Bella acordou antes que o alarme a despertasse. Sentia-se ansiosa para encontrar Edward Cullen. Porém ainda não tinha ideia de como se declararia para ele, pelo menos não depois de tudo o que aconteceu. 

— Nessie, acorda... - Disse Bella, enquanto balançava carinhosamente o ombro da garotinha. - ... não podemos nos atrasar hoje.

A garotinha resmungou ainda de olhos fechados.

— Não quero ir na escola...quero ver o meu pai. - Disse ela.

Bella suspirou, depois sentou na beira da cama e começou a acariciar os cabelos da garotinha.  

—  Para você ver ele, precisa acordar primeiro. - Disse Bella.

Renesmee abriu os olhos e a encarou.

— Por que o papai estava brigando ? Era por sua causa?

Bella ficou sem reação, olhando -a boquiaberta. Como explicar para uma criança de cinco anos que toda aquela confusão tinha sido ocasionada por atos impensáveis? Nem mesmo ela conseguia explicar para si própria como havia ido parar nos braços de Jacob. 

— N-não... seu pai estava apenas com a cabeça quente. - Explicou ela. -  Não quero que se preocupe com esse assuntos...estamos entendidas.

 Renesmee assentiu e a abraçou.

— Eu te amo, mamãe. - Disse a garotinha.

Bella sorrio e a apertou gentilmente em seus braços.

— Eu te amo muito mais meu amor.

Após vestir o uniforme escolar em Renesmee, Bella foi para cozinha preparar o café da manhã. O celular vibrou e seu coração também ao ver o nome de Edward Cullen. Ela desbloqueou o celular e rolou os olhos pela mensagem : 

" Sinto muito, mas tenho uma reunião e não poderei levar Renesmee na escola. Avise a ela que irei busca -lá a tarde. " 

Por alguns instantes pensou que Edward apenas não queria vê -lá e por isso não apareceria naquela manhã, mas preferiu ignorar aquele pensamento. Estava decidida a abrir-se para ele e não podia alimentar seu medo com sentimentos negativos ou desistiria. 

— Nessie, seu pai disse que não poderá levar você hoje. - Disse Bella a garotinha, enquanto servia o café da manhã. - Mas ele a buscará a tarde.

Renesmee sorrio e concentrou-se em comer o sanduiche de queijo e presunto. Bella sentou ao lado da garotinha, mas não conseguiu tocar no café da manhã.  Seu estomago contorcia-se a cada segundo que pensava em Edward. Será que ele ainda a amava? E se ele não a quiser mais?  Ele teria esse direito depois de tudo o que fez passar.

Bella levou Renesmee para o jardim infantil e depois voltou para casa. Não iria na faculdade pelo simples motivo que não conseguir encarar Jacob. Não queria conversar com ele, na verdade sentia um pouco de raiva daquele beijo. Por mais que tentasse recordar se havia ou não dado alguma brecha para ele entender algo, não conseguia e isso a deixava ainda mais furiosa.

Sem ter muito o que se fazer, Bella decidiu arrumar seu guarda roupa, talvez isso a distraísse um pouco e a fizesse esquecer Edward nem que seja por algumas horas. Ela retirou todas roupas e colocou sobre a cama e depois subiu em um banquinho para retirar algumas caixas na prateleira de cima. Ao descer, uma pequena caixa cor de rosa chamou a sua atenção. Quando a destampou encontrou uma carta quase amarelada e com uma caligrafia fina e delicada, que logo reconheceu ser da irmã mais nova.  Bella abriu a carta e um nó formou-se em sua garganta...

   Querida, Bella

Quando encontrar essa carta, talvez eu não esteja mais em sua vida. Porém essa foi a única forma que encontrei para dizer tudo que sinto por você  e antes de tudo, gostaria de pedir perdão. Perdão por todas as vezes que a fiz chorar, mesmo sabendo que você apenas queria o meu bem. Perdão por preocupa- lá  com as minhas atitudes impensaveis e perdão por não tê - lá amado como deveria.  

Hoje percebo o quanto fui estupida por não ter ficado mais tempo com você. Mesmo você sendo minha única família, eu preferi a companhia de outros que não se importavam comigo e muito menos com a minha dor.  Então sufocava minhas angustia e raivas com álcool , sem pensar que em casa você também sofria a ausência da nossa mãe e a minha também.  Acho que por isso acabei me envolvendo com Edward. Me sinto culpada por também ter feito ele sofrer por ser tão imatura. Eu o roubei  o direito de ser pai e por isso peço a você que não guarde magoa ou rancor dele. Por que ele não tem culpa de nada, a culpa pertence somente a mim.

A cada dia sinto que estou mais próxima do fim e não me arrependo por ter escolhido a vida da minha filha ao invés da minha.  Eu quero que ela viva e seja muito mais feliz do que um dia já consegui ser. Por isso decidi deixa -lá aos seus cuidados, por que sei que você a amará de todo coração e não poupará esforços para faze - lá feliz. Porém uma coisa me preocupa muito...a sua felicidade.

Bella não se prenda ao rancor e aos medos. Viva os dias como se não houvesse amanhã. Ame de todo o seu coração. Por que como você ver, a vida é frágil e curta demais. Eu desejo de todo o meu coração que você seja feliz.  De onde eu estiver estarei cuidado de você e da nossa pequena Renesmee e mais uma vez, perdão minha irmã.
                                                                     Com todo o meu amor, Anne.

— Anne... - Bella  apertou a carta contra o peito e desabou no chão em lágrimas. Não havia o que perdoar, também tinha errado com a irmã mais nova. Não compreendeu que através daquelas atitudes agressivas, ela pedia socorro. Também não tinha a amado suficiente e por isso sempre sentiu-se culpada durante todos esses anos. Ah, Anne se alguém que precisa de perdão sou eu. Pensou ela.

Após recuperar-se, Bella guardou a carta no bolso da calça jeans e calçou os tênis. Anne tinha razão, precisava desprender-se dos medos e rancores e viver. Queria ser feliz...queria ser feliz ao lado de Edward Cullen.  

Na rua, Bella assoviou para taxi e quando o mesmo parou ,entrou.  Ela informou o destino ao taxista e de cabeça erguida e coração limpo foi rumo a sua felicidade.