Black escrita por morisawa


Capítulo 5
Cedrella Black


Notas iniciais do capítulo

Eu tenho uma queda por Cedrella x Septimus. Ainda mais porque eles são os pais de Arthur! É muito legal um Weasley na família Black, mesmo que fosse o esperado, para continuar toda a tradição de puro-sangue e tal.

Enfim, boa leitura!



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/750873/chapter/5

Cedrella vomitou, segurando nas bordas do vaso. Sua visão estava embaçada pelas lágrimas não derramadas, e forçava-se a suportar toda aquela dor em seu peito. Sentia que ia explodir, entrar em chamas e queimar toda aquela velha e imunda casa dos Black. Deu descarga no vaso, não queria que soubessem pela dificuldade que passava e também não gostaria de ter mais um motivo para arranjar uma briga com os pais. Respirou fundo antes de levantar e ir direto para a pia branca, tão bem polida quanto qualquer outra coisa ali. Observou seu reflexo no espelho; parecia totalmente acabada. Tinha olheiras grandes e seu cabelo estava desgrenhado, deixando uma ilusão de que o coque feito antes nunca havia sequer existido. Além dos olhos castanhos sem brilho algum, e a pele tão pálida e amarelada que parecia dá-la uma aparência “morta”, seria facilmente confundida com um cadáver. Respirou fundo novamente, dessa vez contando até dez em ordem crescente num sussurro baixo. Precisava se acalmar ou perceberiam o quanto ela não conseguia mais suportar aquilo – as reuniões em família eram as piores, pareciam ficar mais inconvenientes com o tempo. Conjurou um feitiço silencioso para embelezá-la, esconder a aparência ruim e seus defeitos, mesmo que soubesse que Septimus não aprovava isso. Ele sempre dizia que preferia vê-la como era e não a farsa que o feitiço transformava-a, esse criado por uma de suas irmã. Mas Septimus não estava ali, passando por o que Cedrella passava, sentindo sua dor e tampouco vendo seu desgosto; e uma pessoa a mais decepcionada não faria diferença para Cedrella naquele momento.

 

Abriu a torneira, enxaguando o rosto e logo após secando-o com um pano branco, fofo e limpo, pendurado logo ao lado. Não sabia como conseguiria arranjar coragem o bastante para sair do banheiro, embora soubesse que se passasse mais tempo ali começariam a suspeitar dela. Era difícil passar por tudo aquilo, desejava que fosse a última vez – e como Septimus prometeu, seria. Cedrella estava pronta para fugir do inferno que era sua família, junto da companhia dele e recomeçar tudo. As malas guardadas em um hotel trouxa já estavam feitas, recheadas de tudo que ela precisava. Esse era um dos momentos – raros, mas ainda assim existentes – em qual Cedrella sentia-se afortunada por ter uma família rica. Deixando o espelho de lado com muita dificuldade, ela parou diante a porta. Segurou a maçaneta, hesitante. Conseguia ouvir, baixo, as vozes de seus familiares; estavam sempre fofocando ou falando mal de algo, e quando ela aparecesse, seria o assunto principal. Sempre fora assim, infelizmente, desde que souberam que Cedrella estava namorando um “traidor-de-sangue” – odiava aquele termo, principalmente quando se referia à alguém que ela  importava-se tanto –, Septimus Weasley. Cedrella não sabia como tinha suportado aqueles anos de olhares enjoados e murmúrios falando mal de si pelos cantos, mas sempre que Septimus segurava a mão dela e dizia que tudo iria ficar bem, Cedrella parecia inflar de felicidade e esperança. Era algo sem explicação, mágico — pensar assim fazia-a rir, já que tudo que vivenciava em seu dia-a-dia envolvia magia.

 

Ela iria fazer isso, pela última vez, porque sabia que Septimus estava esperando-a e Cedrella não aguentaria desapontá-lo; nunca mais precisaria vomitar a comida ruim enojada por causa dos parentes, e tampouco ter que fingir gostar da companhia deles e estar arrependida de más escolhas passadas. Girou a maçaneta, abrindo uma porta para o novo mundo – começaria de modo um tanto ruim, mas terminaria maravilhoso.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!




Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Black" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.