Arena Mortal escrita por Nyna Mota


Capítulo 16
Capítulo 15 - Início do Fim


Notas iniciais do capítulo

Olá!

Música do capítulo: https://www.youtube.com/watch?v=U8kMd2YoKUg&list=WL&index=6

Boa leitura!

Leiam as notas finais!



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Desde que somos crianças aprendemos a importância dos laços que criamos, da amizade, da família, não que eu tenha tido isso por muito tempo, todavia, eu me lembro como era ter laços.

Lembro também como era doloroso quebrar esse laços.

Não me recordo com exatidão á idade que tinha, sei que era um menino magricela que tinha um amigo, um dos poucos que não me batia, que não fazia piadas, que me aceitava.

Não, você não sabe como é. Essa pequena aceitação pode ser o mundo de alguém.

Então, eu tinha esse amigo. Seu nome se perdeu em meio ás memórias, junto dos bons momentos.

Não sei o que nos fez brigar, não sei como começou, mas eu lembro como acabou.

Por algo bobo, fomos pra cima um do outro. Ele me batia, eu revidava, as crianças ao redor gritavam animadas com a violência. Desde sempre, pão circo são a animação preferida de todos os lugares, em todas as idades, e ali não era diferente.

Meu lábio sangrava, o supercílio deles estava cortado, eu queria chorar, me sentia acuado, ferido, magoado.

Ele era meu amigo, eu não queria brigar com ele.

O pai dele apareceu, me olhou zangado, viu ás lágrimas nos olhos do filho, nos meus olhos, viu os machucados.

— Porque você está fazendo isso!? –Gritei por fim, cansado e dolorido.

—Porque... –Sua voz travou.

— Homens não choram filho. – O pai dele disse ríspido.

Levou meu único amigo pra longe, informou na direção da escola. Eu fui expulso. Não havia ninguém pra lutar por mim.

Anos se passaram, e cada vez que um laço se quebrava mais um pequeno fragmento de mim também ia embora, cada vez que mais alguém partia, eu perdia mais um pouco da vontade de continuar.

Eu já não tinha mais tantos motivos assim pra lutar, a não ser a pura e egoísta vontade de viver, e eu nem sabia se era suficiente.

***

Eu esperava mágoa, pedidos pra não delatar, esperava choro, mas não esperava aquela reação da Bella.

Bella me olhava com raiva. Esse olhar, essa raiva, nunca havia sido dirigido a mim. Não em todos os anos que a conheci.

Ela já havia sido muitas coisas em minha fodida vida. Havia sido uma amiga, um anjo, meu objeto de desejo, a dona do meu afeto, mas naquele momento não reconheci a menina doce e boa que conhecia, naquele momento ela era uma mulher enfurecida.

Após os primeiros momentos de choque, as lágrimas secaram, o rosto vermelho de dor se transformou numa feição completamente revoltada.

— Eu não acredito que você vai fazer isso Edward! Meu pai! Você! Todos! – Bella pontuava rispidamente.

Eu estava atônito. Sem palavras.

— Você não está pensando, se fizer um acordo, você vai cair, meu pai vai cair!

Respirei profundamente, olhando aquela mulher na minha frente, analisando o que ela me dizia, o que eu pensava e o que eu faria.

— Bella não tem alternativa. – Falei com ela como se falasse com um filhote.

— Claro que tem outra alternativa. Uma alternativa que não implique você preso, ou pior, morto. Já esqueceu o que fazem com quem fala demais Edward, já esqueceu das consequências!?

Bella falava, mas eu ainda não conseguia compreender completamente.

Eu esperava apoio de Bella ou no mínimo uma negação por medo, mas essa raiva, eu não entendia.

— Você enlouqueceu? Que diabos! – Gritei perdendo o controle. – Eu estou fazendo isso por você porra! Por você! Por que é o único jeito de te proteger, de te tirar dessa merda de vida, de tirar Rose e os outros da mira, porque pela primeira vez na vida, eu posso escolher o que fazer, eu posso fazer o que é certo!

Desabafei gritando.

— Você não entende né! Você não percebe o que vai acontecer assim que fizer o acordo? Você Vai perder tudo Edward! Vai me perder, vai jogar tudo fora!

— Eu não entendo? Você acha que eu não entendo!? – Ri amargo. – A gente soube que um dia eu ia cair Bella, ou pela morte ou pela prisão, mas eu quero escolher, eu quero ter o poder de escolha, e eu vou cair Bella, eu sei, mas vou levar muita gente comigo, e vou te tirar desse noivado forçado, vou te tirar da mira de bandido, vou te livrar do seu pai!

— Ele ainda é o meu pai!

Senti um soco atingir meu estômago mais duramente que em qualquer luta que eu tive durante toda a minha vida. E então uma realidade se abateu sobre mim: Bella amava Charlie.

Ela amava seu fodido pai que a tratava como mercadoria, o filho da puta que não a dava nem um segundo olhar, o cretino que usava, manipulava, mentia, enganava, traia, matava.

Eu não conseguia entender como alguém tão doce, tão boa e pura como Bella podia amar aquele homem. Mas ela também me amava, talvez fosse daí que viesse tudo.

Minha cabeça começou a doer, eu estava zonzo.

Soltei uma risada amarga.

— Acho melhor eu ir hoje Edward. Espero que esfrie a cabeça e coloque essa merda no lugar.

Não levantei a cabeça. Não a vi partir. Pela primeira vez deixei Bella ir sem lutar, sem relutar, sem amargor, sem pesar.

Não sei quanto tempo fiquei na mesa posição, senti dor nas costas pelo corpo jogado de mal jeito.

Me estiquei tentando diminuir o incômodo. Respirei fundo e fui me organizar, eu não entendia porra nenhuma do que estava acontecendo, mas dessa vez eu não desistiria de escolher.

***

Aguardava o carregamento daquela noite relapso, não prestava tanta atenção aos arredores como deveria.

A recusa de Bella em aceitar o acordo me pegou desprevenido, me matava um pouco não fazer o que ela queria, simplesmente deixar pra lá tudo, viver na nossa pequena bolha pra sempre, mas inferno, eu não podia.

E também não queria.

Era a primeira vez que podia escolher por mim mesmo. Era a primeira vez na vida que me sentia livre de verdade, mesmo que isso fosse custar o que as pessoas entendem por liberdade.

Por muitos anos achei que estar livre era poder “andar na rua livremente”, era não estar atrás das grandes, mas só naquele momento entendi que ser livre era poder escolher o que fazer da minha vida.

E caralho como aquilo era viciante.

Fui tirado de meus devaneios pelo carro caminhão chegando. Era um carregamento mediano, mais uma vez disfarçado com a logotipo dos Swan, como se fossem remédios, mas ao contrário de ajudar e salvar vidas, tirava e destruía várias.

Recebi tudo rapidamente, repassei o dinheiro que devia ser entregue e segui pro centro da Arena.

— Você parece disperso garoto. – Liam apareceu do nada.

— Maldição! – Resmunguei.

Eu realmente estava desatento. Ser pego de surpresa não era algo comum na minha realidade.

— Apenas pensando. – Dei de ombros.

Liam colocou sua mão em meu ombro. Enrijeci completamente, louco pra acabar com aquele cara, queria dar vazão a minha frustração.

— Vamos lá Tiger, somos velhos amigos, pode falar comigo.

Me afastei de seu toque.

— Não somos amigos Liam, nunca fomos. Não se preocupe, entendi seu conselho, estou em alerta agora.

Sai de perto daquele homem, indo pro pequeno escritório situado ali embaixo.

Charlie estava ali com ele. Isabella estava com ele. Ambos estavam rígidos, sérios. A morena ainda tinha a aura furiosa ao seu redor, Charlie estava neutro, como sempre.

Não dei um segundo olhar a Bella, por mais que o que quisesse fosse jogar aquela mulher teimosa sobre meu ombro e sumir com ela dali.

— Muito bem, vejo que deu tudo certo lá fora.

Assenti sem de fato responder.

— Já que acabou estou de saída. – Resmunguei já me virando de costas.

— Oh não garoto, talvez tenha esquecido de te falar, mas hoje você luta.

Eu queria rosnar, gritar, saborear novamente aquela doce sensação de ser livre, mas ali, de novo eu era só mais uma marionete.

Acenei com a cabeça virei as costas e sai daquela sala, antes que perdesse o pouco do controle que me restava.

Me vi andando em direção ao local onde Hannah havia sido morta, tão pouco tempo atrás.

Sentia que em minhas mãos também havia o sangue daquela que havia sido minha amante, minha amiga.

Só então eu entendi a morena, só naquele maldito instante entendi porque ela escolheu fugir, porque ela escolheu não me deixar chamar ninguém. Hannah não queria morrer, mas também não queria viver daquele jeito pra sempre.

Olhei com detalhes todos os cantos daquele lugar que me era tão conhecido. Eu vivi ali tanto tempo, fiz daquilo minha vida, meus motivos pra seguir, conhecia cada canto, tive vitórias, derrotas, aquilo fazia parte de mim como o ar que eu respirava, e eu iria destruir tudo aquilo.

Como em uma despedida percorri todo o local antes que as pessoas chegassem pra mais um noite de luta, umas das últimas, ao menos em que eu seria protagonista.

Eu sabia que em algum outro lugar havia outra Arena, outro Tiger, outra Bella, era assim que o mundo funcionava.

Chegou a hora de lutar e eu não vi. Subi no tatame sem me atentar, o gongo tocou e não me vi lutar, não senti, não ouvi, estava no automático, não havia emoção, nada em mim.

Sabia que Bella estava ali em algum lugar, e que teríamos que conversar, ela tinha que me dizer o que estava falando com Charlie, e eu teria que dizer a ela, mais uma vez, que não deixaria de fazer o acordo, ainda que ela me odiasse por isso.

Só vi que a luta acabou quando vi que estava caído no chão, olhando pro teto, ouvindo as pessoas vaiarem e sentindo minhas costelas doerem.

Ri internamente com ironia. Eu perdi. Eu fodidamente havia perdido. Isso era algo que entraria pra história.

Ignorei os olhares de todos, levantei sem ajuda, e segui pro pequeno quarto, ignorei os olhares de Charlie e Liam.

Entrei na ducha gelada e lavei o suor e a sujeira do corpo. Comecei a sentir as dores da briga.

Saí do banho enrolado na toalha, me atentando para os hematomas se formando em minha pele.

Senti a presença antes de realmente ver.

Encarei os olhos verdes de Bella que me sondavam. Ignorando o pudor e o perigo que era ela estar ali tirei a toalha e me vesti lentamente ainda sem dizer nada.

— Vou ter que perguntar ou você vai me dizer o que estava falando com Charlie? – Perguntei de forma tão calma que até fiquei surpreso.

— Falando com meu pai. Apenas. – Não acreditei nela.

— Vamos lá Bella, você sabe melhor que isso...cante passarinho, o que estava falando com seu pai. – Falei acariciando seu rosto.

Os olhos brilharam de raiva incontida.

— Estava implorando pra acabar com esse fodido noivado seu idiota, assim você não ia sentir que tem que fazer isso! – Ela retrucou irritada, mas modulando o tom de voz.

Eu queria tanto pegar Bella nos braços e dizer que apenas o fato do fim do noivado seria motivo pra me fazer desistir do acordo, mas não era, e eu não precisei dizer.

— Ele não aceitou. – Disse simplesmente.

— Não. A candidatura é mais importante.

Acenei em reconhecimento. Puxei Bella em meus braços e a beijei.

Enquanto acariciava sua língua com a minha, sentia seu corpo contra o meu, ouvia o som de seu coração, inalava seu cheiro doce me perguntava se essa seria a última vez, ou quando seria a última vez.

— Você não vai desistir vai? – Ela perguntou parando o beijo.

— Não Bella. Não vou.

Vi a dor estampar sua face, e me senti u mais filho da puta dos homens por ser eu o causador de seu sofrimento, mas já tinha virado algo muito maior que Bella e eu.

— Eu amo você gatinha, e vou amar pra sempre, mas não posso, não vou e não quero voltar atrás, mesmo que você me odeio por isso.

Dei um passo pra trás. Tornando físico o espaço que começava a se abrir entre nós.

— Eu nunca vou te odiar, mas nesse momento não quero te olhar.

Engoli o nó que subiu pela minha garganta, e vi Bella mais uma vez me deixar.

Eu a entendia, realmente entendia.

Ela amava o pai, mesmo ele sendo um filho da puta. Eu amei Lizzie mesmo ela sendo uma prostituta e tendo me deixado passar fome.

Agora eu entendia. Era um tipo de amor que você não escolhe, apenas sente. E não importa o quão fodido seja, você sempre vai amar aquela pessoa.

Bella só conhecia aquela vida, só conhecia aquelas pessoas, e eu, o homem que alegava a amar mais que tudo ia destruir tudo.

***

Fazer um acordo de delação não era a coisa mais fácil do mundo, era burocrático, exigia tempo e paciência.

Havia uma semana que eu não via Bella, uma fodida semana que ela havia ido embora pela segunda vez.

Eu não fui atrás dela, e ela não veio atrás de mim.

Me perguntava internamente se aquele era realmente o fim.

Recebi uma atualização de Emmett.

Bella está bem.

Saindo da aula agora.

Rose continua me ignorando.

Passo ai final do dia”.

Era realmente ridículo que agora eu dependesse de Emmett pra ter notícias de Bella, eu realmente me rebaixei e pedi a ela pra me atualizar sobre tudo. Eu e o policial tínhamos algo mais em comum agora. Ambos estávamos sem nossas mulheres.

Emmett se lamentava o tempo todo pra mim, e apesar de eu não falar ele sabia o quanto o distanciamento entre Bella e eu estava sendo difícil, ainda mais levando em consideração o motivo desse afastamento.

Mas aquela noite tinha algo de diferente, de mais importante que estava me deixando ainda mais apreensivo, encontraria Jasper novamente. E maldito seja, ele disse que viria com um acordo, e eu estava com medo do que estava por vir.

Estava realmente com medo, tanto de perder Bella como com o que enfrentaria após assinar o documento.

Aguardei jogado no sofá, controlando a ansiedade, a vontade de andar de um lado pro outro, de fazer qualquer coisa que não fosse ficar parado esperando.

Então levantei num salto, aterrorizado. Aquela seria minha vida na prisão. Preso, impedido de fazer qualquer coisa, com passos controlados. Viveria o inferno na terra.

Por um instante me senti claustrofóbico. Senti as paredes de casa se aproximando, me apertando e o ar começar a me faltar. Engasgando com o pouco de ar que tinha no pulmão senti minha visão embaçar.

Vivi aquela tortura por alguns minutos até conseguir controlar o surto. Suor pingava pelo meu rosto, a camiseta que usava estava grudada em meu corpo, e me sentia exausto, destruído.

Todos achavam que Tiger era invencível, que não sentia, que não era vulnerável, isso era a maior mentira contada.

Eu sentia, dor, mágoa, alegria, tristeza, amor, medo, assim como todo mundo, só sabia esconder melhor, havia endurecido um pouco mais.

Ninguém, nem mesmo eu era forte o tempo todo, e naquele instante eu quis que alguém me acalentasse, que dissesse que tudo ficaria bem, que a minha decisão era a mais acertada.

Não havia ninguém.

***

Emmett estava atrasado como sempre, mas era algo com o qual eu não estava me importando. Eu sabia que na hora que ele chegasse, tudo seria diferente, e não haveria como voltar atrás.

Sentado no sofá aguardei pacientemente até ouvi baterem na porta. Me levantei lentamente, abri a porta, e deixei o policial entrar.

—  Jasper está nos esperando lá em casa. – Emmett anunciou se sentando.

Imitei o grandalhão.

— Tudo certo? – Questionei apreensivo.

Ele assentiu.

— Você está pronto Edward? – Emmett perguntou olhando diretamente pra mim.

— Não. – Respondi sinceramente. – Mas não há outro jeito Emmett, e eu mereço. Eu preciso pagar pelo que fiz.

E eu tinha feito muita coisa ruim.

— Você não é mau. – Ele pontuou.

— Sou. Sou sim. Cada um de nós fez suas escolhas, as minhas me levaram até aqui. Esse é o fim.

— Você não...

— Vamos. – Cortei sua fala levantando.

— Você é teimoso homem. – Ele resmungou.

Seguimos em um silêncio pesado até sua casa. O percurso nunca foi tão rápido quanto naquele dia.

Subimos pro apartamento dele. Minhas mãos suavam, mas me mantive firme, eu não voltaria atrás.

— Hey Jazz. – Emmett cumprimentou ao entrar em sua casa.

Segurei a mão do promotor sem dizer nada.

— Tudo certo Edward? – Ele perguntou.

Acenei em concordância.

— Podemos só ir logo com isso? – Questionei agitado.

Jasper negou com a cabeça.

— Antes preciso explicar o procedimento.

Jasper passou a próxima meia hora me explicando o que aconteceria dali pra frente. A juíza concordou em fazer um acordo, eu ficaria um tempo preso, mas bem menos do que eu merecia, assinaria o acordo ali e a juíza na manhã seguinte, e então nos próximos dias eu daria meu depoimento, entregaria provas, ficaria sob proteção do FBI pois inclusive a polícia de Detroit estava envolvida, depois todos iriam a julgamento. E então começaria a cumprir minha pena.

Engoli em seco ao segurar a caneta.

Jasper evitou meu olhar, Emmett tinha saído da sala.

— Eu realmente gostei de você Edward, mas o que é certo, é certo.

Não respondi a sua fala.

Assinei as três vias do acordo. Minha sentença havia sido dada ali.

— Obrigada Jasper. Por tudo. – Apertei sua mão com força.

Sai do apartamento sem olhar pra trás.

Eu sabia que Jasper havia feito tudo que podia pra me ajudar, assim como Emmett, mas havia chegado o fim da linha pra mim.

Continuei andando sem rumo por algum tempo, tentando clarear a mente, pensar nas consequências do que seria agora.

Acabei parando em frente ao que foi minha antiga casa, onde morei com Lizzie, onde fui feliz.

Repensei em tudo que aconteceu desde então, a morte da minha mãe, os dias na rua, depois a vida com os Swan, amargurado sai dali sem um segundo olhar.

Quase uma hora depois cheguei na porta do meu apartamento.

Charlie estava lá.

— Noite interessante garoto. – Ele falou.

Dei de ombros.

— Algumas bebidas, um pouco de futebol, nada demais.

— E veio andando por qual motivo? – Questionou interessado.

— Precisava esfriar a cabeça, ainda não superei a última noite na Arena.

— Nem eu. Nunca imaginei ver o dia que o grande Tiger iria cair. – Ele disse.

Eu sentia que tinha algo por trás de suas palavras.

— Todos um dia irão cair Charlie, ninguém é eterno aqui. O tempo chega pra todos.

Me senti feliz, aliviado, o tempo daquele monstro estava chegando ao fim e eu era o causador. Senti alegria genuína brotar em meu peito, mas a mantive pra mim.

— Isabella tem andado estranha, arredia, não quer mais o noivado.

Me mantive calado e inexpressivo, era o terreno mais perigoso com o qual ele poderia ter jogado.

— No que posso ser útil chefe? – Questionei como o bom subalterno que sempre fui.

Charlie me encarou friamente, aparentando ser tão perigoso como eu sabia que ele era.

— Fique longe dela Tiger, Bella não é pra você. – Não respondi. – Não se meta em meus planos garoto ou esqueço toda a consideração que tenho por você, e você vai se arrepender, você sabe, aqueles que me atrapalham nunca vivem muito pra contar histórias, nem aqueles que lhes são caros.

Me mantive quieto. Faltava tão pouco agora. E eu podia pedir ajuda pro Emmmett e pro Jasper.

— Não se preocupe senhor.

Charlie saiu assim como chegou. Em silêncio.

Entrei no apartamento, verifiquei se tinham mexido em algo, busquei por escutas, nada.

Fiz a ligação que ansiava, apavorado com a ideia de ter ido tão longe e falhar logo agora.

— Precisamos sair da cidade Emmett. Eu cumpro o acordo, mas acho que Charlie sabe, preciso sair da cidade com Bella.


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Notas finais do capítulo

Oie!
Acho que nem demorei tanto dessa vez né! Vou tentar diminuir ainda mais o espaço de tempo!
Antes de qualquer coisa quero agradecer a linda da aannamaia que recomendou Arena Mortal! Obrigada sua linda! Esse capítulo é dedicado a você!
Quero muito agradecer também a todas que comentaram, eu amei cada comentário, falta apenas uns poucos pra responder. Obrigada mesmo por não me abandonarem. Aos fantasminhas que estão por ai, apareçam e falem comigo, eu adoro conversar.
Pessoas, me perdoem os erros de português, estava louca pra postar e nem corrigi.
Sobre o capítulo, acho que foi o que mais mostrou o lado humano do Edward, eu vejo ele como alguém que teve que ser forte e só por muito tempo, mas que tem muito dentro de si, e que sofre. Não sei como vocês vêem ele. Talvez esperassem alguém mais frio, mas acho que dentro de cada um de nós existe esse lado forte e esse lado mais frágil.
Sobre a Bella, vou explicar como vejo a situação, Bella foi criada num cerco criado por Charlie não tem mais nada, ou mais ninguém, ela tem medo e ama aquelas pessoas, por piores que sejam, inclusive o Charlie. Então por isso ela fica brava e com raiva do Edward, ela também tem medo. É a única família que ela conhece e tem.
Acho que era isso que tinha pra falar.
Acho um pouco difícil eu voltar antes do Natal, então Feliz Natal a todas, boas festas!
Espero vocês nos comentários.
Ah pra quem ainda não leu postei uma one shot no dia das bruxas que vai ficar uma short, então quem quiser dar um passadinha lá segue o link: https://fanfiction.com.br/historia/783783/Travessuras/

Beijinhos.

17/12/2019.



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