Cinco Sentidos escrita por Biax


Capítulo 4
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Notas iniciais do capítulo

Olá! Só na vida boas vocês, hein? Recebendo uma one diferente todos os dias hahaha

Quem sabe eu não inspiro umas autoras que eu gosto, né? xD

É bem provável que vocês já saibam de quem é essa one, certo? Vamos lá então!

Boa leitura!



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Lysandre terminou de desenhar e deixou a folha na mesa, na minha frente, com dois desenhos iguais, de um lírio grande.

— Pronta? — Ele perguntou, virando o rosto para mim.

— Acho que sim. — Sorri, me sentindo um pouco nervosa. — Eu acho que vou acabar estragando seu desenho, Lys.

— Não se preocupe com isso. Caso não goste, posso fazer outra flor para que você tente de novo.

Olhei para ele, sorrindo. — Prepara sua mão, porque acho que você vai ter que desenhar várias vezes.

Lysandre riu baixo. — Não me incomodo com isso, então não se preocupe. Podemos começar?

— Claro.

Ele pegou um dos pincéis que estava no copo de cerâmica, e o mergulhou no copo de vidro, que continha água. Arrastou o pincel pela folha, por cima do desenho.

— Primeiro, para facilitar a pintura, passamos uma camada de água. Fica mais fácil quando entrarmos com as cores, além de facilitar a correção, caso necessário.

Olhei sua mão trabalhando, pintando o desenho com água. Então decidi fazer o mesmo. Molhei o pincel e passei pelo meu desenho.

— Temos que esperar alguns segundos, para que o papel absorva a água — explicou. — Mas não podemos demorar demais, pois a água pode secar e teremos que fazer o processo novamente.

— Entendi. — Deixei o pincel na mesa, ao lado do desenho.

Enquanto isso, Lysandre pegou o godê e a caixa onde estavam os tubos de tinta. — Quais cores você quer usar? — Abriu a pequena caixa, mostrando tubinhos enfileirados, de várias cores. Observei as opções, e peguei a cor azul, verde e violeta. — Acho que já sabia que você escolheria essas cores. — Sorriu discretamente.

— Sério? — O olhei. — Como?

— São suas cores preferidas. Você está sempre com uma delas, seja nas roupas, ou em acessórios.

— Hm... Você é muito observador. Tinha esquecido disso. — Não pude deixar de brincar, mesmo sentindo minhas bochechas corando.

Lysandre observou rapidamente meu rosto, e como se percebesse minha vergonha de repente, voltou sua atenção à tinta, pegando os tubos que eu tinha escolhido. Abriu um de cada vez e colocou apenas uma pequena gota em cada vão do godê.

— Não é pouco? — questionei, observando seu trabalho.

— Não, na verdade é muito. — Terminou e guardou os tubinhos de volta. — Mas é melhor sobrar do que faltar.

— Como pode ser muito?

— Ainda colocaremos água, e a tinta aquarela rende bastante.

Lysandre pegou o conta gotas que estava ali perto, pegando um tanto de água. O levou até uma das tintas e colocou algumas gotas, pegando um pincel limpo e misturando a tinta.

— A aquarela é rala assim mesmo. Uma das características dela é ser delicada e quase translúcida.

— Eu percebi isso nos seus desenhos, Lys. — Sorri, olhando em seu rosto. — Por isso gostei tanto.

— Fico muito contente em despertar esse interesse em você. — Me olhou rapidamente. — Já podemos começar a colorir.

Depois de colocar a água nas outras cores e misturar, Lysandre me entregou outro pincel, e mergulhou o dele na tinta verde.

— É simples. — Passou a tinta pelo caule da flor, que foi rapidamente absorvido, ficando bem clara. Fiz o mesmo, vendo que era fácil.

— Como você quer que a flor fique? Ela pode começar azul e terminar violeta, ou vice e versa... — Me olhou.

— Acho que fica mais bonito se começar com o violeta...

— Tudo bem. — Pegou outro pincel e mergulhou na tinta violeta. — Comece pintando até a metade. — Passou a tinta pela parte de baixo da flor.

Fiz o mesmo que ele, mas minha tinta acabou vazando um pouco para fora do desenho.

— Droga, já estraguei tudo.

— Não se preocupe, um dos jeitos de utilizar a aquarela é deixando que a tinta vá além do desenho. — Então ele também fez a tinta vazar de seu desenho. Sorri, vendo como ele era paciente e dedicado em me deixar confortável.

— Agora, limpamos o pincel. — Mergulhou o objeto no copo d’água e o chacoalhou, fazendo o líquido ficar lilás. — Secamos de leve. — Passou a ponta no pano branco que estava ali. — E pegamos a cor azul.

Assim ele fez, começando a pintar pela parte de cima da flor, arrastando os pelinhos do pincel para baixo, antes de chegar na cor violeta. Achei um pouco estranho, mas fiz igual. Diferente da pintura do Lysandre, minhas cores ficaram juntas e acabaram se misturando.

Suspirei, um pouco frustrada. Lysandre pegou o primeiro pincel, da água, o molhou e secou levemente.

— Agora, passamos entre as duas cores, para que se misturem de forma uniforme. — E assim passou entre elas, as fazendo se misturar de uma forma incrível e delicada.

— Como eu vou fazer isso no meu? Eu misturei as cores sem querer — comentei, chateada.

Ouvi sua risada soprada se aproximar do meu ouvido. — Assim.

Ele segurou minha mão com o pincel, e o levou até a água lilás, limpando e secando em seguida. Senti seu corpo mais perto do meu, e seu braço esquerdo descansou nas costas da minha cadeira. Sua mão levou a minha de volta ao papel, e de leve, passou o pincel entre as cores, as fazendo se fundir mais do que antes.

— Você não pode pesar muito a mão, ou corre o risco de rasgar o papel — sussurrava perto da minha orelha. Sua voz grave era baixa, mas não deixava de parecer uma música. — Podemos misturar mais as cores, assim o degradê fica mais sutil quando secar.

Acabei fechando os olhos, apenas sentindo sua mão quente sobre a minha, e sua voz aveludada próxima do meu rosto.

— Só vai ficar um pouco diferente do meu, não que seja ruim... — dizia. — Posso fazer outros desenhos para que você continue treinando... — Uma pausa. — Você está bem?

Abri os olhos, vendo seu rosto próximo do meu. — Sim, estou. — Sorri.

— Está chateada com a pintura?

— Não, eu sei que é só a primeira vez. — Dei de ombros.

— Sim, só a primeira vez. — Sorriu, compreensivo. — Por que estava de olhos fechados?

— Não sei... Eu estava prestando atenção na sua voz e senti vontade de fechar os olhos. Sua voz é muito bonita.

Vi suas bochechas ficando levemente coradas. — Fico feliz que goste. Então gosta de ouvir minhas explicações?

— Claro. Poderia ficar aqui o dia inteiro te ouvindo falar. — Soltei, sem pensar, e acabei corando. Desviei o olhar para o papel, onde nossas mãos ainda estavam juntas.

— Eu também poderia ficar o dia todo te ouvindo — cochichou, ainda mais perto.

Virei o rosto, olhando um pouco para cima, e no movimento, senti o nariz de Lysandre encostando em minha maçã do rosto.

Ele abaixou um pouco, também corado, e encostou nossos lábios levemente. Senti minha mão sendo um pouco apertada, e, enquanto abríamos nossas bocas, sua outra mão parou em minha nuca, agora livre dos fios longos que eu recentemente cortara.

Lysandre se afastou um pouco. — Eu já disse que adorei seu novo corte de cabelo?

— Já, mas pode dizer de novo. — Ri, tocando seu rosto com minha mão livre.

Seus dedos acariciaram a raiz do meu cabelo, e nossas bocas voltaram a se unir em um beijo suave.


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Notas finais do capítulo

Aaaaaaaaahhh esse Lysandre, ai meu coração! Como não se apaixonar?

Bom gente, essa é a penúltima one. Agora vocês com certeza sabem de quem será a última, né? Quem sobrou? *som de tambores para dar suspense*

Mesmo sendo óbvio, continuarei sendo misteriosa -q

Espero que tenham gostado :3

Gente, quero comentários! Temos uma quantidade razoável de visualizações e nenhum comentário. Poxa vida, cadê meu suporte? u.u

Até amanhã o/



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