Os Cuecas e as Chiquititas escrita por SnowShy


Capítulo 50
Faço tudo por você


Notas iniciais do capítulo

Oi, galerinha!
Sabem que dia é hojeee??? O aniversário de 4 anos da fanfic Os Cuecas e as Chiquititas! Eeehhh ❤ Nem acredito que já tem 50 CAPÍTULOS!!!
Obrigada a todos que continuam acompanhando! Espero que gostem do primeiro capítulo do ano! :D



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Davi decidiu não mostrar logo sua música nova para Clarinha, preferia fazer uma surpresa no aniversário de 6 meses de namoro deles, que estava chegando, mas ainda ia demorar um pouquinho. Enquanto isso, podia pensar em outras coisas que podiam fazer para comemorar a data. Clarinha nem desconfiava de nada, já que estava muito envolvida com as questões de Flora e as Chiquititas. Davi também estava se importando com isso, é claro, mas a professorinha era sempre a primeira a saber de tudo. Foi uma alegria para todos quando ela contou que a polícia finalmente havia encontrado o tal do Fausto e ele havia sido preso. Não só pelo caso de Flora, mas também porque já havia feito coisas parecidas com outras mulheres.

— Vocês acham que a vida de todo mundo ia ter sido melhor se a tia Flora tivesse ficado com aquele "Deus Grego" que a gente achou na internet ao invés desse cara aí? — Perguntou Eleanora enquanto conversava com as irmãs sobre o assunto.

— Nossa, eu já tinha me esquecido dessa história! — Disse Janete. — Mas, sim, eu acho... O problema é que ele ia continuar enganando outras mulheres, né?

— Verdade. Nem todo mundo ia ser feliz...

— Que ironia, né? — Falou Sandy. — Ela não queria que a gente procurasse namorado pra ela na internet porque era perigoso, mas o cara que ela encontrou na vida real devia ser muito pior...

Eleanora pensou um pouco e falou:

— Acho que as pessoas têm que ter cuidado com todo mundo, não importa de onde a pessoa apareça... É por isso que quando eu tiver um namorado, eu já vou conhecer ele muito bem e vou ter certeza de que ele vai ser o cara mais legal e mais fofo de todos, e que ele nunca faria mal nem pra mim nem pra ninguém!

— Você tá falando do Téo, né? — Perguntou Janete, sorrindo.

— Claro! — A menina confirmou, toda serelepe. — De quem mais seria?

As três ficaram rindo e Sandy pensou em como achava engraçado Eleanora falar essas coisas com tanta facilidade, desse jeito até parecia que era fácil gostar de alguém... Bom, talvez pra ela e pra Téo fosse, mas pra Sandy... O que sentia era tão forte, que às vezes parecia que chegava a doer. E ela não sabia o que fazer sobre isso. Precisava falar com alguém, mas suas irmãs não eram experientes com essas coisas...

Foi então que Sandy decidiu falar com Clarinha. Estava morrendo de vergonha, mas falou que queria conversar com ela em particular e as duas foram para o quarto da mulher, que achou que a conversa teria alguma coisa a ver com Flora, afinal, Sandy era a que estava tendo mais dificuldade para lidar com a situação da tia entre as três irmãs.

— Na verdade, não é sobre isso... — Disse a Chiquitita mais velha. — Quer dizer... eu já sei que não foi totalmente culpa dela e pensei muito sobre isso, sabe? Eu acho que a tia Flora desconta a raiva dela nos outros e... eu também sou um pouco assim, né? Eu até já fiz isso com você naquele dia que a Janete contou que a gente tinha sido abandonada... Aliás, desculpa por isso!

Clarinha sorriu e disse:

— Você já pediu desculpa no dia, Sandy, e eu já aceitei.

— É mesmo... Bom, eu estou disposta a passar pelo tal período de experiência se isso tiver que acontecer, mas decidir ir morar com ela permanentemente já é demais, né? Pelo menos por enquanto, talvez depois eu mude de ideia...

Clarinha estava feliz por ver que a menina realmente queria dar uma chance à tia, mas achou um pouco estranho ela ter dito que não era sobre isso que queria "conversar em particular" e ficar falando tanto a respeito... A verdade é que Sandy ainda não tinha certeza se queria anunciar ao mundo que gostava de Joaquim, então estava tentando fugir do assunto, mesmo que este fosse o propósito da conversa. Mas ela não teve mais saída quando Clarinha perguntou:

— Então? Se não era sobre a sua tia, do que você queria falar?

— Ah, sim... Na verdade... eu tô com um pouco de vergonha, é meio constrangedor!

— Não precisa ficar com vergonha. Eu sou sua amiga, você pode me contar tudo!

A menina hesitou um pouco, mas acabou dizendo:

— Tá bom... É que... eu gosto de um menino...

Clarinha sorriu e, mais afirmando do que perguntando, disse:

— O Joaquim?

Sandy, então, arregalou os olhos e exclamou:

— Como você sabe?! Ai, meu Deus! É tão óbvio assim???

— Calma, não é uma coisa óbvia! Acontece que eu passo muito tempo com vocês e acabei percebendo... que você gosta dele e que ele gosta de você.

— Ah. Sobre isso eu sempre fico em dúvida...

— Por quê?

— É que às vezes parece que a maior missão da vida dele é me irritar. Sério, a gente vive brigando! Eu acho já briguei mais com ele do que com as minhas irmãs, que eu conheço a vida toda! Mas por outro lado... às vezes ele parece... um príncipe encantado, sei lá... Ele fica me ajudando, sempre sabe o que fazer quando eu passo por uma coisa difícil, parece até que ele se preocupa comigo de verdade, sabe?

— E ele se preocupa mesmo. Isso eu acho que qualquer pessoa percebe...

— Mas se é assim, por que ele é tão insuportável na maior parte do tempo?

— Talvez ele esteja confuso sobre o que sente, assim como você. Mas você prefere se importar com essas discussões bobas do dia a dia ou com o fato de ele sempre te ajudar quando você precisa?

Clarinha tinha razão. Talvez Sandy não devesse se importar tanto com as brigas, afinal, além de quase sempre serem por motivos bobos, eles acabavam fazendo as pazes no final. Talvez Joaquim fosse mesmo o príncipe encantado dela... Mas tinha uma coisa que ainda deixava a menina com uma pulga atrás da orelha. Um motivo pelo qual ela ainda não tinha certeza de ser correspondida:

— É que ele gostava de uma menina lá da nossa sala. — Disse Sandy. — Eles até saíram juntos uma vez. Num encontro... — Ela fez uma cara de nojo quando falou essa última parte.

— Entendi... Olha, eu nunca os vi juntos, então não posso dizer nada sobre isso, mas eu tenho certeza de que, mesmo que o Joaquim tenha gostado de outra menina, agora ele gosta de você. Você já percebeu o jeito como ele te olha? É muito fofinho!

— Sério? — Sandy perguntou, esperançosa e radiante. — É tipo... aqueles caras apaixonados dos filmes de romance?!

Clarinha achou engraçada a reação da menina, mas não demonstrou isso, apenas concordou. Sandy, então, parando pra pensar, percebeu que nunca mais tinha visto Joaquim falar com a Bel na escola, principalmente depois que as aulas haviam voltado. A Chiquitita, então, ficou muito feliz por ter tido essa conversa com Clarinha e decidiu que agora não iria mais ficar escondendo o que sentia. Até foi falar sobre isso com as irmãs depois. 

As duas mais novas, então, acharam que Sandy pretendia dizer o que sentia a Joaquim, escrever uma carta, qualquer coisa... Mas não. Ela não queria ser a pessoa que se declara primeiro, então só ia parar de fingir que não gostava dele e esperar que ele tomasse uma atitude. Na opinião de Eleanora, esse pensamento da irmã era muito machista, mas Sandy não ligava. Ela preferia ser conquistada do que conquistar. Assim como preferia ser a estrela, não a fã. Ela é que não ia correr atrás de alguém...

***

Enquanto Sandy se preocupava em ser notada por Joaquim, Janete não estava nem um pouco preocupada em pensar em meninos. Ela achava que tinham coisas mais importantes pra se pensar, como os estudos, a natureza, a volta de sua tia... Além disso, mesmo que a menina tenha percebido de primeira que Sandy gostava de Joaquim e que Eleanora gostava de Téo, não parecia perceber quando as coisas aconteciam com ela mesma. Por isso não sabia que Samuca estava interessado nela. 

O menino, por sua vez, era tímido demais para dizer abertamente o que sentia e o fato de ela também ser tímida não ajudava muito, deixava-o ainda mais inseguro com essas coisas. Mas ser visto apenas como um amigo não impedia Samuca de sempre estar tentando fazer alguma coisa para agradá-la. Naquela semana, ele chamou Janete na escola para falar de uma ideia nova que teve:

— Eu não sei se você vai concordar, mas... — Ele disse, receoso, deixando a menina curiosa. — Eu pensei em construir uma casinha na Árvore da Vida. A gente podia usar madeira reciclada na construção, assim não vamos estar acabando com a vida de outras árvores depois de você ter tido tanto trabalho pra salvar a daquela, né?

— Que ideia incrível, Samuca! — Ela exclamou, radiante.

— Você acha? — Ele perguntou com um sorriso tímido.

— Claro! Como você pensou que eu podia não concordar?

— Que bom que você gostou!

— Mas espera... — Ela disse, depois de pensar um pouco. Como a gente vai fazer isso?

— Ah, eu posso procurar na internet, ler alguns livros, usar o dinheiro que eu tenho guardado pra comprar materiais, pedir ajuda pro Davi... eu ainda tenho que ver se ele vai deixar, né, mas... eu posso fazer uma planta da casa e... ah, acho que pode ficar bem legal!

Janete deu um sorriso que fez Samuca pensar que valia a pena fazer qualquer coisa por ela, que estava realmente impressionada com ele naquele momento. Na verdade, ela vivia se impressionando com Samuca e é claro que, se prestasse um pouco mais de atenção, saberia que ela mesma já sentia alguma coisa pelo garoto. Mas sempre achava que era tudo só amizade.

***

Clipe musical: "Se Enamora" por Janete e Samuca.

***

Mais tarde, Samuca usou a desculpa de que a casinha seria um lugar divertido para todos e ainda uma distração para as Chiquititas enquanto a justiça ainda não decidia se a tia ficaria com elas ou não. Isso só para os irmãos não pensarem que ele tinha pensado primeiro em Janete porque estava apaixonado ou algo do tipo... Mas é claro que eles sabiam disso, né? De qualquer forma, não importava o motivo pelo qual ele havia tido a ideia da casa na árvore, o que importava era que as seis crianças realmente poderiam se divertir lá e estavam muito animadas por isso. Joaquim até se esqueceu de que não queria mais subir na árvore por medo de encontrar mais aranhas. 

Quem não sabia se a ideia era assim tão boa era Davi. Construir uma casinha do zero parecia meio perigoso e além disso ia custar dinheiro. As crianças argumentaram que tomariam cuidado e que juntariam o dinheiro de cada uma, mas mesmo assim foi difícil o homem ceder. Só que ele acabou concordando depois, contanto que as crianças não fizessem isso sem que ele ou Clarinha estivessem por perto e é claro que Davi iria ajudar nas partes mais difíceis da construção. Essas crianças inventavam cada coisa! 

O lado bom é que dona Nina sempre ouvia uma história nova do filho. Ficou nostálgica ao lembrar que Davi também brincava numa casinha na árvore quando era criança, assim como os filhos dele agora. Falando nisso, quando mesmo ela ia conhecer os netos, hein??? Davi pretendia passar as férias de fim de ano no Vilarejo dos Sonhos, mas isso ia demorar um pouco... E se ele pudesse levar as crianças antes disso? Bem que eles podiam passar um fim de semana lá ou um feriado... Davi ficava contente em ouvir essas sugestões da mãe, mas ainda tinha um problema. Ele não havia tido coragem para falar com o pai, então se perguntava se era cedo demais pra ir pra lá. Pensou em apenas responder: "É, vamos ver, se a gente tiver tempo...", mas achou melhor contar o que o estava deixando inseguro.

Dona Nina compreendeu perfeitamente e explicou que seu Zé se sentia da mesma forma. Ele também queria falar com o filho, mas não tinha coragem.

— Você quer que eu mande algum recado pro seu pai? — Perguntou ela. — Ou prefere que eu chame ele pra falar com você?

Davi ficou nervoso. Não lembrava direito da última conversa que havia tido com o pai, só sabia que tinha sido uma briga. Ficou tentado a dizer que preferia só mandar um recado, mas precisava enfrentar seus medos. Teria que falar com seu pai em algum momento e adiar isso talvez tornasse tudo ainda mais difícil.

Seu Zé ficou surpreso ao ouvir da esposa que Davi queria falar com ele, mas concordou e pegou o telefone. Nenhum dos dois disse muita coisa, o que era um pouco irônico, já que ambos tinham muita coisa para dizer um ao outro, só não sabiam como dizer. Apenas perguntaram se outro estava bem e disseram que sentiam saudade. Ninguém chegou a pedir desculpas por alguma coisa do passado, mas havia arrependimento nas vozes dos dois. Mesmo que quisessem conversar mais, não poderiam, porque o sinal acabou caindo, mas foi o suficiente.

De alguma forma, tudo parecia mais leve agora. Tanto Davi quanto seus pais se sentiam assim. Clarinha ficou muito feliz quando soube disso. Talvez fosse bom começar a pensar numa data para ir ao Vilarejo com as crianças, mas teria que ser só depois de toda a situação de Flora ser resolvida.


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Notas finais do capítulo

Espero que tenham gostado! E que venham mais capítulos esse ano! Hehehe



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