Os Deuses da Mitologia escrita por kagomechan


Capítulo 87
ALEX - Estar morto tem seus lados ruins


Notas iniciais do capítulo

olá! bem, dei uma demoradinha pra postar essa tanto pra vcs descansarem, como pq eu tava estudando algumas coisas pra poder explorar aqui hehe
e tbm pq eu passei por uma fase de falta de vontade de escrever. mas enfim, divirtam-se com o cap novo ♥



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ALEX

Acho que não preciso falar que era muita gente e muita coisa para decidir numa reunião só. Embora eu tivesse certeza que queria ir para a África junto com Leo, Calipso, Olujime e Festus, alguns não tinham certeza de para onde queriam ir. Magnus queria me acompanhar, mas Mestiço não tinha ideia de para onde iria, por exemplo. 

Por essas e outras, a reunião se transformou em mini-reuniões com cada panelinha discutindo seus problemas. Minha panelinha começou com basicamente a galera de Boston/Valhalla. 

— Então…. alguém mais vai querer ir pra Nigéria comigo? - perguntei.

Hearth foi o primeiro a negar com a cabeça e soltar um suspiro. Ele começou a explicar que realmente queria ver mais do que parecia ser uma busca por papiros mágicos que Sadie e Anúbis iam ter. Assim, ele se afastou e foi atrás da panelinha da Sadie para se certificar de que o roteiro da viagem para Londres era do interesse dele.

— Eu sinceramente não sei para onde vou. - admitiu Blitzen olhando para Magnus - Tem certeza que você vai pra Nigéria? Não consigo me dividir em dois pra ficar cuidando de você e do Hearth.

— Vai ficar tudo bem… eu acho… - disse Magnus sem confiança dando de ombros - Eu também não queria que a gente nos separasse, ao menos pra Alex não ir sozinha, eu vou com ela pra Nigéria.

— Mas afinal, porquê você quer ir pra Nigéria? - perguntou Mestiço.

— Lembra aquele… deus… ao menos eu acho que era um deus… que eu vi lá em Israel? - lembrei eles - Não sei explicar bem, mas algo me diz que eu tenho que ir pra Nigéria e que eu vou descobrir quem era esse deus lá.

— Hum… me parece uma explicação boa o suficiente. - disse Mestiço.

— Você acha? - perguntou Magnus sem muita certeza e Mestiço só deu de ombros.

— Temos muitas opções aqui. Las Vegas, Inglaterra, Nigéria… - listou Mestiço - Também tem muita gente. Podemos nos dar o luxo de dividir as pessoas. E também, não sabemos o que vai acontecer na África. Uma pessoa a mais, ou duas, se você for Magnus, indo pra Nigéria pode ser uma boa decisão. Mas, no final das contas talvez precisemos de mais gente na Europa já que os obeliscos estão principalmente lá e uma ida à Inglaterra pode virar uma missão no resto da Europa toda. Então eu vou pra Europa na esperança de talvez encontrar com a Mallory também. Então… vou ali com Hearthstone ver o que inclui a viagem…

E Mestiço fez bem o que ele falou e logo ficamos só eu, Magnus e Blitzen. Por um segundo, pareceu até que estava com um clima estranho ali. Acho que porque Blitzen queria claramente se dividir ao meio e ir tanto pra Nigéria com a gente como pra Europa com Hearth.

— Hey, a gente vai ficar bem. - eu disse vendo o olhar dele escapar às vezes para onde agora Hearth e Mestiço conversavam com Sadie, Anubis, Nico e Will.

— Sinceramente, preferiria que ficássemos todos juntos. - disse Blitzen suspirando pesadamente - Mas parece que ambas as partes estão bem empenhadas no que querem fazer.

— Vamos ficar bem. Vá com Hearth. - insistiu Magnus - Acho que a Europa tem mais chances de dar errado do que a Nigéria.

— Cuidem um do outro… - disse Blitzen antes de suspirar e sair andando na mesma direção que Hearth e Mestiço haviam ido.

Ficou então só restando eu e Magnus e ele logo abriu um sorriso pequeno, torto e claramente sem graça.

— Não vai brigar comigo por ter me voluntariado para ir com você pra África não né? - perguntou ele.

— Não. - respondi passando o braço ao redor do pescoço dele e puxando ele para a direção de Leo, Calipso e Olujime - Eu já imaginava que você fosse se coçar todo e se convidar para ir junto. Mas é melhor não dar uma de super protetor como o Blitzen tá quase dando pra cima da gente e provavelmente já tá com o Hearth…

— É… - respondeu Magnus numa falta de animação que eu achei estranha.

Soltei ele por um segundo e olhei para ele de cima a baixo. Ele desviou o olhar e na hora isso me deu a dica que eu precisava, tinha algo incomodando ele. Era plausível ter algo o incomodando. Afinal tinha muita coisa acontecendo. O problema era saber o que era essa coisa. Só esperava que ele estivesse disposto a se abrir pra mim quanto à ela. Sei bem que nem sempre você quer que os outros saibam o que te preocupa. É complicado. Até porque tem muitas coisas que é impossível alguém poder ajudar.

— Tá tudo bem? - perguntei.

— Tá… - respondeu ele desviando o olhar mais uma vez.

— Sei lá quem você pensa que tá enganando… - ameacei - Mas se quiser conversar…

— Talvez mais tarde. - disse ele com um suspiro pesado - Já temos muita coisa pra vermos agora. 

Nossa conversa foi prontamente interrompida quando Magnus indicou com o nariz que Leo, Calipso e Olujime estavam se aproximando de nós. Na hora fingimos que não estávamos tendo o começo de uma conversa que seria particular, e nos viramos para conversar direito com eles.

— Então…O pacote Nigéria do Bananão Grupo de Turismo tá fechado? - perguntou Leo.

— Acho que sim… - disse olhando ao redor para os outros e vendo que cada grupinho estava cada vez mais se fechando em círculo - Como exatamente começou essa necessidade de ir pra Nigéria?

— Eu tive um sonho uma noite. - começou Olujime a explicar - Nele apareceu um homem que deduzo ser meu pai, Xangô. Ele disse que estavam com muitos problemas por lá porque Nanã Buruku, Ieuá e Obá estão causando uma confusão. Então eles queriam que eu fosse para ajudar já que são meu povo e tudo mais. Deram a entender que era bem urgente e que elas, Nanã, Ieuá e Obá, tinham se interessado por planos de divindades estrangeiras que poderiam ter resultados horríveis para nosso povo.

— Você por acaso sabe de algum deus nigeriano que seja um cara que usa uma saia dourada, brinco de argolas, um monte de pérolas na cara e chapéu dourado? - perguntei.

— Ahm… saber assim decorado a roupa de cada um? - questionou Olujime -  As mulheres usam saias e vestidos e não é incomum ter imagens de Yemanjá com pérolas ou pequenas conchas na frente do rosto… Era uma mulher aparentemente doce com roupas brancas e azuis?

— Não… - respondi desanimado.

Eu suspirei derrotado, mas não tão decepcionado, já que uma parte de mim já esperava que esse fosse ser o desfecho dessa conversa. Eu sabia que a pergunta era complicada demais. Eu provavelmente não ia conseguir identificar um deus nórdico se não me falassem algo mais gritantemente específico dele. Como Thor e seu martelo, ou meu pai e sua mania de ser um manipulador cruel.

— Ainda vai com a gente mesmo assim? - perguntou Calipso.

— Sim. - respondi - É a melhor pista que eu tenho desse deus que vi uma vez e, se não der em nada, tudo bem. 

— Bem, a gente combinou de ir para Lagos. - explicou Leo - Sabe? A cidade que a Wanda destrói uma parte no começo de Capitão América: Guerra Civil.

— Ótima referência… - disse Calipso no que eu identifiquei como sendo um claro sarcasmo no tom de voz e também no jeito que ela revirou os olhos.

— Ah… eu não vi esse ainda! Spoiler! - reclamei.

— Foi mal! - disse Leo - Enfim… Aí de lá a gente vai pra Oyo. Que é para onde chamaram o Olujime.

E bem, daí a gente começou a planejar a viagem. Os outros começaram a fazer a mesma coisa e do nada aquilo parecia uma área de planejamento de missões com vários circulozinhos e hora ou outra alguma pessoa indo de um círculo para outro. Parecia que estávamos fazendo projetos de escola, mas na verdade estávamos planejando como salvar o mundo.

Os deuses Yac e Zac foram os primeiros a ir embora. Na verdade, eu nem sei quando eles foram embora. Podem muito bem ter ido embora antes mesmo de eu me juntar pra conversar com Leo e os outros, porque só fui notar a ausência deles bem depois. 

Se fôssemos separar os grupinhos em: Las Vegas, Inglaterra e Nigéria, acho que dá para falar que o primeiro grupo que terminou tudo que tinha resolver foi a gente. Isso porque Leo, Calipso e Olujime ainda precisavam descansar. Não julgo. Deve ter sido uma viagem bem difícil até o México e eles ainda pareciam estar cansados. Os três então foram dormir e deixaram a gente para trás para pensar se iriamos ouvir o que os outros iam fazer ou se iriamos descansar também (e um descanso é sempre bem vindo).

Mas, antes que pudéssemos decidir o que fazer, Victoria e a garota que Magnus perguntou se não tinha o mesmo sobrenome que ele, se aproximaram da gente. Era engraçado o quanto elas eram tão diferentes do resto do pessoal da Base Del Quinto Sol, já que eram loiras. 

— Vocês vão partir amanhã já? - perguntou Victoria.

— Não. - respondi - Os outros estão bem cansados ainda. Provavelmente vamos ficar aqui mais um ou dois dias. Se estiver tudo bem, claro.

— Sem problemas. - disse Victoria sorrindo - Só perguntei para caso precisem de comida ou sei lá. A galera de Las Vegas parece que já vai amanhã cedinho. Talvez no final da tarde de amanhã estaremos indo para Nova Iorque deixar o Carter e aí seguimos para Europa. Então é bem provável que alguns de nós não estejamos mais aqui até vocês partirem. Vamos no grupinho da Europa pegar uma carona até a França. Mas qualquer coisa vocês podem falar com a Rosa, ela provavelmente vai ficar.

— Ela não vai com você? - perguntou Magnus surpreso e Victoria negou com a cabeça.

— Ela bem queria, assim como na vez que ela foi pra Teotihuacan e eu fui com vocês pra Chichén Itza. - explicou Victoria - Mas eu prefiro que ela fique. Ela quer ser médica, tem que estudar muito pra conseguir entrar numa faculdade. E é melhor a gente seguir acreditando que vai ter uma faculdade pra gente entrar depois que tudo isso acabar.

— É… - concordou Magnus mas de um jeito meio sem emoção que me fez olhar de canto do olho para ele e me perguntar o que raios estava passando naquela cabecinha dele.

— Porquê mais cedo você perguntou sobre o meu sobrenome? - perguntou de repente a outra garota para Magnus que foi claramente pego desprevenido pela pergunta repentina. 

— Ah… - respondeu ele sem graça - É que… bem… É que você parece muito a minha prima… a garota loira ali no grupinho de Las Vegas.

Claro que todo mundo parou para olhar para Annabeth. Ela parecia extremamente concentrada pensando em alguma coisa enquanto trocava poucas palavras com Zia. Depois disso, a garota se virou para Magnus de novo e, pela cara de dúvida dela, a explicação dele ainda não tinha sido boa o suficiente.

— E…? Achou que eu era uma irmã perdida ou algo assim? - questionou ela - Não somos tão iguais assim sabe? Eu não achei pelo menos.

— Não… é que… - começou Magnus tentando se explicar - É que eu sou filho de um deus nórdico, Annabeth é filha de uma deusa grega… e… sei lá… mitologia demais na mesma família. Parece que os deuses gostam da gente ou algo do tipo. Quando te vi, fiquei com medo que pudesse ter uma outra prima dentre os maias e os astecas também. 

— Bem…. não. - disse a garota - Não tenho nenhum parente que eu saiba que seja grego, nem nórdico, nem americano… ou melhor, que não seja latino.

— Tudo bem… desculpa a pergunta esquisita… - disse Magnus.

E bem, depois dessa conversa estranha, acabamos decidindo por descansarmos também. O corredor era só nosso enquanto íamos para o quarto. Achei que seria uma boa chance para perguntar direito sobre o que passava na cabeça dele, isso é, se ele quisesse compartilhar, claro.

— Então… sobre o que você anda pensando? - perguntei - Tá óbvio que você tá preocupado com alguma coisa que não deve ser exatamente toda a situação.

— Ah é que… vendo o Carter e a Zia, e agora a Victoria e a Rosa, se preocupando com faculdade e tal… já parou pra pensar que a gente nunca vai ter essa chance? - perguntou Magnus.

Eu fiquei meio surpresa por ele estar preocupado com faculdade. Não me parecia algo esperado dele. 

— Mas a gente tem como fazer faculdade também. - lembrei ele - O Mestiço não é formado em um bando de coisa? Não sei exatamente como foi que ele fez mas…

— Mas não é a mesma coisa. - disse Magnus me cortando - Não sei se ele fez algum curso em Valhalla mesmo ou se aproveitou o fato que a gente já tá morto pra fazer alguma coisa aqui por Midgard mesmo. Mas a gente tá completamente congelado no tempo. Tá todo mundo avançando, ficando mais velho e tudo mais. Mas vamos ter 16 anos pra sempre.

— Oh… - deixei escapar ao ouvir as palavras dele.

Me pareceu que a faculdade em si não era o problema. O problema era estar congelado no tempo. Eu suspirei sem saber bem o que dizer. Tinha pouquíssima experiência como einherjar para poder aconselhar ele. Afinal eu morri depois dele! E devo admitir que não era um problema que eu tivesse pensado muito sobre até ele levantar a questão.

Eu parei de andar então e ele logo parou também. Não sabia bem o que dizer ou fazer, mas comecei a pensar nas coisas que eu queria quando era vivo e… bem… não consegui pensar em nada que estivesse tão limitado pela idade. Não era como se eu sonhasse em ter filhos. Mas logo percebi o outro problema disso tudo.

O problema maior não era as coisas que se quer fazer ou se sentir sem avançar, o problema era ver todos ao seu redor envelhecerem e morrerem. A primeira pessoa em quem pensei foi a Sam. Claro, ela tinha a chance de ter uma morte honrosa e ir para Valhalla com a gente. Mas uma parte de mim, uma parte bem grande na verdade, queria que ela tivesse uma vidinha tranquila e tivesse uma morte chata e sem graça bem velhinha numa cama confortável.

— Droga! - reclamei - Para de me fazer pensar nessas coisas também!

— Foi mal. - respondeu Magnus dando uma risada fraca.

— Amanhã a gente perturba o Mestiço com isso… - declarei por fim voltando a andar - Por enquanto, vamos dormir.

 


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Notas finais do capítulo

por hj é só ♥ n se esqueçam de comentar. capítulo q vem provavelmente começa a lista de onde está cada personagem. por enquanto, ta praticamente todo mundo no mesmo lugar. então n vejo pq fazer.



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