Hermione, A Diva escrita por Kyriê Snow


Capítulo 1
Capítulo 1 - Odin e Freya


Notas iniciais do capítulo

Contando com a colaboração da amiga Evellyn Nogueira, estou repostando, muito agradecido, por ter sido betado por ela.
Esta fanfic é uma fantasia de interação entre o mundo trouxa, bruxo e dos deuses. Aqui nós teremos um encontro entre a bruxa Hermione e Freya, uma deusa emissária de Odin.

Boa leitura.



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 Odin e Freya

 

 — Harry, que tal ter um pouquinho de bom senso?! Este é o segundo livro que vem parar nas nossas mãos sem que saibamos a origem. O primeiro influenciou a Gina de uma forma terrível e esse....

Hermione discursava zangada e foi interrompida pela gargalhada do Harry. Obviamente aquilo não melhorou muito seu humor, não gostava quando zombavam de sua desconfiança, afinal, seu radar para problemas nunca falhara.

— Qual é, Hermione?! Isso é só um livro de receitas, não tem nada a ver com o Tom Riddle. O único poder que ele tem é o de fazer com que eu me saia melhor nas aulas de poções que você!

— Olhe isso, Harry! Nem tem uma encadernação decente! Parece que saiu de um caldeirão do século passado! — Dizia Hermione, tentando manter a calma, mesmo com a atitude de Harry de negligenciar o que estava logo a sua frente em relação ao livro — Não existe nenhum registro de um Príncipe Mestiço nos anais da magia e agora você vai levar isso para casa?!

— Calma, Hermione! Até agora ele só me ajudou – respondeu Harry, enfiando o livro de volta à mochila.

Ele não gostava muito do excesso de zelo da Hermione, afinal o livro nunca tinha feito mal a ninguém, e por isso se sentia na necessidade de defendê-lo. Hermione meneou a cabeça desanimada e embarcou no expresso que os deixaria em Londres, dando o assunto por encerrado, voltando seus pensamentos para as férias de natal. Harry e Rony se entreolharam, estranhando a atitude dela. O silêncio prolongado marcava o fim de uma discussão em que ela não dera a última palavra. Isso certamente assustou os dois amigos, visto que não era algo muito rotineiro. Rony, mesmo a relação entre os dois estando azeda, até chegou a considerar a possibilidade de ela estar doente. Resolveu contemporizar:

— Harry, e se a gente pedisse ao meu pai para dar uma olhada nele?

— Seu pai trabalha com assuntos relativos aos trouxas e não.... — Harry já começava a retrucar, quando foi interrompido por Hermione.

— Ainda assim Harry, é melhor do que você levá-lo para perto dos Dursley — disse ela, quebrando o silêncio a que se impusera —  o correto seria levá-lo a um dos professores.

 A contragosto, Harry retirou o livro da mochila e o passou às mãos dela. Sabia que no fim seus amigos tinham razão, mesmo que não gostasse muito de perder a vantagem que ganhou nas aulas após receber o livro.

— Okay, okay, então você fica com ele e me devolve quando voltarmos às aulas. Não quero nenhum adulto metido nisso. Não quero ficar sem ele — respondeu Harry, tentando aliviar a situação com algo que agradasse a ambos os lados.

Hermione empunhou a varinha e ditou um “Dictum”. O livro no mesmo instante pareceu menos seboso, e depois de um “Wingardium leviosa”, ele flutuou no ar como qualquer outro objeto. Após isso, ela deu-se por satisfeita e o enfiou na própria mochila. Os dois meninos começaram a rir e ela logo voltou ao mutismo. Só voltou a falar para se despedir do Harry e nem olhou para o Rony, quando, já na plataforma em Londres, correu para abraçar os pais. Enquanto Hermione e sua mãe se abraçavam, o Sr. Granger pegou a bagagem da filha, inclusive a mochila. Ao se aproximarem da saída da plataforma a mochila começou a vibrar.

— O que há de errado com sua mochila, minha filha?

Hermione abriu a mochila e deu de cara com o livro do Harry, que vibrava enlouquecidamente. Olhou em volta e os meninos já haviam desaparecido. Ela sabia, sabia que tinha algo de estranho naquele livro. Mas para variar, ninguém a tinha escutado. E agora não podia mostrar isso para eles.

— Ahnn.... cometi um erro, papai. Tenho que devolver isso à Hogwarts. O expresso só volta amanhã, então será que o senhor poderia…. — Ela já ia dizendo com o seu melhor olhar pidão para convencê-lo.

— Claro, minha filha! Amanhã estaremos aqui — respondeu ele com um sorriso doce.

Não tinha sido nem um pouco difícil fazê-lo aceitar. Hermione pegou a mochila e voltou à plataforma nove e três quartos com o passo apertado, antes que se fechasse a passagem mágica. Na solidão da cabine de um expresso vazio que parecia rodar exclusivamente para atendê-la, Hermione abriu o livro que causara tal transtorno e pôs-se a ler. Quando se deu conta, já estava na estação de Hogwarts. Na escola, apenas madame Nora, a gata de Filtch, a viu. Foi então direto para o salão da Grifinória e não muito depois, terminou de ler o livro. Com a curiosidade aguçada em relação ao texto de alguns feitiços, foi até a biblioteca pesquisar sobre feitiços temporais. Otium Diligere chamou-lhe a atenção porque era citado em diversas páginas e as vezes repetidamente. Procurou uma referência sobre como desfazer os efeitos de tal feitiço e não achou. Então logo em seguida empunhou a varinha e.... Zás! Se viu no colo da mãe, do pai, em suas festas de aniversário, no dia em que recebeu a carta de Hogwarts. Eram dias de pura felicidade, poderia facilmente se perder neles. Concentrou-se então no presente, a biblioteca, o livro do Harry e voltou à consciência de estar ali. A diferença entre os livros de Hogwarts e aquele tosco que segurava era que em uma das entrelinhas dele, havia uns garranchos manuscritos acrescentando: “Amant ad crucem”. Repetiu o feitiço juntando as novas palavras e nada aconteceu. Repetiu a primeira parte e voltou aos braços da mãe. Repetiu apenas a segunda parte e se viu no meio do mato. A paisagem lhe parecia familiar, o lago parecia ser o mesmo de Hogwarts, olhou as árvores em volta e identificou uma que poderia ser o salgueiro lutador. No mesmo instante se afastou um pouco, por precaução. Ninguém em sã consciência gostaria de estar muito próximo dele. E Hermione sempre teve amor à própria vida.

— Okay, estou em um passado onde a escola ainda não existia – Concluiu, fascinada. Agora, restava descobrir qual época era, exatamente. Concentrou-se no ponto de partida, a biblioteca e o livro do Harry, e voltou para onde estava mais uma vez. Guardou os livros e pegou um mapa, saindo da biblioteca logo em seguida. Não demorou para chegar em seu quarto, e lá enfiou o livro do Harry e o mapa na mochila, onde já estavam as runas, pôs o vira-tempo no pescoço, empunhou a varinha e.... Zás! De volta ao passado. A primeira coisa que sentiu foi o impacto dos pés no chão e em seguida o frio absurdo que fazia ali. Hermione então conjurou um casaco e pôs-se a pensar. Algo estava diferente da viagem anterior. O lago era o mesmo, a paisagem a mesma, só que com árvores menores. Caminhou até onde deveria estar o salgueiro e o identificou um tanto ou quanto mais juvenil, era um salgueiro mas não poderia afirmar que fosse o mesmo. Acercou-se do lago e divisou ao longe a fumaça de um pequeno casebre. Lembrou-se dos três "D" nos textos sobre aparatação, destinação, determinação e deliberação, curtiu alguns fracassos mas acabou conseguindo. Aparatou até lá. À porta do casebre, havia duas crianças maltrapilhas; espanto, medo e curiosidade era o tom da recepção. O mais velho, com cerca de dez anos, imbuído do medo, não se moveu. Porém a mais nova, com seus cinco anos, deixou aflorar toda sua curiosidade e se aproximou da visitante. O medo estava no ar, mas a pequena circundou Hermione, examinando detidamente cada detalhe de sua estranha vestimenta. Por fim, fixou o olhar na varinha que esta empunhava, e pôs-se a fazer perguntas em um idioma estranho. Hermione apontou a varinha para o próprio ouvido e pronunciou: Translatione!

Sob o efeito do feitiço, começou a entender onde estava. A data foi mais difícil de entender, pois ela se referia a um calendário Juliano. Sentou-se ao chão e começou a responder as perguntas da pequena Anna. O medo desapareceu e o irmão, Reg, se aproximou, também curioso, mas útil, afinal tinha as respostas que Hermione precisava. Perguntou pelos pais deles e ambos apontaram para o casebre.

 — Não podemos entrar, nosso irmão está muito doente — respondeu a pequena Anna, com um olhar sofrido.

Hermione mal podia imaginar o que eles estavam passando ali.

— Diga a eles que eu posso ajudar — Hermione respondeu mais do que prontamente. Sabia que interferir no passado podia ser um problema às vezes, mas duvidava muito que ajudar a salvar uma vida inocente fosse prejudicar alguém.

— Não adianta, ele está morrendo. O que você pode fazer? — Questionou Reg, um tanto desconfiado.

Hermione tocou a varinha nos trapos da menina, dando-lhe roupas novas e um casaco adequado ao frio. Fez o mesmo por Reg. Olhos esperançosos a fitaram de volta. A pequena saiu correndo. Talvez aquela reação fosse o indicativo de que  poderia de fato salvar a criança. Segundos depois, Hermione era questionada pelo pai dos pequenos. Entrou no casebre e viu um bebê ardendo em febre. Não demorou muito para perceber do que a criança sofria, então citou ervas e raízes e o pai saiu em busca. Não chegava a ser as milagrosas poções do professor Snape, ou do livro do Harry, mas era algo mais para Granger, afinal, havia aprendido muito sobre a medicina trouxa com seus pais. De qualquer forma, era muito mais do que qualquer conhecimento que eles possuíssem naquela época. Depois de medicar o pequeno, tanto o pai quanto a mãe se tornaram bem falantes, provavelmente graças ao alívio que sentiam. Hermione viu nisso uma possibilidade de se informar mais um pouco sobre onde estava, então abriu o mapa sobre a mesa. Os mais velhos ficaram abismados, mas acabaram identificando Londres como sendo Colchester. Pela primeira vez ela se sentiu observada como se fosse uma deusa. A aventura a levara a dois milênios no passado. Depois disso, não demorou para se aprontar e deixar o casebre, para descobrir mais em outras terras. Alcançou o povoado, colheu mais informações para situar-se naquele novo velho mundo, conjurou roupas da época e dispôs-se a conhecer ao vivo o que de fato havia ocorrido naquele período. Sem destino certo, abriu o mapa, que lhe deu uma vaga ideia de localização. Com ele, ela também consultou as runas para que favorecessem um destino. Para sua surpresa a resposta veio em viva voz, diretamente de Freya, materializada à sua frente.

— Com a graça e o poder de Odin, vá até o Monte das Oliveiras, observe e dê seu testemunho.

Dizia ela em sua glória divina. Porém, Hermione ainda tinha a sensação de que o que ela queria era mais importante do que aparentava. Freya fez um arco no ar com as mãos, e Hermione se viu envolta em uma brisa multicor, a imagem de Jerusalém brotou à sua frente. Em seguida, lá estava a Granger, aos portões da cidade, em uma manhã de domingo ensolarada e festiva. Uma multidão forrava o chão com folhas e flores em uma recepção magnífica. A sua missão de observadora começava com alegria no ar.

De volta à Hogwarts, Hermione fez um balanço daquela primeira incursão ao passado. As portas abertas pela grandeza de Freya e os poderes de Odin lhe traziam inúmeras possibilidades e ideias para muitas visitas como aquela. Certamente não conseguiria dormir aquela noite, com todas as perguntas que giravam em sua cabeça. Enquanto aguardava o expresso para Londres, aproveitou para dar um pulinho ao início do milênio, pois lá havia umas datas de muito interesse. Depois, já com bastante prática, fez visitas a tempos mais recentes. Tais como assistir ao parto do Harry e ajudar a salvá-lo do avada Kedavra. Mergulhar nos olhos do Harry deixou-a saudosa.

Curtiu a angústia da espera até que nova viagem solitária no expresso Hogwarts chegasse, e em King Cross pediu ao pai para deixá-la em Surrey, na casa do Harry.

— Você tem certeza de que vai ser bem recebida naquela casa? — O Sr Granger juntou as sobrancelhas, visivelmente preocupado com aquilo.

— Estou confiante de que posso contornar qualquer problema que venha a aparecer, papai. Não se preocupe. Mesmo que surjam percalços, eu preciso conversar com ele. É um assunto importante e demorado — Hermione respondeu rapidamente, procurando não deixar sua excitação com o assunto muito evidente. Tinha muito o que contar para Harry.

— Então é melhor convidá-lo para ir lá para casa — Presumiu seu pai.

— O senhor faria isto por mim?

Hermione arqueou as sobrancelhas com um sorriso contente e surpreso. Seu pai logo assentiu com a cabeça e abraçou a filha, conduzindo-a ao carro para irem até a casa de Harry.

 A recepção foi parca em sorrisos e recheada de interrogações, mas Hermione e seu pai conheciam a fama da família de Harry e já sabiam o que esperar. Mas quando o sr. Dursley vislumbrou a possibilidade de se livrar do traste mais conhecido como Harry, ficou feliz.

— Ora, ora, senhor Granger, um dentista? Então o senhor não é um daqueles, daqueles…. — Ia dizendo Sr. Dursley com aquele seu olhar inquisitório cheio de repulsa.

— Não senhor, não sou, mas o seu sobrinho será muito bem-vindo à minha casa — gesticulou o Sr. Granger, tentando ignorar o restante das ações do homem com quem conversava.

— Por mim, pode ficar com ele as férias toda — disse cuspindo as palavras — vai fazer meu natal mais feliz!

O senhor Granger ficou tão injuriado ao ouvir aquilo que convidou Harry para passar as férias com eles. Não conseguia entender como o garoto conseguia conviver com aquilo.

— Posso ajudar a arrumar as malas, Harry? – Perguntou Hermione, ansiosa.

Harry assentiu com a cabeça, enquanto levava Hermione para dentro da casa, subindo as escadas. Já no quarto, Hermione abriu uma janela de tempo e contou ao Harry sobre os efeitos do feitiço de tempo e como se aventurara no passado, associando o livro dele e o vira-tempo. Esticou a conversa e Harry, além de abismado, começou a ficar impaciente.

— Vamos sair daqui, Hermione, antes que meu tio mude de ideia.

— Calma, o tempo é nosso amigo — comentou ela com um sorrisinho, como se tivesse dito uma piada genial que só os dois poderiam entender. Voltaram à sala, onde o tio dele ainda segurava a porta de entrada com o pai dela do lado de fora, e se livraram dos Dursley.

— Podemos passar no Gringotts, papai? — Perguntou Hermione ao lado de Harry.

Ele de fato não viu problema nisso e levou os dois jovens até o Beco Diagonal, para ter acesso ao banco. No entanto, já dentro do Gringotts, descobriram que as contas do Harry não estavam sendo bem administradas.

 


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Notas finais do capítulo

Espero não ter apressado demais o texto...



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