Um dia, Sandra chegou no apartamento de seus pais adotivos e viu Elísio, seu pai, dando uma bronca no filho caçula, Otávio.

— É verdade o que andam dizendo por aí, Otávio? - perguntou o pai, em tom ríspido.

— O que andam dizendo, pai? - respondeu o garoto, assustado com o tom de voz do pai.

—Que você é gay? - a voz de Elísio se tornava cada vez mais furiosa - Ouço inúmeros comentários por aí na vizinhança! Todos os seus colegas aqui do prédio já têm namoradas e nem virgens são mais! Só você ainda não virou homem!

—Eu não sou gay, pai! - respondeu Otávio, balbuciando de tanto medo. - Tem até uma garota lá na escola de quem eu estou gastando, mas eu não consigo...

—EU SEI um jeito de resolver o seu problema! - cortou o pai. - Hoje á noite, iremos a um lugar que eu tenho certeza que você vai adorar. Só nós dois! - e enquanto isso, dava um leve sorriso malicioso. - Lá eu vou comprovar se você é realmente homem ou não. Porque se você não for... Eu vou preferir você morto!! Não vou admitir, de forma nenhuma, um filho homem que não gosta de mulher!! Você entendeu??

— S-sim, pai! - respondeu Otávio, cada vez mais assustado.

Elísio se retirou, indo para o quarto. Sandra havia ouvido toda a conversa atrás da porta. Ela estava perplexa com o que havia escutado. Sempre soube que seu pai era machista e tudo o mais, mas não imaginava que quisesse obrigar o filho a perder a virgindade assim, com qualquer mulher, sem amor, sem sentimento algum. Ele queria, por acaso, que Otávio se tornasse um homem igual ao pai? Ou pior, igual a seu vizinho, Arthur, que conseguia ser ainda mais machista e babaca? Sandra sabia que, com ela, a postura do pai sempre havia sido completamente diferente. Simplesmente por ela ser mulher. Havia sido ás escondidas a perda de sua virgindade com seu falecido noivo, Alex. Mas agora que não morava mais com os pais, Sandra precisava enfrentar Elísio. Conversar com ele sobre sua diferença de tratamento. Ela não podia deixar que o irmão tivesse seu primeiro contato com o sexo daquela forma que o pai estava exigindo. Não mesmo!

Continua...