais do capítulo

*J.M. Berry é uma paródia de J.M. Barrie, o autor de Peter Pan. "Fruta Pan" e "Fruta do Nunca" são como, no mundo tutti frutti, eram conhecidos o Peter Pan e a Terra do Nunca.

Espero que tenham gostado do capítulo! :)



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