POV Clove

Eu estava parada no arquibancada, o jogo tinha sido ótimo, os meninos tinham jogado muito bem mesmo com o jogador novo do outro time sendo bom, eles tinham ganho, agradecido, comemorado conosco, e de repente eu tinha sido pedida em casamento, na frente de todos, eu devo estar sonhando.

Cato tinha subido as escadas e estava parado na minha frente, eu sabia que minha família estava vendo isso em algum lugar, minhas amigas estavam me chamando e o Cato me abraçou. E é até o de eu me lembro.

Assim que acordei eu vi tudo branco, tentei virar para o lado e vi uma agulha no meu braço, eu tentei me levantar e meu pai me impediu. 

— Calma filha está tudo bem - ele disse.

— O que aconteceu? - perguntei.

— Clove me Desculpa eu só queria te fazer uma surpresa - Cato falou e eu fui me lembrando aos poucos do ocorrido e não disse nada com medo de ter imaginado tudo.

— Onde eu estou? - perguntei.

— Você desmaiou durante o jogo, mas está tudo bem, você só precisa se recuperar - minha mãe falou.

— Sim, desmaiou quando esse moleque quis bancar o adulto e te pediu em casamento - meu pai disse - Ah e ele está aqui só enquanto você quiser.

— Cato, você fez isso? - perguntei para confirmar.

— Claro que fiz meu amor, eu te amo - ele respondeu e eu comecei a chorar.

— Vamos deixar vocês sozinhos - minha mãe disse arrastando meu pai para fora do quarto.

— Meu amor, me desculpa, eu não imaginei que você fosse desmaiar - Cato falou.

— Tudo bem, não foi a intenção, mas Cato, casar? Nós temos dezessete - disse a ele.

— Podemos fica noivos agora e casar daqui dois anos - ele disse sorrindo.

— Cato namoramos a poucos meses, temos dezessete anos e vamos pra faculdade ano que vem, podemos chegar lá primeiro e ver o que conseguimos fazer depois, e se não formos morar no mesmo Estado? Temos que aceitar que pode acontecer - expliquei a ele.

— Mas Clove Mesmo distantes podemos estar juntos sempre que der, eu não espero ficar muito tempo longe de você, você nem sequer pensou em ficarmos juntos no futuro Clove, eu falava sério quando dizia que queria ficar com você pra sempre - Cato respondeu triste.

— Cato você está sendo precipitado, acho que precisamos de mais tempo apenas isso - disse.

— E eu estou te oferecendo uma vida inteira ao meu lado - ele respondeu.

— E eu estou recusando Cato, desculpa mas eu não posso - disse e ele retirou sua aliança e me entregou.

— Você está bem? Quer que chame seus pais? - ele perguntou.

— Está terminando comigo? - perguntei.

— Clove, você não me quer do mesmo jeito que eu te quero, acho que devemos fazer isso por enquanto - ele respondeu.

— Eu só queria continuar como estava - disse.

— Eu não consigo Clove me desculpe - ele respondeu e me beijou antes de sair.

POV Peeta

— Eles já foram - disse ao pessoal assim que Cato e a família da Clove saíram com ela para o hospital.

— Surreal - disse Johanna.

— Vocês sabiam disso? - Katniss perguntou a mim e ao Finnick.

— Não ele não falou nada - respondi.

— Se ele tivesse contado teríamos aconselhado a esperar um pouco mais, sei lá, ele foi meio precipitado mesmo deve ter assustado muito ela - Finnick disse.

— Será que ele vai dizer sim? - perguntou a Glimmer.

— Com a Cara que o pai dela estava se ela disser o Cato também vai ser internado - Johanna disse e nós rimos.

— O Cato pediu pra isso também - respondi.

— Podemos visitar ela - Annie sugeriu.

— Acho que hoje não é uma boa ideia, imagina a confusão que vai ser quando ela acordar, melhor não nos metermos na briga de família - disse Johanna.

— Olha só quem resolveu dar conselhos sensatos - disse Finnick que levou um tapa de Johanna.

— Sorvete então, preciso de comida - disse Katniss.

— Você sempre precisa - respondeu Annie revirando os olhos mas fomos todos juntos.

Chegando lá passamos o final da tarde conversando e tentamos mandar mensagem para Cato e Clove, mas como já era esperado nenhum dos dois respondeu.

Ao final do dia eu fui com a Katniss para a casa dela, ficamos conversando durante um tempo e logo fui embora. Estávamos cansados e ela precisaria treinar muito essa semana.

POV Clove

— Tudo bem filha, você e o Cato conversaram? - minha mãe perguntou entrando no quarto.

— Sim está tudo bem - eu disse não querendo dar detalhes.

— Então você tirou aquelas ideias da cabeça do Cato? - meu pai perguntou.

— Nós terminamos - respondi apenas.

— Porque filha? - minha mãe perguntou.

— Porque achamos melhor mãe - não queria falar sobre isso.

— Se for pelo que eu falei filha, nós podemos conversar - meu pai disse.

— Não pai, por enquanto está tudo bem, eu só quero sair daqui primeiro, depois eu falo com ele, não se preocupe, não vamos casar - respondi.

— Tudo bem filha, não vamos falar disso por enquanto, vou ver se você já pode sair - ele respondeu.

— Tudo bem mesmo filha? - minha mãe perguntou assim que ele saiu.

— Está, eu posso chamar a Johanna Pra dormir em casa hoje? - perguntei.

— Claro, vamos pra casa primeiro - ela disse.

Assim que saímos do hospital eu fui direto para meu quarto quando cheguei, tomei um banho e fiquei na sala vendo TV enquanto mandava uma mensagem pra Johanna.

"Amiga, vem dormir aqui hoje? Precisando conversar....

Clove"

" Vou depois que minha mãe chegar, ela me mata se eu sumir do nada, seria a terceira vez esse mês, não tô podendo

Johanna"

Só ela pra me fazer rir nesse momento, e pensar que eu sempre achava incrível a dor de cabeça que a Johanna dava prós pais dela, hoje sou eu que estou surpreendendo meu pai no meio do jogo.

Acho que ele preferia que eu só tivesse sumido uma noite.

Assim que a campainha tocou eu fui atender sabendo que era Johanna.

— E aí minha primeira amiga noiva, vai me convidar pra ser madrinha né? - ela disse.

— Vem Johanna, sem perguntas - eu disse arrastando ela para meu quarto.

Assim que chegamos eu fechei a porta e contei tudo a ela, eu sabia que dá Johanna eu poderia esperar sempre o melhor, independente do que fosse ela sempre me deixava feliz mesmo quando a ideia parecia absurda. Falando nisso agora estamos justamente correndo para pular a grade que impede as pessoas de passarem para o lado de dentro do State Onyx, o clube tinha lagos artificiais que as pessoas usavam escondidas para fazer festas a noite ou só beber e dar um tempo. Sim, ela me convenceu a sairmos escondidas de casa pra relaxar um pouco e tentar entender tudo isso.

Chegamos as 3hrs sem fazer barulho e conseguimos disfarçar para meus pais que conversamos até tarde por isso estávamos com sono.

Quando o dia amanheceu eu parei pra pensar no pior.

— E agora? Como vai ser quando eu chegar lá? Será que ele se arrependeu e vai querer voltar? - perguntei.

— Minha linda couve flor, eu acho melhor você se passar por um mulherão que eu sei que você é, e tentar só ser forte o suficiente, porque não sabemos ainda o que pode acontecer mas é bom sempre estar preparada pro pior primeiro - ela respondeu.

— Como se eu conseguisse ser forte agora, nunca pensei que ia agradecer tanto ter uma semana de provas, as pessoas devem estar ocupadas estudando ao invés de se meterem na minha vida - resmunguei.

— Que bom, siga essa lógica, estude muito e não tenha tempo de pensar nisso, você tira 10 e me lembra de passar cola que depois te pago um sorvete - ela respondeu e eu ri.

POV Johanna

No dia seguinte eu deixei Clove no estacionamento quando fui falar com Katniss, sabia que ela iria procurar por Cato também.

O vestiário ainda estava vazio e Katniss devia estar deitada enrolando enquanto Haymich trabalhava.

— Kat - chamei e ela me olhou sem dizer nada - Podemos conversar.

— Fala - ela respondeu voltando a olhar para o teto.

— Eu queria pedir desculpas por antes, foi muita idiotice da minha parte falar aquelas coisas pra você, eu nunca devia ter falado aquelas besteiras - disse e ela continuou me ignorando - Bom, era isso, desculpa.

Eu ia saindo já que ela aparentemente não iria me responder mesmo até que ela me chamou

— Você pensa mesmo aquilo de mim? - ela perguntou.

— Claro que não Kat, eu disse porque estava com raiva - respondi.

— A verdade Johanna, você não costuma dizer coisas do nada e eu estou começando a achar que você estava certa - ela respondeu.

— Porque eu estaria certa, eu só fiquei tentando te deixar mal - respondi - Eu sei que você só queria me defender.

— Você também, e eu só ando piorando com o Peeta - ela disse triste fechando os olhos.

— Kat, sinceramente eu acho que nós duas estamos na mesma situação, Peeta sempre foi o perfeitinho e anda dando muita mancada, e Gloss também nunca foi santo, a questão é que a gente tem que tá aqui pra se ajudar caso precise, a gente sempre espera estar fazendo a escolha certa e que tudo vai ser feliz, mas não temos como saber, estamos apostando, é isso que eu acho - disse logo.

— Amo sua sinceridade, espero que seja um pouco mais que uma aposta, mas estamos tentando e eu vou estar do seu lado enquanto quiser ele, mas eu já sei atirar flechas caso ele te machuque - ela respondeu rindo.

— Eu não sei, mas dou um jeito de acabar com o Peeta também se precisar - eu disse e nós saímos rindo juntas para a cafeteria.

— Então você e o Gloss? - Ela perguntou.

— Na mesma, ele percebeu algumas coisas, se achou realmente ruim ou vai continuar assim eu não posso dizer com certeza mas acho que ele está tentando mudar, eu só estou tentando ajudar por enquanto - respondi.

— Mas você quer mais do que isso - ela afirmou.

— Sim, mas não tenho pressa, estamos bem assim, ele me entende e me ajuda, e eu tento ajudar ele também, vamos ver onde vai dar - respondi - E você e o Peeta?

— Na mesma também, ele está tentando me fazer acreditar nele e além de tudo começou com um ciúme do Gale - ela respondeu.

— Mas você não acredita nele? Acha quer ele teve algo com a Madge? - perguntei.

— Não, ele não mentiria pra mim em relação a isso, mas de qualquer maneira acho que ele facilita, ele é sempre acessível demais, bonzinho demais, acho que isso tem que ter limites, principalmente com esse tipo de gente - ela respondeu e eu concordei.

Sabia que Kat estava certa, todos nós estávamos estranhando, Peeta sempre foi bonzinho, mas acho que ele ainda age como se fosse solteiro, ele não aprendeu que algumas coisas tem que mudar quando se deve respeito a alguém, Kat está ficando cada dia pior com isso.

— E a Clove, conseguiu falar com ela? - ela perguntou.

— Olha, nem ouse em dizer que eu te contei, mas eles terminaram, ou tinham terminado ontem, ela foi falar com ele hoje, não sei o que se passou, agora é esperar pra ver - respondi.

— Nossa ele deve estar louca, tudo isso num dia só - ela comentou.

— Sim, os pais dela estão piores - disse.

POV Clove

Assim que Johanna me deixou no estacionamento eu fui procurar por Cato, sabia que ele costumava ficar lá fora mas não o encontrei, estava desistindo de procurar por ele quando o vi na biblioteca.

Ele ficou olhando fixamente para mim, e eu fiz sinal para que ele me acompanhasse, ele demorou um tempo até que se levantou e me seguiu porta afora.

— Você está melhor? Não devia ter ficado em casa descansando hoje? - ele perguntou.

— Seria pior ficar pensando sobre isso o dia inteiro, eu precisava falar com você - disse.

— Então diga.

— Cato, eu não quero te deixar, eu te amo muito eu só quero esperar um pouco mais pra me envolver desse jeito, somos muito novos, nem trabalhamos ainda, como iríamos nos manter? - eu disse.

— Nós ainda iríamos ver esses detalhes, as opções viáveis, você nem tentou - ele respondeu.

— Eu só acho cedo demais, não temos opções - disse.

— Se não temos opções já sabemos qual a solução, estamos separados, é o que sobrou, de na sua cabeça nunca daria certo a gente ficar junto ficamos separados então - ele respondeu.

— Não existe outra opção para você? - perguntei.

— Não Clove, eu só queria ter tentado, mesmo que demorasse um tempo nosso noivado, queria ter tentado fazer dar certo - ele respondeu e passou por mim saindo.

Eu pensei em ir para a primeira aula mas sabia que iria chorar e havia prova na segunda aula, eu não tinha estudado nada e mesmo que eu não fosse conseguir poderia usar isso de desculpa para passar o primeiro tempo na biblioteca sozinha e evitar perguntas e comentários.