Fechei os olhos mais uma vez, esperando que o tempo passasse logo. O único som que eu ouvia no quarto era o “click” do mouse e as teclas sendo apertadas pelo Armin. Aquela partida de Counter Strike estava demorando mais do que o normal. Ou os caras eram muito bons, ou eram muito ruins.

Ainda no início, eu estava ali também, ajudando meu namorado a matar os inimigos, mas depois que passou de dez minutos, cansei. Já fazia vinte minutos, e pelo jeito não parecia que a partida ia acabar tão já.

Então, eu me deitei na cama de Armin afim de tirar um cochilo. Assim o tempo passaria mais rápido para mim, e logo poderíamos jogar algum outro jogo. Eu ainda não tinha pego no sono, quando ouvi Armin xingando baixinho. Em seguida, escutei o barulho da cadeira de rodinhas sendo arrastada no piso, e ele levantou.

Continuei de olhos fechados, fingindo estar dormindo. Eu estava de bruços, com o rosto virado para a parede. O senti sentando na beira da cama.

— Ei — sussurrou e tocou minhas costas.

Não me mexi e ele suspirou. Armin passou as mãos no meu cabelo, que estava todo caído nas costas, então os afastou, deixando os fios no travesseiro. Suas mãos pararam em minha nuca. Seus dedos estavam logo atrás das minhas orelhas, e seus dedões começaram a deslizar pela nuca, em uma massagem suave.

Sorri.

O que deu nele?

Suas mãos e dedos continuaram deslizando pela pele do meu pescoço, indo para o maxilar e depois voltando, indo para os ombros e costas. A massagem ficou um pouco mais forte, mas não o suficiente para me acordar, caso eu estivesse mesmo dormindo. Senti suas duas mãos pegando minhas costas, e fazendo um pouco de pressão, ele as desceu de forma lenta, até onde minha blusa terminava. Colocou as mãos por dentro do tecido, sentindo minha pele, e voltou a fazer a pressão, subindo até a cintura, e ali começou a trabalhar novamente com os dedões, fazendo um movimento de dentro para fora.

Suspirei, me sentindo relaxada, e ouvi uma risadinha vindo dele.

— Está bom aí? — perguntou baixinho.

— Claro... Por que parou de jogar?

— Por quê... — Suas mãos subiram um pouco, indo parar acima das costelas. — Eu queria ficar com você logo, e aqueles caras eram horríveis. Fui obrigado a sair da partida.

— Ah, é? E se eles fossem bons? — Tentei provocar um pouquinho.

— Se eles fossem bons, tinham facilitado minha vida e a partida teria terminado cinco minutos depois que começou. E aí eu estaria aqui do seu lado há mais tempo.

— Hm... boa resposta.

— Não foi? — Deu risada, deixando deixando minhas costas e indo para meus braços, massageando de forma lenta cada um deles, do ombro até as mãos. Depois, foi para as minhas pernas, começando pelos pés.

— Você até poderia trabalhar com isso, sabe? — Tentei virar só os ombros para olhá-lo. — Mas claro que eu não perderia um massagista de mão cheia.

Ele sorriu. — Isso é meio egoísta, não acha?

— Acho, mas fazer o quê.

Depois de trabalhar nos meus dois pés, ele me fez abrir um pouco as pernas e se sentou entre elas, conseguindo massagear as duas batatas da perna ao mesmo tempo. Apoiei os cotovelos no colchão e apoiei o rosto, ficando com o tronco um pouco elevado.

Sentia as mãos dele apertando e arrastando para frente, conforme subia. Suas mãos foram para o meu quadril, e ele continuou apertando e arrastando para frente. Fechei os olhos, deixando as sensações se instalarem em meu consciente, até que um barulho me trouxe de volta, e quando percebi, a porta do quarto tinha aberto.

— Armin... — Alexy já entrou, e olhamos para ele ao mesmo tempo. Ele parou, com uma cara surpresa, então deu seu sorriso malicioso. — Ei, vocês poderiam ter fechado a porta.

As mãos do Armin se afastaram dos meus quadris na hora.

— Que foi, Alexy? — Ele perguntou parecendo meio envergonhado e irritado ao mesmo tempo. Acabei rindo. Eu já estava acostumada com o jeito do Alexy.

— Nada, eu só ia avisar que cheguei. Não sabia que a minha irmãzinha estava aqui. — Sorriu para mim. — Bom, depois que vocês terminarem aí, vai lá no meu quarto para eu te contar os babados.

— Ok, eu vou sim.

— Não façam muito barulho. — E riu, fechando a porta.

Armin suspirou. — Ainda bem que pulamos a parte de parente nos fazendo passar vergonha. Eu comecei a rir e me virei de barriga para cima, e me sentei, ficando perto dele.

— É, ainda bem. — Segurei seu pescoço, brincando com os fios que estavam por ali. — Obrigada pela massagem. Gostei muito e você pode repetir quando quiser.

Ele sorriu e brincou com meu cabelo, passando os dedos pela raiz e os jogando para trás. — Pode deixar então. — Me puxou de leve contra ele e me beijou.

Ambos brincávamos com nossos fios durante o beijo, até que eu me separei.

— E se eu retribuir a massagem agora?

— Fica à vontade. — Abriu um sorriso grande.

— Então deita.

Me sentei do lado, e ele deitou de bruços. Para facilitar para mim, fiquei por cima dele e sentei em sua bunda, começando a massagear pelos ombros. Novamente a porta abriu, e Alexy colocou a cabeça para dentro com uma cara engraçada.

— Que coisa bizarra, Armin, você não viu isso em um jogo não, né?

— Alexy, sai fora!

— Ai, eu só ia dizer que vou até o mercado comprar algo para o café. Podem fazer barulho por enquanto.

— Adeus! — A voz do Armin saiu abafada por causa do travesseiro. Alexy riu e saiu de novo, fechando a porta. — Ouviu, né?

— O quê?

— Podemos fazer barulho agora.

— É, vou te fazer gritar. — Belisquei a pele de seu pescoço e ele resmungou.

Eu ri e continuei a massagem.