Memórias de Um Anjo Imperfeito escrita por Lauren Reynolds


Capítulo 20
Capítulo 18 - Visita Inesperada


Notas iniciais do capítulo

Conversaremos lá embaixo ;**



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Capítulo 18 – Visita inesperada

Sua mente transbordava com as lembranças dos dias que antecederam á morte do marido. O coração de Bella estava tão dilacerado, que ela não tinha forças para retribuir qualquer tipo de afeto. Estava tão acabada mentalmente, que seu corpo já começava a sentir os efeitos das noites mal dormidas e da má alimentação. Nem Renée e nenhum de seus amigos conseguiam animá-la. Sua pele estava tornando-se pálida e suas olheiras ganhavam o tom frio arroxeado.

- Como a Tia Esme está? – Rosalie perguntou á Alice. As duas estavam andando pela calçada de uma rua deserta em Seattle, quando saiam da faculdade.

- Ah, triste, né Rose. Bem triste. Mas ela e Carlisle estão melhores do que Bella. Os dois superaram...

- Assim como a gente. Eu sei que o Ed está nos olhando agora... – Naquele instante, uma brisa surgiu, balançando a copa das árvores e levando um aroma adocicado até suas narinas.

Alice e Rosalie sorriram para o infinito. Entenderam que ele estava mesmo olhando por elas. Jasper e Emmett esperavam Alice e Rosalie na frente da universidade de Seattle. Os dois ainda estavam abatidos; qualquer coisa que fazia, lembravam do amigo.

- Ele sempre quis seguir o ramo do pai. – Emmett disse baixo, olhando para o imponente prédio á sua frente. Seattle tinha um dos melhores cursos de medicina da região.

“Eu estava numa praia de areias brancas e águas cristalinas. A pequena Alicia corria e pulava as ondas menores, sorrindo. Seu sorriso irradiava uma luz que acalmava meu coração entorpecido pela dor da partida. Jamie sempre estava conosco, ela nunca deixava Alicia de lado. Eu e ela estávamos em frente a um pequeno barranco de grama, que dava para a areia. Jamie estava absorta, olhando uma pequena imagem irregular que se formava no deck da praia.

- O que está vendo?

- Aquele é o Landon, Edward. – Ela me disse sorrindo. A imagem do jovem marido com a cabeça erguida sentindo o vento batendo em seu rosto, longe, mas que víamos com perfeição.

- Jamie... – A voz dele ecoou. Ele continuava sentindo o vento bater em seu rosto. – “Nosso amor é como o vento...”

- Não vemos... Mais sentimos. – Ela completou e abriu um sorriso. – Todos nós podemos olhar por quem amamos, Edward. Você também pode. Não se lamente, senão eles também se lamentarão.

E assim, eu comecei aceitar realmente minha situação.”

Memories – Within Temptation

- Vamos, Bella. – Renée a chamou. – Você tem que sair um pouco, pegar o pouco sol que tem.

- Não. – Ela balbuciou. Seus olhos já não tinham mais aquele brilho de outrora. Só havia a tristeza, que somada ao amor que sentia e a perda de Edward, só lhe deixavam cada vez mais depressiva e doente.

“Neste mundo você tentou,

Não me deixar para trás.

Não teve jeito.

Eu pedi aos deuses que você ficasse.

As lembranças aliviam a dor por dentro.”

Renée e Charlie tentavam reanimá-la, mas nada que pudessem fazer, adianta. Bella havia se fechado para o mundo. Sequer saía do quarto. As cortinhas brancas estavam entreabertas, esvoaçando com a brisa que entrava pela janela. Seus amigos tentavam ergue-la, tentavam fazer com que ela deixasse aquela bolha em que ela havia entrado.

Seu coração parecia estar negro, feito de pedra, de cinzas, de carvão... Parecia não bater. Havia um buraco formando em seu peito. Sua família, seus amigos... Jacob... Só faziam com que ele se fechasse, mas não com que ficasse curado. Nunca iria mudar. O sofrimento iria continuar até que eu desse fim a minha vida.

- Não posso existir num mundo onde você não exista, Edward. – Ela encolheu-se na cama, juntou os joelhos ao peito, em forma de bola. – Todas as minhas memórias mantém você aqui. Eu imagino você aqui. – Ela dizia debilmente, perdida em uma de suas lembranças com ele.

“- Eu preciso ajudá-la.

- Então vá!”

A cortina se agitou. Uma brisa morna, doce entrou no quarto e inflou dentro dos pulmões dela. Aquilo só a fazia sofrer mais e mais. Era doloroso lembrar, mas era a única coisa que ela sabia que poderia mantê-la ali, acreditando. Era cruel pensar daquele jeito, Bella esboçou um sorriso torto no canto dos lábios, mas a dor era uma certeza. Afinal, de quantas formas um coração podia ser maltratado e continuar batendo?

“Me fez prometer que eu tentaria encontrar o meu caminho de volta nesta vida.”

Ela parecia uma lua perdida – todos pareciam perdidos, mas não como ela. Nem Carlisle e nem Esme estavam tão perdidos. Era como um planeta destruído em um cenário de cinema, em alguma catástrofe. Mas que, apesar de tudo, continuava tentando fazer sua órbita estreita num espaço vazio.

Vácuo.

Mesmo que ela tentasse, que ela lutasse contra, as lembranças sempre estavam lá. Os sorrisos, os ‘eu te amo’, o pedido de casamento, de namoro... O dia em que se conheceram. Mas ainda sim, havia o vazio do agora.

- Não consigo! – Ela disse entre dentes. – Eu me fazia de forte, mas eu... Oh Deus! Não consigo, Edward, não consigo!

- Mas você precisa tentar. – Uma voz doce e aveludada soou como música para os ouvidos dela. Era como uma linda cantiga de ninar para espantar os pesadelos.

A adrenalina caiu na corrente sangüínea. Os batimentos aceleraram. Uma gota de suor escorreu de sua testa. Ela girou o corpo e sua cabeça lentamente em direção ao quarto.

Suas pupilas dilataram-se.

- Céus.

- Oi, amor. – As vestes de algodão reluziram. O ambiente tornou-se tão leve, era fácil estar ali.

- Edward! – Ela disse entre sussurros e lágrimas. Mas ainda não acreditava que ele poderia estar ali. Queria abraçá-lo.

- Não posso ficar. Tenho que voltar. Só... Vim dizer a você para ser forte. Eu vou estar sempre olhando por você, meu amor, vou estar sempre com você. E com os outros também.

Uma nova agitação tomou conta do quarto. Edward aproximou-se e abraçou-a, deu-lhe um beijo cálido, envolvendo-a com sua luz. Rompeu a barreira que se formava no coração de Bella, mostrou a ela que as coisas ainda vão melhorar.

Bella sorriu.

- É assim que quero. Sorria meu amor, a vida continua!

“Eddie?!” Uma vozinha infantil ecoou, logo em seguida a figura de uma menininha, esguia como Alice, apareceu no quarto. “Você tem que voltá.”

- Quem... É... Ela? – Bella disse surpresa.

- Esta uma anjinha, chama-se Alicia. – Ele sorriu e deu a mão para a menininha. – Nós temos que ir. Eu te amo, sempre vou te amar.

- Você veio só para me ajudar, não é? Você está sempre me ajudando. – Bella dizia com lágrima nos olhos.

- Você tem que seguir em frente. – Ele parou, fitou-a por alguns instantes, como se soubesse que ainda havia mais a ser dito.

- Eu tenho medo. – Bella sibilou, olhando para baixo e encarando a pequena Alicia. – Tenho medo de te esquecer, de não conseguir. Estou aflita! Eu... Tenho medo de que minha mente seja como uma peneira, e que algum dia eu não lembrasse mais a cor exata dos seus olhos, a sensação do toque da sua pele com a minha ou da textura da sua voz.

Edward soltou a mão de Alicia e abraçou sua jovem esposa. Levou suas mãos em torno da cintura fina dela e aos cabelos castanhos. Uma sensação de calma invadiu o corpo de Bella. Sempre fora mais fácil com ele, mesmo naquele momento, ele sempre tornara tudo mais fácil. Uma lágrima voltou a escorrer pelo rosto dela. Edward passou o dedo pela lágrima, secando-a.

- Você não vai esquecê. – Foi a vez da pequena Alicia falar, abrindo um sorriso tão gentil e acalentador, que fez Bella esquecer seus medos.

- Não vou deixá-la. – A voz dele soava como o selo da promessa. – Me prometa, Bella. Me prometa que não vai mais chorar por mim. E em troca, eu te prometo que vou estar sempre por perto, que não vou deixar você me esquecer. Nós pertencemos um ao outro.

Bella engoliu ás lágrimas novamente. Ela não queria mais chorar. Aquele era um momento que ficaria guardado em sua memória pelo resto de seus dias, até que o tempo, ou a doença, a levasse para o mesmo lugar que seu amado Edward.

Ela lembrou-se dos dias felizes.

- Eu prometo. Oh, Deus! Eu prometo, Edward! Eu vou seguir em frente, eu te prometo! – Ela sorriu e abraçou-o fortemente.

Aquele momento era tão perfeito, tão certo, que não havia dúvidas. Não havia como não acreditar que a vida, que o amor, podia ir além da vida, transcender a morte e a compreensão humana; o amor daqueles dois ia além do infinito, ia além dos mares da eternidade.

- Você é meu anjo, Edward.

- Vamo, Ed! Fala para ela! – A pequena Alicia cutucou o anjo de cabelos cor de cobre.

- Falar o quê? – Bella olhou para a anjinha, que ria descontraidamente.

- Em breve você...

Uma centelha de esperança brotou naquele instante. Bella abriu um sorriso que não era visto há dias. Novamente, abraçou e beijou o amado. Lágrimas de felicidade escorriam de seus olhos.

- Eu tenho que ir. Eu te amo, minha Bella.

E antes que mais alguma coisa pudesse ser dita, Edward estendeu a mão para Alicia, e ambos andaram em direção á uma luz cálida, sumindo. O quarto havia voltado a ser como antes. Bella desmanchou seu sorriso, mas logo abriu outro, quando viu a rosa branca em cima de sua cama. Era uma rosa de pétalas tão brancas quanto a neve, de textura aveludada – como a voz dele -, era bela – como ele.

- Eu te amo, Edward.


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Notas finais do capítulo

Ola´, olá!!!

Gostaram do capítulo? Não sei se notaram, mas algumas frases da Bella (que estavam em negrito) em de cenas dos livros *--* Particularmente, é um dos capítulos que mais gosto.. Mas enfim... Comentem que venho postar o outro. E indiquem também, se gostam do drama, da escrita e essas coisas mais.. ^^

Ah, e para quem está achando que a fic está com 'ar' de final, não se preocupem, ela vai se prolongar pelo menos até o capítulo 30... ainda.

Anyway, perguntas, criticas, sugestões, desabafos... Mande um review.

Quer falar comigo sobre outras coisas...
@ninaxaubet
www.twilightbr.com/forums
www.imaginary90.blogspot.com

Beijinhos