Inferno Particular escrita por Neline


Capítulo 2
More Coffee?


Notas iniciais do capítulo

Espero que gostem!



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Tirei as mãos dele da minha cintura, por reflexo e me virei para ele, que estava parado com uma das mãos no bolso do casaco. Tive que contar até 10 para não arrancar meu sapato e dar na cara dele até deformar aquela face perfeita. Estamos em uma escola! Não posso fazer isso! Embora eu quisesse.

- Não chegue perto de mim! – Eu disse apontando para ele enquanto andava calmamente na direção oposta. – Ah! – Me virei para ele novamente. - Eu realmente espero não ter que olhar para a sua cara. – Eu disse piscando e ouvindo-o rir atrás de mim.

 

Passei nas salas dos professores e peguei minha bolsa. Era incrível o quanto ele conseguia mexer comigo. Não da maneira boa. Ah, e Ianka ainda estava na minha lista. Aquela cobra ia aprender a não se intrometer onde não foi chamada, e tenha certeza que isso não é bom. Não quando envolve Blair Cornélia Waldorf. O principal problema era que eu não podia desistir de lecionar. A Luna confiava tanto em mim, e se eu saísse, ia simplesmente deixar ela com todos os problemas dessa estrutura velha, e isso estava fora de cogitação. O jeito era torcer para que a L. conseguisse por um pouco de juízo na Ianka, para que eu não precisasse passar mais tempo do que o estipulado ao lado dele. Minha aula, dessa vez, era em uma 5ª série. Nossa escola tinha muito mais alunos do que a capacidade, e uma grande falta de professores, principalmente de Geografia e História. Estava terminando minha especialização em história, então, logo iria poder lecionar. As aulas de Geografia eu dava para turmas de 5ª série a 3° ano. Parece muito, mas é o que fazemos na necessidade.

 

- Bom dia meus bebês! – Eu disse assim que entrei na turma. Eles falaram alguns “bom dias” tímidos e eu percebi que Chuck já estava na sala. Lá estava ele, na última carteira. A mesma que sentava nos tempos de colégio. Tentei me concentrar na minha aula que passou quase  tranqüila. Se não fosse por um pequeno detalhe. Por incrível que pareça, eu tive que chamar atenção várias vezes. Ótimo, o meu inspetor se junto com o fundão. Assim, foi mais ou menos a sensação de estar no meio de uma guerra, mas os canhões eram bolinhas de papel. Sinceramente, se você olhasse, você não saberia quem era a criança: algum dos meus alunos ou o Chuck. Depois de usar toda a minha delicadeza ameaçando o próximo que jogasse uma bolinha de engoli-la, todo mundo parou. Em poucos minutos aqueles pequenos traidores estavam todos entrosados com o Chuck. Argh.

 

Depois disso, estava seguindo para a última em uma turma do 2° ano, quando ouvi o Chuck me chamar e virei em um movimento automático.

- Você tem que tomar mais cuidado. Não esqueça que eu ainda lhe causo a paralisia, isso faz você derrubar coisas. – Ele disse com um sorriso sarcástico enquanto me alcançava o celular.

- Você nunca me causou feito nenhum. – Eu disse enquanto pegava o celular e caminhava em direção a sala.

- Ei. – Eu me virei novamente. – Você tem que me mostrar a escola depois da aula. Quero conhecer tudo.  – Ele falou. Dessa vez, o sorriso que ele mantinha nos lábios era totalmente malicioso, o que me deu duas vontades: o meu primeiro reflexo foi tomar aqueles lábios como a muito não fazia. Mas o segundo foi arrancá-los como a muito tempo eu queria. Porém, apenas revirei os olhos e continuei andando, até a sala. Para meu azar, alguns alunos viram a cena toda. E cá entre nós, alunos do 2° ano não são exatamente santos virginais. Passei o resto da minha aula de Inglês agüentando as insinuações dos meus queridos alunos e torcendo para não dar um ataque.  Chuck conversava com eles como se fosse um adolescente. Bem, de aparência, ele ainda era.

A aula terminou e eu demorei para recolher as minhas coisas, percebendo que o Chuck caminhava de encontro a minha mesa de uma maneira totalmente sugestiva. Ele sentou na ponta da mesa e ficou me encarando.

- O que você quer agora Bass? – Ele abriu mais o sorriso.

- Você. – Revirei os olhos e me preparei para sair. – Onde você pensa que vai? – Ele pediu enquanto segurava meu pulso. Estava prestes a responder quando ele me interrompeu. – Você tem que me mostrar a escola. – Bufei silenciosamente e caminhei, deixando uma deixa para que ele me seguisse.

 

Demorou um pouco para que Chuck me alcançasse, o que me fez rir involuntariamente. O preparo físico dele continuava o mesmo.

- Então, o que andou fazendo durante esses 8 anos? – Ele perguntou, casualmente. Suspirei. Eu não queria ser sentimental demais, e não queria mostrar o quanto foi difícil passar por cima do meu passado.

- Bem... eu estudei, bastante. Depois de passar por cima de tudo que aconteceu. – Eu falei, fria. Fora a vez dele suspirar.

- Nunca te imaginei como professora. – Controlei o meu sorriso, vendo que ele fazia o mesmo.  Bem, na época que eu... estava com ele, eu usava muito essa fantasia. Cof.

- Não sei, é relaxante. – Dei de ombros. – Também nunca te imaginei como inspetor, e ai está você. – Ele riu abertamente.

- Na verdade, eu também não. Mas eu realmente não queria cuidar dos negócios do papai. – Lembrei do que li na Gossip Girl, sobre o falecimento do pai do Chuck e tive que me segurar para não dizer sinto muito. Acredite, a Gossip Girl posta até hoje. É claro que dificilmente sobre nós. Mas tenho que admitir: ela é persistente.- Então, bem, eu fiz a faculdade e comecei a gostar. – Ele deu de ombros.

 

Passeamos por toda a escola, que não era muito grande, e, de vez enquanto, eu fazia questão de mostrar algumas falhas da escola, principalmente estruturais. Eu estava com saudade dos joguinhos. Para ser sincera, nesses oito anos não achei ninguém com quem valesse a pena brincar. Ensinar jogos para amadores não era comigo. Sorry, I can’t be perfect.  Bem, de vez em quando, eu provocava. Me abaixava, mostrava meu decote discreto e abusava do poder que eu sabia que eu tinha sobre ele.  Era tão divertido ver ele passando a mão no rosto, mordiscando os lábios. Ah, como eu me havia esquecido o quanto é bom jogar com ele?

 

- Ei, eu estou com sede, podemos ir na sala dos professores tomar um café? – Assenti e segui com ele até a sala dos professores. Aquele lugar era o único lugar da escola que eu realmente gostava. Era aconchegante. Sentei no pequeno sofá e me servi do café-que-sempre-está-pronto em cima da mesinha. Não era exatamente um café da Starbucks mas servia bem.

- Onde está aquela porcaria daquele adoçante? – Eu me virei e procurei no pequeno balcão, ouvindo uma pequena risada do Chuck. Tomamos o café e...

 

- AH MEU DEUS O QUE EU ESTOU FAZENDO? – Eu consegui dizer quando senti os beijos do Chuck passando para meu colo.

- Fica quietinha, querida. – Ele murmurou enquanto mordiscava minha orelha. Eu não tinha controle das minha ações.

- Você tem – suspiro. – Uma idéia do que acontece se nos pegarem aqui? – Ele sorriu levemente enquanto tirava meu sutiã.

- Gosto do perigo, me excita. – Redenção. Eu não tinha forças contra aquilo. Mesmo depois desses longo 8 anos.

 


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Notas finais do capítulo

Quero as reviiiiews! Vamos ver no que isso vai dar... hm...

XOXO. Neli ;*



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