Angels and Demons escrita por PoneiMikaelson


Capítulo 5
V - 1ª parte


Notas iniciais do capítulo

Leiam as notas finais e boa leitura!



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V

Philippa parecia um anjo. Mesmo camuflada pela escuridão da indumentária e ofuscada pelas luzes coloridas que piscavam no salão fazendo os múltiplos corpos que ali se encontravam movimentar-se anestesiados ao ritmo da música, nada parecia ser capaz de esconder o brilho que emanava.

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— A minha família é… complicada! – Freya ergueu os seus olhos do copo de whisky que segurava até aos do bruxo à sua frente, pronunciando com alguma relutância a última parte – Quaisquer negócios connosco são perigosos! Isso é algo que já devias saber, Thomas!

O homem estreitou os seus olhos em direção à loira, analisando com um leve sorriso o seu rosto. Freya era uma mulher bonita, o cabelo dourado e os olhos esverdeados davam-lhe um certo encanto misterioso, o mesmo encanto que vira em Philippa quando a conhecera. Mordeu o interior da bochecha, impedindo a sua mente de viajar para aqueles lugares. A memória da Lancaster era demasiado dolorosa para ser lembrada, especialmente naquele momento, embora o seu subconsciente não parecesse concordar com tais desígnios, não deixando de comparar a bruxa com a morena.

— E quanto à tua família? – a voz doce da bruxa trouxe-o de volta à realidade e com um leve piscar de olhos forçou a sua mente a concentrar-se na figura da mulher. Freya estava perto dele, as mãos apoiadas na mesa atrás de si, os olhos brilhantes e um sorriso sedutor nos lábios. A forma como uma loira se deixava encantar por ele raiava o ridículo - era impressionante ver a forma como uma pessoa tão inteligente como Freya Mikaelson era capaz de cometer atos tão estúpidos e erróneos como se deixar ter sentimentos por alguém como ele.

— Não há muito a dizer, na realidade, nunca a conheci. Mas creio que isso não interesse muito neste momento! – afirmou, entrando no jogo da loira com um sorriso safado pintando-lhe os lábios. Os seus olhos correram o corpo desta, deixando-se demoradamente pousados na sua boca até voltarem a subir às suas íris esverdeadas.

A bruxa sustentou o seu olhar durante largos segundos, estreitando discretamente a distância entre os seus corpos. Os olhos de Philippa tomaram repentinamente forma nos de Freya, fazendo Thomas franzir o sobrolho à medida que um sorriso intrigado e, pela primeira vez, genuíno tomava conta dos seus lábios. Uma das suas mãos subiu até ao pescoço da mulher, afastando uma mecha dos seus cabelos douradas da cara, fazendo desaparecer nesse instante qualquer resquício da vampira que amara durante séculos da sua mente confusa.

Sentiu o coração afundar no seu peito. Qualquer atração que sentira pela Mikaelson ao misturá-la com as lembranças de Philippa, apagara-se, extinguindo igualmente qualquer motivação não puramente física. Os seus olhos fugiram imediatamente dos dela, fingindo concentrar-se nos seus lábios, tão diferentes dos dela. Sentindo o peso do olhar da bruxa sobre ele, juntou rapidamente as suas bocas, forçando a sua mente a não pensar no sorriso da Lancaster, na forma doce e harmoniosa como as suas línguas dançavam juntas, na descarga de energia que sentia sempre que ela o olhava com carinho, ou no quanto a vampira ficaria destroçada se o visse a fazer aquilo.

Beijar Freya parecia tão forçado, tão vazio de sentimento. Conseguia sentir a pulsação da loira acelerar à medida que aquele contacto se tornava mais intenso, mas dentro de si nada mais tomava forma além do pânico e da culpa daquele ato de luxúria.

Não podia sentir, não podia pensar em Philippa, isso só tornava tudo mais complicado.

A mulher espalmou as suas mãos contra o seu peito, arranhando com as suas unhas sobre a sua camisola, enquanto as suas apertavam com cada vez mais força a cintura fina desta – a única forma de exteriorizar de forma disfarçada a fúria descontrolada que queimava no seu peito. Com apenas um pequeno impulso, a loira enroscou as suas pernas ao redor do seu tronco. Tal como Philippa costumava fazer. Aquele pensamento pareceu deixá-lo apenas com ainda mais raiva e rapidamente os seus lábios partiram para o pescoço da loira fazendo-a gemer.

Acordou horas mais tarde na cama da Mikaelson, os seus corpos nus cobertos unicamente por um fino lençol de linho. Ergueu um pouco o seu tronco, verificando se esta estava realmente a dormir antes de passar uma mão na cara, despenteando os caracóis acastanhados com um suspiro.

Desejava poder esquecer aquele momento, desejava olhar para a mulher ao seu lado e encontrar Philippa a dormir calmamente como sempre, com a sua mão ternamente entrelaçada na sua, o seu corpo delicado junto ao seu. Desejava poder tê-la ao seu lado como dantes. Como se nada tivesse mudado.

Contudo, nada disso era possível. Muito se tinha alterado nos últimos cinquenta anos e quem estava ao seu lado era Freya Mikaelson, não uma miúda qualquer que levara para a cama na noite anterior com uma qualquer desculpa de aborrecimento ou solidão que tomavam, por vezes, conta de si levando-o à busca de uma companhia feminina que lhe lembrasse minimamente a sua Philippa - isso não era exatamente difícil, a sua mente passava o dia pensando nela… Mas a bruxa nada tinha a ver com esses engates de uma só noite, não podia simplesmente virar-lhe costas, apagar a sua memória ou fingir não a conhecer. Aquilo era um assunto sério e não se podia permitir a errar, especialmente agora que o plano começava a entrar nos eixos.

Claro que tudo isso fora dois anos antes. Dois anos antes de a “convidada de honra” dos Mikaelsons aparecer na sala-de-estar da mansão, adoravelmente sentada com Kol, as mãos entrelaçadas nas do Original e um sorriso feliz na cara, esfregando-lhe de forma constante o seu afeto por este.

Os sentimentos por Philippa não eram suposto estar de volta. Não era suposto sentir raiva quando a via olhar daquela forma para o vampiro. Não era suposto sentir o seu coração derreter tão facilmente de cada vez que esta abria um sorriso ou ria de algo. Não era suposto sentir nada. E esse facto limitava-se a tornar tudo mais difícil.

Isso era o que prendia agora a sua mente, enganando a única parte de si que não podia controlar com memórias dolorosas dela, enquanto a apenas alguns metros, Kol Mikaelson tomava para si o que em décadas fora seu e somente seu.

— Se fosse a ti tinha cuidado! Não desejas certamente que a tua amada Freya ou um dos irmãos veja o quão fascinado estás pela Lancaster!

O bruxo voltou-se lentamente, pousando o copo de whisky que segurava nas mãos numa das bandejas que os funcionários faziam circular pela sala, antes de mudar definitivamente o foco da sua atenção para a mulher de cabelos ruivos à sua frente.

— Não te preocupes, Josie! Posso perfeitamente tomar conta de mim!

— Eu percebo perfeitamente porque te sentirias atraído pela protegida dos Mikaelsons, ela é certamente bastante atraente! – continuou, como se a conversa não tivesse já sido prematuramente cortada pelo homem, lançando um nada discreto olhar ao corpo da morena — Mas não creio que algum deles ficaria agradado por ver que, ao contrário das restantes pessoas no teatro brilhantemente arquitetado por Klaus que é esta festa, o fascínio que a Philippa exerce sobre ti é muito mais do que apenas a mera atração física!

O sorriso amarelo que se forçara a aguentar enquanto Josie fazia o seu irónico monólogo, desfez-se lentamente à medida que a ruiva se afastava a passos largos em direção ao bar. Sentindo a contrariedade que o seu cérebro exercia sobre o seu corpo, procurou novamente a vampira.

Philippa era realmente linda e aquela noite era apenas mais um brilhante exemplo disso. Os seus lábios curvaram-se ligeiramente ao vê-la colocar uma mecha do cabelo atrás da orelha, provavelmente embaraçada por algum comentário do vampiro que a acompanhava. A Lancaster voltou o rosto avermelhado, perdendo imediatamente o sorriso que lhe iluminava as feições angelicais ao cruzar o seu olhar com o dele.

Era-lhe possível ver o quanto doía à vampira sustentar aquela troca silenciosa de palavras. O sorriso apertado numa linha fina, protegendo-a da única pessoa capaz de a desnudar com um simples olhar, os olhos lutando para não transparecer nenhuma emoção, os dedos enrolados ao redor do copo com semelhante força que parecia poder quebrá-lo a qualquer instante, no entanto, nada disso lhe interessava. Era uma atitude egoísta, era certo, usar o orgulho dela para a obrigar a ocupar o seu coração com ele, mesmo que isso a destruísse de uma forma tão notória como aquela.

 

Philippa era uma estrela, demasiado tentadora para não o fazer aproximar, mesmo que isso implicasse queimar-se lamentável e irremediavelmente.

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Notas finais do capítulo

Espero que tenham gostado do capítulo!
Só para que conste fui eu que fiz este gif e deu imenso trabalho porque ainda estou a aprender como se fazem (desculpem não terem os dois o mesmo filtro, simplesmente estava demasiado cansada para melhorar).
A Josie será interpretada pela Madelaine Petsch (acho que combina muito com a personalidade da personagem). Para quem interessar, imaginei-a a usar o vestido do episódio 1x09 de Riverdale.


Eu tenho visto as pessoas que leem a fic e fico bastante feliz por ver tanta gente interessada, mas gostava que interagissem um pouco mais comigo. Detesto quando as fics são movidas a comentários e as escritoras passam a vida a contabilizar cada um deles, mas, gente, custava assim tanto dizer QUALQUER coisa? Sério, eu aqui, ansiosa por dar spoilers nos comentários e vocês sempre a vegetar aí do outro lado *limpa uma lágrima*
Por isso, se gostam da história deem um comentáriozinho, não custa assim tanto e podem-me dizer o que gostavam que acontecesse, o que acham que devo melhorar... QUALQUER COISA, sério até me fazem parecer desesperada!


Enfim, passando esta tão adorada parte, espero que tenham gostado do capítulo! Fiquei bastante orgulhosa quando o escrevi porque como qualquer romântica incurável estes pensamentos super fofos são meu xodozinho! Decidi que vou dividir a temática da festa em dois ou três capítulos por isso ainda vai haver mais interação destes dois e com certeza o Kol não vai ficar a segurar o candelabro!


Uma promessa nem sempre é assim tão fácil de cumprir e o Thomas está prestes a descobrir o quão difícil será resistir à Pipa ;)

Beijocas!



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