II.

“(...) e é com grande pesar que informo os assassinatos de Ted Tonks e Dirk Cresswell.”

Quando a voz de Lee Jordan encerrou o Observatório Potter da noite, Andrômeda já não conseguia mais permanecer de pé. Desequilibrou-se e caiu sentada no chão, os olhos arregalados para o rádio. Um soluço sofrido cortou o silêncio deixado pela mensagem de morte, o espaço em seu coração que Ted Tonks preenchera agora vazio. Vazio?

Não. Tudo ao seu redor lembrava a ele. Os móveis, o cheiro de casa, a poltrona reclinável odiosa que ele insistira em comprar simplesmente porque era muito confortável. Até mesmo a moça grávida que acabara de aparecer na porta do quarto, provavelmente por tê-la ouvido cair, tinha os mesmos olhos escuros e formato afilado do rosto.

— Mãe? Aconteceu algo? — ela ouviu Dora perguntar, mas não conseguia encará-la nem falar algo. Aquilo não podia ser verdade. Não podia. Ele... — Mamãe?

A moça, os cabelos atingindo um tom preocupado de roxo, invadiu sua visão. Ela se ajoelhara na frente da mãe, mesmo com a dificuldade da barriga protuberante. Ela precisou apenas olhar Andrômeda nos olhos para entender a realidade. A voz dela tremeu ao falar novamente:

— Papai morreu, não foi?