A batalha de Lore escrita por Isabela


Capítulo 6
Capítulo 6




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— Bom dia – e lá está Azlan de novo quando acordo, mas não o observo por muito tempo, fecho os olhos e deixo-me sentir uma pontada na cabeça, não devia ter aproveitado tanto a festa! Sua risada me faz abrir os olhos novamente – Posso realmente estar apaixonado, mas tenho que confessar, você está péssima!
Não me contenho e começo a rir com ele – Devo estar mesmo! E me sinto tão bem por estar assim! – Levanto-me com grande esforço enquanto ele me observa de longe tentando segurar a risada – Pode rir, também quero rir disso logo!
—Vou estar lá em baixo se você resolver descer, qualquer coisa que precisar pode pedir a algum dos empregados! – ele se retira.
Demoro um tempo tomando um banho, ao sair encontro na mesa ao lado da cama uma flor amarela, não sei sua espécie, mas é bonita, e ao lado uma xícara de café, muito forte e muito quente! Penso que apesar de adorável, Azlan deve estar se divertindo pensando em meu estado agora, para lembrar de me mandar café. Não gosto muito do gosto excessivamente forte, mas aceito o gesto como agradecimento e esvazio a xícara!
Desço devagar e preguiçosa. Ao chegar em baixo vejo Azlan com Beni e Luca me esperando na sala principal, convidam-me a ir para o seu centro de pesquisas e conhecer melhor o lugar que habito agora! Gosto do fato de poder saber melhor onde estou e quem está ao meu redor, apesar de bem recebida, tenho desconfiança das pessoas ainda, e acho que isso me fará bem. Muitas escadas e corredores, alguns minutos depois estamos próximos as salas onde Beni parece bem familiarizado e começa a me explicar seu funcionamento!
—Aqui é onde fazemos nossas pesquisas – todo aquele homem simpático e educado está em alguma existência paralela, todos agora são máquinas, ninguém arrisca alguma ação mais simpática, certamente o informativo não tende a ser algo divertido. –Não vamos explicar tudo agora, mas terá a oportunidade de conhecer o sistema depois, o importante é saber o básico, aqui, temos algumas pessoas, nossos soldados que a cada dia colaboram com amostras de seu material genético para estudos, nós pegamos esse material e trabalhamos apenas com nossos habitantes voluntários, ao contrário do que creio que vocês fazem em Gaia, assim, podemos estudar melhor e saber como estão trabalhando nossos genes, já entendemos como eles funcionam, mas ainda não sabemos porque agem assim, e nem de onde surgiram, tentamos chegar a origem da ativação deste avanço, sabemos já que esse é um fenômeno  universal presente em tudo e em todos, mas não sabemos porque nós temos ele ativados, se nós pegarmos humanos comuns ou mesmo a população de Gaia, e  encontramos a mesma combinação genética, mas não temos a certeza do que nos possibilita usar e ter pleno domínio sobre os nossos, já que pela teoria não era para ser nada controlável.
Vejo máquinas modernas as quais não pensei que poderiam existir, é difícil aceitar o grande contraste que vivemos atualmente, ao passo que ninguém realmente se importa em refazer as grandes cidades, e recompor o antigo mundo que tínhamos, pelo menos em estrutura, poderíamos ter grandes armas, mas de qualquer forma o acordo depois de tudo que aconteceu é a não produção de armas, ninguém espera uma quarta guerra mundial, provavelmente a vida se extinguiria. Mas independente disso acredito que todos os esses avanços poderiam significar uma qualidade muito melhor de vida, o avanço genético simplesmente dominou a mente das pessoas, e tudo  o que fazem é somente em prol disso, pode ser algo realmente avançado, já que por muitos anos a humanidade tentou descobrir seus segredos, mas ainda assim, poderia haver uma divisão melhor sobre como utilizar toda essa tecnologia.
—Também um grande centro de estudos voltados para estudar os elementos que podem de alguma maneira desencadear uma reação e ativar essas células, estamos tentando tudo o que conhecemos, e o desconhecido também. Enfim, quando quiser venha aprender um pouco mais, sabemos que possui uma genética diferenciada, pode ser voluntária para estudo também. Até porque pelo que parece, você funciona de uma forma diferente do que todos nós, então, talvez tenha algo novo a nos apresentar – Beni agora me olha assustadoramente como se eu fosse uma presa, mas logo ri – Mas não se preocupe, nunca precisará fazer nada aqui!
—Mas eu quero – digo tão alto com medo de que ninguém me ouça que todos se viram assustados para mim – já que cheguei até aqui o mínimo que posso fazer é descobrir se realmente tenho o controle que vocês têm, e talvez o porque, confesso que gostaria de saber, e se é preciso fazer isso eu aceito.
—Você realmente não precisa fazer nada disso –Azlan segura meu braço tentando me deixar segura – Não te trouxemos aqui para isso, foi apenas um devaneio de Beni, podemos continuar nosso tour sem que isso se torne um problema, nunca fará nada disso aqui.
—Desculpa, foi só um comentário de um pesquisador – tenta consertar a situação Beni – Mas nunca te pediria pra fazer isso.
—Mas algo realmente despertou minha atenção, eu não sei explicar, mas realmente quero fazer isso, agora se for possível, podem até ficar assistindo se quiserem - digo tentando mostrar a Azlan que está tudo bem.
—Vamos fazer o seguinte, você pode fazer isso se quiser – diz Azlan receoso – Mas terá um tempo para pensar, se ainda quiser fazer isso conversaremos mais tarde, também precisaremos preparar alguns testes, então terá tempo para se decidir melhor, não vamos te impedir de nada.
—Não vou mudar de ideia – digo piscando para Beni – pode começar a ver o que for preciso.
Continuamos o tour pelas áreas mais comuns, administrativas, conheci um pouco da cidade, que é bem extensa e possui uma população muito grande, embora no ultimo ataque de Gaia a população tenha sofrido um certo desfalque, mas parecem bem recuperados e se fortalecendo novamente, então andamos apenas alguns quilômetros ao redor da casa de Azlan, conforme o tempo passa descemos ao fundo de sua casa, onde há uma enorme escada que leva á uma área muito extensa, onde são feitos os treinamentos dos soldados, gosto particularmente dessa parte, me sinto á vontade!
—Aqui estamos vendo a melhor parte de Lore – Luca tem um jeito que levaria qualquer mulher á loucura, posso dizer que ele faria sucesso em Gaia – modéstia parte porque os soldados são treinados por mim, e também tem o detalhe que nunca passaria despercebido, minha beleza transforma esse lugar em algo esplendido!
—Vamos ver até aonde vai sua força e toda essa sua beleza – digo enquanto passo meus dedos por um aparato com vários tipos de espadas, selecionando uma que me parece boa – quando eu tiver acabado com você.
—Já disse que só poderia tocá-la se você não fosse a protegida da Azlan – então os soldados que estão treinando ao redor começam a se afastar enquanto abrem espaço para acompanharem a conversa com sorrisos de ansiedade , enquanto ele acaricia meu rosto com uma adaga – Pena que não poderei fazer isso!
Dou um passo a frente demonstrando não ter medo da adaga então dou um passo para trás, virando de costas para ele enquanto arremesso minha espada para trás enquanto pego outra e já me viro partindo para cima dele, que me para e permanece imóvel olhando para mim, tendo só de seu olhar perdido.
—Que houve querido, não quer tantas pessoas vendo sua derrota? – digo sorridente.
—Azlan, por favor, você está vendo que não sou eu, peça para ela parar – Luca é muito calmo ao dizer isso.
—Eu não perderia isso por nada - diz Azlan se aproximando de mim, então se aproxima de mim, beija minha testa e olha nos meus olhos – Não machuca muito ele não, por favor.
Sem nem ao menos pensar um pouco, parto para cima de Luca ensandecida, podem se ouvir gritos de torcidas agora para mim, e somente para mim, acho que não é tão comum assim alguém chamar ele para um duelo, mas não resisto a isso, o tilintar das espadas é cada vez maior, podemos ver ele tentando me cercar pela direita, fazendo com que minha vontade de ganhar aumente, então sigo avançando cada vez mais, ele segue andando para trás, percebendo que logo não terá para onde ir, tenta me atingir por cima, ambos agora com uma atitude que causaria muitos estragos se realmente estivéssemos em lados inimigos, posso ver sua espada vindo diretamente em minha cabeça e com as duas mãos posiciono à minha de modo a conter a dele, onde posso perceber que preciso mudar de tática pois se depender de força ele vencerá, mas sei que sou melhor, então tento um movimento rápido ao retirar minha arma de baixo e ataca-lo de lado bruscamente quando ainda se encontrava em um posição segura e desprovida de proteção, posso notá-lo vendo sua espada voar para longe, então sigo com a minha direcionada para cima dele até que aumentamos o movimento quase correndo, quando ele cai para trás e eu me abaixo perto de seu rosto, com a espada ainda em seu pescoço.
—Admita que sou melhor! – digo calma e rude.
—Nunca!
—Admita! – forço a espada em seu pescoço onde posso ver um avermelhado surgindo e sei que mais um milímetro e ele começará a sangrar. - Você não serve nem pra ser um bom perdedor! – saio em direção a Azlan, mas todos ainda acompanham atônicos sem querer perder um segundo do episódio, devo estar proporcionando um belo espetáculo! – Azlan querido, acho que alguém aqui não é tão forte quanto parece, se quiser posso treinar seu exército, garanto que lutarão de verdade se aprenderem comigo.
—Não ainda, pra fazer isso teria que ser melhor do que eu! – me surpreende sua resposta, principalmente quando o vejo selecionando duas adagas e vindo em minha direção, então para a cinco passos de mim – Pode escolher as armas que quiser.
Seguindo seu exemplo, vou também pegando duas adagas, e me posiciono á distancia, ao contrário do que fiz com Beni, esperando seu ataque, e ele vem, diretamente ao encontro de minha primeira adaga, sei que é um risco alto, mas não sou boa com a mão esquerda, então decido usar essa primeira adaga para ser lançada de longe, a intenção era apenas um susto, mas vejo já que há sangue escorrendo, atingi Azlan de raspão no braço, não parece ser nada grave, mas sangra bastante e me sinto tentada a parar, mas ele segue como se nada tivesse acontecido, e então continuamos por algum tempo até que ele força seu peso sobre mim caímos da maneira que estamos, com ele ainda em cima de mim, adaga em meu pescoço, exatamente como tinha feito com Luca, mas o peso de seu corpo em cima do meu me impedindo de me mexer também me causa um desespero por sair que não me contenho, o empurro com braços e pernas até reverter a situação, e olhando fixamente nos seus olhos, encontro uma facilidade muito grande para desarmá-lo e faço questão de assustá-lo com minha adaga subindo em sua coxa até sua virilha, o que causa uma série de apostas e gritos e o pânico visível nos olhos de Azlan, que me desconcentram imediatamente.
—Desculpa -peço depois que literalmente caio deitada ao lado dele rindo sem parar – Sua cara de medo foi a melhor cena que já vi em muitos anos – Ele ainda não consegue dizer nada, então largo minha arma levantando as mãos sem sinal de paz – Venha, vamos, posso cuidar desse seu machucado, só não chore quando eu for fazer um curativo.
Mais risadas são ouvidas e muitos comentários giram em torno dos soldados, após uma breve parabéns de Luca e Beni e dos outros que estavam nos acompanhando, faço uma leve reverência e eles nos levam ao hospital onde Beni trabalha, então Azlan é colocado sentado em uma cadeira e devagar retiro sua blusa, que contém bastante sangue agora. Digo que foi algo superficial e não precisam se preocupar, pois posso limpar e fazer um curativo rápido.
Após limpá-lo ele começa a falar comigo novamente – Você sabe que não precisa fazer isso, mesmo ferindo seu anfitrião sabe que está aqui como convidada e não é obrigada a fazer nada! – continuo limpando.
—Você pode encarar isso como uma troca de favores então – digo suavemente – quando estive aqui da outra vez lembro que você cuidou de mim, também posso cuidar de você.- Faço um curativo e trago um pouco de água, tentando ser gentil, faço uma leve carícia em seus cabelos  e dou a mão a ele para que se levante – Venha, você está bem? – ele faz que sim com a cabeça – Então vamos, você precisa colocar outra roupa, espero que não tenha levado nada para o lado pessoal.
—Claro que não – responde ele – Fico feliz de ter uma guerreira, não costumamos ter mulheres que apreciem a carreira no exército, e ainda estou feliz pelo espetáculo, agora, com certeza você será conhecida em Lore e todos simpatizarão com você, sabe que é a primeira vez que encaro um alguém sem ser em uma batalha? Nem  mesmo meus mais hábeis líderes tem o ímpeto de lutarem comigo, algo como eu ser o líder de Lore deixa as pessoas meio receosas de me tratarem de alguma maneira que não envolva respeito, muito menos para me fazer sangrar.
—Não vai ter esse problema comigo aqui, sempre que quiser é só chamar – digo – E você nem se machucou tanto assim.
—Diz isso pro meu ego – ele responde.
 Seguimos então para seu quarto, falo que vou voltar aos laboratórios de pesquisas um pouco enquanto deixo ele para que se troque.


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Notas finais do capítulo

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