Edward não foi para o escritório e tão pouco tinha pretensão de ir, pelo menos não depois da noticia com qual foi bombardeado.  No quarto, ele afrouxou a gravata e sentou na cama, sentindo-se sufocado. Pagará uma pequena fortuna para corrupta diretora do Jardim de infância em troca de informações e  em troca  não recebeu nada, a não ser saber que Anne estava morta...porém algo não se encaixava nessa historia.  Isabella Swan não estava sendo honesta com ele, sabia disso pela sua linguagem corporal. Corporal, pensou ele ao lembrar das deliciosas curvas da mulher. Ela não se intimidará em ficar semi nua na sua frente, pelo contrario, o enfrentou  e isso o excitava muito. Jamais havia conhecido alguém que tivesse coragem de encara-lo de igual para igual.   

Jogando-se na cama de braços aberto, Edward encarou o teto com os pensamentos borbulhando dentro da sua cabeça. Tinha plena convicção de que Isabella estava mentindo, não em relação a morte da irmã e sim sobre o filho.  A forma como ela havia ficado abalada com a sua pergunta, a entregava muito e por isso só precisava ligar os fatos e investigar mais profundamente. Tinha certeza que encontraria algo.

— Ed... - Rosalie entrou no quarto. A loira pulou sobre ele e o beijou com intensidade.

— Calma, Rosalie. - Ele a afastou quase sem folego. - O que está fazendo aqui?

Rosalie o encarou desapontada e levantou. 

— Pensei em fazer uma surpresinha para você, mas enfim, percebo que está de mau humor. -Disse ela.

Edward suspirou, sentando-se na cama.

— Desculpe, mas hoje não está sendo um bom dia. - Explicou ele. 

— Entendo. - Disse Rosalie ao sentar-se no seu colo e envolver seu pescoço com os braços. - Como eu posso ajudar a melhorar o seu dia? 

— Indo embora. - Disse Edward, mas arrependeu-se de não ter pensado antes de falar. A namorada levantou e o lançou um olhar fulminante.

—  Faça bom aproveito do seu dia então. - Disse ela ao sair porta a fora.

Edward revirou os olhos e tornou a deitar na cama. Não iria atrás dela mesmo sabendo que tinha sido rude. Não mentiu quando disse que queria ficar sozinho, precisava pensar e sexo não o ajudaria nisso.  Mais tarde ligaria para joalheria e pediria que entregassem uma joia no  apartamento dela como pedido de desculpas, sempre resolvia.

Na manhã seguinte, Edward engoliu um café e dirigiu-se para o Jardim de infância Pônei Encantado. Precisava investigar e com uma certa quantia  de dinheiro, tinha certeza que conseguiria algumas informações preciosas. 

Estacionou o carro a uma quadra do jardim de infância e de longe viu Isabella e uma garotinha caminharem de mãos dadas,dirigindo-se a entrada da instituição. Lembrava-se que a diretora havia mencionado que a garotinha era filha dela, mas Isabella não parecia o tipo de mulher que tivesse muitos namorados e que muito menos fosse ingênua o suficiente para engravidar tão precocemente.  

Observando-as, um estalo na sua cabeça o fez ri da sua burrice. A verdade estava diante dos seus olhos, Isabella não era mãe da garotinha e sim Anne. Por isso quando a confundiu com a irmã ,ela escondeu a garotinha atrás dela.  

— Isabella Swan, minha pequena e atraente mentirosa. - Sorrio vitorioso,  enquanto  a olhava despedir da garotinha e ir embora.

Saindo do carro, Edward atravessou a rua e foi em direção ao Jardim de infância. A própria diretora foi recebe-lo  com um sorriso falso em seus lábios pintados de vermelhos berrante.

— Senhor Cullen. - Ela o cumprimentou com um aperto de mão. - O que devo a sua presença nessa instituição?

— Gostaria de conhecer a filha de Isabella Swan. - Disse ele ,direto.

O sorriso da diretora oscilou preocupado.

— Desculpe, senhor Cullen...- Começou ela a dizer com hesitação. - ...a escola é bem rigorosa em relação aos alunos, se é que me entende.

— Entendo muito bem, Meredith. - Disse impassível.

— Me acompanhe até a diretoria. - A senhora o convidou.

Sabia o motivo daquele convite. A mulher era corruptível e depois do bom dinheiro que ganhou ontem, tiraria aproveito para ganhar mais.

— Estamos aqui. - Disse Edward impaciente ao adentrar a sala minúscula da diretoria. - Quanto quer?

A mulher o olhou parecendo está ligeiramente ofendida pela pergunta, mas logo disse :

—  Eu quero três mil reais.

Edward arqueou uma das sobrancelhas irônico.

— Gosta mesmo de dinheiro. - Ele tirou o talão de cheque do bolso e  preencheu a folha rapidamente, depois a destacou  e entregou nas garras da mulher.

— Muito bem. - Disse ela ao guardar a folha entre os seios. - Chamarei a menina na minha sala e os apresentarei.

— Estarei aguardando. - Disse ele ao contornar a mesa e sentar na cadeira giratória. - Não demore . 

A mulher crispou os lábios diante da sua arrogância e saiu porta a fora.
Nunca havia se imaginado pai de uma menina e agora que sabia disso ,não via a hora de encontra-la e mima -lá com tudo que tinha direito. Uma filha ! Pensou com um sorriso bobo nos lábios. 

A porta abriu e a diretora entrou com uma garotinha de cabelos castanhos e olhos cor de chocolate, ao seu lado.  Edward saltou da cadeira e dirigiu-se a garotinha, não sabia o que dizer e muito menos como agir. Sentia uma felicidade imensa, mas temia abraça-la e assusta-la. Então apenas ajoelhou-se para ficar na mesma altura que ela.

— Quem é você ? - Perguntou a garotinha sem se intimidar com a sua presença. Pelo visto tinha o mesmo temperamento da Isabella, pensou ele.

— Meu nome é Edward, sou um amigo da sua mãe. - Apresentou-se. 

— Amigo da mamãe ?  - Ela franziu as sobrancelhas. - Onde está ela?

— Ela não está aqui. - Explicou ele. - Estava tão ansioso para conhece-la e por isso ela disse que eu poderia vim até a escola.

 Edward ergueu-se e virou para a diretora que os olhava com interesse.

— Deixe nos  a sós. - Ordenou ele.

— Não, senhor Cullen. - Disse ela em tom aflitivo.

— Acredito que possa ,depois do presente que a dei.

A mulher suspirou hesitante.

— Tudo bem. - Concordou ela. - Ficarei do lado de fora, mas por favor seja rápido.- Pediu ela.

Edward a olhou com desdém e depois voltou-se para a garotinha.

— Então, qual o seu nome? - Perguntou ele.

— Renesmee. - Respondeu ela.

— Nome interessante. - Disse Edward lentamente. Sim era interessante na sua opinião, ao considerar que o final do nome era semelhante ao da sua mãe.
Foram longos minutos de conversa com a garotinha. Renesmee era uma criança incrível e nem um pouco tímida para a sua idade. Quando foram interrompidos pela diretora, sentiu uma ponta triste ao abraça-la e em logo em seguida vê - lá partir. Quanto tempo havia perdido com aquela criança. Não a virá dar os primeiros passos, dizer as primeiras palavras e tudo isso por causa do egoísmo de Anne.