Me Ensine Amor escrita por Stormy McKnight


Capítulo 4
Capítulo 4 - Cuidado com o que você sonha!


Notas iniciais do capítulo

Olá! Esse é mais um capítulo de Me Ensine Amor. O começo desse capítulo foi inspirado em um jogo de escrita no grupo do Nyah, e contém uma cena de possível abuso, se você é sensível, não leia.

E nós também temos uma participação muito especial nesse capítulo.

Boa leitura!



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Eu tive um sonho, mas não era como o sonho de Martin Luther King JR pela igualdade entre brancos e negros.  Estava mais para um pesadelo... 

 

O meu "sonho" começava da seguinte forma.  Eu acordei em um quarto estranho.  Estava escuro. Olhei a minha volta e vi que eu estava em uma cama enorme, como a cama de Mia. Só que Mia não estava nesse quarto.  Não havia ninguém além de mim. 

 

Então eu vi essa mulher de cabelo preto, curto em estilo Chanel, e... ela estava parada ao lado da minha cama me olhando fixamente. Ela vestia uma jaqueta de couro preta, com uma camiseta da mesma cor por baixo, uma calça e um par de botas da mesma cor também. 

 

Eu voltei minha atenção para aquela mulher estranha.  Ela parecia ter menos seios que eu. 

 

A mesma então sussurrou: "Eu te salvei a vida, agora você me servirá". 

 

"O quê?! Como assim servir?!", retruquei. 

 

"Cadê a minha Crush, a senhora Fontana:?!" "Onde estou?" "Isso aqui está parecendo 50 tons de cinza", berrei. 

 

Eu fiquei desesperada na hora. "O que estava acontecendo? Seria aquilo apenas um sonho? ", pensei. 

 

Então a mulher disse: "Eu matei sua amada para salvar a sua vida". 

 

"Quê?! Não pode ser!", exclamei. 

 

Então ela devolveu: 

 

"Como eu disse, você vai me servir, quer queira, quer não." 

 

"Desculpa, servir para quê?!", contestei. 

 

"Eu quero a minha Crush de volta! Vadia da porra!" 

 

"Desculpa, não vai dar. Se eu a trouxer de volta, a linha do tempo será alterada. E eu não quero que isso aconteça", a mesma me disse. 

 

"Não se preocupe, eu vou te tratar bem" 

 

Então a mesma começou a me tocar, sentindo a minha pele, parecendo se deleitar com isso. 

 

Ela começou colocando as mãos na região da minha clavícula e foi deslizando-as até encontrar os meus seios debaixo da regata branca que eu estava usando. 

 

Em seguida, ela tirou as mãos de mim, e sacou uma pílula roxa do bolso da calça e pediu:  

 

"Abra a sua boca!" 

 

Eu fechei a boca e virei a cabeça para o lado. Me recusei a aceitar aquele objeto estranho. 

 

"Abra a sua boca!", a mesma insistiu. 

 

"Não, eu não aceitarei nada de você!", berrei. 

 

Então a mesma se aproximou de mim e abriu a minha boca a força, e me fez engolir aquela substância estranha. 

 

Engoli e mandei para dentro aquele objeto. 

 

Levou um tempo para aquilo fazer efeito dentro de mim. 

 

O tempo ia passando bem de pressa. 

 

A mulher parecia impaciente. Ela parecia estar louca para ver o efeito daquela pílula em mim. 

 

Então eu comecei a sentir uma dor muito forte no meu estômago. Minha barriga começou a se contrair. Era uma sensação esquisita, como se meu estômago estivesse me avisando de que estava na hora de ir ao banheiro. Só que não parecia ser isso. 

 

Eu comecei a sentir que iria vomitar. Porém, eu não conseguia expelir nada. Comecei a ficar nauseada, minha cabeça girava, passei a enxergar tudo embaçado, e ver coisas que não estavam ali, eu podia ver as sombras nas paredes se mexendo, elas pareciam querer me devorar.  

 

Logo, minha cabeça caiu e eu desmaiei. 

 

No final, ela parecia ter conseguido o que queria. 

 

[...] 

 

Alguns minutos depois, ela me acordou com tapas no meu rosto. Eu nem senti a dor daqueles tapas. Parecia que eu estava dopada. 

 

Entrei em um trânse, estava parecendo um zumbi. 

 

Ela me tirou da cama e começou a dar ordens em mim, como se eu fosse uma escrava. 

 

"Tire a sua roupa", a mesma demandou. 

 

Eu atendi o pedido dela e fui tirando toda a minha roupa. A droga parecia ter total controle sobre o meu corpo. Eu não tinha nenhuma resposta sobre ele. Mesmo que eu tentasse recusar a fazer algo, o meu corpo faria por mim. Ele estava irresponsável. 

 

Então a mulher me empurrou para a cama. Cai e fiquei estendida sobre a mesma. Eu não conseguia me mover. Fiquei olhando para ela. 

 

A mesma se aproximou de mim e então começou a me usar.  

 

Ela começou apalpando os meus seios, e depois os pressionou um contra o outro, e então começou a girá-los com as mãos. Eu não tinha como reagir aquilo. 

 

Quando se deu por satisfeita, ela aproveitou para chupar os bicos dos meus seios e depois alternou com lambidas circulares ao redor dos mamilos. Meu corpo estava totalmente dormente. 

 

Eu apenas assistia ela se apropriar de mim. 

 

A mesma então se afastou dos meus seios após algum tempo e então aproximou o rosto dela do meu e estendeu sua língua para fora esperando que eu estendesse a minha também. Soltei a minha língua e então nossas línguas se cruzaram e se entrelaçaram em um beijo. 

 

Eu já havia me esquecido da minha maior preocupação naquele momento, a minha querida professora, Lavínia Fontana. 

 

Acabei me iludindo, e só consegui imaginar a minha Lavínia no lugar daquela mulher misteriosa e cheia de malícia. E isso acabou me tentando. 

 

Após mais algum tempo, ela então começou a beijar a região entre meus seios e foi descendo até a minha genitália. 

 

E então ela passou a beijar os meus grandes lábios e depois afastou os mesmos para lamber o interior deles. 

 

Ela foi passando a língua de baixo para cima como um cachorro bebendo água no prato. Depois foi atiçando a região com a ponta da língua. 

 

Meu corpo continuava sem reação nenhuma. Totalmente adormecido. Me senti a bela adormecida naquela hora. E eu desejei que aquele sonho acabasse e eu voltasse para a realidade o quanto antes. 

 

Em seguida, a mesma começou a introduzir dois dedos no interior da minha cona. Depois disso ela foi friccionando os dedos dentro de mim. Ela ansiava que eu cedesse e atingisse logo o meu ápice. Por isso, foi aumentando a velocidade de seus movimentos. 

 

[...] 

 

Algum tempo depois, ela me virou na cama e me colocou de barriga para baixo, com os joelhos sobre a superfície da cama. 

 

Senti a presença dela me rodear e então ela resolveu introduzir um dedo dela no meu ânus que se contraiu e abriu para o dedo dela. 

 

Então ela começou a friccionar o dedo dentro do meu orifício para frente e para trás. 

 

Eu tive vontade de gritar, mas não adiantava. Não saía som. E mesmo que eu tentasse, meu corpo não reagia. 

 

Mas logo ela foi se cansando daquilo e tentou a minha vagina outra vez. Ela repetiu o que havia feito antes. 

 

[...] 

 

No final, o meu corpo estava sem nenhuma reação na cama. Nos últimos minutos que ainda me restavam, eu a vi abrir um sorriso malicioso para mim. Ela parecia satisfeita. 

 

E aí eu apaguei completamente. 

 

De volta a realidade... 

 

Então eu acordei assustada com aquele sonho que eu tive. Comecei a respirar ofegante. Meu coração batia em disparada. Meus olhos estavam esbugalhados. Eu levei uma mão até o meu peito e tentei respirar lentamente. 

 

Logo eu comecei a berrar o nome de Mia, tamanha era minha aflição. 

 

"MIA!", berrei. 

 

Mia parecia não acordar, então eu tentei mais uma vez. 

 

"MIA! ACORDA!!!" 

 

Dessa vez eu havia gritado tão alto com todo o ar que havia nos meus pulmões, que logo Mia acordou. 

 

"O QUE FOI?!", a mesma exclamou. 

 

Eu voltei o meu olhar para ela e confessei o motivo da minha gritaria. 

 

"Mia, eu estou com medo...", gemi. 

 

"Com medo? Medo do quê, garota?", Mia estranhou. 

 

"É que eu tive um sonho...e foi terrível.", murmurei. 

 

"Foi só um sonho, ok? Não é real.", Mia tentou me tranquilizar. 

 

"Eu sei, mas parecia tão real...", comentei. 

 

Ah, eu estava dormindo com a Mia na cama dela, pois havíamos combinado de trocar quando eu cheguei no dormitório, após ter ficado com a senhora Fontana na sala dos professores, e por sorte não fui flagrada por ninguém, o que já é um alívio. 

 

Me voltei para Mia. 

 

"Mia, eu preciso te contar o meu sonho.", retruquei. 

 

"Tudo bem. Deixa eu só ir acender a luz do quarto. Já volto.", a mesma me avisou. 

 

"Tudo bem", assenti. 

 

Mia saiu da cama e foi até o interruptor na entrada do quarto e o ligou. As luzes se acenderam. 

 

Então ela voltou para a cama e sentou comigo. Nós duas ficamos sentadas na cama, de pernas cruzadas. 

 

"Pronto. Me conta o seu sonho...", Mia balbuciou. 

 

"Ok. Então eu estava sonhando que eu acordava num quarto estranho, parecido com o seu, só que você não estava nesse sonho...", comecei a contar. 

 

"Certo. E depois?", Mia quis saber. 

 

"Bom, depois eu vi essa mulher toda de preto que ficava me encarando de um jeito estranho.", continuei. 

 

"E o que ela queria?", a mesma rebateu. 

 

"Bom, ela disse: "Eu te salvei, agora você me servirá." E aí eu comecei a berrar", comentei. 

 

"Eu disse: Cadê a minha crush, a senhora Fontana?" 

 

Mia revirou os olhos. 

 

"É verdade, Mia.", eu atestei. 

 

"Vai ver você teve esse sonho por causa que você está fissurada nessa professora. Aliás, o que você não me contou?", Mia avaliou. 

 

"Bom, é que...na hora do intervalo, quando vocês foram lanchar, a senhora Fontana me convidou para a sala dela, para lanchar lá, pois não queria me ver sozinha...", contei. 

 

"Tô sabendo...vai ver é por isso que você teve esse pesadelo. O que aconteceu depois disso?", a mesma insistiu. 

 

"Bom, nós nos beijamos na sala dos professores.", confessei. 

 

"Vocês o quê?!", Mia parecia não acreditar. "Você mal viu a professora e já tá pegando ela?" 

 

"Eu sei, Mia...", fiz biquinho "É que, essa mulher, Lavínia Fontana, é muito tentadora...ela tem esse estranho efeito sobre mim." 

 

"Você tá mesmo obcecada pela Lavínia...", Mia revirou mais uma vez os olhos. 

 

"Eu amei ela. Não vejo a hora de encontrá-la de novo. Mas, deixa eu contar o resto do sonho.", retruquei. 

 

"Continua...", a mesma comentou. 

 

"Então, essa mulher de preto, ela começou a me tocar, pegou nos meus seios, e aí depois ela me deu essa pílula roxa, e eu recusei, mas aí ela me forçou a engoli-la, e eu engoli, e depois eu comecei a passar mal, e ai depois ela começou a se aproveitar de mim, e no final, eu fiquei desmaiada na cama.", vomitei aquelas palavras. 

 

"MEU DEUS, AVA! Isso é terrível!", Mia exclamou. "Porque você não pediu ajuda?" 

 

"Eu tentei, mas não saia som quando eu tentei berrar.", justifiquei. 

 

"Nossa!", Mia ficou chocada. 

 

"E o pior é que ela disse que tinha matado a senhora Fontana, digo, a Lavínia. E ai teve um papo estranho sobre linha do tempo...", comentei. 

 

"Linha do tempo? Então ela era uma viajante do tempo?", Mia deduziu. 

 

"Sei lá, só sei que eu fiquei muito apavorada", murmurei. 

 

Mia me acolheu debaixo da asa dela e me abraçou. Depois ela esfregou o meu braço. 

 

"Não fica assim não, amiga. Já passou.", ela me tranquilizou. 

 

"Eu sei, mas...eu acho que preciso falar com a senhora Fontana sobre isso...", devolvi. 

 

"Eu não sei se temos aula de artes hoje. Tenho que olhar o cronograma que está na porta do banheiro...", Mia balbuciou. 

 

"Você tem um cronograma das aulas na porta do banheiro e não me avisou?", retruquei. 

 

"Bem, achei que você tivesse notado quando foi ao banheiro.", a mesma explanou. 

 

"Eu nem vi, amiga.", rebati. 

 

Mia então me afastou dela e olhou para o relógio perto da cama. Ainda eram cinco da manhã. Os professores e os outros funcionários deviam estar dormindo ainda. 

 

"Você, quer ir no refeitório e ficar um tempo lá? Nós podemos ficar conversando.", a mesma sugeriu. 

 

"Pode ser...", eu avaliei. 

 

"Ou nós podíamos ir até o piscina de natação, ou quem sabe na horta da escola, que fica na floresta perto daqui.", Mia sugeriu mais alternativas. 

 

"Vocês têm natação e uma horta aqui? Sério? Que legal. Eu não sabia, digo, no livro de regras não mencionava nada disso.", comentei. 

 

"Isso é que nem propaganda de TV, eles nunca mostram tudo o que se tem num lugar.", Mia lembrou. 

 

"Verdade.", atestei. 

 

"Então, o que você quer fazer?", Mia quis saber. 

 

"Eu acho que estou com vontade de ir na natação daqui.", pensei."Mas, eu não trouxe biquíni...". 

 

"Não tem problema. Você pode nadar só de roupa íntima ou...pelada", Mia rebateu. 

 

"Pelada? Eu nunca nadei pelada...não sei, acho que tenho um pouco de vergonha.", me acanhei toda. 

 

"Mais uma razão para tentar. Sempre tem uma primeira vez para tudo.", a mesma devolveu. 

 

"Bem, eu acho que eu vou dar uma chance para a piscina. Ela está aberta?", falei para a mesma. 

 

"Legal. Sim, ela fica aberta sempre. O zelador a limpa durante a noite, quando todo mundo está dormindo. Ele dorme lá no prédio da piscina. Assim, sempre fica alerta, e de vez em quando faz uma ronda pelas dependências da escola.", Mia replicou. 

 

[...] 

 

Então resolvemos ir para a piscina. Chegando lá nós entramos no prédio, e fomos para a piscina. 

 

Eu olhei para a mesma e a água limpa refletia um brilho azulado do fundo da mesma. 

 

"Nossa! Essa é a piscina? Fiquei surpresa. Eu já não fazia ideia de que aquele colégio possuía uma enorme piscina daquelas. 

 

"Sim. Você está pronta para dar um mergulho?", Mia quis saber. 

 

"Sim. Como está a água?", interroguei a mesma. 

 

"Deixe-me verificar" 

 

Mia foi até a borda da piscina, se ajoelhou e colocou uma das mãos na água para verificar a temperatura. 

 

"Está morna!", a mesma me avisou. 

 

Ela então se levantou e foi até onde eu estava. 

 

"Você vai entrar na água?", a mesma quis saber. 

 

"Sim. Mas, não tem ninguém olhando?", fiquei insegura, cruzei meus braços e esfreguei meus antebraços. 

 

Mia olhou ao redor antes de me dar uma resposta. 

 

"Não, eu não vi ninguém.", a mesma atestou. 

 

"Tudo bem..." 

 

"Não se preocupa, Ava. Eu to te olhando. Pode tirar a roupa." 

 

Então eu assenti com a cabeça e comecei a tirar toda a minha roupa, que foi caindo no chão. Fiquei pelada. 

 

Senti um pouco de frio e esfreguei os meus braços para me aquecer um pouco. 

 

"Vai, depois eu entro.", Mia retrucou. 

 

Eu fui até a escada da piscina e comecei a descer por ela, segurando no corrimão. Logo eu estava dentro da piscina. 

 

"Sério, Ava? Achei que você iria dar um salto e cair na piscina.", Mia revirou os olhos. 

 

"Eu fiquei com medo de bater a cabeça no fundo!", exclamei. 

 

"Entendi!", Mia replicou. 

 

Então eu fiquei vendo ela tirar toda a roupa para entrar na piscina. As roupas dela caíram perto da minha, e logo ela ficou pelada também. 

 

Em seguida, ela deu uma corrida e se jogou na piscina, fazendo a água toda explodir e aliviar a queda. 

 

Mia então emergiu toda encharcada, o cabelo dela havia escorrido sobre a face e a mesma o arrumou. 

 

A mesma veio nadando na minha direção. Eu me voltei para ela. Quando ela me alcançou, nós ficamos olhando uma para a outra e conversando. 

 

"E aí, o que você está achando de nadar pelada?", Mia ficou curiosa. 

 

Eu estava com a água na altura dos meus ombros e não havia molhado meu cabelo. 

 

"Eu não sei, só molhei o corpo na água, ainda não nadei.", comentei. 

 

"E você nem molhou o seu cabelo?", Mia se espantou. 

 

"É que, sei lá...", fiquei toda encolhida no meu canto. 

 

"Molha a cabeça!", a mesma exclamou. 

 

"Tudo bem..." 

 

Prendi a respiração colocando os dedos no meu nariz e então afundei na água, molhando todo o meu cabelo. 

 

Emergi e joguei o cabelo para trás e ele se fixou nas minhas costas. 

 

"Satisfeita?" Perguntei a Mia. 

 

"Sim, melhor.", Mia comentou... 

 

"Eu vou nadar um pouco.", avisei ela. 

 

"Você sabe nadar?", a mesma me contestou. 

 

"Eu tive umas aulas particulares com um instrutor de natação que o meu pai contratou uma vez.", contei. 

 

"Ah, eu também. Mas, foi o meu pai que me ensinou a nadar quando fomos para a praia uma vez.", Mia rebateu. 

 

"Que legal!", comentei. 

 

Então, eu comecei a nadar pela piscina mexendo os meus braços como se fossem remos e depois puxando a água e empurrando. Vez ou outra fazia pausas para mergulhar, emergir e respirar. 

 

Mia ficou a me olhar. 

 

[...] 

 

Após algumas horas nadando, eu fui até a borda da piscina e fiz uma pausa para descansar. 

 

Então foi a minha vez de ver Mia nadando. 

 

Estava tudo tão quieto, até eu ouvir um estrondo. As portas pareciam ter sido abertas. Olhei ao meu redor e não vi ninguém. Achei aquilo muito estranho. Talvez, fosse só o vento soprando. Mas, eu fiquei curiosa e saí da piscina.  Subi a escada na borda da mesma e fui andando bem devagar. 

 

Ouvi então a voz de Mia que havia parado de nadar. 

 

"Aonde você vai, Ava? O que está acontecendo?", a mesma exclamou. 

 

Voltei-me para ela e respondi: 

 

"Eu acho que preciso checar uma coisa. Eu ouvi um som estranho.", comentei. 

 

"Um som estranho? Que tipo de som?", Mia quis saber. 

 

"Eu não sei, Mia. Parecia um estrondo.", tentei explicar. 

 

"Deve ser só o vento.", a mesma balbuciou. 

 

"Eu sei. Eu também pensei nisso, mas não é.", contestei. 

 

Então eu comecei a ouvir passos, mas era como botas pesadas pisando no piso, fazendo um som mais pesado. 

 

Me apavorei e corri para a piscina e então saltei para a água e voltei para onde Mia estava. Eu me agarrei na mesma, abracei ela bem apertada. Ela olhou confusa para mim. Parecia não entender o que estava acontecendo e porque eu estava protegendo-a. 

 

"Ava, o que está acontecendo?", ela ficou bastante aflita. 

 

"Shhh! Eu não sei, eu também estou com medo, Mia. Mas, faça o que houver, não olhe para trás, olhe para mim. Mantenha o seu olhar em mim.", aconselhei. 

 

Mia relutou um pouco, pois não sabia o que fazer, mas depois assentiu e tentou fixar o olhar em mim. 

 

"Me beija!", eu pedi. 

 

"Mas...e a...", Mia cortou. 

 

"Só me beija.", devolvi. 

 

"Está bem", a mesma assentiu. 

 

Então nós duas começamos a nos beijar ali.  

 

Os passos foram aumentando até chegarem onde nós estávamos e então pararam. 

 

Enquanto eu beijava Mia, eu virei de lado e então vi um par de botas tipo coturno pretas, parado bem ali, perto da piscina. 

 

Interrompi os beijos, me afastei um pouco de Mia, mas fiquei perto da mesma. 

 

Fui subindo com os olhos, e então eu vi um sobretudo preto aberto, uma camiseta da mesma cor, e então um rosto. Era um rapaz alto que lembrava mais ou menos a mulher do meu sonho...ele tinha um cabelo curto, raspado nas laterais em degradê, os olhos do mesmo eram verdes. E o mesmo tinha uma pele um pouco pálida. 

 

Aquela figura estranha estava de braços cruzados diante de nós duas. 

 

"O que você quer? Por favor, não me mate!", Mia pediu a aquela figura estranha. 

 

Eu fixei meus olhos naquele ser misterioso. 

 

"Quem é você?!", exclamei. 

 

Ele estava de braços cruzados olhando com um olhar estranho para nós. 

 

"Quem é você?!", exclamei mais uma vez. 

 

Mia se voltou para mim. 

 

"Ava, se isso for mesmo o fim, eu quero que você saiba que eu te amo", a mesma jurou. 

 

"Eu também te amo, Mia, mas isso não parece ser o fim.", eu contestei. 

 

"Como você pode dizer isso em um momento como esse?", Mia exclamou. 

 

Eu me calei para ouvir o que aquele estranho queria. 

 

O mesmo suspirou antes de soltar as palavras da boca. 

 

"Ava Garlant...eu não sei quem é essa sua amiga, mas eu te conheço.", ele sussurrou. 

 

"Quem é você?! E como sabe o meu nome?!", exclamei. Eu estava desesperada. 

 

"Você agora andou mexendo com a senhora Fontana, não foi?", o mesmo quis saber. 

 

"Eu não sei do que você está falando. Quem é você?!", contestei. 

 

"Eu sei que você sabe. Então você é lésbica? Eu não me importo com isso, mas a você foi escolher a senhora Fontana?", ele devolveu. 

 

Logo, surgiu um flash na minha mente, de quando a senhora Fontana me falou do ex namorado, e de como ele havia se sacrificado para que ela não fosse expulsa do colégio. E que ele tinha ido embora. 

 

"Eu tenho te observado desde o primeiro dia nesse colégio, Ava.", ele comentou. 

 

Fiquei refletindo muito, tentando ligar a pessoa com um nome. 

 

"Cara, eu amava muito ela...nós transamos várias vezes...eu não vou me esquecer de como me sentia acolhido nos braços daquela mulher. Como eu amava aqueles seios dela...eu sei, eu pareço muito pervertido falando assim. Eu peço as minhas sinceras desculpas, mas...eu amava muito essa mulher. Aquela vadia da diretora ia expulsá-la do colégio, e eu não queria isso. Então eu resolvi terminar com ela e fugi. Mas eu me arrependo amargamente de não conseguir ficar com ela até o final, talvez casar um dia, ter filhos com ela...", o mesmo vomitou essas palavras. 

 

E então eu me toquei. Eu sabia quem era aquele rapaz. 

 

"O Ouvinte Andarilho!", exclamei. 

 

Ele não respondeu, apenas sorriu. 

 

"Ava, do que você está falando? E com quem você está falando?", Mia interrompeu. 

 

"Mia, o "Ouvinte Andarilho". Ele está aqui. Ele é o ex namorado da senhora Fontana", contei para ela. 

 

"Quem? Eu não vejo ninguém aqui.", a mesma reportou. 

 

"Como assim, Mia? Ele está bem na minha frente!", eu exclamei. 

 

"Eu não vejo nada.", a mesma negou. 

 

"Somente você e algumas poucas pessoas podem me ver, Ava.", o andarilho então revelou. 

 

"Você está morto, é espírito, ou o quê?", rebati. 

 

"Eu não estou morto, nem mesmo sou o que você imagina.", o mesmo contestou. 

 

"Mas então, o que você é?", insisti. "Me diga!" 

 

"Eu sou apenas um observador. Eu vagueio por aí observando as pessoas, foi assim que eu ganhei o apelido de "O Ouvinte Andarilho".  E eu sei muito bem quem você é. Você e eu estamos ligados a mesma pessoa, a senhora Fontana. Talvez essa seja a razão de você ter tido aquele pesadelo.", o mesmo comentou. 

 

"O meu sonho! Como você sabe sobre isso?", interroguei-o. 

 

"Eu apenas sei. E eu não vou me entregar logo de cara para você.", ele então devolveu. 

 

"Você parece ser ruim, muito ruim!", avaliei. 

 

"Eu não sou mau nem bom. Talvez...um misto de ambos.", ele se definiu. 

 

Então ouvi um sonho estranho, parecia um sino.  

 

"Eu tenho que ir. Mas, acho que eu só posso te desejar felicidades com a senhora Fontana, e... dizer que eu estarei sempre de olho em você.", o mesmo se despediu com aquelas palavras. 

 

E então ele desapareceu junto com o vento. 

 

Eu fiquei chocada. Mia tentou me chamar. 

 

"Ava, você está bem?", a mesma passou a mão espalmada na minha frente e acenou. 

 

Eu então voltei a mim mesma. 

 

"O que aconteceu, Mia?", eu a interroguei. 

 

"Você disse coisas sem sentido, depois apagou...", ela explanou. 

 

"Eu não acredito nisso. Eu o vi, e ele foi embora assim de repente. Eu acho que preciso contar isso para a senhora Fontana.", pensei. 

 

"Deixa para lá. Vamos voltar a nos divertir, Mia", sugeri. 

 

"Ava, o que está acontecendo com você? Eu entendo a parte do sonho que você teve, mas eu não consigo entender você nesse estado. É como se você tivesse visto um fantasma. Ou algo do tipo.", Mia estranhou. 

 

"Eu não sei explicar. Eu acho que eu só posso explicar para a senhora Fontana.", explanei. 

 

"Vamos embora, Mia", eu a chamei em seguida. 

 

"Mas, já?", a mesma se espantou. 

 

[...] 

 

Depois de nos vestirmos, nós saímos da piscina e voltamos para o quarto, tomamos um banho, trocamos de roupa, e então eu fui com Mia até a sala dos professores. Chegando lá, nós batemos na porta, e então a diretora Wilson abriu a porta da sala. 

 

"Sim, vocês precisam de alguma coisa?", a mesma inquiriu. 

 

"Diretora, nós...precisamos falar com a senhora Fontana. Ela está aí?", eu retruquei. 

 

"Sim. Sobre o que seria?", a diretora rebateu. 

 

"Eu não posso explicar, só para a professora. Podemos entrar?", perguntei. 

 

"Está bem...", a mesma suspirou e abriu a porta para nós. 

 

Nós entramos na sala. A diretora fechou a porta atrás de nós, e então eu vi a senhora Fontana, que estava pegando um café perto do bebedouro, olhar para nós. 

 

A diretora se voltou para a senhora Lavínia. 

 

"Bom, eu acho que vou deixar vocês à sós", a mesma retrucou. 

 

"Obrigada, senhora Wilson", a senhora Fontana devolveu. 

 

A diretora se retirou da série e nós ficamos à sós com a professora. 

 

"Olá, Ava!", Lavínia me cumprimentou. 

 

"Olá, Lavínia, digo, senhora Fontana", devolvi. 

 

"Por favor, me chame apenas de Lavínia.", ela me sugeriu. 

 

Lavínia vestia uma blusa nude com um laço preto amarrado no decote, a mesma saia preta, e os mesmos sapatos. A boca dela estava pintada de um tom de nude também, realçando os lábios dela. 

 

"Você está bem produzida hoje, digo, bem bonita.", comentei. 

 

"Obrigada.", ela então sorriu. 

 

"De nada", repliquei. 

 

"Então, sobre o que você queria falar comigo?", Lavínia quis saber. 

 

"Bom, eu vi ele...", eu balbuciei. 

 

"Ele quem?", Lavínia ficou confusa. 

 

"Eu também estava lá. Mas, ela parece que perdeu um dos neurônios, porque eu não faço ideia do que houve com ela", Mia explanou. 

 

"Está bem, o que houve exatamente?" 

 

"O seu ex... ele voltou.", revelei. 

 

"O quê?!", Lavínia exclamou. 

 

Lavínia acabou derramando o café quente que estava no copo dela, no chão, fazendo uma poça. 

 

"O seu ex voltou. "O ouvinte Andarilho", se lembra? 

 

"Não é possível. Meu Deus! Como isso é possível?", ela pareceu relutar em acreditar. 

 

"Eu não sei. Me diz você, mas ele me disse que somente algumas pessoas podem vê-lo, e que ele não está morto. E eu também preciso te contar uma coisa que você não vai acreditar.", retruquei. 

 

"É um sonho estranho que ela teve", Mia revirou os olhos. 

 

"Não é só um sonho!", eu contestei. 

 

"Um sonho?", Lavínia refletiu. 

 

"Sim, Lavínia, e foi horrível...eu fiquei tão apavorada! Eu não te vi no sonho...", relatei. 

 

Eu quase comecei a chorar ali. Lavínia veio e me abraçou, e em seguida, ela esfregou as minhas costas fazendo um agrado em mim. 

 

"Calma, Ava...eu estou aqui com você, não precisa chorar.", a mesma me tranquilizou. 

 

Então eu comecei a sentir o calor do colo dela, era morno e acolhedor. Estar entre os seios dela era muito confortável. Eu sentia aquele carinho que parecia o carinho que uma mãe dá para seus filhos. 

 

Após algum tempo alí, me afastei de Lavínia. 

 

"Está se sentindo melhor, Ava?", a mesma quis saber. 

 

"Sim. Eu...me sinto mais calma estando perto do seu peito.", declarei. 

 

"Que bom, Ava.", Lavínia comentou "Agora, você acha que consegue me contar...não, resumir esse sonho que você teve?" 

 

"Eu acho que sim...", balbuciei. 

 

"Então me conta.", ela me pediu. 

 

"Bom, basicamente eu acordei em um quarto estranho, e tinha essa mulher de cabelo preto que me disse: "Eu te salvei, agora você me servirá". Eu berrei, perguntei de você, e ela tinha falado que tinha matado você, por causa de uma tal de "linha do tempo", eu fiquei desesperada, e aí depois ela me drogou dando uma pílula roxa, me usou, e no fim eu estava esticada na cama, sem nenhuma reação.", contei para a mesma. 

 

Lavínia então começou a gargalhar. 

 

Me senti um pouco ofendida... 

 

"Eu quase tive um "troço" de preocupação por sua causa no sonho e você ri?", me zanguei. 

 

"Ava, controle-se. Relaxa, amiga", Mia me cortou. 

 

"Desculpa, eu não estava rindo de você. Eu estava rindo de desespero.", ela se justificou. 

 

"Desculpa...", me desculpei também. 

 

"Acalme-se, Ava. Mas realmente, que sonho você teve!", Lavínia comentou. 

 

"Pois é...." suspirei. 

 

"E o que esse sonho tem a ver com o que você havia dito antes?", Lavínia quis saber. 

 

"Bom, o "Ouvinte Andarilho" me disse que eu e ele estamos conectados com você de alguma foram. E ele também disse que ele não está morto, nem é nenhum fantasma...", explanei. 

 

"MEU DEUS!", a mesma berrou. "Ele voltou?!" 

 

Lavínia começou a sentir o coração apertado, como se um vazio a preenchesse. Ela colocou uma das mãos no meio do peito e segurou, fazendo várias dobras na blusa. 

 

Eu olhei para ela e estranhei. 

 

"Está tudo bem, Lavínia?", quis saber. 

 

"Sim, eu estou bem. É só que depois de tantos anos, eu não achei que ele fosse voltar. E agora eu não sei o que fazer...", ela comentou. 

 

"Bom, ele me disse que se arrepende muito de não ter conseguido ficar com você. E pelas palavras dele, ele parecia estar com ciúmes da nossa relação, digo, não que nós temos uma relação.... mas, ele pareceu ciumento porque eu te conheci.", adicionei. 

 

Lavínia ficou refletindo sobre aquilo por um tempo. 

 

"Talvez eu deva esquecer o passado, e seguir com minha vida e começar uma nova relação com você, Ava...", a mesma balbuciou. 

 

"Deus! Como vocês duas se gostam!", Mia nos censurou. 

 

Lavínia voltou o olhar para Mia.  

 

"Eu amo essa minha aluna.", a mesma declarou. 

 

Então eu a fitei. 

 

"Eu também te amo, Lavínia. Se eu ficar sem você, eu acho que eu morro!", declarei. 

 

Então eu fui até ela e a abracei a cintura dela. Então eu senti ela colocar uma das mãos na minha cabeça e me fazer um agrado. 


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Notas finais do capítulo

Espero que tenham gostado^^

Esse "O Ouvinte Andarilho" realmente é bastante misterioso. Quais serão as intenções dele? Acho que teremos que esperar os próximos capítulos para ver.

Até a próxima postagem!



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