Sede de Poder escrita por Mermaid Queen


Capítulo 33
Capítulo 33


Notas iniciais do capítulo

capítulos finais!! vamos aproveitar enquanto a kate tem tudo sob aparente controle, porque geralmente não dura rs



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Katherine conseguia ouvir o helicóptero voando em volta do prédio. Pela janela, viu uma faixa que dizia “DEMÔNIOS ENTRE NÓS”, e teve vontade de rir. Serpente era tão demônio quanto ela, e ali estavam os apoiadores dele. Sem saber que apoiavam o seu próprio massacre.

Subiu as escadas com o pai ao seu lado. Cada degrau a deixava mais tensa.

Quando irromperam pela sala onde Jack estava antes, tanto ele quanto Travis e Chris saltaram das cadeiras.

— Katherine! – disse Jack, o olhar se alternando rapidamente entre ela e o pai.

— Jack – disse Serpente, cordialmente, e pousou a mão no ombro de Katherine. – Nós estamos juntos novamente depois de anos. O que tem a dizer ao seu velho amigo?

O rosto de Jack endureceu.

— Não vai mais tocar nela, Roberto.

— Você tem apreço por ela – Serpente respondeu. Puxou as tranças de Katherine para trás e ela gritou de surpresa, mas ele logo a soltou. – E pela minha esposa – acrescentou com um riso de deboche. A ironia mascarava o rancor profundo que Serpente ainda sentia e não era capaz de esconder.

— Não deve continuar com isso – disse Jack, com os punhos cerrados. – Você nunca foi um líder. Sempre cumpriu ordens. Não deixe que isso lhe suba à cabeça, Roberto. Todas aquelas pessoas lá embaixo enfurecidas… Haverá dez vezes mais delas em Washington, revoltando-se contra o governo dos Estados Unidos. Precisaremos de um líder capaz de conciliar, e não destruir. Só a sede de poder não será suficiente.

Serpente lançou um olhar gélido e cheio de ódio para Jack, mas Katherine podia ver que Jack o deixava constrangido. Ela temeu que o acordo frágil que fizera com o pai se desfizesse numa tentativa dele de se provar contra as acusações de Jack.

— Ligue para Staham – Katherine falou, olhando para Jack. – Diga a ele que acabou. Que ele deve abdicar publicamente e mandar os documentos.

Não— Chris falou, rápido. – Não podemos.

Apesar dos protestos de Chris, Jack olhou para Katherine por longos segundos antes de ceder. Se ele tinha um plano além da rendição, ela não sabia. Ela mesma não tinha.

— Vamos cair de qualquer maneira – Jack murmurou cabisbaixo, sacando o celular. – Não há por que fazer isso desperdiçando vidas inocentes. Já não há mais honra em ficar de pé.

— Jack! – Travis exclamou, juntando-se ao irmão. – Isso é covardia.

Katherine entendia a causa deles, mas já não podia permitir que todo aquele sofrimento continuasse para as pessoas que ela amava. Não se ela pudesse evitar. Talvez as coisas ficassem piores depois, mas ela não se perdoaria se fosse responsável novamente por alguém sair ferido. Não havia escolha.

Ela evitou olhar Jack nos olhos. Ela sabia o que ele diria. Que sempre há escolha.

Serpente passou os olhos lentamente pela sala.

— Staham é um covarde – falou calmamente, enquanto um sorriso se espalhava devagar pelo rosto. – E liderava um exército de covardes. E traidores.

Você é um covarde – Katherine acusou. Olhou para Jack rapidamente pelo canto do olho e o viu discando no celular. – Covarde, traidor, mentiroso. É tão covarde que usou a própria filha de cobaia, para se proteger.

Serpente se virou para ela com divertimento. Jack falava baixo e em tom urgente no telefone. Chris olhava para ele com indignação, mas estava sendo ignorado.

— Covarde, Katherine? – ele falou, irônico, apertando os olhos. – Que coisa. Há quem diga que o suicídio é o maior ato de covardia da humanidade. O único pecado imperdoável. Mas você é a única que esteve do outro lado, então acho que pode nos dizer se vale a pe…

Katherine parara de prestar atenção quando viu a expressão nos olhos de Jack. Escandalizado. Assustado. Finalmente compreendendo o que ela quisera dizer com ter sofrido uma “transformação completa”.

Ele baixou o celular lentamente, até o aparelho deslizar pela mão dele e cair no chão. Mantinha os olhos fixos nela.

— Você… morreu?

Todos permaneceram imóveis com o choque de Jack, até Travis e Chris, que já sabiam. Serpente soltou uma risada alta que cortou o ar e desceu como um arrepio pela coluna de Katherine. Ela tentou sustentar o olhar de Jack, mas não conseguiu.

— Não foi por covardia – ela falou, gaguejando. Novamente aquela sensação dos olhos arderem sem produzir lágrimas. Não queria que ele soubesse sobre aquilo, sabia como o havia decepcionado. Mas queria poder falar com Jack sobre o suicídio a sós, tentar explicar a ele. Não conseguia acreditar que o próprio pai a expusera daquela maneira e a levara ao limite. — Você não… Você é um monstro, pai. Destruiu a minha vida antes dela começar. É um completo monstro.

— Eu sou um monstro! – Serpente se divertiu. – Assisti à sua autópsia e te deixei gelada e costurada sobre uma mesa de metal, para agora dar de cara com você andando como uma bonequinha. Isso sim é monstruoso!

Katherine não aguentou o olhar horrorizado de Jack sobre ela. Baixou a cabeça, sentindo-se completamente humilhada. Se nem ele a aceitaria, ela não podia pensar em ninguém que o faria.

Estava completamente sozinha.

O silêncio assustador do cômodo foi interrompido por bipes de uma máquina, e em seguida o som de impressão. A máquina cuspiu uma folha de papel.

— Está ali o seu governo – disse Jack, com a voz falha, mantendo os olhos no tapete. – É só pegar.

Katherine quis matar o pai. Sabia que isso era algum tipo grave de pecado, mas o suicídio era o pecado mais grave de todos e ela já estivera lá, então não sentiu muita culpa por desejar isso. Queria que ele morresse para parar de estragar as vidas das pessoas. Para que ele pagasse pelo que fizera.

Mas, acima de tudo, ela queria matá-lo para se vingar.

Viu em câmera lenta quando Chris disparou para o fax e rasgou a declaração de Staham que entregava o poder a Roberto Flores.

Serpente não teve a reação que ela esperava. Ele suspirou, encolheu os ombros e se dirigiu à janela. Katherine só entendeu o que estava acontecendo quando o viu gritar.

— Pela justiça, pela liberdade e pelo fim do banho de sangue! VAMOS TOMAR ESSE GOVERNO!

Katherine correu para a janela a tempo de ver a multidão invadir o prédio como uma onda do oceano. Sentindo a raiva percorrer o corpo como eletricidade, ela fechou os dedos em torno da garganta do pai e apertou.

— Você já tinha tudo o que queria – sibilou para ele.

Serpente arregalou os olhos para ela, e Katherine experimentou a satisfação de ver o medo nos olhos dele.

— A declaração de Staham servia só para humilhá-lo, e o governo já era seu – continuou ela. – E agora você não vai mais poder tê-lo, porque eu vou te matar. E se você ressuscitar, eu vou te matar de novo. Não tenho mais nada a perder.

Katherine mal reconhecia a frieza na própria voz, mas não se importava. Era quem ela era agora, fosse o monstro que fosse.

Mas Serpente não estava mais olhando para ela. E sabia que David a estava observando antes mesmo de ouvi-lo gritar.

— Katherine, NÃO!

Sentiu as mãos de David nos braços dela e se deixou ser empurrada, mesmo que a força dele não significasse nada.

Ficou olhando estarrecida para aquele reencontro entre pai e filho completamente emocionados. Mesmo sabendo que o choro e os arquejos de Roberto eram falsos, ela sentiu que precisava que David tivesse esse momento que ela também tivera.

Katherine já havia contado a David que Serpente o havia mantido em cativeiro. Era David quem escolheria no que acreditar.

— Eu sinto muito, filho. Eu tive que fazer isso para proteger vocês! Os meus inimigos políticos…

Com um olhar ao redor, Katherine notou que eles eram os únicos na sala, e então se levantou e saiu em disparada pelas escadas. Parou quando viu os lampejos laranja. A iluminação vinha do fogo que subia pelas paredes e das luzes caóticas do helicóptero. Ela olhou, atônita, para as janelas sendo estouradas por pedras e as pessoas que subiam as escadas na direção dela.

Os gritos pareciam distantes. Katherine se sentia assistindo a algo, e não participando daquela cena. Mesmo sabendo que apontavam para ela e queriam o pescoço dela, aquela realidade parecia distante demais. Como ela se tornara parte tão integrante daquilo?

Ela quis fugir, mas já fugira antes.

A primeira ideia que teve foi a de retirar os Agentes do prédio. Começou a se teletransportar perto deles e agarrá-los, de dois em dois, para carregá-los na velocidade da luz até alguma rua vazia a várias quadras dali.

Eles estavam completamente desorientados, mas começaram a entender o que estava acontecendo quando começaram a ver mais e mais Agentes sendo transportados até o novo local. Não sabia quantos deles a viam como ameaça e quantos deles a viam como aliada. Quando achou que havia terminado, ela se explicou rapidamente, sem rodeios:

— Estou com vocês e com Jack contra Serpente, e os tirei de lá para esse lugar seguro. Podem acreditar em mim e se salvarem, ou podem voltar para lá. Mas não há honra em voltar para lutar. É suicida.

Com as máscaras, eles a encararam em silêncio, inexpressivos. Ela assentiu e virou as costas, e já estava se preparando para se teletransportar de volta quando alguém falou atrás dela:

— Obrigado, Katherine.

Ela se virou e se deparou com um dos Agentes à frente dos outros, com a máscara na mão. Parecia poucos anos mais velho que ela, com o rosto jovem cheio de fuligem e respingos de sangue. Os outros imitaram o gesto e começaram a tirar as máscaras e agradecê-la. Reconheceu professores e outros funcionários da escola. Não soube como reagir.

Assentiu de volta para eles.

— Eu sinto muito por tudo que está acontecendo – falou, tentando controlar a voz trêmula. Queria se desculpar, se redimir, voltar no tempo, consertar qualquer coisa. – Vou fazer o que puder.

E se teletransportou de volta para o caos, sem ter a menor ideia do que fazer.

Mais e mais pessoas chegavam pela avenida. Uma sensação de angústia se espalhou pelo peito de Katherine ao assistir àquilo e pensar que nunca acabaria. Deveria continuar a evacuar o prédio? Conter o incêndio? Ela ergueu os olhos para o céu e observou o helicóptero. Não saberia distinguir se pertencia aos noticiários ou à polícia, mas não fazia diferença. Ambos incitavam a revolta.

Obrigou-se a pensar na melhor alternativa. Poderia deixar que destruíssem o prédio, não faria diferença para ela se pudesse garantir que as pessoas com quem se importava estivessem a salvo. Claro, o prédio do governo era um símbolo. Não era apenas um prédio. Mas, novamente, para ela não importava.

Uma parte da consciência de Katherine podia ver como ela estava sendo dominada por uma frieza que, se não combatesse, a tornaria completamente apática. Eles que lidem com os problemas deles, pensou. Até David, se quisesse ir embora com o pai. Ela já não ligava mais. Ainda doía, mas não era problema dela.

De repente, teve uma ideia. Ao identificar alguns policiais na multidão, começou a encurralá-los e carregá-los como fizera com os Agentes. Movia-se rápido a ponto de se tornar um borrão, o que contribuiu para que a multidão enfurecida não a reconhecesse, embora ficasse desnorteada quando ela passava.

Após algum tempo enquadrando policiais e vasculhando viaturas, Katherine subiu ao último andar e se fechou em uma sala para que as pessoas que vagavam por lá não a incomodassem. No corredor, arremessavam objetos e espalhavam tinta vermelha nas paredes. As lâmpadas haviam sido quebradas e o ar estava carregado de fumaça. Katherine passou se esquivando das pessoas e dos fachos de lanternas adoidados com a vantagem de poder enxergar claramente.

Arrastou uma mesa de escritório até a porta, para segurá-la. Sabia que não tinha muito tempo. Começaria a evacuar o prédio a partir de onde estava, o último andar, e começaria a descer. Olhou para o pequeno arsenal que reunira e fez uma careta.

Não fazia ideia de como disparar uma bomba de gás lacrimogênio. Ou uma bomba de fumaça. Torceu para que nada daquilo fosse uma granada. Policiais carregavam granadas?

Katherine suspirou. Precisava resolver aquilo. Serpente não poderia tomar o governo sem a sua multidão. Era um homem só. Não era nada sem aquela onda de humanos que ele havia enganado.

Jogou as bombas de gás lacrimogênio em uma bolsa que encontrara no banco de trás de uma viatura. Havia armas dentro, antes, mas ela as largara no carro. Não tivera coragem de carregar armas, embora isso a fizesse sentir uma falsa moralista. Ela mesma era uma arma. Não precisava de uma espingarda para matar alguém.

Tomou impulso e ergueu a mesa de escritório do chão. Cruzou a sala com a mesa nas mãos e a arremessou pela janela. Precisaria dela depois. De toda a madeira que pudesse encontrar.

Em seguida, disparou para fora. As pessoas do corredor congelaram por um segundo ao se depararem com ela, mas rapidamente se recuperaram e começaram a cercá-la. Estavam armadas com paus e facas, pelo que ela podia ver. Não se deixou abalar por aquilo.

Puxou o pino da bomba e a soltou no chão. Trocou um último olhar com um dos homens que avançavam na direção dela antes de vê-lo arquejar e começar a tossir. Os outros o seguiram e Katherine se viu envolta por gritos e mãos que tentavam alcançá-la cegamente.

— Desçam, seus imbecis – ela gritou, e começou a empurrá-los na direção da escada. – Vão embora daqui!

Viu-os tropeçando escada abaixo. Do outro lado do longo corredor, outro grupo de pessoas armadas a olhavam com temor. Katherine imaginou a visão infernal que ela mesma proporcionava, ensanguentada, de olhos vermelhos, cercada por uma nuvem de fumaça.

— É o diabo! – alguém gritou do fundo do corredor.

Ela inspirou fundo e se teletransportou para perto deles, entre o grupo e a parede. Quando ela surgiu, começaram a urrar gritos de terror e correram para longe dela. Dispararam escada abaixo atropelando uns aos outros e tossindo por causa da fumaça do gás.

— Foi engraçado – ela murmurou, falando sozinha.

Ela esperou que os gritos a ajudassem a expulsar as pessoas do prédio, e não as incitassem mais.

Desceu as escadas em vez de se teletransportar para baixo. Queria assustá-los agora.

Jogou uma bomba de gás em cada extremo do corredor e ficou parada nos degraus que subiam, vendo que o plano estava funcionando. Os manifestantes fugiam em pânico, esfregando o rosto e gritando. Alguns ficavam para trás, e ela os ajudava a descer, mesmo sabendo que estavam ali para matá-la.

— A própria Madre Teresa de Calcutá – falou, ironizando a si mesma. – Como eu sou boazinha por não deixá-los sufocando na bomba que eu mesma joguei.

Procedeu assim pelos quatro andares até chegar à base da escadaria que levava ao térreo. Contemplou a ampla sala mergulhada em caos e fumaça do fogo que subia pelas cortinas. Muitas pessoas haviam fugido, guiadas pelo pânico do gás lacrimogênio, mas a sala ainda estava abarrotada. Alguns ainda insistiam em subir na direção dela quando ela rompeu o lacre e jogou a última bomba bem no centro da sala, na base das escadas.

A multidão abriu espaço aos berros, pensando se tratar de uma granada. A parte inicial fugiu pela porta se empurrando, mas os que ficaram para trás começaram a correr quando o gás o atingiu.

Katherine observou satisfeita, do alto das escadas. O prédio estava praticamente vazio. Parecia impossível, e levara tempo, mas ela conseguira. O corpo não se queixava, parecia intocado, embora a mente estivesse aos pedaços. Ainda não havia acabado.

Começou a quebrar o corrimão de madeira das escadas, arrancou as portas, fez tudo em pedaços com as próprias mãos. Não havia tempo para pensar. Jogou os pedaços para fora e passou a se mover novamente como um borrão para organizar a madeira no formato que queria.

Viu que os Agentes voltaram para ajudar a acuar a multidão, agora que a maior parte estava fora do prédio. Katherine sentiu raiva deles por estarem se arriscando novamente, mas não pode deixar de sentir gratidão por não a deixarem sozinha. Começou a olhar em volta, tentando pensar em algo para atear fogo àquela madeira toda, quando congelou.

Carla estava jogando algo na madeira, correndo.

— CARLA! – Katherine gritou. – O que está fazendo? O que está fazendo aqui? Um lugar seguro, eu disse para vocês irem para…

Carla largou o galão e a segurou pelos dois braços.

— Não há tempo – falou, interrompendo-a. – É gasolina das viaturas. Chris te viu quebrando as escadas e me mandou buscar gasolina para te ajudar.

— Chris? Onde ele está?

— Subiu – Carla respondeu, apontando para cima.

Katherine parou. O que ele estaria fazendo lá em cima? E onde estavam todos?

Onde estava Serpente?

Ele a estava deixando fazer aquilo. Estava fácil demais.

Katherine pegou o galão de Carla e se moveu como a luz para terminar de encharcar a madeira. Em seguida, veio o clarão. Carla ateara fogo na outra ponta da coluna de madeira.

Um cinturão de fogo se ergueu em volta do prédio, no formato de meia lua. Funcionara. O fogo afastou os manifestantes para trás, e os que permaneceram dentro do cinturão correram para o centro, procurando uma saída. O helicóptero oscilou no ar antes de jogar um holofote sobre a fogueira.

Carla cobriu os olhos para protegê-los da luz e tentar ver algo do que acontecia lá em cima, sem sucesso. Katherine podia sentir o medo irradiando dela.

Através do fogo, Katherine avistou a horda que a encarava cheia de ódio. Todas aquelas pessoas que a tinham como o maior símbolo de morte e terror dos tempos modernos. Um monstro que eles não compreendiam.

Ela olhou para Carla, sem saber o que fazer com ela.

— Preciso tirar você daqui – falou. – Vamos entrar.

Carla começou a correr atrás de Katherine, acompanhando-a para dentro do prédio. Katherine não sabia por quanto tempo a multidão ficaria contida do lado de fora, mas deveria aproveitar a vantagem e ir atrás de Serpente.

Não haveria mais negociação.

Ao entrarem no saguão, Katherine deu de cara com Travis.

— Você fez isso, Kate! – ele exclamou, puxando-a para um abraço. – As bombas foram geniais! Estou muito impressionado.

Katherine se soltou do abraço, sem graça, e olhou para Carla.

— Precisamos encontrar outras saídas laterais ou nos fundos e lacrá-las para que não voltem a entrar. E levá-la para algum lugar seguro.

— Vamos encontrar uma sala vazia para você – Travis respondeu, puxando Carla gentilmente pelo braço. – E já desço novamente para ajudá-la.

Carla lançou um olhar estranho para Katherine. De medo, e aquilo seria desconfiança? Talvez Carla não quisesse ficar sozinha naquele momento.

— Vou subir para ficar com você em um minuto, Carla – Katherine prometeu, sabendo que podia não ser capaz de cumprir. – Vai ficar tudo bem. Não vou deixar nada acontecer.

A expressão de Carla se suavizou um pouco e ela esboçou um sorriso frágil antes de se deixar ser guiada por Travis escada acima, agora sem corrimão e com degraus meio destruídos.

Katherine se embrenhou pelos corredores térreos para encontrar possíveis saídas. Dentro de uma cozinha, arrastou o fogão e a geladeira para bloquear uma porta que dava para os fundos; Usou uma enorme cômoda para bloquear outra porta de um corredor.

Seguia com o plano com certa urgência quando uma janela explodiu em estilhaços de vidro ao lado dela. No chão, havia uma bola de tecido em chamas com uma etiqueta amarrada e meio queimada onde Katherine pôde ler “MORTE AOS VAMPIROS”.

Outros estouros semelhantes se seguiram ao primeiro, e, quando ela alcançou o saguão do prédio, ele estava novamente em chamas.

Katherine podia ouvir a multidão que voltara a cantar ao lado de fora. Gritos que rimavam contra vampiros, sangue e corrupção. Ao olhar pela janela, viu várias viaturas em chamas, mas felizmente a coluna de fogo que ela criara ainda estava lá.

Quando viu que as bolas de fogo que estavam jogando podiam alcançar os outros andares, Katherine começou a correr escada acima em busca de Carla. Tentou chamar qualquer um pela frequência da mente deles, mas não conseguiu se comunicar.

Somente Evan respondeu.

O que está acontecendo?

Katherine suspirou enquanto escancarava as portas fechadas aos chutes, sempre dando de cara com nada. Começou a se desesperar.

Quem está aí com você?, perguntou, exasperada.

Deixa eu ver, hmmm, Mary e Dionora, e Josh, Logan e Kristen.

No apartamento?

No apartamento, Evan confirmou.

David ainda deve estar aqui no prédio, ela pensou, sem querer transmitindo a Evan.

Isso é um problema? Vocês estão bem?, Evan quis saber, soando ansioso.

Nesse momento, Katherine abriu outra porta, e encontrou todos que estava procurando. Prendeu a respiração.

Katherine, Evan insistiu, desesperado. O que está acontecendo?


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Notas finais do capítulo

algum palpite sobre o que a katherine ta prestes a enfrentar nessa sala?



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