Brincadeiras do destino escrita por Phoenix


Capítulo 12
Chantagem estudiosa




Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/749299/chapter/12

Todos na sala arregalaram os olhos! Como assim o Todo Poderoso Naoki, desceu do seu trono resplandescentemente dourado e se dispôs a ir a ralé, a plebe, a turma F e ainda chamar Catarine? Bem aquela que causou algumas cenas problemáticas em relação a ele. A curiosidade era tamanha e as especulações eram muitas.

— Será que ele se arrependeu do fora que deu nela? - Jéssica questionou.

— Agora já é tarde... espero. - Disse Kawã. Essa última palavra falou mais para si.

— Ah, ele quer dar uns pega nela sim, certeza. - Carioca falou sem pensar.

— E aí Catarine? Não vai não? Já está sonhando acordada novamente? - Alertou Samanta, rindo da amiga que estava estática. Leitor, você deve imaginar mais ou menos o que deve ter passado pela cabeça de Catarine, certo? Apesar dela ser esquisita e sua mente não ser lá muito normal, ela ficou envergonhada por se lembrar do seu 're'encontro com NaoKinho, lembrar que o beijou, que o mordeu, que tirou sangue da sua boca e falar isso em voz alta, enquanto ele escuta, com certeza não foi a melhor coisa a se acontecer, então podemos dizer que ela estava, um tanto quanto anestesiada. 

— Errr.. ummm, claro, claro. Estou indo.

Catarine saiu na frente, Kawã controlou seu impulso de segura-la. Mas assim que Catarine saiu da sala, Jéssica foi a primeira a segui-la, fazendo com que Carioca, Samanta e Kawã a seguisse. Pelo caminho passaram na frente do 3º A, turma de Naoki, Samanta comprimentou Wally de longe, Jéssica percebeu a cara de desagrado das Três Mays e soltou:

— O que será que Naoki quer falar em particular com Catarine? Foram até em um lugar mais reservado. Será que agora ela finalmente vai declarar seus sentimentos a ela? 

Como esperado, a casa de desagrado, ódio e inveja se manifestaram no rosto das três e com um toque final de provocação acenou para Wally e o convidou a segui-los. Esse ao ver Samanta, não pensou duas vezes e os acompanhou.

Mas, parece que não foram apenas eles que resolveram seguir o 'casal' mais improvável do colégio, toda a turma F e toda a turma A, estavam lá, observando por trás de uma parede que era metade  composta por uma enorme janela de vidro,  assim eles podiam ora abaixar para se esconder, ora se levantar para ver o que diabos estava acontecendo. Ao longe puderam ver que Naoki dava alguma coisa para Catarine, que devolveu algo em troca.

— Eu vou acabar com essa palhaçada!

— Fica na sua Mayumi, vê se não se intromete, ninguém te chamou na conversa.

— Cala a boca sua gorda horrorosa, ninguém pediu sua opinião.

— A Jéssica não é gorda, muito menos horrorosa, ela é 'goxtosa' e muito linda.

— Obrigada por me defender Carioca, mas o que essa lombriga solitária fala, não me atingi. - Jéssica aproveitou para ficar abraçada com seu 'amigo' Carioca, que gostou da atitude. Nesse meio tempo, Wally, com muita vergonha misturada a coragem, passou seus braços pelos ombros de Samanta, essa aproveitou e entrelaçou seus dedos na mão que estava sobre seu ombro. Essas cenas, misturadas a de Catarine e Naoki, deixavam as três May emputecidas. Veja só, Mayumi gostava de Naoki, Maytê de Wally e Mayara de Carioca, na verdade Mayara gostava de todo mundo, mas mais ainda de Carioca. A curiosidade de saber o que estava acontecendo consumindo a todos.

— Minha mãe trocou as marmitas.

— Poxa, não tinha nem reparado.

— Você nunca repara em nada, esquece tudo, desde sempre.

— Mas eu lembrei do nosso primeiro encontro ou reencontro.

— Ah, finalmente. Lembrou-se também do que aconteceu depois do beijo?

— Depois do beijo? Essa não foi a primeira trapalhada que eu lhe causei?

— Não foi nem de perto... Força essa sua cabeça oca um pouco.

Catarine forçou sua mente fraca, forçou, forçou e finalmente lembrou.

Flashback on

— Kinho, eu não quero que você vá embora, ainda mais agora que você tirou a minha honra de menina.

— Mas a gente só se beijou, eu não te desonrei, aliás você mordeu a minha boca e está sangrando, até inchou.

— Foi só um beijo? Quer dizer que não significou nada para você? – Sim, Catarine estava fazendo um belo drama, igual nas novelas que ela assistia, queria que Naoki continuasse ali com ela. – Eu vou sentir sua falta. – Disse com lágrimas nos olhos.

— Catarine, não chore, eu vou ficar triste.

— Então fica, por favor.

— Eu não posso, você sabe.

— Está bem, mas em casa você pode brincar comigo de esconde-esconde? Pela última vez? – Disse fazendo drama.

— Tudo bem, vou perguntar aos meus pais se podemos ir para lá.

Os pais de Naoki já tinham a intenção de acompanha-los até em casa, eles iriam dormir lá e partir no dia seguinte, às 6:00 da manhã, pois o voo deles era as 9:00 e precisavam voltar ao Japão, para resolver assuntos da empresa, fora que Yuki, que era um bebê, estava com um parente lá.

A noite eles brincaram de esconde-esconde, Catarine sabia que Naoki era muito bom em achar lugares que ninguém o encontraria. Dito e feito! Ele encontrou um esconderijo perfeito.

— Me mostra onde você estava?

— Vem ver. – Levou-a até onde se escondeu.

— Agora vamos brincar de bandido e vítima. Você é a vítima. Vem aqui que eu vou te amarrar e tampar a sua boca com essa fita.

— Tem certeza que precisa disso?

— SIM! Tem que ser bem realista. – Dito isso, Catarine amarrou pernas e braços de Naoki, tampou sua boca com fita e o escondeu no mesmo esconderijo onde brincaram de pega-pega. Naoki começou a usar sua mente avança e concluiu que aquela não era apenas uma brincadeira. Tentou se desamarrar, se debater, mas aquele esconderijo era muito bom e ninguém o acharia ali. Estava ferrado.

Os adultos estavam tão tristes e bêbedos que dormiram todos largados no sofá, ninguém se deu conta de que Naoki não estava na cama com Catarine. Ao despertar o celular as 5:00, Noriko foi procurar Naoki e não o encontrava em lugar algum.

— Naoki! Naoki! NAOKIIIIIIIIII!!!!

— O que foi Noriko, o que está acontecendo? – Questionou Iri-Chan.

— Naoki sumiu, não está em nenhum lugar.

— Catarine, você viu o Naoki? – Sandro perguntou.

— Sim, eu vi, mas eu sequestrei ele, ele é meu agora. Vocês podem ir para o Japão, a gente cuida dele.

— CATARINE, NÃO BRINQUE COM UMA COISA DESSAS MENINA! – Sandro estava muito bravo, só não ficou mais nervoso, porque Rebeca tinha acabado de falecer, e aquela situação podia ser uma sequela disso.

— Cata-Chan, nós precisamos voltar com urgência, nós só viemos porque Rebeca era uma pessoa muito importante e vocês são como nossa família, mas existe muita coisa em jogo, precisamos voltar. – Noriko disse séria, mas por dentro adorou a brincadeira.

— Por favor Cata-Chan, nos diga onde está Naoki. – Iri-Chan implorou.

— Eu não vou dizer onde ele está, se quiserem, podem procura-lo. Mas vocês precisam correr, se não vão perder o voo.

— CATARINE, PODE DIZER AGORA ONDE ELE ESTÁ. – Sandro misturava raiva e tristeza na voz.

— Se quiser, pode me bater e me torturar, mas o Kinho VAI FICAR COMIGO!

Já eram 5:10 da manhã, eles precisariam se apresar para sair as 6:00, se não se atrasariam muito. Eles procuraram em todos os lugares, até as 5:45. Ficaram parados, não sabiam mais o que fazer.

— Vejam só, vocês são em quatro pessoas, eu e papai agora só somos em dois, se vocês deixarem o Naoki aqui, serão três para cada. Quando a gente crescer, nos casamos e vamos morar todos juntos. – Os adultos sentiram uma tristeza com a fala de Catarine, sabiam que ela sempre foi apegada a Kinho e acabara de perder sua mãe. Chegaram à conclusão que era melhor partir para resolver os problemas, e que em uma semana voltariam para buscar o filho.

— Catarine, apenas essa semana ele ficará aqui, e só porque seu pai concordou. Ok? – Disse Noriko

— OK! – Respondeu com um imenso sorriso.

— Podemos nos despedir dele?

— Nem pensar, palavra de adulto não é confiável.

Os adultos riram e partiram apressados para o aeroporto. Sandro encarou Catarine com um olhar tão raivoso que ela sentiu medo e saiu correndo. Se escondeu onde estava Naoki, esse estava com a pior cara possível, mal conseguiu dormir a noite, estava MUITO BRAVO COM ELA. Catarine só saiu de lá umas 9:15, quando teve certeza de que Naoki ficaria com ela.

Depois disso, Catarine não lembra muita coisa, mas se recordou que em uma semana voltaram para busca-lo, os dois choraram muito, mas tiveram que se separar.

Flashback of

Os olhos de Catarine estavam tão arregalados que Naoki teve a certeza de que ela lembrou do restante daquele dia.

— Viu, você sempre faz cagada.

— Mas aquilo, eu ... – Catarine estava envergonhada, principalmente por perceber que ele sempre mexeu com o seu pouco juízo, fazendo-a tomar atitudes drásticas.

— Não precisa falar nada. Eu disse que era pior que o beijo. Quer dizer, sinceramente? Não sei o que foi pior. – Provocou Naoki, insinuando que o beijo foi muito ruim.

— Olha, eu nunca tinha beijado, e... e... você também não, por que se não teria me conduzido melhor no beijo e ele não teria sido tão ruim. – Mentira, mesmo com gosto de sangue, ela tinha gostado, afinal, seu primeiro beijo havia sido com seu amor de infância.

Naoki começara a ficar vermelho ora de vergonha, ora de raiva.

— Aquele beijo foi força do momento, eu nem sentia atração direito por você, nem queria te beijar, foi só para te consolar naquele momento. - Naoki sabia que havia passado dos limites, falar que queria apenas consola-la, misturar os sentimentos com a morte de sua mãe provocou uma revolta tão grande em Catarine, que a dúvida que ela tinha em relação a uma certa chantagem que planejava foi para o espaço.

— Aquele foi um beijo... ummm... estilo amigas beijando uma a outra, certo?

— Como assim? Amigas?

— Sim, AMIGAS, meninas... você pode se encaixar perfeitamente nesse quesito, não estou certa?

— Seja mais clara! Porque eu seria sua amiga, no feminino?

— Oras, pois o seu passado era feminino ou será que ainda continua assim e por isso rejeitou a minha carta?

Naoki estava ficando impaciente e ao mesmo tempo preocupado, ela não poderia... ou poderia...

— DO QUE VOCÊ ESTÁ FALANDO CATARINE?

— Estou falando disso. – Ela tirou de dentro do sutiã (?), com um sarcasmo nunca visto antes, estampado em seu rosto, estendendo suas mãos mostrou a foto de Naoki com um uniforme feminino, cabelos longos e presilhas no cabelo. Os olhos dele iam pular, ele quase nem parecia mais um japonês, sua reação foi imediata! Partiu para cima de Catarine, ele iria pegar aquela foto, custasse o que custasse. Mas Catarine era boa de briga, ela sabia se esquivar e fugir muito bem, visto de longe, parecia que Naoki estava tentando beijar Catarine, o que causou um alvoroço na multidão que os observava.

— AI MEU DEUS DO CÉU! QUE PALHAÇADA É ESSA!!! EU PRECISO IR LÁ ACABAR COM ISSO AGORA. – Disse Mayumi morrendo de ódio, ela era capaz de bater em Catarine, se aquilo fosse para um estágio mais avançado.

— Epa, epa, você não vai atrapalhar o clima lá não colega. – Jéssica disse segurando Mayume, que parecia um peixe fora d’agua de tanto que se debatia. Apesar de baixinha, Jéssica era forte e conseguia controlar a situação. Todos os outros alunos das turmas A e F, exceto as três May e Kawã, vibravam com a cena. Assobiavam e gritavam. Naoki e Catarine não conseguiam escutar nada, estavam muito concentrados no momento.

— Eu tenho uma proposta para te fazer?

— Qual proposta sua cobrinha traiçoeira.

— Se me tratar mal vou espalhar essa foto!

Naoki respirou, se controlou o máximo que pode.

— Qual proposta?

— Sabe a prova dos top 50?

— Sim, o que é que tem?

— Eu quero que você seja meu tutor. Se eu entrar, te devolvo a foto.

— AH, bonita! Quer dizer que eu tenho que te ensinar, se você ganhar te levar de cavalinho pela escola e te pagar um Big Tasty ainda?

— Ou eu posso te levar de cavalinho pela escola, te pagar um B.M.T e mandar no grupo do whatsapp da escola sua foto.

— Você é muito espertinha né, poderia usar essa sua inteligência maldosa para os estudos, sua cabeça de vento. – Depois começou a falar sério. – Vai ser impossível entrar no top 50, são todos os alunos da escola que concorrem, e geralmente quem fica na lista são alunos das turmas A e B.

— Olha, façamos assim então. Você me ensina até o dia do teste e eu passando ou não, te devolvo a foto, mas a aposta continua de pé.

— Combinado.

— Só cuidado para não usar as minhas roupas sem querer.

Naoki olhou para ela de forma maliciosa e foi chegando perto, até que a encostou em uma árvore.

— E se eu começasse a tirar ela aqui agora. – Falou bem perto do ouvido, o que causou um certo arrepio em Catarine. – E se eu te mostrasse que apesar de ter usado roupas femininas eu gosto mesmo é de mulher? – Catarine já estava tremendo, quando os lábios de Naoki quase, eu disse QUASE encostaram nos seus. Quando ela fechou os olhos ele saiu rindo.

— Então hoje à noite, teremos nossa primeira aula. Faltam apenas 7 dias. Que Deus ilumine, porque vai ser difícil.

Nessa hora, estavam todos correndo ao encontro de Catarine. O que foi isso que aconteceu? Todos queriam saber.

— O que foi isso Cata? – Samanta perguntou.

— Fala logo amiga! – Jéssica queria saber.

— Catarine, não se faça de difícil. – Carioca insinuou. Kawã ficou quieto, fingia despreocupação, mas era o mais interessado em tudo.

— Ele só veio se certificar que a aposta estava de pé. Ele quer mesmo que eu o carregue de cavalinho. Mas ele quem vai me carregar.

— Cata não precisa disso, deixa esse sem noção para lá, para que ser carregada por ele? – Kawã não queria imaginar tal cena. Catarine encostada em Naoki, ele com as mãos em suas pernas desprotegidas, ela de saia ainda. O coração dele estava a ponto de parar.

— Não Kawã, eu preciso provar do que sou capaz, vou mostrar para ele e outra coisa, eu quero meu Big Tasty né meu.

Todos eles riram, como pode, ela só pensa em comida. Por falar em comida...

— Ah Cata-chan, trouxe uns sushis e sashimis que eu mesmo fiz para todos comermos, mas tem mais para você, que é a draga né. – Kawã disse sorrindo, adorava ver a cara que Catarine fazia comendo suas comidas, ela realmente gostava de coisas boas.

Catarine estava feliz por conseguir seu tutor, seu plano estava indo de vento em polpa. Mas quando se lembrou da sua infância com Kinho, não pode deixar de sentir um aperto no coração, era tudo muito confuso, ora ela achava que não gostava de Naoki, ora achava que amava. Pensar em ficar estudando com ele fez seu coração disparar, mas nada a deixava tão feliz quanto comer sushis e sashimis, ainda mais os que Kawã fazia.

— Vamos gente, eu quero comer, simbora meu povo.

— Catarine, nem está na hora do almoço ainda!

— Quem mandou atiçar minhas lombrigas Kawã, agora vai me dar uns sushis sim!

— O que não me pede sorrindo, que eu não faço chorando.

Todos riram e seguiram para a sala.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Estou ficando cada vez mais sem inspiração. Se tiverem alguma ideia, só comentar.