Hermione, A Diva escrita por Kyriê Snow


Capítulo 5
Capítulo 5 – Dionísio e Hedwiges


Notas iniciais do capítulo

Buscando a segurança dos pais, Hermione acaba provocando o cancelamento das férias em Paris. No refúgio, providencia uma arena para os treinos do Harry.



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/750923/chapter/5

Capítulo 5 – Dionísio e Hedwiges

Ao amanhecer do dia seguinte o senhor Granger já se decidira. Mal Hermione e Harry sentaram-se à mesa ele soltou a bomba.

— Nossas malas estão prontas para os vinhedos.

— Não vamos mais a Paris?! – exclamou Harry.

— Não, Harry. Vamos aproveitar estes dias, em que poderemos contar com a companhia de vocês, para nos inteirar das nossas novas atividades. Assim que a burocracia estiver resolvida poderemos partir. Já passei as diretrizes para minha secretária, só falta a proteção que vocês prometeram.

— Papai, o senhor acaba de fazer a sua filha muito, mas muito mais feliz!

Levantou e abraçou os pais.

— Agora vamos ao Gringotts e depois faremos as proteções e então vamos provar aquelas uvas horrorosas. Espero que você não fique chateado, Harry!

— Claro que não! O melhor para mim é ficar longe dos Dursley. Não que eu seja ingrato, mas eles não se sentem bem com minha presença e consequentemente eu fico mal e as vezes perco o controle.

De volta ao Gringotts, procuraram por Samantha, uma meio-sangue goblin, que ficara encarregada de auditar as contas Potter, e que, em um papo informal, contara à Hermione seu drama pessoal. A mãe desaparecida.

— Bom dia, Samantha!

— Senhor Potter, por favor volte mais tarde, ainda não tenho nada conclusivo para lhe apresentar – preocupou-se. 

— Não viemos aqui para isso, Samantha – disse Hermione, lhe entregando uma pasta preta, tão magra que parecia vazia – ai está sua busca.  Infelizmente não são notícias boas. Até mesmo a vingança, tiraram das suas mãos.

Quando ela pegou a pasta, o rosto sorridente da mãe surgiu colorido. Abriu-a e à medida que passava as folhas uma nova aparecia e um novo rosto surgia. Alguns conhecidos, outros não. Depois de virar dezenas delas, fechou a pasta, que voltou a ser magrinha e preta novamente, e encarou Hermione.

— Seus olhos não me enganam. Esta magia está além do nosso mundo, nem Goblins e nem Bruxos... - dizia calmamente quando foi interrompida.

— Minha querida, amenize a dor do seu coração. Dedique-se a ser a maior gerente do Gringotts pois este é o caminho que te levará a recuperar sua herança. O que era possível fazer por sua mãe, Freya já fez. Agora avie-se pois precisamos do grimório Potter.

— Suponho que de alguns Galeões também!

— Não, nenhum Galeão. Para onde vamos a moeda é de um Peso diferente.

— Fico-lhe grata... - tornou, gentilmente.

— Sou apenas uma mensageira de Freya, se for da sua conveniência agradeça a ela e quando precisar da nossa presença ela é o canal.

Samantha fez um mesura e providenciou o recibo de retirada do Grimório. De volta à residência dos Granger, Harry verbalizou sua curiosidade.

— Quando e onde você conseguiu aquela pasta?

— Tenho olhos por toda parte e enquanto você dormia repassei umas memórias. Vamos às uvas? - disse despreocupada e sorrindo.

— E a proteção para...

— Já está feita, Harry. Preocupe-se apenas com este grimório.

Juntaram-se aos pais, ela repetiu a encenação com a espada e a varinha do Harry e pronunciou:

— Physica oneraris!

Em um segundo estavam diante de uma escada que dava acesso a um prédio de esquina, com três andares, estilo antigo, com uma porta dourada. Na fachada superior, letras que seguiam o padrão da parede anunciavam: Banco Central do Chile. Antes de cruzar o pórtico Hermione passou ao pai uma carteira em couro marrom e à mãe uma bolsa branca com flores em prata.

— Documentos para uma nova vida!

Subiram a escada e entraram em um saguão de piso quadriculado em preto e branco, e, de uma escadaria de mármore branco, à direita, desceu um senhor engravatado, e que, com um sorriso radiante se dirigiu ao senhor Granger:

— Senhor Dionísio! Seja bem vindo de volta! Está tudo pronto, conforme a encomenda. O único inconveniente é que não encontrei a cor que o senhor queria para seu carro, mas o da senhora Hedwiges é um lindo Sonata pérola azulado.

Foi falando e os conduzindo a um escritório no andar superior. Deixou as apresentações de lado como se os conhecesse de outras colheitas. Tirou alguns papéis da gaveta da mesa e os estendeu assinalando onde deveriam ser rubricados. O senhor Granger olhou desconfiado para a filha:

— Ora vamos, papai, estou louca para conhecer o carro novo da mamãe, é só escrever Dionísio Aconcágua ai e pronto!

O pai pegou a caneta e deixou que ela conduzisse os traços que expressavam seu novo nome.

— Muito bem, senhor – continuou o gerente gentilmente, conferindo a assinatura – aqui estão as chaves, seus cartões e dinheiro em cash. Os carros estão no pátio, abastecidos e o GPS já está programado para levá-los às suas terras.

— Desculpe, se meteu Harry, acho que esqueci o seu nome.

— Ora meu jovem, José Trujillo, ao seu dispor, mas eu não me esqueci de você, Harry!

Deixaram o senhor Trujillo para trás e foram pegar os carros.

— Espere aí, mocinha, explique esta coisa de Dionísio...

— Esta foi minha última mágica, papai, agora o senhor é um tradicional produtor de vinho, tem uma tradição milenar a manter e continuar fazendo uma mulher feliz – respondeu sorrindo.

— Hedwiges?! – inquiriu ele.

— É um lindo nome, não acha, mamãe?!

— Estou feliz com ele, sempre foi minha santa de devoção. Porém, como seu pai, não estou entendendo nada. Aquele senhor...

— Coloquei vocês dentro da cabeça de muita gente aqui, não precisam se explicar. Os Aconcágua são tão antigos quanto os montes que lhes deu o nome, suas terras são o portal para o vale. Daqui até a cordilheira tem cem km de espaldeiras mas nenhuma produz vinho da qualidade Dionísio, o que significa prestígio, respeito e também inveja. Porém vocês estão preparados para diferenciá-los. Estão em casa. Por falar nisso, lá também serão recebidos com abraços.

Entraram nos carros, tipo meninas e meninos, deram uma volta pelo centro da cidade e pegaram rumo ao norte. Saíram da cidade e logo depois deram de cara com um portal em arco feito de pedras onde estava anunciado: Vinícola Dionísio. Um breve passeio pelas espaldeiras, e, depois do abraço fraternal que ganharam do casal que administrava a propriedade foram conhecer a vinícola.

 A entrada da caverna fora remodelada com enormes blocos de granito preto, assentados com uma amálgama cinza escura. Restou uma porta de largura não superior a duas jardas e ao lado uma grande janela repetia as duas jardas na largura mas a altura era mínima. Pararam admirando a estranha arquitetura e Hermione esclareceu – é proibido entrar motores a explosão, só entram pessoas e as uvas – do lado de dentro, um amplo salão com um escritório à direita, e, à esquerda uma prensa gigantesca ligada à janela por uma esteira rolante, e, de onde partiam trilhos que sumiam embaixo de uma outra porta semelhante à da entrada e que com esta se defrontava. Entre a porta e o escritório um pequeno altar com duas garrafas de vinho. Hermione entrou no escritório, cumprimentou o funcionário e saiu com duas garrafas de vinho, trocou-as pelas do altar e quando se virou deu de cara com a curiosidade dos pais e do Harry.

— Uma para Cristo e outra para Dionísio – esclareceu. 

A mãe se benzeu, fazendo o sinal da cruz.

— Quando a senhora quiser pode ofertar uma garrafa à sua santa, mamãe – disse ela, beijando o rosto da mãe.

Atravessaram a outra porta e ela repetiu a oferenda, retirando as garrafas de uma caixa que estava no chão, ao lado da porta.

— Esta é a sala da fermentação – explicou.

Era um salão semelhante ao anterior, com prateleiras por todas as partes e nelas garrafões às centenas. Outra porta semelhante prenunciava outro salão. Hermione entrou, repetiu o ritual da oferenda, e disse:

— Esta é a câmara de maturação. Alguns ficam por aqui mais de dez anos.

A luz tênue se perdia na escuridão, era impossível vislumbrar outra porta e tudo que viam eram barris. Hermione os conduziu à direita e lá viram outra porta. Repetida as oferendas, prosseguiu:

— Aqui é a fase final, classificação e engarrafamento.

Diferente das outras salas esta era bem iluminada. Um casal classificava os vinhos, três outros funcionários trabalhavam no engarrafamento. Uma esteira transportava as caixas até um depósito armado ao lado do escritório, onde um outro as recebia.

— Esta é a nossa equipe fixa, trabalham e orientam os diaristas em todas as fases.

Deixou os pais às voltas com os degustadores, pegou à direita novamente, e vazando do depósito ao escritório voltou aos jardins, onde Harry encantado, tentava identificar os peixes. Abriu um largo sorriso que logo foi captado pelo Harry.

— O que foi, Hermione? São carpas sim e aqueles...

— Não é isto, Harry, é minha mãe! Adoro quando ela conversa com a santa Hedwiges! Mas chega disto, vamos trabalhar. Vou fazer um feitiço que vai conectar ainda mais o seu sangue ao grimório Potter e depois vamos a um lugar bem tranquilo para seus treinos. Ponha sua varinha entre as páginas do grimório e o segure com as duas mãos, e não se mexa.

Traçou um arco no ar com ambas as mãos espalmadas dizendo:

— Vim luminis et sanguine.

— Pronto, perfeito, agora é só você decorar cada um dos feitiços e praticar.

Pegou no braço do Harry e ele sentiu que estava viajando outra vez e em seguida seus pés tocaram o chão suavemente. Sentia a mão de Hermione em seu braço, ouvia o gotejar difuso de água, sentia o cheiro da umidade no ar, mas nada via. Escuridão total.

— Onde estamos?

— Pegue sua varinha e tente um “summa lux”.

Assim que ele o fez, uma luz branca, sem ponto de origem, iluminou toda a caverna. Uma grande abóboda de granito negro e água pingando por todos os lados, parecia que ele estava dentro de um capacete gigante de um soldado que suava muito. Terminou o giro e repetiu a pergunta. Ao que ela explicou.

— Estamos dentro da terra, uns dois km abaixo da superfície, e mais uns metros de gelo encima. Você não pode vir aqui sozinho, um mínimo de oxigênio entra com a água e não é o suficiente para sustentar uma vida por aqui.

— E porque um lugar deste, não poderíamos treinar nos jardins, ao ar livre...?

— Claro que sim, mas vamos treinar tantos feitiços e uns que nem o Dumbledore ousaria que é bem possível que até Durmstrang nos localize. Aqui estamos seguros e você vai constatar o poder desta caverna. Toda energia que você emitir aqui dentro retornará em dobro. A cada feitiço treinado, sua varinha ficará mais fortalecida. Vamos começar pelo que você mais gosta, expelliarmus.

— Mas, Hermione, não...

— Eu sei, tente naquela pedra.

— Em uma pedra, você... ?!

— É o que temos aqui, pedra e água.

Descrente e a contragosto Harry apontou para a pedra e proferiu o feitiço. A pedra subiu meio metro na vertical e caiu no mesmo lugar sem fazer ruído. Hermione pôs-se a rir e a cara de surpresa do Harry se transformou em carranca.

— Ora vamos, Harry! Onde está a convicção de um Potter?!

Ainda carrancudo tornou a apontar a varinha e desta vez a pedra subiu uns dois metros. Desmanchou a carranca e olhou pra ela, sorrindo. Hermione conjurou uma poltrona, sentou-se e sentenciou:

— Nada mal para um Dursley, agora quero ver um lance Potter!

Treinou até a pedra bater no teto, caindo, ainda silenciosa, uns dois metros à frente.

— Ótimo! – disse ela – agora vamos repassar todos os feitiços que você sabe, depois entramos no grimório.

— Na pedra?!

— A natureza da pedra é ser estática, ela vai reagir e voltar ao estado normal, quando você apontar para um ser vivente, vigie seus pensamentos e desejos, pois chegará a um ponto em que as palavras serão dispensáveis A vida é algo sagrado. Em sendo possível, não tire a vida de ninguém. Quero que você treine até se sentir dono das suas forças, isto te tornará seguro e confiante para o que tiver que enfrentar. E quando voltarmos à escola vamos tratar do verde dos seus olhos.

— Temos que estar na escola para isto?

— Não é o local mas sim seu preparo. Precisamos adiantar seus poderes para depois...

— Você vai me enlouquecer com isto, não basta ser um bruxo que nem sabia o que era bruxaria? Uma cicatriz que do nada começa a doer, e agora a cor dos meus olhos que se transformam em mais uma escuridão, e esta...?! – exasperou.

— Calma, Harry, calma! Quando sua mãe e eu te defendemos, o Tom sofreu com o próprio feitiço, tentou tirar sua vida e acabou por deixar parte da dele com você, e, esta parte está ai neste verde, vamos reforçar a sua proteção e depois chamaremos este verde para a luz do sol. Um pouquinho a cada dia. Um “Viridi Vivi”, para se opor a ele.

— Seu plano é reforçar a partícula dele que existe em mim?!

— Exato. Esta parte dele será o seu escudo. Terá que matar a si próprio antes de te atingir.

— E se ela crescer tanto que...?

— Por isto viemos a esta caverna. Você já nasceu grande, Harry, é só acreditar. Agora vamos para casa que o jantar está nos esperando.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Aparentemente o Harry terá umas férias trabalhosa, mas e a mamãe? Será que ela está bem com todas estas novidades?



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Hermione, A Diva" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.