O Sangue do Mestiço escrita por Júlio Oliveira


Capítulo 22
Nascido da morte




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Era sabido que Edward Muller havia empreendido um verdadeiro massacre contra os nativos. Numa atitude injustificável, o homem que comandava a vila de Roanoke trouxe violência e caos para a ilha. Ainda que sentisse dores, Padre Marcus não estava desatento em relação a todas aquelas notícias. Usava um tapa-olho feito de couro e costurado por Margaret Olsen. A mulher estava frequentemente visitando a igreja, pois o padre e o pequeno jornalista haviam prometido ajudá-la na busca de seu filho. Richard estava desaparecido havia dias e não se tinha qualquer sinal dele. Marcus chegou a pensar em questionar Muller, mas diante de todos os acontecimentos recentes, aquilo não seria possível. “O garoto é pego e logo em seguida empreendem um ataque desses. Não é um bom sinal”, pensou o homem de Deus.

— O que faremos? — David questionou com um claro olhar de desolação. O garoto queria ajudar ao máximo, mas parecia que havia chegado em um ponto que não podia fazer mais nada: era procurado e já havia enviado os textos para o continente com a ajuda de Margaret. Não havia tido retorno até então. Além disso, temia pela segurança de Patwin. Era sabido que seu amigo era um alvo especial para Muralha e não era improvável que ele tivesse sofrido nas mãos do gigante.

— Daremos um jeito — o padre tentava encontrar forças, mas sofria demais com tudo que acontecia. O mundo parecia desabar ao seu redor. Encarou o Cristo na cruz e prosseguiu. — Eu darei. Talvez o seu amigo ainda esteja por aí. Talvez ainda tenham índios vivos, qualquer coisa. Essa matança não é justa.

Raiva foi emitida estava presente na voz do homem barbudo. Ele claramente sofria e se sentia culpado por toda aquela situação. David também se sentia impotente, mas não desistia de buscar maneiras de se tornar útil.

— Alguma ideia? — O pequeno jornalista voltou a perguntar. — Já enviamos os textos para Nova York tem um tempo. Eu confio no pessoal do jornal, mas quer saber? Começo a achar que todos aqueles mistérios não vão servir de nada. Que talvez toda essa coisa com o John Dee pode até ter sido útil em outra época, mas não hoje. Talvez seja a hora de eu ir embora. Mas...

David começou a chorar. Margaret, mesmo com o coração sangrando em decorrência da captura de seu filho, abraçou o pobre garoto. Seus braços o acolheram e ele pôde sentir um calor materno que aconchegou seu coração.

— Eu não posso abandonar o Patwin — ele prosseguiu. — Ele deve estar por aí, deve ter escapado de alguma forma. Abandoná-lo não é uma opção!

Observando aquela cena, Selvagem aproximou-se e lambeu o rosto do garoto, sentindo assim o gosto salgado de suas lágrimas.

— Eu vou procurá-lo — disse David com determinação.

— Não — Padre Marcus o censurou. Erguendo-se do banco de madeira daquele templo sagrado, o homem arranjou forças do céu para falar. — Eu irei. Você é esforçado e tem um grande coração, David. Ainda assim, é apenas um garoto. Não deve se arriscar. Fique aqui, cuide de Selvagem e ajude Margaret no que ela lhe pedir, mas não se arrisque por nada. Eu irei achar Patwin e de alguma forma ele irá nos ajudar a sair dessa.

Após dizer aquilo, o homem de Deus sentou-se mais uma vez. Não conseguia entender como pudera falar tudo aquilo. Olhou para cima e agradeceu em voz alta. David encarou toda a cena e, apesar de sua enorme vontade de participar de uma possível salvação de Patwin, sabia que o padre estava certo. Arriscar-se só iria piorar as coisas. E ele fosse pego? Quem sobraria para contar toda essa história? A verdade não poderia ser soterrada.

— Você está certo, padre — o garoto disse enquanto enxugava as lágrimas. — Mas tenha cuidado. Podem ter homens do Edward por aí.

— Não — a voz que se ergueu foi a de Margaret Olsen. — Eu ouvi boatos de que o homem está muito mal. Parece que cortaram a perna dele. Não sei dos detalhes.

Aquilo espantou David, mas não surpreendeu o padre, que já sabia daquela informação. Disse ao garoto:

— Não se preocupe. Terei cuidado e, com a graça de Deus, em breve estarei com Patwin aqui — dito aquilo, levantou-se, despediu-se de Selvagem e se retirou.

— Vá com Deus, padre. E volte com Ele também — David falou com um pingo de esperança.

Sair da vila foi fácil. O lugar estava mais isolado que o normal. Não havia crianças na rua, mulheres vigiando e homens trabalhando. Uma boa parte de Roanoke, na verdade, estava de luto. Muitos homens haviam morrido durante a batalha contra os nativos. O famoso Donald Green foi um deles. O dono do único bar da ilha recebeu uma flechada fatal, não tendo tempo nem mesmo de sofrer com o envenenamento. Sua filha estava em prantos, ainda mais sabendo que o pai morrera por uma causa desastrosa e imoral. Havia ainda viúvas e órfãos de pais que sofriam. Marcus queria ajudar a todos, consolá-los e falar de vida após a morte, mas não havia tempo para isso. “Há outros que necessitam de urgência”, ele pensou enquanto escutava o som do choro advindo das casas.

Uma grande questão era como chegar na tribo indígena. “Antiga tribo, creio eu”, pensou ao imaginar que o lugar agora estaria abandonado. Entretanto, essa não foi uma tarefa difícil. Não faltavam marcas e rastros ao longo dos bosques de Roanoke. A terra úmida deixava evidente os numerosos passos dados, além de algumas armas caídas, sangue e corpos. Conforme o padre seguia aquele rastro, a sanguinolência aumentava. Até que o horror finalmente se fez presente.

— Meu Deus do céu — Marcus não conseguiu permanecer em silêncio.

A tribo nativa estava em cinzas. Suas casas e armazéns não passavam mais do que poeira sobre o chão. Suas plantações estavam mortas e quaisquer marcas de sua cultura estavam simplesmente deformadas e irreconhecíveis. Mas a imagem era ainda pior: não faltavam corpos cobrindo aquele chão amaldiçoado. Crianças, mulheres, guerreiros e homens brancos. A morte não fazia distinção de origem ou ingenuidade. Os ferimentos eram diversos: furos de balas, perfurações por flechas ou lanças, ou simplesmente queimaduras horríveis. Algumas das vítimas nem eram mais reconhecíveis como humanos, tamanho havia sido o dano sofrido. “Pobres almas. Que Deus perdoe os autores desse horror”, pensou o padre. Além de rezar mentalmente, fazia um esforço para não vomitar vendo tudo aquilo. Era de embrulhar o estômago. Ainda assim, em meio a toda aquela carnificina, não encontrou Patwin Winslow, o mestiço.

Prosseguiu sua caminhada de horror até sair do espaço que delimitava a tribo. Os corpos prosseguiam. Dessa vez, nem tão ingênuos: guerreiros e guerreiras pintados de azul com seus arcos, flechas e lanças. As árvores se intercalavam com a presença de mortos e a natureza viva contrastava com aquele cenário de horror.

— Alguém aí? — O padre ousou falar. Rezava para ouvir a voz de Pat ou de qualquer outro inocente que necessitasse de ajuda. O homem de Deus trazia consigo um longo capuz, já preparado para colocar em qualquer pessoa que precisasse levar até a vila. “Não é a coisa mais discreta, mas vai servir”, pensou.

Longe de tudo, Patwin vivia uma verdadeira viagem repleta de horror. Era carregado por seres desfigurados e acinzentados em um mundo preto e branco. O céu sangrava sobre o mar e sol havia dado espaço para uma fissura no universo. Nada fazia sentido.

— Onde estou? — O mestiço questionou, ainda sem sentir o seu próprio corpo.

Olhou ao redor e viu que estava numa espécie de rio. Dezenas de seres disformes o carregavam em seus braços e o jornalista pôde sentir seus membros gelados encostaram em suas costas e se espalharem por todo o seu corpo. Eles cheiravam a morte.

— Larguem-me! — Patwin ordenou.

E eles cumpriam o que foi pedido. Arremessaram o homem abismo abaixo, e o mestiço viu que havia escolhido muito mal as palavras. Começou a cair e a rodopiar. Sua visão não lhe entregava nada de útil: o que enxergava não fazia sentido, era simplesmente surreal. “Já estou morto”, concluiu. Sua queda só teve fim cerca de meio minuto depois, mas ele não sentiu impacto algum. Magicamente viu-se sentado em um trono feito de ossos humanos. O cinza de sua visão deu lugar a um vermelho sangue e o sol finalmente apareceu como um olho infernal que o vigiava lá de cima.

— Você nos trouxe-se isso, Patwin — era a voz de Wohali.

O mestiço tinha visto o velho índio morrer na sua frente, mas agora ele se fazia presente em carne e osso. O homem caminhou por um vale de ossos e finalmente encarou o jornalista sobre seu trono infernal.

— Pense, Patwin — sua voz era profunda e aterrorizante. — E se você nunca tivesse vindo para Roanoke?

O mestiço queria falar, mas sua língua não se mexia e som algum era emitido.

— Nós nunca teríamos nos encontrado — Adaky apareceu magicamente ao lado do índio mais velho. — Eu nunca teria sido preso e torturado.

— A tribo não arderia em chamas, mestiço — Mahpee agora que se erguia em meio a ossos. — Nossos irmãos estariam vivos.

— Você falhou com seu próprio sangue, Patwin — Macawi finalizou.

“Não”, Patwin queria dizer, mas seu corpo havia parado de se mover. Ele apenas enxergava e sentia o medo. Os índios que ele há pouco convivera, estavam agora retirando os ossos que mantinham o trono infernal suspenso. Não demorou para que o mestiço caísse de maneira brutal naquele vale sinistro. Sentiu suas costelas se partirem com o impacto, mas não teve tempo para sofrer com aquilo: logo viu seus antigos aliados se erguerem das sombras e, como cavaleiros da morte, usarem ossos para perfurá-lo incessantemente.

— Morra, mestiço — eles diziam em uníssono.

A dor se tornava cada vez mais insuportável e Patwin chegou a olhar para o céu avermelhado clamando pelo término de sua vida. Mas ele não veio. Na verdade, o mestiço simplesmente ouviu uma voz.

— Patwin! — Era a voz do padre.

Abrindo os olhos e sentindo-os arder com os raios de sol, Pat aos poucos pôde vislumbrar aquela vista: um homem de pele negra, pouco cabelo na cabeça, mas uma densa barba grisalha. “Padre Marcus?”, pensou o mestiço sem entender nada do que estava acontecendo.

— Obrigado, Senhor — Marcus agradeceu aos céus, mas logo agachou-se para analisar o mestiço. — Isso é um milagre!

“Milagre?”, Patwin se questionava. Com a fresta dos olhos conseguia ver alguns corpos. Ele ainda se lembrava bem de tudo que havia acontecido. Teve sua concentração interrompida com um puxão do padre.

— Argh! — O mestiço gritou de dor.

— A dor é um bom sinal, Pat! — O padre estava mais alegre do que acreditava. — A bala lhe penetrou muito pouco. Como? Deus é conosco, rapaz!

“A bala?”, Pat pensou mais uma vez. Logo reviu mentalmente a cena de Muralha tentando acertar Eyanosa. Tateou o peitoral e logo sentiu o ferimento, mas o padre estava certo: não havia tido uma grande penetração.

— Agora temos que dar o fora daqui — o homem de Deus avisou. — Você deve ser tratado. Não queremos que isso infeccione.

Ainda meio tonto com tudo aquilo, Patwin apenas assentiu e, com a ajuda do padre, levantou-se.

— Eu mal sinto minhas pernas — ele alertou Marcus. — Não sei se aguento.

Sua respiração estava ofegante e sua boca extremamente seca. O padre, por outro lado, estava extremamente feliz. Enxergava aquilo como um presente de Deus em meio a toda desolação. Os corpos, a carnificina e a morte continuavam presentes. Mas encontrar vida no meio de tudo aquilo era um verdadeiro milagre, ainda mais a vida de um homem que tinha condições de ajudar Roanoke a se tornar um lugar melhor. Ou ao menos era assim que o padre via.

— Vamos conseguir — disse ao mestiço, ainda que soubesse que seriam horas de caminhada. — Eu acredito em milagres, entende?

Pat soltou um risinho sabendo que as próximas horas seriam duras. No entanto, sentia um pingo de felicidade por pensar na possibilidade de rever David.

— O garoto — o jornalista tinha dificuldade em concluir suas frases. Mancava e, se não fosse pelo apoio do padre, já estaria no chão. — David está bem?

— Ele está bem, sim — Marcus respondeu. — Tem muita coisa que você precisa saber. Mas vamos lá, não podemos perder tempo.

Pat vestiu o capuz trazido pelo padre e a dupla finalmente começou a seguir em direção da vila de Edward Muller. Entretanto, o caminho não foi fácil. Apesar de ainda estar com a visão meio turva e estremecida, foi impossível para o mestiço passar pelos corpos sem reviver todo aquele misto de sentimentos negativos de outrora.

— Desculpa, padre — Pat disse com a voz cheia de pesar enquanto caminhava e desviava dos corpos. — Mil desculpas.

— O que foi, Patwin? — Marcus estranhou.

— Isso tudo — olhou ao redor, encarando a carnificina sem medo. — Minha culpa. Eu trouxe a guerra até vocês.

— Escuta aqui, Patwin — o padre parou de caminhar e passou a encarar os olhos do mestiço. — Uma vítima não pode ser culpada pelos atos de seu algoz. Você não tem culpa nenhuma aqui. Essa matança tem nome: Edward Muller e todos aqueles que o seguiram. Ninguém mais, nem menos. Entendeu?

Soluçando, Pat balançou a cabeça positivamente. Seu coração agora se enchia do mais puro ódio, um desejo de vingança insaciável. “Eu vou matar um por um, até não restar mais ninguém”, pensou por um breve momento. Entretanto, logo lembrou-se da imagem de seu pai. Ele ficaria feliz com aquilo? Não seria simplesmente continuar com um ciclo horrível de violência? Mas será que não seria errado permanecer num estado de inação? As perguntas eram muitas, mas o mestiço não tinha respostas. Apenas continuou a difícil caminhada com a ajuda do padre.

Distante da carnificina, David e Margaret aguardavam a chegada de Marcus com ansiedade. Que notícias ele traria? Diferentes medos e esperanças pairavam sobre suas cabeças. A mulher tinha a ingênua esperança de receber alguma notícia sobre o paradeiro de seu filho. Agora que Edward havia empreendido o ataque, ele poderia ser libertado, certo? Ao mesmo tempo, também temia que ele já estivesse sem vida, ainda que se recusasse a pensar muito nisso. Por outro lado, David tentava não alimentar suas esperanças. Queria mais que tudo que Patwin fosse encontrado com vida, mas e se não fosse o caso? E se o mestiço tivesse sido vitimado pelo ataque do demônio de Roanoke? Não seria impossível. Entretanto, esse pensamento realista também assombrava o garoto. “Ele pode ter simplesmente fugido”, preferia pensar assim.

Selvagem sentia a tensão no ambiente e fazia de tudo para chamar a atenção. Uivava, balança o rabinho, lambia as pontas dos dedos dos presentes. Nada adiantava. Até que David finalmente quebrou o silêncio.

— Obrigado, Margaret — a mulher o encarou com estranheza. — Obrigado pelo abraço. Eu estava precisando disso.

— Não há de quê, pequenino — ela respondeu com uma boa dose de carinho. Via em David o filho que tanto sentia falta. — Eu sei muito bem como se sente.

— Eu queria poder ajudar mais. Pat sempre se arrisca. Padre Marcus, então? Um verdadeiro herói. Ele perdeu um olho e eu fiquei aqui sem fazer nada. Queria ser mais útil.

— E eu, David? — Margaret mostrou suas mãos vazias. — Não fui capaz de defender meu próprio filho. Não fui capaz de cuidar da minha casa. Do que sou capaz, afinal? O mundo aí fora se destrói e tudo que faço é derramar lágrimas.

E ambos se puseram mais uma vez a chorar. O pequeno jornalista se aproximou e foi ele quem dessa vez deu um tenro abraço na pobre mãe.

— Aproveite sua família, David. Aproveite o máximo que puder — ela segredou em seu ouvido.

— Eu irei — ele respondeu. Sua mente viajou de volta a Nova York e lembrou-se de seu pai, sua mãe e a pequena irmãzinha que tinha. “Vou sufocá-los de tantos abraços que darei quando voltar. Sim, eu vou voltar”, pensou com determinação. — Obrigado por isso.

Após tal doce momento, voltaram a se sentar nos largos bancos de madeira da igreja. Margaret rezava enquanto David pensava nos próximos passos a serem dados. “Há algum passo?”, refletiu. Quer dizer, talvez a grande guerra tivesse chegado ao fim. Talvez a paz pudesse finalmente tomar conta de Roanoke. “A que custo?”, questionou. Logo começou a fazer planos para o futuro. Voltaria a Nova York e escreveria sobre os horrores que viveu. Falaria do absurdo “reinado” de Edward Muller e sobre a coragem do padre. Relataria também a luta de uma mãe por um filho injustamente acusado. “Tantas histórias. Só espero que cada uma delas tenha um final justo”. E então teve seus pensamentos interrompidos.

A porta da igreja foi aberta de uma maneira abrupta. O som da madeira impactada assustou todos presentes, mas a imagem que se seguiu foi de esperança: o Padre Marcus ajudava um enfraquecido Patwin a caminhar.

— Pat! — David gritou sem se lembrar que aquilo tudo deveria ser segredo. Começou a correr em direção de seu amigo. — Graças a Deus!

O padre habilmente fechou a porta do templo sagrado, ocultando todo aquele momento de olhos curiosos. Pat ficou feliz ao ver seu bom e velho amigo correndo em sua direção, mas logo sentiu uma fraqueza por todo seu corpo e desmaiou. Foi segurando por Marcus antes que se chocasse contra o chão.

Algumas horas se passaram quando o mestiço finalmente despertou. Estava deitado em uma confortável cama dos aposentos da igreja e havia um curativo sobre seu ferimento. Olhou para o lado e viu Margaret administrando algum medicamento.

— Obrigado — Pat falou quase sem força.

David via todo aquele momento com grande alegria e comoção. Seu grande amigo estava vivo! Aquilo era um verdadeiro milagre. Agora, com os tratamentos adequados, seria apenas questão de tempo para ele ficar completamente curado.

— Você é duro na queda, mestiço — David voltou a ser brincalhão. Queria dar um forte abraço em Pat, mas sabia que não era o momento.

O jornalista voltou a olhar ao seu redor: viu o padre, o pequeno jornalista, a dócil Selvagem e Margaret. O lugar estava calmo e não havia nenhuma presença aterrorizadora.

— Eu estou vivo — o mestiço estava claramente emocionado. — Eu não acredito. Eu estou vivo!

Padre Marcus deu um largo sorriso e Pat finalmente notou que havia algo de estranho no rosto do homem de Deus.

— Isso é um tapa-olho? — Questionou.

— Pat, você precisa saber de muita coisa — David disse. — Temos muito o que conversar.


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