Os Deuses da Mitologia escrita por kagomechan


Capítulo 74
SAM - Com o rabo entre as pernas


Notas iniciais do capítulo

olá! desculpa a demora pra atualizar. n tenho estado bem ultimamente nem muito livre. aproveitem o capítulo



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SAM

Eu e Frank havíamos passado uns bons minutos tentando abrir o alçapão que tinha acabado de ser aberto por fora por nossos amigos. Foi um alívio enorme. Já estávamos preocupados nos perguntando se ficaríamos presos dentro da Pirâmide do Sol sem poder passar para ninguém aquele pedaço de informação que havíamos descoberto. Bem… não que tenhamos muita certeza da profundidade do que descobrimos.

De toda forma, um a um, Annabeth, Will, Percy, Rosa e Anúbis se juntaram à nós na câmara que seria até escura se não fosse as luzes roxas que adornavam suas paredes com desenhos aleatórios, textos e, em destaque, nossa parte preocupante. 

— Conseguiram derrotar a deusa com a saia de cobra de boa? - perguntou Percy quando pulou entrando na câmara.

— Mais ou menos…  - expliquei cruzando os braços e apontando com a cabeça para o pilar de luz roxa que fez todo o serviço para a gente - Ela acabou entrando naquele pilar de luz roxa ali e acabou se desintegrando por completo.

Percy jogou um olhar de alguns segundos para o pilar enquanto os outros entravam também e olhavam ao redor pelas paredes da câmara. Eventualmente, a atenção deles era chamada para a parte mais compreensível dos símbolos das paredes onde logo na frente Frank estava parado com uma expressão preocupada.

— Estávamos discutindo se parece uma profecia ou não. - disse Frank correndo os olhos pelo pessoal e sentindo falta de Hazel - Onde está Hazel?

— Está bem… - assegurou-lhe Will notando a preocupação surgir repentina e rapidamente no olhar de Frank - Está na base da pirâmide com Nico, Sadie e Alícia.

Notei como a preocupação não desapareceu por completo do rosto de Frank. Afinal, porquê ela não tinha vindo junto então? E os outros também. Mas, se Will disse que ela estava bem, acho que era o suficiente para ele por enquanto, pois não perguntou muito mais.

— Então… profecia? - disse Annabeth com a cara fechada mudando o assunto.

— Eu não acho que pareça uma profecia… - comentei por cima dando de ombros.

O texto que tanto nos chamava a atenção, flutuava por uma das paredes. Era de dar um pouco de dor de cabeça tentar ler as letras se mexendo como se estivessem boiando na água. Quando encaramos ele pela primeira vez pouco depois de ter derrotado Coatlicue com a ajuda do pilar roxo, ele parecia escrito em outro idioma. Felizmente, ele logo se acomodou às nossas necessidades e trocou para inglês, o que era bem conveniente.

— Na contagem conjunta do espiritual e material… - começou a ler Annabeth - Na lua e na música a sorte aparece afinal. Nos caminhos para o céu as mazelas que se espalhem, Com água, sangue e coragem. Um futuro novo seja escrito em contraste com o passado proscrito.

— Não sei vocês… mas eu não gostei muito… - comentou Frank.

— Não que eu seja especialista em profecias… - eu disse - Mas não acho que tenha muito cara de uma.

— Eu acho que parece um feitiço e… Está em inglês pra vocês? - perguntou Anúbis com uma expressão pensativa no rosto.

— Porquê? Não está para você? - perguntei estranhando a pergunta.

— Não. - respondeu ele antes de começar a falar um monte de coisa que eu não entendi uma palavra só e então depois parar por alguns segundos antes de completar - … Egípcio… 

— Pra mim tá em espanhol. - disse Rosa dando de ombros - En el recunto conjunto de lo espiritual y material, en la luna y la música, finalmente aparece la suerte. En los caminos al cielo, las heridas que se extendien con agua,sangre y coraje de escribe un nuevo futuro en contraste con el pasado marginado.

— Legal, seja lá o que isso for, ao menos é poliglota. - comentou Will - Tadinhos de nós se tivéssemos que traduzir um texto asteca.

— Também estou achando que não seja uma profecia… - disse Annabeth - Geralmente as profecias falam o que vai acontecer no futuro. Afinal é uma profecia. Essa parece ordenar que aconteça. Por exemplo, esse “as mazelas que se espalhem”, e “seja escrito”.

— E o que significa? - perguntou Will - Ao menos nas profecias dava para entender alguma coisa por mais ambígua que ficasse.  Não sei vocês, mas não entendi muita coisa desse daí.

— Ficamos discutindo isso enquanto tentávamos abrir o alçapão pra sair daqui também. - expliquei - Não chegamos muito longe. Um chute que temos é que “Nos caminhos para o céu as mazelas que se espalhem” esteja falando desse pilar roxo. Do lado de fora ele tá indo até o céu né?

— Sim… continua aparentemente sem fim. - confirmou Percy.

— Além de desintegrar deuses, o que esse pilar roxo tá fazendo? - perguntou Rosa.

Encaramos o pilar por alguns segundos com se analisar ele pudesse trazer alguma clareza a mais para a gente. Ele parecia sair do chão e cruzar o teto até o topo da pirâmide e então seguir pelo céu sem parar. 

Tentando achar algo que pudesse nos ajudar a descobrir algo mais sobre o que estava rolando naquele lugar, Will pegou uma pedrinha irrelevante que estava lá no chão e tacou no pilar de luz. A pedrinha não só foi desintegrada, mas nos poucos segundos que ela levou para fazer isso, deu para ver que ela foi puxada para cima brevemente. Como se aquele pilar fosse um aspirador de pó gigante que levava tudo para o céu.

— Acho que à essa altura é meio óbvio, - disse Anúbis - mas essa energia toda que está saindo não parece nada boa. Me passa uma sensação bem ruim.

— O texto fala de com água e sangue… - disse Annabeth - Sabemos que eles querem inundar tudo, onde entra o sangue nessa história? Alguém morreu aqui ou é toda a confusão que aconteceu aqui e pra onde os outros foram?

— Essas pirâmides são lugares de sacrifícios à séculos então… sangue é o que não falta. - comentou Anúbis fechando a expressão - Mas realmente parece ter uns mais recentes. Tipo… de ontem… 

Aquele pedaço de informação fez meus pelos se arrepiarem. Não era novidade pra mim os sacrifícios que aconteciam por ali mas… ‘ontem’? Olhei rapidamente para Rosa e ela estava com uma expressão pesada e triste enquanto abraçava a si mesma com os braços tremendo. Não conhecíamos direito ela e o resto dos astecas e maias. Não tínhamos noção de quantos eram, onde costumavam ficar e coisas do tipo… quantos amigos eles teriam perdido entre Naunet chegar aqui para começar a confusão junto com deuses locais até a gente chegar para dar uma pequena ajuda?

— Estou ficando cada vez mais preocupada com o que o resto do pessoal vai achar lá por Tulum… - disse Rosa com a voz falhando um pouco e com os olhos aparentemente enchendo de lágrimas - O pouco que ouvimos já não foi bom, e agora isso... Que todos estejam bem por favor…

Permitimos a ela uns segundos de silêncio para se recuperar um pouco. Não era uma situação fácil e entendíamos. Era complicado encontrar as palavras, mas ao menos um ombro amigo eu esperava que pudesse dar quando e se ela precisasse e por isso coloquei a mão em seu ombro tentando lhe dar forças de alguma forma. Palavras eram complicadas, mas esperava que o olhar pudesse dizer alguma coisa do que eu queria passar para ela. Quando ela olhou para mim e abriu um sorriso triste mas grato, eu entendi que talvez a mensagem não dita tivesse chegado nela.

— É meio ruim para olhar já que é bem perigoso mas… - Frank se aproximando com cuidado e olhando para a base do pilar - Eu esperava ver o chão quando fiz isso antes mas… parece que vai mais além. Como um buraco. E… não sei… parece que tem água lá embaixo…

— Pode ser a parte da água também isso então. - disse Annabeth - Junto com a inundação e tudo mais.

Ficamos ali pensando por talvez só mais um minuto e meio pensando quietos um pouco até que a pouca luz que entrava pelo alçapão no teto mudou de forma quando a cabeça de Sadie apareceu ali olhando para nós e percorrendo o cômodo escuro rapidamente identificando cada um de nós.

— Todo mundo bem por aqui? Porquê temos um problema. - disse ela com uma cara de preocupação e até meio pálida - Tem um monstro novo vindo pra cá e ele é horrível.

Sair pelo alçapão era um pouco complicado por causa da altura dele e por não ter tantos suportes assim perto dele, mas Percy foi o primeiro a sair por estar mais perto do alçapão e foi logo seguido por Anúbis enquanto o resto nós olhávamos curiosos para o buraco nos perguntando se deveríamos sair também.

— Droga… é aquele Asag de antes! - disse Percy e essa informação fez meu sangue gelar. 

O monstro tinha mesmo me seguido até o México. Chega senti a ponta de meus dedos tremerem e meu coração se apertar. Não só pelo simples fato de que não conseguíamos lutar direito contra aquele bicho, mas também porque só de olhar para ele se espalhava pelo corpo uma sensação terrível e desconfortável. Uma sensação de morte e desespero.

— Quem? - perguntou Will em voz alta para ser ouvido do lado de fora completamente perdido em quem era Asag.

— O monstro que tá me perseguindo desde Boston… - falei preocupada sem estar muito afim ainda de sair da escuridão da sala secreta que parecia até confortável agora em comparação com o que me esperava lá fora - Ele tá longe? Não tem como lutarmos com ele, tem?

— É só um… não conseguimos se tentarmos? - ouvi a voz de Sadie lá de cima mas não senti muita confiança na voz dela - Mas… Ele… me passa uma sensação muito ruim.

— O problema é que tudo atravessa ele. É como lutar com um fantasma. - disse Annabeth saindo pelo alçapão também enquanto Frank já se preparava para fazer o mesmo - Não tem como nem lutar com ele. É horrível falar isso, mas temos que fugir.

— Sem falar que estamos muito cansados para lutar contra mais um monstro desse nível acho. - disse Percy.

— Ele só pode ser morto pelo Sharur, até onde sei. - comentou Anúbis - É uma maça.

— Que não temos. Então vamos sair logo daqui. - apressou-se em dizer Percy.

— O Asag está voando! Nos alcançará num piscar de olhos! - reclamou Annabeth jogando o óbvio contra nós enquanto saíamos apressados de qualquer jeito pelo alçapão. 

Quando finalmente saí, só de ver ele novamente, meu coração apertou ainda mais do que antes. Ele, no entanto, parece ter gostado de me ver, pois um grito estridente rompeu os céus quase que no mesmo instante que saí de meu breve esconderijo. Atrás de mim, Will também saía e perdia a cor ao ver o monstro.

— Ok.. entendi a preocupação… - gaguejou ele - Vou terminar de cuidar do Nico e da Hazel pra fugirmos mais fácil então.

Com mais ninguém dentro da sala secreta com o feitiço e sem saber o que fazer com ela, todos começamos a correr atrás de Will preocupados enquanto Annabeth falava que aquilo não daria muito certo. Estávamos bem desesperados, enquanto descíamos a pirâmide vendo a distância entre nós e Asag diminuir. A conta de nossa fuga não batia, ele iria nos alcançar por mais rápido que a gente conseguisse correr, mas felizmente tivemos um detalhe que mudaria tudo.

— Vocês vão na frente… - disse Anúbis - vou tentar atrasar ele o máximo possível. 

— Quê?! - exclamou Sadie desesperada.

— Depois eu alcanço vocês. - insistiu ele fazendo um cetro aparecer magicamente na mão enquanto se virava para o monstro. 

— É melhor você ficar bem e nos alcançar mesmo se não eu vou lá no Duat te puxar de volta eu mesma! - ameaçou Sadie.

— E eu não duvido nem um pouco disso. - respondeu ele.

Sinceramente, não fiqueio muito para ver o que ele iria fazer para enrolar o Asag. Will curou um pouco mais Nico e Hazel, que aparentemente ficaram meio cegos depois de uma luta contra um deus da morte, e quase que imediatamente Will desmaiou. No entanto, um peso complicado de carregar era pior do que dois. Assim, me ofereci em meio ao nosso desespero para me transformar num cavalo para carregar nosso curandeiro desacordado. Eu estava receosa em carregar duas pessoas ao mesmo tempo então, numa decisão rápida tomada sem tempo de discutir, Hazel veio também comigo por ser a menor de todas.

Frank também se transformou num cavalo para me ajudar com os que pareciam fracos demais para correr rápido demais. Isso incluiu Sadie e Nico. A pé, seguiram apenas Percy, Annabeth, Rosa e Alícia por mais que nenhum deles aparentasse estar tão bem assim também. Com tudo em ordem, começamos a fugir dali.

Alguns poucos segundos depois de nossa fuga, ouvi um grito e um baque de algo caindo no chão e não ousei olhar rapidamente para trás mas a conversa que rolou ao meu lado esclareceu muito.

— O que aconteceu? - perguntou Sadie preocupada tentando olhar para trás para ver algo mas não conseguindo direito pois Nico estava atrás dela.

— O feioso caiu no chão e parece estar se contorcendo… - comentou ele levianamente - Nem chegou até o Anúbis ele ainda. Tá tudo bem. Ou na medida do possível. 

Corríamos desesperados, eu e Frank liderando o grupo e tentando não deixar a distância entre nós muito grande. Notei rapidamente com o canto do olho algumas coisas. Como o rosto de Sadie parecia cheio de preocupação e muito cansaço e como Frank checava a todo momento se Hazel estava bem, até porquê Will não havia curado ela totalmente. Me pergunto se eu parecia tão cansada quanto Frank parecia. Não sei com que frequência ele está acostumado a se transformar mas, eu ainda não me sentia totalmente recuperada de minha aventura como cobra na saia de uma deusa.

Já estávamos no final do Calz de Los Muertos com o sol lentamente se pondo, quando três pessoas apareceram correndo em nossa direção. Não conhecia as outras duas, dois meninos, só sei que o terceiro era Miguel, o irmão de Rosa que havia nos ajudado a chegar até ali mas havia ficado de fora.

— F-Fui até a Base e voltei! - explicou Miguel ofegante rapidamente olhando rapidamente para mim e Frank tentando entender de onde surgiram dois cavalos.  Ele ameaçou parar mas sua irmã o puxou para correr junto com todos  - Trouxe.. ayuda… 

— L-Llegó demasiado tarde. - explicou Rosa ofegante - Estamos... escapando! No pares! Tiene... un monstruo horrible.

— Temos que fugir! - enfatizou Miguel e toda a conversa fez com que a gente tivesse que parar de correr mesmo no final das contas, mesmo que por alguns segundos - Vimos coisa pior no caminho! Quetzalcoatl, em serpente emplumada, voando provavelmente vindo pra cá! Está longe, ali no horizonte… Mas parece ser ele. Quantas serpentes que voam você conhece?

— Quê?! Não era para ele estar lá por Tulum? - perguntou Annabeth olhando para o horizonte onde, de fato, algo que parecia uma cobra se aproximava. Ou talvez uma minhoca já que ainda estava bem longe.

— Não está pela cara. - disse Miguel - Não sei se ele sabe que estavam ali.

— Só o Asag já era um problema grande o suficiente - disse Annabeth - lutar contra um deus asteca é demais!

— Ainda mais um do nível dele. - adicionou Rosa.

— Então vamos correr mais rápido. - disse Percy.

Nesses breves segundos que paramos de correr, de fato achei ter visto algo no céu se aproximando de nós e, até onde podíamos ver, nenhum sinal de Anúbis correndo ou sei lá para nos alcançar. Num breve momento, com o canto do olho, notei Sadie mordendo o lábio de preocupação antes de começarmos a correr desesperadamente para as barraquinhas que vendiam bugigangas aos turistas que ficava logo na frente da saída. Fugir não era uma coisa que muitos gostavam de fazer, mas não podíamos arriscar morrer por causa de cansaço e tínhamos que fazer aquelas palavras gravadas na parede chegarem ao máximo de pessoas possível e que Alá nos ajude nessa loucura. 


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Notas finais do capítulo

por hoje é só.
quanto as outras fics, estou com dificuldade de terminar o capítulo da Amor Abençoado pelo Nilo. N tá ficando legal e enquanto eu n ficar satisfeita, ele n sai. não comecei a escrever ainda o cap novo da Morte das Areias do Saara.
enfim, é isso por hoje. comentem, deixa aquele oi, fiquem em casa e se cuidem ♥



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