P.O.V. Edward Cullen

— Vocês sabem que tem que se comportar. – Eu falei para Harry e Nina. O primeiro me olhava animado, balançando o rabo feliz. – Eu estou brigando com você, por que está feliz? – Ele continuou feliz, eu balancei a cabeça. – Certo, se comportem quando Isabella chegar. – Eu falei, os olhando sério.

Nina latiu em protesto.

— Eu sei que vocês não são santos quando estão sozinhos.

Minhas cuecas eram prova disso. Os cachorros me olharam inocentes, balançando o rabo, me fazendo rir, me abaixei para acariciá-los. Ambos tentaram lamber a minha boca, mas desviei e eles lamberam apenas o meu rosto.

— Tchau, até mais tarde. – Me despedi deles e terminei de me arrumar.

— Se despediu das feras? – Eleazer me perguntou divertido, quando eu estava saindo.

— Eles são só crianças. – Tentei os defender.

— O senhor sabe que a Nina tem um ano e meio e Harry vai fazer um, sim? – Perguntou zombeteiro.

— Viu? Crianças.

— Certo, tenha um bom dia.

— Pra você também. – Falei, acenando e entrando em meu carro.

— Com Isabella aqui, vai ser mesmo. – Falou, rindo.

Balancei a cabeça em negação. Isabella com certeza é uma peça, mas conseguiu cuidar deles na semana passada perfeitamente bem, tirando alguns pequenos incidentes, mas ela é como uma personalidade animada que irradia o ambiente.

(...)

Cheguei na empresa 30 minutos antes da reunião com o criador do nosso novo jogo, vamos mostrar a ele o que conseguimos com o desenvolvimento dele.

— Bom dia, senhorita Stanley. – Cumprimentei minha secretária, indo para minha sala.

— Bom dia, senhor Masen, seu café está em cima da mesa.

— Obrigado.

Quando eu estava revisando o nosso material da reunião e tomava meu café, a porta foi aberta abruptamente e eu derrubei o copo na minha camisa, soltei uns xingamentos pelo líquido quente ter me queimado e vi quem entrou.

Alec estava concentrado no celular e ajeitava os óculos que insistiam em escorregar, estava apenas de jeans e camiseta do Star Wars e tênis. Ninguém diria que ele é um dos donos da empresa e um dos melhores inventores de games. Eu geralmente uso ternos, mas ele alegou ter alergia a essas roupas.

— Você não sabe bater? – Perguntei irritado, indo procurar minha camisa reserva que eu sempre deixo no escritório para possíveis acidentes.

— É que eu estava quase vencendo a batalha em Dungeons & Dragons*, não poderia perder tempo. – Explicou dando um sorriso simpático, guardando o celular no bolso, e se sentou na cadeira à minha frente.

— Bem, okay. Ainda bem que tenho reserva.

— Você na verdade anda bem azarado, Edward. Tem certeza que está bem? – Perguntou curioso.

— Não sei, parece que na última semana tem um carma me perseguindo. Mas deve ser apenas o nervosismo de trazer um novo produto ao mercado. Pronto para daqui a pouco?

— Sim, a Masen & Volturi está preparada para lançar um novo jogo e mostrar para a Gameloft** quem manda na parada. – Ele falou, dando um sorriso confiante.

— Isso mesmo. – Retribuí seu sorriso e me sentei novamente.

Alec e eu fizemos faculdade juntos e quando acabamos decidimos montar nossa própria empresa de games. Nos últimos quatro anos estamos nos dando bem quanto a isso, conseguimos dar conta de tudo e posso dizer que somos uma das melhores empresas do estado.

— Como estão seus capetas?

— Alec, os cachorros não são capetas. – Reclamo, rolando os olhos.

— É mes... – O toque do meu telefone o interrompeu, peguei ele e vi que era Isabella, e fiquei imediatamente preocupado.

— Alô.

— Che... Senhor Masen?

— Ele. Aconteceu algo?

— Os cachorros estão doentes?

— Não até eu sair, por quê? – Perguntei preocupado. 

Será que eles estão passando mal?

— É que eles estão quietos desde que eu cheguei, estão dormindo e não fizeram nada, pensei que eles tivessem adoecido. – Eu suspirei, tentando saber se eu ria, chorava ou brigava para defendê-los.

Alec conseguiu escutar por causa do volume estar alto, ele ria a ponto de quase virar da cadeira e cair, podia ver algumas lágrimas lá.

— Não, senhorita Swan. Às vezes eles se cansam muito de madrugada e passam algumas horas dormindo, é perfeitamente normal.

— Certo, desculpe incomodar.

— Tudo bem. Tchau. – Encerrei a ligação e ri um pouco.

Jesus! Que imagem Isabella tem deles, o que será que eles devem ter aprontado? Só espero que não façam nada demais hoje.

(...)

P.O.V. Isabella Swan

Coloquei ração na vasilha deles e os observei atentamente.

Não é possível que eles tenham apenas tentado pegar as roupas no varal. Meu rosto esquentou quando lembrei que liguei para o chefe para perguntar se eles estavam doentes, mas eu tenho justificativas! Eles não ficam quietos pela manhã, são seus horários de ação. Eu tive razão ao ligá-lo, balancei a cabeça e os vi ficarem comendo animados, quando acabaram correram para o quarto como cachorros comportados que não são. Como se vê que os cachorros tem febre mesmo?

— Você parece nas nuvens. – Alice falou, rindo e olhando as pestinhas.

— Eles estão quietos, você sabe como olhar se eles estão com febre? – Mal eu fechei a boca e ela começou a rir.

— Não, Bella, eles apenas devem estar tendo seus dias de preguiça, acontece.

Assenti inconformada. E se eles estão bolando algum plano? Esse emprego me deixou paranoica?

Balancei a cabeça e fui almoçar, deixando eles brincando um pouco. Quando eu estava lavando o prato ouvi latidos animados vindo do jardim. Isso geralmente não é um bom sinal.

Terminei rapidamente e corri para ver se eles estavam aprontando algo. O que acontecia era que o sistema de aguar as plantas estava ligado novamente e eles estavam embaixo. Caramba, quem ligou essa coisa?

— Hey, parem com isso! Entrem agora mesmo! – Gritei para eles que estavam me ignorando, era como se eu nem estivesse perto, então fui me aproximando pronta para agarrá-los se fosse preciso. – Se aquietem, Monicões, ou então... – E então aconteceu.

Quando eu estava quase conseguindo pegar eles eu acabei escorregando e caí perto deles, que ficaram animados por eu estar “entrando na brincadeira”, pularam em cima de mim, me atacando com patadas e lambidas.

— Parem! – Gritei, rindo das cócegas que estavam fazendo em mim. – Vocês vão me matar sufocada, eu vou chamar os bombeiros.

— Senhorita Swan? – Tomei um susto com a voz vinda da porta, era o chefe! Ele começou a se aproximar, me ferrei.

Antes que eu pudesse me explicar, os cachorros se animaram e correram em direção à ele.

— Hey, fiquem quietos, mocinhos, ou vão ficar de cas... – Ele não terminou a frase, eles pularam em cima dele e ele caiu perto de mim, enquanto também era atacado. – Quem ligou a droga do sistema de irrigamento?

— Eu estava me perguntando a mesma coisa. – Resmungo, levantando e choraminguei chateada.

Minha blusinha de Percy Jackson! Minha preciosidade estava coberta de lama e encharcada, como ela era branca eu não podia pensar em um destino melhor do que a lixeira, nem litros do melhor tira-manchas iria deixá-la branca novamente. Grunhi irritada com as pestinhas e com quem ligou o sistema, foi um sacrifício eu consegui-la! Rolou alguns socos e pontapés, mas eu a tinha conseguido.

— Está tudo bem, senhorita Swan? – O chefe perguntou, mas não estava olhando nos meus olhos, estava olhando mais para baixo, onde minha blusa estava suja.

Será que ele também é um fã e está triste pela minha perda?

— Quase, pelo que pode ver, mas ficarei bem. Aliás, o que faz aqui? – Perguntei curiosa, uma das minhas melhores qualidades.

— Bem, eu esqueci umas coisas do nosso projeto, eu vim buscar e ouvi os gritos. – Ele falou, olhando seu terno sujo e fazendo uma careta.

Bem, a minha perda foi maior. Ele deve ter vários desses pelo seu armário, e eu só tenho mais uma blusa laranja dessas. Eu deveria cobrá-lo pela blusa ou seria rude de minha parte?

— Bem, pode ir tomar banho, eu distraio eles por aqui, talvez você pudesse levá-los para um banho em breve? – Perguntou, dando um sorriso. Um bem bonito, mas ele não precisava dá-lo para que eu fosse.

— Claro, o senhor não quer que eu os leve logo? O senhor deve ter que voltar para sua empresa.

— Sim, mas é melhor não sair assim na rua. – Ele falou, apontando para meu estado.

Ele tem razão, outros fãs de PJO*** poderiam ficar chateados pelo estado dela.

— Está bem, ainda bem que trouxe aquele par de roupa. Volto em breve. – E corri para o banheiro para tomar um banho.

Eu sabia que as pestinhas iam fazer algo, aqueles Monicões não me enganam, aqueles safados.

Tomei um banho rápido no banheiro social e agradeci mentalmente por ter trago uma roupa reserva. Passei no quarto de brinquedos e peguei as coleiras deles, quando cheguei no jardim os três estavam brincando com uma bolinha colorida. O chefe jogava e os dois brigavam pela bola, se fosse eu jogando eles nem sequer olhariam.

— Vamos tomar banho. – Falei e os três olharam para mim. Os dois menores correram para mim animados, imaginei a tragédia que seria quando eles pulassem em mim, mas milagrosamente apenas latiram olhando para a coleira. Milagres acontecem, afinal!

Me despedi do senhor Masen e os levei ao veterinário rapidamente, querendo muito ter a minha dúvida acabada.

— Oi, Bella. Banho? – Jasper perguntou, quando entramos no Pet Shop.

— Sim, estavam na lama novamente. – Dei um sorriso amarelo, mas ele apenas riu, pegando Harry primeiro dessa vez.

— Certo, hora do banho, Garotão.

— Hey, quando a gente sabe que eles estão com febre?

— Quê? – Me olhou confuso.

— É que eles estavam quietos pela manhã e eu não sabia olhar se estavam com febre.

Não deu outra, ele começou a rir também. Qual é a dessas pessoas que riem? É algo sério!

— Bem, se a língua deles não estiver molhada é um sinal****, mas é melhor trazer aqui para que eu possa verificar. – Ele falou, enquanto lutava com Harry para entrar no outro cômodo. Acho que ele não é muito fã de banhos.

(...)

Estávamos indo muito bem, faltavam três casas para chegar em casa e eles ainda estavam com sua gravata e broxe nos pelos, até que fomos parados por uma senhora mal-humorada. Será que ela achou o gato encapetado do outro dia?

— Olá, você que é responsável por esses cachorros? – Ela perguntou, batendo o pé impaciente.

— Sim. – Respondi simpaticamente.

— É que vocês soltam esses cachorros na rua e eles ficam correndo atrás das crianças de bicicleta, eu quero uma providência.

Eu estreitei os olhos para ela, só eu posso falar mal dos Monicões.

— Olha aqui, minha senhora, eles não tem bicicleta para ir atrás dos outros. – Respondi e segui meu caminho, deixando ela boquiaberta.

Eles são Monicões, mas posso defender eles de vez em quando.