Os Deuses da Mitologia escrita por kagomechan


Capítulo 5
NICO - Buon Natale?


Notas iniciais do capítulo

Oi oi!! eu não ia postar esse cap agora, afinal prometi a mim mesma só postar 1 cap por semana sendo que essa semana eu já postei um. Mas como um crossover não é crossover sem ter um crossover (q) decidi já postar logo esse capítulo e apartir de agora o ritmo vai ser mesmo um capítulo à cada 1 ou 2 semanas. Aproveitem!



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NICO

Acho que se for contar quantos Natais já tive desde que nasci, provavelmente não dá pra falar que a maioria deles foi feliz. Quando era pequeno tudo era mais simples. Quando eu passava os Natais em Veneza com minha mãe e minha irmã Bianca sem saber nada dessas coisas de deuses gregos além do fato de que eram só mitologia ou no máximo personagens que apareciam nas cartas de mitomagia. Mas, claro, aí tudo teve que ir por água abaixo porque a Segunda Guerra Mundial começou, então tivemos que sair da Itália. Aí veio Estados Unidos e... É... Tudo piorou bastante. Realmente não estou com o mínimo humor de fazer um flashback tristonho pra simplesmente fazer um resumo da minha vida até o dia de hoje. Até porque boa parte é confusa e com pulos no tempo até eu, do nada, surgir nos dias atuais. Depois de tantos baixos e altos e mais baixos, acho que posso finalmente dizer que as coisas estavam melhorando. Quer dizer, já tinha completado mais de 1 ano namorando o Will e.... É... Acho que posso dizer que estou feliz embora eu vez ou outra invoque um zumbi “sem querer” para poder arranjar uma desculpa de ficar na mesa dos filhos de Apolo ao invés da solitária mesa dos filhos de Hades no Acampamento Meio Sangue.

Will é filho de Apolo e de uma cantora do Texas. Quando Apolo resolveu levar um pé na bunda de Zeus que o expulsou do Olimpo, eu pude conhecê-lo. Quer dizer, já havia o encontrado antes disso, mas nunca como “pai do meu namorado”. Talvez pelo descaso de alguns deuses com os filhos ou pela razoável fama de ‘mulherengo’ ou... ‘homenrengo?’ de Apolo, eu nem me preocupei muito com encontro. Até porque Apolo estava numa situação estranha, era agora um mortal com o nome ridículo de Lester Papadopoulos. Mas devo admitir (e não contem pro Will, embora provavelmente ele tenha notado) que fiquei BEM preocupado e ansioso quando ele falou em conhecer a mãe dele no Natal.

— Minha mãe disse que vai vir passar o Natal em Nova Iorque – disse ele um dia no café da manhã no acampamento – Podemos ir passar com ela e aí ela te conhece que tal?

Eu quase botei meu suco de laranja pra fora ao ouvir aquilo.

— Me conhecer? – repeti como se não tivesse acreditado em meus ouvidos – tem certeza disso?

— Claro. Porque não? – perguntou Will me olhando cheio de esperança.

— N-Não teria sido melhor você ter ido pro Texas ao invés de ela vir ate Nova Iorque? Não é como se hotéis fossem baratos por Nova Iorque nessa época do ano. – eu disse

— Bem... Foi o que ela sugeriu antes. – disse ele – mas então eu mencionei que meu namorado consegue ser um imã para problemas por ser um filho de Hades, então seria talvez melhor ela vir até mais pertinho.

Eu realmente não acreditei no que ele disse. Ele praticamente forçou a mãe dele a gastar uma boa graninha a mais só pra me conhecer?

— V-Você disse isso? E ela topou? – perguntei incrédulo.

— Claro. Na hora. Ela tá doida pra te conhecer. – ele disse.

— E ela sabe que... Que eu... Sou... Seu namoradO e não namoradA? – eu perguntei encarando o copo de suco enfatizando o “o” e o “a”.

— Claro que sabe. Deixa dessas nóias de anos 30. Tudo quanto a isso é bem mais de boa hoje em dia. – ele respondeu.

— Aham. Tá. Fala isso pra esse Trump ai. – respondi.

— Tá... Tem umas exceções. – disse ele dando de ombros – E então?

Eu demorei uns segundos mais considerando a proposta, mas eventualmente suspirei e acabei topando.

E é por isso que agora eu estava aqui em Nova Iorque encarando a recepção de um hotel simples, mas aconchegante.

— Tem certeza que isso foi uma boa ideia? – perguntei nervoso botando as mãos no bolso da jaqueta.

— Relaxa. Vai dar tudo certo – disse-me Will dando-me um rápido beijo na bochecha que me fez corar e me esconder mais na jaqueta olhando rapidamente ao redor, mas ninguém parecia ter visto nada demais.

De repente, só escuto uma voz feminina gritando alegremente o nome de Will.

— WILL! – gritava uma sorridente Naomi Solace. Era fácil ver a semelhança dela com Will embora eu ache que Will tenha provavelmente puxado mais a aparência de Apolo e a personalidade dela. Ela na hora abraçou Will fortemente e ali ficou por mais alguns segundos até que se virou para mim. – E você... Você deve ser o Nico. Certo? – perguntou segurando em meus ombros ainda mantendo o sorriso.

— É-É... sou... – eu respondi.

Na hora ela me abraçou quase tão forte quanto abraçara Will e falou baixinho em meu ouvido acho que só para eu ouvir.

— Obrigada por cuidar de meu filho. – ela disse.

Não pude deixar de abrir um pequeno sorriso e finalmente corresponder ao abraço.

— Por nada... – lhe respondi.

Depois daquilo, conversamos pouco (basicamente se estávamos bem e sobre a queda de Apolo do Olimpo) e então fomos todos para o quarto. Era um quarto aconchegante com três camas de solteiro. Ela disse para nos sentirmos em casa e acho que Will conseguiu cumprir mais a sugestão do que eu que me contive em sentar-me em uma das camas da ponta e tirar minha jaqueta já que ali dentro estava mais quente. Não sabia bem como me comportar ou o que falar. Queria agradar ela.

— Viu mãe, não disse que Nico era um cara legal? – perguntou Will me tirando de meus devaneios.

— Ora, claro que é. É um bom rapaz. Só fico imaginando o tanto de encrenca que vocês já devem ter se enfiado por perto daquele Acampamento. Deixa-me preocupada sabe? – disse Naomi soltando um suspiro. – Seria bom se pudéssemos usar um celular.

— Sabe que não é uma boa ideia um celular, mãe... – disse Will com um sorriso triste.

— Eu sei. – disse ela dando um beijinho na cabeça de Will. Bem coisa de mãe, acho. Talvez uma expressão sombria tenha passado pelo meu rosto naquele momento ao me lembrar de minha falecida mãe. Acho que ela notou, pois logo se sentou ao meu lado na cama. – Bem, Nico, tenho que te pedir para fazer uma decisão muito importante.

— Eu? – perguntei.

— Sim. Bem, Will comentou que você é italiano. Então... – disse ela pegando do bolso três panfletos – Você vai ser responsável por escolher onde passaremos a Noite de Natal. Consegui esses três panfletos de restaurantes que vão fazer alguma coisa especial de Natal. Esse é de um restaurante italiano – disse ela com uma piscadela – mas... Se não estiver se sentindo no clima de comida do tipo natale italiano...  Falei certo?

— Falou – eu disse com um pequeno sorriso.

— Bem, se não estiver no clima natale italiano, temos também um restaurante com comidas bem american christmas e... Bem... Nunca tentei, mas fica a curiosidade... Acho que esse eu não sei ler direito... genéthlio ellinikó? Enfim, natal grego. – disse ela me entregando os três panfletos. – Pronto, temos as três heranças mais próximas no quesito comida de vocês dois para você escolher. Mas claro, podemos ir lá para uma janta gostosa em qualquer outro dia enquanto estamos aqui.

E foi assim, que agora eu me via em pleno dia 25 de Dezembro me lambuzando com um boa pasta, enchendo a barriga de panettone e comendo uma boa pizza junto com o Will e Naomi num restaurante italiano cheio de italianos e passando a TV italiana. Fez-me ficar com saudade da Itália embora muito dela tenha mudado desde que eu fui embora no começo da Segunda Guerra Mundial. Qualquer dia pensaria sobre voltar lá com mais calma. Quer dizer, sem ter que fugir de monstros e tentar salvar o mundo.

— Ei – disse Will ao meu lado da mesa depois que eu terminei de mastigar o ultimo pedaço de minha segunda fatia de pizza. Eu o olhei e ele sorria e me olhava nos olhos com aqueles olhos azuis como o céu ou o mar. Mas aquele sorriso... Era um sorriso lindo que me fez corar. – Feliz Navidad!

Isso é espanhol, idiota. – retruquei e ele riu de leve enquanto eu revirava os olhos, mas logo o olhei de novo e sorri para ele - Buon Natale.

— Buon Natale. – disse ele certo dessa vez.

Ele sorriu de volta para mim e, naquele momento, eu não me preocupei se alguém estava olhando ou se a mãe de Will estava ou não tendo um ataque de fangirl, só sei que quando vi o rosto de Will se aproximando para me beijar, eu me aproximei também até que nossos lábios se tocaram docemente. Não sei dizer quanto tempo ficamos ali nos beijando, só sei que logo senti a mão de Will em minha bochecha e eu coloquei a minha mão sobre a dele.

Se alguma vez eu já tinha parado para fazer um ranking dos melhores Natais que eu já tive, aquele com certeza estava dentre o top 5. Não vou dizer que talvez em primeiro porque minhas lembranças dos Natais com minha mãe e irmã na Itália são um pouco esquecidas, mas ainda assim, preciosas.

Depois disso, fomos de volta para o hotel. Havíamos combinado com Percy e Annabeth de sair no dia seguinte. Eles também estavam na cidade para passar as festas de fim de ano com a família, principalmente Percy que agora estava com uma irmãzinha (por parte de mãe) nova e ele parecia ser muito coruja com ela e, como agora eles estavam morando na costa oeste enquanto estudavam em Nova Roma, imagino que a saudade tenha aumentado bastante.

— E aí? Quanto tempo fazia desde que você tinha um verdadeiro natal italiano? – disse Will já no quarto do hotel enquanto a mãe dele tomava banho.

— Sinceramente, já perdi a conta. – lhe respondi enquanto ele sentava na minha cama.

— Podemos tentar fazer um acordo com todos os monstros e tudo mais para que o próximo Natal possamos passar em Austin na casa da minha mãe. – disse Will pegando em minha mão.

— Haja acordo para fazer eim? – perguntei e ele soltou uma breve risada.

— Daremos um jeito – ele disse.

A ideia era passarmos do dia 23 até o dia 5 de Janeiro com a mãe de Will em Nova Iorque simplesmente passeando, nos conhecendo e tirando muitas fotos. No dia 23 conheci a Naomi e andamos um pouco pela Times Square, no dia 24 a mãe dele insistiu em comprar presentes de Natal para a gente embora ainda não fosse o dia 25 e ficamos os três vendo filmes de Natal na TV do Hotel (com direito a uma bagunça de pipoca pelo sofá) até o dia 24 virar o dia 25. No dia 25, passeamos um pouco pela cidade antes de ir para o restaurante italiano que já mencionei. No dia 26, tínhamos marcado de nos encontrar com Percy e Annabeth em um ponto perto do Central Park. Os planos do dia 27 em diante ainda eram uma surpresa, segundo disse Naomi. Ao pensar nisso agora, me sinto mal por ela pelos planos dela terem ido por água abaixo.

A neve ainda ocupava as ruas da cidade (o que acho meio irritante) enquanto íamos ao encontro de Percy e Annabeth no dia 26. O hotel em que estávamos era um pouco longe do Central Park, tivemos que ir de metrô para diminuir a distância que precisaríamos caminhar. Nada contra isso especificamente, já que o frio foi uma boa desculpa para Will e eu sentarmo-nos juntinhos no metro de mãos dadas. Depois de sair do metrô, fomos andando em direção ao Central Park, mas... Bem... O que vimos lá não foi bem o que esperávamos ver.

Sim, vimos Percy e Annabeth. Na hora pude reconhecer os dois a distância e eles pareciam quase tão assustados quanto nós. Os humanos por perto não pareciam ver nada demais, culpa da névoa, mas ali, entrando cada vez mais dentro do parque estava uma quantidade considerável de monstros. O mais preocupante, no entanto, era que tinha um segundo grupo, maior ainda, que ia para outra direção.

— PERCY! ANNABETH! – Will gritou e começamos a correr em direção aos dois que estavam ocupados agora tentando impedir que um monstro que eu nunca tinha visto. Ele parecia um... Um... Bem, não tem melhor definição do que “Cavaleiro sem cabeça”. O Cavaleiro, que tinha até direito a o próprio cavalo, perseguia uma garota que gritava. Pergunto-me o que ela via.

— WILL! NICO! – disse Annabeth enquanto Percy perfurava o tórax do cavaleiro com contracorrente e a menina fugia o mais rápido que o piso escorregadio pela neve permitia. Depois do grito da menina, o caos foi começando mesmo dentre os mortais comuns.

— De onde vieram esses monstros?! – perguntei imediatamente com a minha espada na mão. Afinal, não é só Percy que tem seus truques de espada que algo mais “carregável” pelas ruas no século XXI.

— Não sabemos – disse Annabeth – já estavam aqui quando chegamos. A maioria não parece ligar para os mortais, mas alguns insistem em atacá-los. A maioria ou vai para dentro do Central Park ou descendo essa rua.

— Com certeza, nenhum dos dois pensa em preparar um show fogos de artifício para o Ano Novo.  – disse Will.

— Não mesmo – disse Percy.

— Isso é demais só para nós quatro. – eu disse enquanto, provavelmente atraído pela presenta de quatro semideuses juntos, pelo menos meia dúzia de monstros iam para cima de nós. Reconheci dentre eles pelo menos uma Dracanae, mas tirando ela, os outros monstros pareciam-me estranhos, quase que “estrangeiros” se é que posso usar essa palavra.

Will conseguiu se afastar o suficiente para pegar seu igualmente prático arco e flecha (é, os filhos de Hermes do acampamento estavam conseguindo fazer armas práticas de carregar por ai ou alterar uma ou outra que não tenha já essa habilidade), Annabeth pegou sua faca e eu e Percy pegamos nossas espadas e nós quatro lutamos contra a meia dúzia de monstros que foi para cima da gente. Acho que posso dizer que éramos um bom time. A mira de Will era perfeita para acertar um monstro não importando que ele estivesse lutando com a gente (filho do deus do arco e flecha, duh), isso distraía o monstro e então algum de nós podíamos o mandar para o Tártaro (ou seja lá pra onde aqueles monstros estranhos iam).

— Não podemos deixar aquele segundo grupo que está indo para sei lá onde fazer seja lá o que eles querem fazer! – disse Percy meio sem fôlego enquanto matava o último monstro.

— Eu e Nico vamos atrás deles, vocês podem cuidar desses do Central Park – disse Will.

— Certeza? – perguntou Percy.

— O Central Park está até bem cercado de água então... Acho que ficaremos bem cabeça de alga – disse Annabeth.

— Água essa que está congelada... – reclamou Percy – Mas tá... Tomem cuidado.

Afirmei com a cabeça enquanto Will já ia me puxando pelo pulso. Corremos atrás dos monstros seguindo o caminho que eles faziam. Esses pareciam menos interessados ainda em atacar os mortais. O único inimigo forte que tivemos foi o gelo que cobria a calçada e às vezes fazia um de nós escorregarmos, mas o outro tentava segurar.

— Acho que estamos no Brooklyn – eu disse. Não sei quanto tempo corremos, já estava sem fôlego.

Aparentemente os monstros tinham parado de andar e estavam atacando uma casa grande e bem bonita. De um buraco dessa casa, vi uma garota de cabelos loiros e mechas coloridas segurando algo na mão enquanto um garoto afro-americano lutava com uma espada esquisita contra pelo menos três monstros. Se juntando a eles na batalha, pude ver mais uma garota de cabelos curtos que ajudava o garoto e também uma menina com dois meninos que juntos lançavam... Magias? ... E ataques contra uma dúzia de monstros. Aparentemente o que impedia tudo de ficar mais feio era algo que parecia um campo mágico que parecia ser obra da menina e também tinha...

— AQUILO É UM DRAGÃO? – exclamou Will olhando para cima.

Eu olhei pra cima e vi que tinha de fato um dragão lutando com outra pessoa, um garoto de cabelos negros.

Não sei quem eram eles, mas estavam obviamente em apuros e, quaisquer inimigos dos monstros, acho que dava pra considerar amigos.


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Notas finais do capítulo

e por enquanto é só XD comentem!! adoro comentários! eles me motivam a continuar sabe? ;~; qual é o ship favorito de vcs? o que vcs gostariam q rolasse com eles? me contem tudo ♥