POV EDWARD

—Edward, eu queria conversar com você.

—Sim.

O olhar de Carlisle estava cauteloso, como se ele tivesse discutindo um caso. Carlisle me serviu um copo de whisky que ficava em seu escritório e pegou outro para ele.

—Você e Bella estão juntos? -ele disse diretamente.

—É sobre isso que quer conversar? –eu estreitei os olhos.

Eu já sabia qual era o grande objetivo.

—Edward, responda a minha pergunta.

Carlisle estava sério, eu raramente via ele falando nesse tom dentro de casa, ele só o usava no tribunal.

—Eu acho que sim.

—Acha? Aquela garota merece algo mais que achar Edward.

—Eu não sei, nós éramos amigos e de repente começamos...

—Edward, eu realmente entendo a sua necessidade, mas essa garota não é uma qualquer. Ela gosta de você, ela te olha com amor, admiração. Se você não sente nada parecido, você não deve ficar se relacionando com ela.

Eu podia sentir o meu sangue começando a ferver.

—Você acha que eu não sei? –rosnei.

—Acho. Se você acha que está com ela é porque não está dando o real valor. Toma cuidado Edward, as pessoas tem sentimentos. Se você quer só diversão, deveria ter mantido isso casualmente, você deu um emprego a ela! Não se mistura emprego com relacionamentos pessoais.

—Eu não dei o emprego a ela por causa disso!

—Então o que? –ele disse por cima da minha voz.

—Emmett disse que conhecia uma pessoa que precisava e eu precisava de alguém responsável. Eu nunca imaginei que fosse a Isabella.

—Você está saindo com ela, Edward.

—Ninguém sabe.

—Ninguém sabe, mas é questão de tempo. O que ela significa para você?

Eu o encarei.

—Estamos namorando. –anunciei.

Talvez essa não fosse a melhor definição, mas serviria para Carlisle manter a boca fechada.

—Ela deve significar algo mais, você nunca namorou.

—Você deveria ficar feliz, não dizia que eu era um grande desgraçado? Agora estou com uma mulher, namorando. –não pude esconder meu sarcasmo.

—Deveria se eu tivesse certeza que você não a machucaria.

—O que? –eu gritei. –Você não tem nada a ver com minha vida. –cuspi.

—Tenho sim, sou o seu pai e eu te conheço. Eu não quero ver essa moça quebrada como Victoria. Você precisa aprender a dar o real valor as pessoas que merecem, Edward.

Eu tinha que sair dali ou perderia a cabeça e a razão.

—Cuide da sua vida e eu cuido da minha.

Eu me virei para abrir a porta, mas senti uma mão em meu ombro.

—Filho, eu não falo para seu mal. Você merece ser feliz também. –eu o encarei de novo. –Se essa moça te faz feliz, então fique com ela e não a machuque. Mas, se você não tiver mais condições de ficar com ela, não a faça sofrer, Isabella é uma moça especial.

Eu dei uma última olhada para o rosto do meu pai e então sai dali sem dizer nada.

.

Os cabelos de Isabella estavam espalhados sobre meu corpo, enquanto sua cabeça estava em meu peito, ela mantinha um braço sobre mim e traçava os músculos do meu abdômen com as pontas dos dedos, uma perna estava sobre a minha e eu passeava com os dedos entre seus fios castanhos.

Aquela conversa com Carlisle havia me martelado durante toda a noite da quinta-feira, durante a sexta feira inteira e agora estávamos aqui. Eu havia dito com todas as letras que amava essa mulher, e amava mesmo. Eu sentia que um peso enorme havia sido tirado das minhas costas, nunca imaginei que dizer como a gente se sente seria como ter a própria liberdade. Eu tinha certeza que nunca faria mal a ela, e nunca deixaria que nada a acontecesse, enquanto eu fosse bom para ela, eu permaneceria.

Talvez Carlisle estivesse certo, eu seria um grande filho da puta se não reconhecesse tudo o que havia acontecido e como ela havia mudado minha vida.

Isabella se levantou ficando com o rosto na altura do meu.

—Em que você está pensando? –ela perguntou com a voz baixa.

—Em como você é linda.

Ela sorriu. Sexy. Céus, eu tinha vontade de tocá-la o tempo todo.

—Eu vou tomar banho. –ela anunciou e se levantou me dando uma visão espetacular de seu corpo nu. –Se quiser vir. –ela disse se insinuando.

Eu ri. Isabella seria minha morte.

POV BELLA

Edward apareceu no banheiro minutos após eu estar tomando banho. Ou tentando. Em um minuto estávamos ensaboando nosso corpo, no outro ele estava me tomando contra a parede. Eu nunca me cansaria dele.

 A noite ia caindo e a temperatura também, Edward subiu no segundo andar para fechar todo o barco e depois disse que teria que fazer umas ligações para que toda a papelada estivesse pronta para a viagem. Eu aproveitei que estava sozinha e decidi fazer uma sobremesa rápida para nós dois, toda a maratona do dia havia me deixado faminta. Eu havia levado meu notebook para continuar meu livro, Rosalie havia me dito que ela precisava mandar pelo menos um capitulo para as editoras, como uma proposta inicial. Então após preparar a sobremesa eu me sentei em frente a bancada com o notebook a minha frente e retomei a escrita, eu já estava quase no fim, e estava muito ansiosa para o resultado final.

Meu celular tocou e pelo visor pude ver que era Charlie.

—Alô?

—Bella?

—Hey pai, como esta?

—Estou ótimo e você garota?

—Estou bem e com saudades.

—Também estou com saudades, você se esqueceu do seu velho.

Eu sorri.

—De forma alguma, você é o velho que eu mais amo não poderia esquecer. Aliás, tenho uma novidade. –eu disse. -Eu, Edward, Rosalie e Emmett vamos para Forks, no próximo feriado.

—Uau, isso é ótimo, nem posso dizer o quanto estou feliz. Espere ai, quem é Edward?

Eu ri alto.

—Bella você está namorando?

—Pai, digamos que sim.

—E esse rapaz é bom? Filha, você precisa ter cuidado em cidade grande.

—Pai, você já o conhece, vai se lembrar dele. E sim, ele é uma excelente pessoa.

—Bom, e melhor trazê-lo para que eu veja de perto.

.

.

—O que você está fazendo ai? –Edward disse vindo ao meu encontro na cozinha.

Eu havia desligado o telefone fazia 5 minutos. Charlie me contou como estava as coisas em Forks e com Sue, contou sobre seu grupo de pesca e depois desligou.

—Hum, isso é surpresa. –eu sorri para ele.

Edward continuou me encarando. Ele estava de dar agua na boca com seu short de elástico que deixava suas entradas da virilha amostra.

—O que foi? –eu perguntei. Edward se sentou em um dos bancos ficando de frente para mim.

—Estou tentando decidir se você fica mais gostosa com as minhas roupas ou nua.

Eu ri. Estava com uma das camisetas de Edward e um coque frouxo no cabelo.

—E você já chegou a conclusão? –eu disse desviando os olhos da tela do computador.

—Com certeza nua. Porém, só com minha camiseta, está totalmente sexy. –eu sorri. –E então, o que está fazendo ai? Será que é o que eu estou pensando?

—Bom, se for escrever um livro, é sim.

—Como anda a confecção do mais novo sucesso literário?  -Edward apoiou um cotovelo sobre a bancada.

—Estou quase no termino.

—Isso quer dizer que eu vou poder ler agora.

Eu neguei com a cabeça.

—Ah qual é, Bella, por favor? –ele disse com aqueles olhos verdes suplicantes.

Edward era uma das minhas principais inspirações para a história. Eu queria que ele tivesse uma surpresa.

—Eu estou nele? –Edward perguntou novamente. E eu ri.

—Essa é a pergunta que eu mais ouço. Por que você acha que estaria?

—Eu queria estar. –ele disse meio triste, e eu apenas sorri pensando na surpresa que ele teria.

—Em breve você poderá ler, eu prometo.

Eu disse me equilibrando sobre a bancada e lhe dando um beijo, ele segurou meu queixo entre os dedos.

—Se eu te subornar você me deixa ler?

—Vai me subornar com sexo? –eu disse e Edward curvou a boca num sorriso sexy.

—Isso faria com que você me deixasse ler?

Eu sorri balançando a cabeça.

—Edward, controle sua ansiedade, é surpresa.

Eu beijei seus lábios novamente e ele soltou meu rosto, dando de ombros.

—Tudo bem, então. –disse chateado.

—Edward você é muito mimado. –eu disse rindo.

—Vim te chamar para vermos filme. –ele disse mudando completamente o assunto.

Após desligar o notebook, fui até a geladeira e tirei de lá a calda de chocolate que já estava fria. Peguei uma colher para experimentar e vi Edward cerrado os olhos.

—Que tipo de filme? –eu perguntei.

—Você está me provocando, Swan?

—De forma alguma. Você quer?

Ele sorriu de lado. Eu andei até ele e peguei um pouco da cauda, em vez de colocar em sua boca, deixei que o doce pingasse em cima de sua pele, perto do pescoço. Edward me encarou com os olhos escuros.

—Uhh, me desculpe, errei.

Eu dei a volta ficando a sua frente e lambi a calda de seu peito.

—Pronto, agora está limpo. Que tipo de filme? –perguntei novamente.

Eu disse colocando mais uma colherada na boca.

—Terror, suspense, tensão...

Sua voz se perdeu enquanto ele olhava eu colocar mais uma colherada em minha boca e mais uma, na terceira Edward segurou meu punho e levou até a sua boca, puxando a calda da colher. Ele manteve seus olhos fixos dentro do meu me intimidando.

—Ei isso não vale. Vamos ver filme então.

Edward soltou o meu pulso e eu mergulhei a colher na calda novamente. Engoli metade do doce e a outra metade fiz com que caísse novamente em sua pele, só que dessa vez mais para baixo. Chupei a calda e a pele de Edward, depois dei uma lambida e olhei para cima, a ponto de ver Edward com seus olhos queimando em mim.

—Não sei se quero mais. –ele disse entre dentes. Eu sorri de lado, era bom ver como Edward se entregava.

Eu pude ver que Edward segurava os bancos atrás de si com tanta força que seus dedos estavam brancos. Ele tombou a cabeça para trás gemendo, enquanto eu mordi suavemente o seu peito.

—Que pena. –eu disse. Desci lambendo seu peito até sua barriga.

Eu continuei passando a calda em pequenos pingos pelo seu peito, depois deixei de lado o doce e trilhei um longo caminho de lambidas e mordidas. A ereção de Edward martelava contra o short que ele vestia, eu o abaixei deixando com que ele ficasse apenas de boxer branca, eu mordi o lábio suspirando com a visão, ele era realmente delicioso. A respiração de Edward estava acelerada, hora ele olhava para mim e hora ele fechava o olho parecendo absorver as sensações, ele murmurava algumas coisas e gemia alto.

Eu ajoelhei a sua frente, ficando na altura de suas entradas para a virilha e sua enorme ereção. Passei minha língua por aquele caminho, enquanto apalpava seu membro sobre a boxer.

—Porra, Bella. Você vai me deixar louco. –ele fechou as mãos em punho sobre o banco.

E então ele pareceu entender, Edward segurou minha mão.

—Você vai fazer isso aqui?

—Sim, Edward. Exatamente aqui.

—Puta que pariu... –seus olhos se escureceram mais ainda.

Ele soltou meu punho e eu abaixei sua boxer, sua ereção pulou para fora se libertando. Coloquei minha mão na sua base, e espalhei seu liquido com a língua em toda a cabeça, Edward grunhiu alto. Eu o segurei firme o estimulando para cima e baixo, enquanto beijava e lambia seu abdômen em diferentes lugares. A ereção foi ficando maior em minha mão e senti quando Edward agarrou meu cabelo com força.

 Rodeei todo seu membro com minha língua antes de o colocar totalmente na minha boca. Eu olhei para ele, Edward rolava os olhos de prazer e eu amei isso, me senti devassa, continuei a chupa-lo e então o engoli, encostando até o fundo da garganta, tomei cuidado para não o machucar e nem engasgar. Edward agarrou mais meus cabelos enquanto ele fodia minha boca. Edward estocava com força, e a cada estocada eu relaxava mais a garganta para lhe dar espaço. Eu chupei, lambi, mordisquei, engoli até que ele gozou violentamente na minha boca.

Edward me puxou para cima rapidamente, e grudou sua boca na minha, ele me pegou no colo numa rapidez impressionante e tirou a camiseta que eu vestia. Edward me encostou na parede, eu nem me incomodei com a dor na costa, porque seus beijos provocavam sensações que eu nunca havia sentido antes, eu sentia que meu desejo por ele nunca teria um fim.  Enquanto me beijava com muita intensidade, ele segurou meus cabelos entre os seus dedos e puxou meu pescoço para o lado para que ele tivesse acesso. Edward chupou meu pescoço e lambeu enquanto esfregava seu membro no meu. Ele me colocou sentada no sofá, pegou minha camiseta do chão e voltou para onde eu estava. Fui puxada para o chão e soltei um gritinho de surpresa.

—Vamos fazer algo diferente. –ele murmurou. Edward colocou uma perna de cada lado do meu quadril e eu não conseguia esconder o riso de animação. Ele passou a camiseta juntando meus dois pulsos e então os colocou acima da minha cabeça.

—Nada de se mexer. –ele disse. Eu assenti com a cabeça enquanto sorria.

Edward mergulhou a cabeça em meu pescoço investindo em beijos e mordidas suaves, eu estava preparada para algo mais forte. Enquanto ele passeava com os lábios desde um ponto especifico atrás da linha da minha orelha do lado esquerdo até o direito, eu sentia meu corpo inteiro se arrepiar, arqueei meu corpo para frente e nossos sexos se encontraram, eu podia sentir sua ereção crescendo. Ele desceu sua trilha de beijos molhados para meus seios, onde chupou os dois, um gemido veio do fundo da minha garganta e rasgou meus lábios, eu movi minhas mãos involuntariamente para agarrar seus cabelos. Edward agarrou meus pulsos e olhou em meus olhos.

—Shhh, não se mova.

—Eu quero tocar em você.

—Eu sei, mas eu quero que agora seja tudo sobre você. –ele disse me beijando. Suas mãos desceram pela minha barriga e atingiram o ponto que eu mais precisava dele.

Meu sexo pulsava dolorosamente e quando os dedos de Edward chegaram lá eu gritei de prazer. Ele desceu sua trilha pela minha barriga, enquanto estimulava meu botão de tensão, mas sua língua não passou por lá, ele desceu para minha coxa enquanto beijava e mordia o lado interno. Eu não aguentava aquela tortura e me debatia enquanto suas mãos me seguravam com garras de ferro. Eu sabia o que ele estava fazendo, eu sentia, ele estava amando meu corpo, como ninguém amou.

Quando senti a língua de Edward me provocar eu suspirei de alivio, eu quase atingi a libertação, mas ele parou no mesmo instante e tomou minha boca num beijo. Edward me penetrou tão fundo quanto poderia, ele se movia graciosamente sobre mim, como uma dança sensual, suas mãos libertaram as minhas e eu cravei minhas unhas nas suas costas. Eu nunca havia sentido tanto desejo por ele. Eu rolei por cima dele enquanto espalmava seu peito e o montei encarando aquele lindo rosto se contorcendo de desejo, até que nossos olhares se encontraram e ele me prendeu com aquelas orbes verdes que eu amava.

 E então ele se sentou intensificando nosso contato, eu gemi sentindo suas mãos se fechando em minha cintura, eu rolei os olhos de tanto prazer inclinando a cabeça para trás. Meus mamilos estavam em contato com seu peito e a ficção entre nos era maravilhosa, toda aquela mistura de sensações me levou para um só lugar. Juntos nós gozamos, Edward juntou nossas testas e ainda de olhos fechados eu o ouvi dizendo:

—Eu te amo, Isabella.

Eu abri meus olhos só para ter certeza de que não era um sonho, a verdade absoluta estava nos olhos de Edward. Eu nunca havia visto seus olhos cheios de amor, admiração, saciedade e mais desejo, como naquele momento.

.

Eu não sabia como havia parado na cama, mas eu acordei lá. Edward estava deitado de bruços com um braço sobre minha barriga, seu rosto estava sereno virado para mim. Eu afundei meus dedos naqueles fios acobreados que tanto amava. Percebi que havia passado tempo demais o admirando quando minha barriga roncou, levantei para fazer café da manhã, quando senti meu corpo dolorido e então todas as lembranças vieram à tona. Eu sorri completamente apaixonada sentindo meu peito quase explodir toda vez que pensava em tudo o que Edward havia planejado para nossa viagem e todo o sexo extraordinário que tivemos. Voltei para o quarto com a bandeja cheia de comida.

—Bom dia, Edward. –eu disse enquanto ele abria os olhos lentamente.

Um esboço de sorriso surgiu em seu rosto, quando ele me viu com a bandeja se sentou imediatamente.

—Bom dia, linda.

Eu me sentei a sua frente e Edward puxou minha nuca para o beijar.

—Eu não deveria fazer o café para você?

—Deveria, mas você estava dormindo e eu morrendo de fome então decidi fazer para nós. Aliás você merece também, depois de um dia como ontem.

—E como foi o dia de ontem? –ele disse curvando a boca num sorriso torto.

—Eu diria que razoável.

Edward colocou a mão no peito fingindo dor.

—Eu dei meu máximo e você achou razoável, você é exigente mulher.

Nós rimos. Eu engatinhei sobre a cama, o alçando-o e ficando no meio de suas pernas.

—Você precisa me dar mais declarações. –pontuei.

—Isso não é um problema.

—E mais uma boa quantidade de sexo.

Seus olhos se escureceram. Ele tirou a bandeja que eu havia colocado em cima da cama, colocando-a no criado mudo.

—Bom, podemos resolver isso agora.

Edward me jogou na cama pairando sobre mim, eu soltei um grito de surpresa e ele tampou minha boca com a sua, me beijando em seguida.

—E nosso café? –disse sem folego enquanto ele já tirava minha camiseta.

—Daqui a pouco a gente toma, antes nós vamos iniciar a sua boa quantidade de sexo para eu ganhar o título de homem perfeito.

Eu ri sentindo ele mordiscar meu pescoço.

—Você já é perfeito para mim, Edward Cullen.

.

Edward preparou o barco para partimos, enquanto eu arrumava nossas roupas de volta na mala e pegava os restos de comida e bebida da geladeira. Deixei tudo no seu devido lugar no andar de baixo e me juntei a ele no segundo andar. Edward ligou o barco e então nós começamos a nos direcionar para a marina. Eu me apoiei no parapeito, sentindo o vento balançar violentamente meus cabelos. Aquilo iria me causar vários nós nos fios, mas a sensação era extraordinária.

Confesso que fiquei triste com a nossa volta, porque significava que Edward partiria em breve para Chicago, onde ele passaria uma semana longe, por mais que soasse enjoativo e meloso demais era ruim ter Edward do outro lado do país praticamente, e eu sentiria muita falta dele.

Edward havia dito também que Wench mandaria as filmagens para seu email ainda hoje e então eu poderia ver se era James mesmo. Eu tinha certeza que sim e aquilo me assustava.

Eu confiava e acreditava em Edward, eu sabia que ele faria de tudo para me proteger. O que eu não entendia era porque tudo tinha que acontecer justamente quando minha vida estava finalmente dando certo. Eu não queria dizer a Edward mas estava morrendo de medo de ficar sozinha, porque só a presença dele me fazia sentir segura. Eu olhei de relance por cima do ombro, e vi Edward perdido em pensamentos também. Sorri de lado, eu o amava mais que tudo.

Nós tínhamos dado um passo gigante e agora estávamos muito próximos. Ele sabia de todo meu passado e eu sabia do seu. Edward carregava uma culpa enorme e ele tinha medo de ferir mais alguém, tinha medo de continuar sendo o antigo Edward. Mas, eu sabia que ele havia mudado. Porque eu sabia que muitas vezes Edward acabava nem percebendo o quanto era maravilhoso comigo. Havia cumplicidade, amizade, carinho, paciência e amor.

Eu nunca havia amado alguém antes, e hoje eu sei disso, porque eu penso que as pessoas que se sentem amadas, se sentiam exatamente como eu neste momento.

Andei até ele e joguei meu dois braços sobre seu ombro. Meu peito e abdômen estava de encontro a sua costa. Edward pegou minha mão que estava ao lado do seu rosto e beijou a palma e a costa da mão, com a outra eu fiz carinho em seu cabelo.

.

.

Abri os olhos desorientada.  O ambiente estava escuro exceto pela luz da lua que entrava pela fresta da porta de vidro que estava aberta. Me sentei apoiando nos antebraços e vi que era o quarto de Edward, mas eu estava sozinha. Eu estava com a mesma roupa que havia colocado no barco. Então as coisas começaram a clarear na minha mente, me lembrei vagamente de ver Will e de ter adormecido assim que entrei no carro e me lembrava de ouvir Edward dizer ao longe que eu iria para seu apartamento também. Depois disso mais nada.

Resolvi tomar banho e colocar uma roupa mais leve. Edward estava em seu escritório como sempre, a porta estava fechada, mas era possível ouvir a voz de Will também. Achei melhor esperar do lado de fora.

Fui surpreendida alguns minutos depois com a porta sendo aberta e com as pessoas que saíram lá de dentro, Edward, Will e um outro homem. O terceiro era mais ou menos da altura de Edward, porém mais velho.

Edward me olhou duramente me repreendendo e eu sabia o porquê, vestia uma de suas camisetas que deixava muita perna visível.

—Isabella. –ele pronunciou.

—Er... oi, não sabia que estava ocupado, eu vou subir.

—Eles já estavam de saída, pode ficar. –Edward disse friamente.

—Senhorita. –Will maneou a cabeça para mim e se retirou, eu apenas assenti. Estava morrendo de vergonha.

—Este é Wench. –disse Edward.

—Oi, sou a Isabella.

—Wench. –ele disse dando um sorriso gentil.

Edward e Wench passaram por mim e eu suspirei, andando de um lado para o outro passando a mão nos cabelos. Edward passou por mim novamente sem pronunciar uma palavra, pelo menos deixou a porta do escritório aberta.

Eu entrei enquanto ele se acomodava novamente em sua cadeira. Nunca tinha reparado muito em seu escritório, essa era a segunda vez que eu estava ali, o local era decorado em tons de grafite e cinza claro com os moveis em tom de marrom. De um lado da parede a comum janela de vidro de cima a baixo coberta por uma persiana, atrás da mesa de Edward tinha uma janela de vidro também. Ao lado da sua mesa tinha um armário com prateleira em volta repleta de livros. Eu fiquei encostada na porta sem saber o que fazer.

—Entre, Bella.

Eu andei até próximo a sua mesa ficando em pé.

—Me desculpe eu não sabia que estava com visitas. –eu disse.

—Só tente não ficar assim na frente dos meus funcionários novamente. –ele me olhou. –Eles podem ter sonhos com você. Vem aqui, Bella.

Dei a volta na mesa e quando ele abriu os braços para mim eu pulei em seu colo, o abraçando.

—Não gosto quando você me olha friamente. –disse com o rosto na curva do seu pescoço.

—Não gosto quando outros homens vejam o que só eu deveria ver.

Senti Edward acariciando minhas coxas e depois sua mão subiu para minha cintura.

—Sinto muito. –eu disse olhando para seu rosto.

—Esqueça isso, certo? Você dormiu por três horas. –ele arqueou as sobrancelhas.

—Uau, acho que você me cansou muito.

—Você estava precisando descansar, Bella. Agora que acordou tenho uma coisa para te mostrar.

Eu já sabia o que era, Edward abriu o arquivo na tela do computador e uma mídia apareceu, ele deu play.

—Veja esse é John. –ele apontou. –Podemos ver claramente aqui, ele fica de frente.

O segundo cara apareceu instantes depois, ele estava disfarçado. Cabelos negros, boné e uma jaqueta de couro preta. Mas eu o reconheci, reconheci seu andar e o jeito com que ele mexia as mãos ansiosamente. James tinha cabelo louro, mas ele poderia ter pintado. Eu tive completa certeza quando vi a cicatriz na mão direita que ele havia adquirido em um acidente de moto.

—É James. –eu murmurei, atordoada.

Ver ele na tela me fez tremer involuntariamente, meu coração passou a pulsar em um ritmo parecido como um galope, eu sentia o sangue correndo pelas minhas veias e martelando em meus ouvidos. Um zumbido me deixou completamente atordoada.

—Bella, você tem certeza?

Eu balancei a cabeça positivamente depois que Edward perguntou pela terceira vez.

—Ele tem essa cicatriz na mão, olhe. –eu apontei.

Edward suspirou, e puxou meu queixo para que eu ficasse de frente com ele.

—Isso muda tudo, muito obrigado. Mesmo que tivéssemos suspeitas, ter a certeza é essencial.

Eu assenti.

—Escute Isabella, eu prometi que iria te proteger e vou, nada vai acontecer com você. Wench vai o localizar e Will vai ficar perto de você enquanto eu estiver fora.

A sinceridade dos seus olhos eram incontestáveis.

—Edward...

—Sem protesto, você não ficara desprotegida de maneira alguma. –ele parou e olhou meu rosto por alguns segundos. –Aliás, eu posso pedir para Emmett ir sozinho nessa viagem. –Edward disse sem muita certeza.

Eu sabia assim como ele que não havia como ele deixar de ir, se isso acontecesse tudo estaria arruinado. Mesmo que ela tenha cogitado isso eu não poderia de forma alguma concordar.

—O que? De forma alguma, você não pode deixar de ir. Edward, você sabe que isso arruinaria tudo.

—Não importa, eu só quero que você fique bem.

Eu peguei seu rosto em minha mão.

—Meu amor, eu vou ficar bem e eu não vou deixar que isso atrapalhe sua carreira, tenho certeza que Will vai saber o que fazer se alguma coisa acontecer. Além do mais, James está do outro lado do país lembra?

—Sim.

—Então não se preocupe.

—Isso vai me matar.

Eu acariciei seu rosto lindo e seus cabelos, Edward parecia mais velho e cansado com os olhos cheios de preocupação.

—Eu vou ficar bem, mas quero que se cuide também.

Sua boca se curvou num sorriso, ele me abraçou pela cintura, enquanto encostou a cabeça em meu pescoço.

.

Edward e eu jantamos juntos e nós passamos o resto da noite matando as saudades um do outro que já nos consumia antes mesmo dele partir. Eram duas horas da manhã quando eu estava deitada sobre Edward e esperava nossas respirações se normalizarem. Sentia seus dedos passeando de cima a baixo na minha coluna.

—Vou sentir sua falta. –eu disse.

—Eu também irei. Será uma das semanas mais longas da minha vida.

—Você deveria levar sua secretaria para cuidar das suas papeladas, dos seus compromissos... –eu levantei o rosto para o olhar. –E de você.

Edward curvou a boca num sorriso sexy.

—Coitado de Emmett, uh? Passar as noites escutando gemidos. –nós rimos. –Todas as viagens que fazemos infelizmente não podemos levar secretarias, imagina que distração perfeita ter você lá?

Passei meus dedos pelo seu rosto e barba por fazer.

—Acho que vai ser melhor eu ficar, pelo menos se você sentir saudades vai fazer de tudo para voltar mais rápido. Promete me mandar notícias sempre que possível. –pedi.

—Claro. Se conseguirmos um acordo, capaz que voltamos antes de sexta.

—Espero que você volte terça feira.

Fechei os olhos sentindo os dedos de Edward passando pelos meus cabelos, e senti seu peito tremendo pela risada.

—Não será tão fácil assim.

—Você é o melhor, será muito fácil. Uma garota pode sonhar.

—Já estou pensando no que vamos fazer quando eu voltar.

—Você é muito pervertido, Edward.

Edward sorriu e forçou seu corpo contra o meu, me deitando de costa na cama e enterrando seu rosto no meu pescoço.

—Desculpa, não consigo segurar minhas imaginações tendo você embaixo de mim, nua.

—Então guarde todas para quando você voltar.

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—Bella?

Ouvi uma voz bem ao fundo e alguém mexendo em meu cabelo, mas eu não tinha forças para responder.

—Ei linda, acorde.

Senti um beijo em meu pescoço e lábios, abri os olhos devagar. Edward estava a minha frente, vestido com um terno, barba feita e cabelo arrumado. Ele estava partindo. Meu coração doeu quando ele sorriu, eu sabia que morreria de saudades.

—Me desculpe te acordar.

—Q-q-que horas são?

—Cinco da manhã, Emmett já deve estar ai embaixo, nosso vôo sai as sete.

Eu assenti. Me sentei na cama ficando de frente para ele, segurei o edredom em frente ao meu corpo. Edward se aproximou de mim e me beijou.

—Escute, quero que você fale com Rosalie e peça para ela vir ficar com você aqui nesse apartamento. Ele é mais seguro, Will conhece com exatidão cada lugar daqui então vocês estarão mais seguras.

Eu tremi e franzi o cenho.

—Edward, não sei se é necessário.

—Por favor Isabella, isso é muito importante, Emmett também concordou e disse que ia falar com Rosalie, mas você deve convencer ela. Por favor. –ele disse quase que exausto.

—Tudo bem.

Eu o abracei, jogando meus dois braços por cima de seu ombro. Edward agarrou minha cintura.

—Eu te amo Edward, eu te amo muito.

Ficamos alguns segundos assim, depois ele nos afastou para me beijar.

—Cuide-se. –ele disse. –Eu te amo, linda.

Seus olhos estavam carregados de emoções e era visível que Edward não queria ir. Ele me deu um beijo na testa e esperou até eu me deitar novamente, se levantou e saiu do quarto, mas antes deu uma última espiadela em mim e eu pude ver seu sorriso torto. Seria uma semana difícil.

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A segunda feira estava estranhamente vazia e sem graça, até mesmo o sol resolveu se esconder. Uma chuva fraca havia se iniciado logo pela manhã e depois se intensificado.

Jessica e eu trabalhamos basicamente para os outros advogados e ela passou a maior parte do dia nas ruas, pagando contas em bancos e acertando alguns documentos.

Edward mandou mensagem quando pousara em Chicago dizendo que havia chegado bem, ele teria ainda hoje uma reunião com os empresários e eu estava preparando todas as papeladas necessárias para encaminhar por email, por sorte consegui acabar tudo antes do almoço. Eu liguei para Rosalie enquanto almoçava em um dos restaurantes próximos a empresa, era pequeno e agradável.

—Você também está me propondo que eu me mude da minha casa por uma semana? –ela quase gritou.

—Teoricamente são cinco noites. –eu me encolhi, inconsciente.

—Olha Bella, eu não acho que seria legal ficar na casa de Edward.

—Rose, você sabe tanto quanto eu que é realmente o melhor agora que sabemos que James está atrás de mim de novo.

—Você ainda precisa me contar como descobriu tudo isso.

—Eu irei contar. Will acredita que seja melhor, o apartamento de Edward é mais seguro já que James sabe onde moramos.

—O segurança de Edward.

—Sim.

—Bom, tudo bem, eu vou.

—Obrigada Rose, eu estou de carona, então você me espera para irmos juntas.

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Exatamente no horário de saída Will já me esperava em frente ao escritório, eu percebia que ele estava sempre atento a qualquer sinal, estava sempre olhando para o retrovisor e quando ele desceu do carro para abrir a porta para mim, percebi que ele carregava uma arma no cos da calça, coisa que eu não havia visto antes. Will subiu comigo até o apartamento de Rosalie sem trocar palavra alguma.

Quando abri a porta, pude ver duas malas perto da perto da saída e Rose na cozinha.

—Oi Rose. –eu disse feliz por vê-la.

—Bella. –ela abriu um enorme sorriso.

Nós nos abraçamos e eu fiquei um pouco mais aliviada em vê-la, seria somente nós duas por uma semana inteira e aquilo me animou um pouco.

—Eu não acredito que estou fazendo isso. –ela disse.

—Isso é o que os amigos fazem. –ela revirou os olhos para mim.

Rose olhou por cima do meu ombro e viu Will encostado na porta.

—Certo, acho que devemos ir já. Separei algumas das suas melhores roupas e as coloquei na sua mala, certo?

—Muito obrigada.

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Rosalie e eu fomos em seu carro e Will nos seguiu, o apartamento de Edward dava uns 20 minutos da onde havíamos saído. Eu contei a ela como tudo havia sido descoberto, contei sobre as imagens de segurança e como eu descobri que era James. Se Rosalie estivesse assustada ela não demonstrou, pelo ao contrario me deu o apoio necessário.  Nós chegamos ao apartamento de Edward e Will nos ajudou com as malas. Antes de ele nos deixar a sós, Will me deu um celular, ele disse que possuía grampeador de chamadas e rastreador, em casos de emergência bastasse eu apertar um botão e ele saberia aonde eu estava. Eu agradeci muito a ele.

—Porra Bella, esse apartamento é incrível. –Rose disse voltando da cozinha.

—Sim, é lindo, não é?

—Tem muito de Edward aqui.

Eu ri.

—Obviamente e fica muito vazio sem ele. –eu disse triste.

Ela tombou a cabeça de lado e sorriu.

—O que foi?

—Você está mesmo uma boba apaixonada. Olha os seus olhos, parecem duas estrelas de tanto que brilham e seu rosto... você está ferrada.

—Ra-rá, obrigada.

—Deixe disso, essa é a melhor sensação para se sentir. Quero saber como foi seu fim de semana.

Nós pedimos comida japonesa para o jantar e enquanto esperávamos chegar, nós fomos deixar nossas roupas no quarto de hospede e então nós conversamos sobre o fim de semana.

—Me deu calor só de imaginar isso, longas rodadas de sexo em um barco a beira mar. –ela disse se jogando na cama. –Por favor, não me fale em sexo, eu ficarei cinco dias sem.

Eu ri.

—Você que perguntou. –disse dando de ombros.

—Será que Edward empresta o barco para Emmett?

Nós gargalhamos.

—Bom, peça a ele.

—Edward está fazendo de tudo por você, ele está apaixonado, demorou para reconhecer, mas sabe é um caminho sem volta. –ela piscou para mim.

.

Eu demorei para dormir naquela noite. O relógio marcava 00h, Rosalie estava em um sono pesado e eu ficava revirando de um lado para o outro na cama. Não havia nenhuma ligação, muito menos uma mensagem de Edward. Quando eu estava quase adormecendo meu celular começou a vibrar. O sorriso foi imediato, eu pulei da cama e peguei o celular.

—Alô?

—Oi Bella.

—Oi Edward.

—O que faz acordada tão tarde?

—Acho que estava esperando você ligar, não tive mais notícias suas.

—Hoje foi muito corrido por aqui, chegamos no hotel agora mesmo. Emmett está tomando banho.

—Rosalie disse que ele ligou enquanto você dava corda aos velhos chatos. –ouvi ele rindo.

—Exatamente, ele se aproveitou.  O que mais ele disse?

—Para eu ficar um pouco atenta, uma coroa estava tentando dar em cima de você, te ofereceu algumas coisas como recompensa. Edward você não vale nada. –eu disse rindo.

—Eu? Foi ela que deu em cima de mim. –ele disse rindo também.

—Acho que não é tão preocupante.

—De forma alguma, coroas não são o meu tipo. Você está com o celular que pedi para Will entregar?

—Não percebeu que minha voz está criptografada?

—Bella é sério, você brinca muito com coisas sérias.

—Eu estou com o celular, Cullen.

—Ótimo, agora vá dormir que amanhã você precisa me ajudar a trabalhar novamente.

—Mandão.

—Se cuide, linda.

—Você também, até amanhã.

—Até amanhã, e eu te amo.

—Eu te amo, Edward.