Hermione, A Diva escrita por Kyriê Snow


Capítulo 2
Capítulo 2 – Odin e Cristo


Notas iniciais do capítulo

Novamente com meus agradecimentos à Evellyn Nogueira
Divirtam-se, é quase grátis.
E sejam bem-vindos à casa de Helga!



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 Odin e Cristo

 

Em Crawley, Hermione apresentou Harry à mãe, que os recebeu com um almoço tipicamente trouxa. A Sra.Granger estava realmente muito feliz em poder receber um dos amigos de sua filha.

— Então, Harry, Hermione nos disse que você não quer nossa ajuda para as férias, é certo isto? – Inquiriu o senhor Granger.

— Essa era a minha intenção, senhor Granger. Porém, ao chegar aqui descobri que não tinha nem o necessário para trazer flores para a senhora Granger, assim sou forçado a aceitar a oferta feita pela Hermione, mas peço que o senhor não se ofenda com a minha proposta de retribuir tudo em dinheiro bruxo. Desse tenho muito.

— Muito?! – Duvidou a senhora Granger, com os olhos um pouco arregalados.

— Sim mamãe, ele tem de sobra para a vida toda — comentou Hermione revirando os pequenos grãos restantes em seu prato com o garfo.

— Okay, Harry! Então combinamos assim, você me compensa pagando as contas do tal Beco Mágico, porque me aborreci muito quando fui fazer a conversão de moedas naquele seu banco — retornou o Senhor Granger tentando esconder sua frustração ao lembrar do que houve.

Harry abriu um grande sorriso agradecido e fechou o acordo. Depois do almoço, enquanto os pais preparavam a viagem, Hermione puxou o Harry para o sofá da sala. Ele ainda comemorava alegremente o resultado da visita ao Gringotts, apesar de uns desfalques na conta. No entanto, Hermione estava mais comedida.

— O que a preocupa, Hermione? Vamos lá?! O Gringotts não tem saída, vai ter que se explicar e repor minhas moedas! — dizia Harry ainda em sua ignorância sobre tudo o que Hermione sabia.

— Claro, Harry! Vai repor cada uma delas, mas.... — Hermione juntou as sobrancelhas se preparando para explicar, quando foi interrompida por Harry.

— Mas o que, Hermione?! Sorria, vamos comemorar, o seu alerta foi fundamental! Eu só não sabia que tinha tanto dinheiro — Comentava ele, tentando tirá-la daquela situação de preocupação.

— Harry, você se lembra da pedra Filosofal? – Perguntou ela na maior calma possível.

— A que Vold.... quer dizer, Dumbledore.... — tentou argumentar, se embaralhando um pouco.

— Ela mesma! Estava em seu cofre até uns cinco anos atrás. E.… — ia dizendo, até ser interrompida novamente.

— Como ela foi parar lá? Como você sabe? — Harry questionou um pouco impressionado.

— Já lhe disse, Harry! Tive que voltar a Hogwarts e deixar o seu livro lá. Como tinha que esperar o expresso, dei uma olhada nele e o juntei ao vira-tempo em uns feitiços maneiros e daí fiz umas viagens ao passado — comentou Hermione, como se fosse a coisa mais normal no mundo.

— Umas? Assim, no plural? — Questionou Harry, já mostrando que não é tão normal assim.

— No plural. Fiz umas visitas e umas comprinhas.... Acabamos de ter esta conversa, Harry! — Disse Hermione, meio impaciente.

— Então a pedra.... – O queixo do Harry caiu ao se dar conta das possibilidades.

— Eu a comprei há mais de cem anos, entre outras coisas, desde que um Potter abriu aquela conta eu a acompanho e…

— O que mais você depositou lá? — perguntou atropelando o raciocínio dela.

— A varinha número um, uma capa de invisibilidade, trinta moedas que um certo Caifás não quis de volta e mais umas coisinhas que colecionei nestas viagens.

— Coisinhas?!!!

— É, tipo um vira-tempo. Um presente de Freya, que por obra minha mesma, veio parar nas minhas mãos como se fosse uma concessão de Dumbledore.

— Trinta moedas?! – Harry interrompeu novamente – Lá tem milhares....

— Ah, Harry, se liga! Trinta moedas de prata celestial, cunhadas especialmente para subornar o braço direito do Predestinado?! Tem mais nela que a arte de Hefesto! Tem o encantamento de todos os primordiais do Olimpo! Já recebi emissários pouco amistosos de Apolo, de Hermes, de Hades....

— Qual é, Hermione?! Você abriu guerra contra o Olimpo por causa de umas moedas?! E de ontem para hoje?! Você está brincando comigo?!

— Brincando, Harry?! Você ainda não acredita que vivi essas aventuras… Olhe nos meus olhos Harry, e você verá que não sou mais aquela menina que consertou seus óculos. Amadureci tanto de ontem para hoje que posso lhe dizer agora o que nunca tive coragem para dizer…. — Hermione fraquejou por um instante, mas certamente estava pronta para dizer aquilo — Eu te amo!

À medida que ela falava, Harry percebia o ar reverberar à sua volta.

— Okay, okay, okay, eu acredito em você mas estas moedas valem uma guerra com…. O que? Repete… — respondeu ele, totalmente surpreso.

— Valem, Harry! Elas provam o comprometimento dos deuses olimpianos na maior guerra de todos os tempos. Uma guerra que consumiu Rá e Osíris por milênios, e quando Júpiter se envolveu, Zeus ficou enciumado e se meteu na guerra, precipitando os fatos. Mandou gente sua subornar um seguidor do meio-sangue oponente e entregá-Lo aos emissários de Júpiter. Quando descobriram que a estratégia do oponente era sacrificar o próprio filho, não podiam fazer mais nada. O coração da humanidade já estava conquistado e todos perderam adeptos. O desequilíbrio derramou sangue, e se as moedas caírem nas mãos de qualquer um dos lados, as forças ficarão desequilibradas novamente. Isso trará um novo flagelo à humanidade — Hermione foi explicando tudo mais uma vez, mal tomando tempo para respirar, como se fosse algo muito óbvio.

— Ah, tá! Agora repete aquilo…. — Respondeu Harry, dando a entender que ela não tinha dito o que ele queria ouvir de fato.

— O que, Rá, Osíris…? — Perguntou Hermione de volta, tão imersa em sua história que mal percebeu o que Harry queria de verdade.

— O "eu te amo", Hermione! Repita, quero ouvir outra vez! Sei que não estou sonhando!

Hermione sorriu ao ouvir aquilo.

— Todas as andanças que fiz sempre teve um ponto de saudade para me trazer de volta e este ponto é você. Só você, Harry! Mesmo que não seja do seu interesse, vai continuar sendo. Eu fiquei muito tempo por lá, mais do que você possa imaginar. Tempo o suficiente para que eu sentisse a falta de algo, e esse sentimento cresceu tanto…. Que eu não podia mais controlar. Pode parecer que estou indo rápida demais para você, mas não é nada rápido para quem passou séculos revirando esses sentimentos, para finalmente chegar neste momento e poder dizer a você!

— Não brinca comigo, Hermione! Eu não ousaria… — e foi interrompido pelo beijo caloroso que ela lhe deu. Ficaram se olhando por um bom tempo. Depois de algum tempo, acalmados os corações, ele voltou à carga, agora de mãos dadas.

— E qual a sua participação nisto? Como você se envolveu em uma guerra entre deuses?! — Ele questionou sobre a pergunta que tinha acabado de surgir em sua cabeça.

— Na verdade, a guerra envolveu todos nós. Humanos, bruxos, semideuses, Osíris, Rá, Zeus, Júpiter e Ele.

— Ele?! — Perguntou Harry parcialmente confuso, porque no fundo ele já sabia do que ela falava.

— Sim! O pai do Predestinado.

Harry ficou de queixo caído, tentando processar as informações e ela continuou:

— Quanto à minha participação, posso lhe dizer que levaria um ano para resumir tudo, mas naqueles dias conjurei roupas masculinas e me fiz de sacerdote para recolher as moedas enquanto os demais as olhavam com nojo, por serem herança de sangue. Providenciei para que se cumprisse a profecia relativa a elas, mas na hora do pagamento, fiz com os denários do César. Envolvi as originais em um feitiço protetor e mais algumas coisas que me garantem que até hoje tenho o DNA de quem as tocou.

— Quer dizer que o DNA do Iscariotes está no meu cofre?! — disse Harry, ainda tentando digerir tudo o que tinha escutado.

— Sim. O dele, o de outro meio sangue, o de Ares e o de Hefesto… — Hermione foi listando.

— De outro – Interrompeu Harry.

— Sim. Hermes, Ares e Hefesto deixaram rastros. Não se preocupe, as moedas não estão ao alcance do seu gerente — Hermione tentou acalmá-lo.

Harry se encolheu desconfortavelmente no sofá.

— O que foi, querido? Pode falar! O que o preocupa?! — Hermione franziu o cenho.

— Não entendo o motivo de você se tornar o fiel desta balança! E se eles vierem atrás de você novamente? — Disse Harry, ainda visivelmente desconfortável.

— Eu sei querido, mas deixe que eu me preocupe com isso. Foi o papel que me coube por ser uma deusa atípica e representante de forças divinas que não estavam envolvidas. Neutralidade também tem preço.

— Você se dá conta do absurdo que é isso? Deusa?! — exclamou Harry, totalmente incrédulo.

— Tenha calma, Harry. Vamos dizer que essa noite eu tenha me transformado em algo mais que uma bruxa — Comentou Hermione, processando em sua mente como explicaria tudo aquilo a ele.

— Mais, como assim, mais?!

— Quando usei as runas, sob efeitos da magia, recebi as graças e uma missão vinda de Odin. Acabei interagindo com o Cristo.

— Ah, tá! Eles, Odin, Cristo?! Bobagem! Nada de N.O.M. ou Snape ou Minerva…

— Claro que tem eles, e principalmente o Tom Riddle e as forças de Hades que o apoiam.

—Tom Riddle?! — Harry estremeceu só de pensar na ameaça.

— Voldemort voltará, Harry. Mas estarei ao seu lado, como sempre estive. Tudo que vivi foi me preparando para este reencontro.

— Reencontro? — Ele questionou, ainda sem entender muito bem.

— Sim, reencontro. Eu estava lá quando ele tentou te matar.

— Você me salvou? — Ele franziu as sobrancelhas.

— Primeiro o amor da sua mãe, depois o meu. Só que eu não estava autorizada a matá-lo.

— E agora está?

— Não, Harry, não estou, nem agora. A vida é preciosa, mas podemos nos defender. Vamos mantê-lo no limbo até que possa haver uma batalha justa entre vocês dois.

— Com que armas, Hermione, com que armas? Ele sabe um milhão de feitiços e eu… — o desespero voltou para a mente de Potter.

— Com aquela que sua mãe nos ensinou antes que eu mergulhasse no passado. A que tenho cultivado por onde passei. A que implantei em Hogwarts desde sua fundação. Amor, Harry, amor! Ele busca a supremacia pela ganância e pela força bruta, o poder embasado no sangue alheio e no ódio. Nós ficaremos no ideal francês: Liberdade, Igualdade e Fraternidade. Vamos mostrar a ele que um meio-sangue com boas intenções e que respeita a vida, é mais forte que um sangue puro cheio de soberba.

— Amor? Você está parecendo a professora de herbologia, mandando a gente tratar as plantas com carinho… — Harry riu baixinho.

— A professora Sprout simboliza a minha filosofia de vida, é a melhor representante que já tive na Lufa-Lufa, eu não poderia sonhar com alguém melhor que ela, e espero…

— Espere aí! Você é uma das fundadoras de…

— Sou sim! Enquanto as outras três casas se envolviam em disputas e ciúmes eu preguei o amor e a fraternidade entre todos...

— Então você é… foi… Helga Hufflepuff?! Mesmo? É verdade?

— Verdade, Harry. Hogwarts nasceu do primeiro albergue que criei por aqui. Pelo mundo todo abrigamos vítimas de guerras, do poder de Roma, dos templários, das cruzadas, foram tempos sangrentos. Tive que defender os subjugados, que foram submetidos a um nível de tratamento tão deplorável que doía nos céus. Depois as batalhas não se desenvolviam mais nos campos e sim nas fofocas de cozinha, nos templos e igrejas, era na surdina dos bastidores que se fomentava a perseguição aos oponentes. A crueldade do chicote da língua. A humanidade mudou o comportamento, mas continuou gerando vítimas. As minorias sempre massacradas.

Os olhos de Lilian Potter nunca deixaram de brilhar para mim. – continuou – Abri templos de amor, Harry, eram destinados a abrigar os desamparados e perseguidos pelos que se diziam cristãos e outras maiorias. Me meti em muitas fogueiras. Depois de cem anos, a variedade e a quantidade de bruxos era tal que as tendências acabaram por formar as casas. Das casas a uma escola foi um pulo. O meu objetivo nunca se perdeu pois até hoje é a casa com maior número de adeptos. E até um Slytherin quando quer se realocar, vai para lá. Garanto que você nem se lembra que a professora Sprout é a diretora da casa. Ela é assim, como eu gosto, laboriosa, discreta e amorosa com todos. Foi o colo que o Hagrid precisou quando o drama da câmara secreta o atingiu há cinquenta anos. Ele defende o Dumbledore com unhas e dentes, mas a Sprout ele defenderá com a alma, se for preciso.

— E como você foi parar na Grifinória? — Perguntou Harry.

— Eu também pedi para ir para lá. O chapéu seletor sabia dos meus planos

— Que eram...?

— Ficar ao seu lado. O plano Voldemort ainda está em andamento.

— Entendi, mas o que você pretende fazer para se livrar de Voldemort?

— Você conhece a profecia, Harry! Isso é entre você e ele. Tudo que posso fazer é reforçar suas defesas e cuidar das forças das trevas que estão contra você, contra todos nós que amamos a paz.

— Okay, mas você tem um plano?

— Meu plano já está em andamento, Harry. Mesmo antes de você nascer. Seu pai me deu um pouco de trabalho mas entrou nos eixos. Sua mãe, ah, sua mãe! Quando ela te deu à luz, fiquei dias mesmerizada, mergulhada no azul dos teus olhos, era como se eu estivesse de volta aos braços de Freya, a deusa que me deu tudo. Chorei quando sua mãe se foi, mas era um futuro que eu não poderia mudar. Assim como não posso te afastar dos Dursley. Quando o Hag...

— Desculpe, Hermione, mas... olhos azuis?!

— Sim, Harry. Azul do mais lindo anil do céu! Me apaixonei novamente por você.

— Mas, mas...

— Eu sei, eu sei, tem uma palavrinha que você ainda não ouviu, vou te dizer, mas não peça para eu explicar, chegará a hora apropriada: Uma combinação das intenções do Voldemort em oposição às barreiras impostas por sua mãe e eu, levou o Avada Kedavra a produzir um efeito chamado Horcrux. Não foi só sua cicatriz que restou, aquele raio verde mudou a cor dos seus olhos.

— Horcrux – repetiu Harry – mas que mal isso traz? Já me acostumei com a cicatriz e com a cor dos meus olhos.

— Mal algum, porém estabeleceu um vínculo muito forte entre vocês dois. Algumas pessoas, quando perceberem isso, vão se afastar de você.

— E tem como eu me livrar disto? — Harry perguntou, ainda não totalmente convencido de que não traria nenhum mal. Algo lhe dizia que aconteceria muita coisa a partir daquilo se não tomassem cuidado.

— Por hora, não. Mas vamos fortalecer esse verde até que a sua maturidade vaze pelos seus poros e lhe dê forças para carrear toda a sua magia para enfrentar o duelo que lhe é reservado em prol da sua vida e da liberdade do mundo mágico.

— E enquanto eu não envelheço?

— Vamos curtir nossas férias de natal. Depois das férias voltamos ao Gringotts, para uma prévia com o seu gerente. Tenho uma ideia do que foi retirado, mas vamos precisar do grimório da família. Aproveite bem as férias, pois na volta vamos fazer um intensivo sobre os dotes mágicos dos Potter. 

 

 


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Notas finais do capítulo

Como o Harry se assustou ao ouvir a palavra deusa, prometo não chamá-la mais assim.
Os olhos azuis estão em todas as fotos do Harry baby. E o amor pela Hermione está em todas as ações dele, espalhadas pela obra original, creio que vazaram do subconsciente da autora, que não quis juntá-los..



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