15.

Sem alternativa

Isabella

Os documentos falsos eram perfeitos, embora tenha me tirado muito dinheiro, só que eu podia dizer com todas as letras que todo dinheiro que gastei havia valido a pena, já que agora eu tinha uma identidade, e nada mais me atrapalharia. Optei pelo sobrenome Swan, após assistir um filme onde uma personagem da qual gostei muito tinha esse sobrenome, e agora só me restava me acostumar com ele.

Depois da minha mudança de aparência e eu ter tido a certeza de que não iria mais ser reconhecida nem por Edward e nem por Emmett, eu finalmente pude suspirar mais aliviada. Talvez agora eu pudesse ter a certeza de que eu tenha conseguido me livrar do Alec, e ele finalmente tenha ficado para trás.

Mas não demorou muito tempo para eu me dar conta de que comigo os “tempos calmos” quase nunca duram, pois assim que consegui me livrar de Alec, Riley entrou em minha vida, me tirando do sério, e me causando problemas nos últimos dias, tanto, até chegar ao ponto de bater em mim e ser culpado por um acidente.

Esse acidente me levou até a casa dos Cullens, fora uma visita rápida, tanto que esse episódio poderia até não ser grande coisa, isso se não fosse pelo fato de que depois desse dia Edward tenha vindo atrás de mim, com uma proposta que poderia até ser mesmo um tanto tentadora para maioria das mulheres, principalmente das mulheres que estão numa situação parecida com a minha.

Ele me veio propor uma oferta de emprego... Uma oferta nada ruim, e até mesmo engraçado, isso pelo fato de que a oferta até mesmo pareceu uma ironia do destino, talvez se eu não tivesse nessa situação tão delicada eu poderia dizer que “a oportunidade bateu em minha porta”, oportunidade para que eu pudesse realizar o meu sonho de infância. Mostrar para mim mesma que Charlie estava errado quando ria de mim e dizia que não tinha como eu me tornar uma modelo.

Só que, naquele momento eu não estava em condições de pensar em sonhos, ou em prestigio profissional. O destino havia sido cruel comigo e nesse momento eu só podia pensar em me esconder, ficar no escuro, para que Alec não me encontrasse, pois, com certeza se eu topasse ir para casa de moda de Esme Cullen, Alec me descobriria, ele é conhecido dos Cullens, e meu destino seria perder o emprego e parar na cadeia, já que para os pobres não tem vez, isso a vida já havia me ensinado, tanto que nesse assunto eu já tinha até mesmo mestrado.

Com os dias passando tudo parecia estar voltando para normalidade, desde que Edward fora na boate tentar insistir para eu me tornar uma modelo, e eu insisti no não, ele definitivamente sumiu.

Até Emmett e para minha sorte nem Riley apareceram nesses últimos dias, apenas continuei na minha vida de sempre, trabalhando como garçonete e ás vezes cantando no palco, porém essa coisa de me expor na frente de uma platéia quase toda masculina me deixava um pouco desconcertada, mas pouco a pouco eu fui me acostumando, e logo isso se tornou muito interessante para mim, isso pelo fato dos homens começarem a jogar dinheiro no palco, mostrando-se empolgados com as minhas apresentações. Claro que esse dinheiro me ajudava bastante, já que com ele eu comecei a fazer uma reserva, para caso eu necessitasse no futuro, quem sabe?

Porém, o que eu não imaginava é que eu ia necessitar tão rápido desse dinheiro...

***

Era uma noite de sexta-feira, Jéssica havia saído de folga, eu estava no balcão, organizando as bebidas para levar aos clientes, enquanto conversava com Jasper.

— Hoje tudo está bastante calmo, não acha? – ele perguntou, cruzando os braços em cima do balcão.

Olhei para ele rapidamente, esboçando um leve sorriso.

— Bom, tenho notado que nesses dias o movimento diminuiu um pouco, o que é ótimo, já que menos clientes é menos trabalho! – falei para ele, e depois me afastei para levar as bebidas para uma mesa, os servi, e depois que voltei para o balcão, Jasper já estava atendendo uma cliente, e Alice agora estava se aproximando, depois de ter ido falar com Madame Flincky.

Hoje era dia de pagamento, Alice com certeza foi lá para receber o seu dinheiro, assim que ela se aproximou, eu já sabia que agora seria a minha vez.

— Bella... A Madame Flincky está te chamando! – ela falou, e eu concordei com a cabeça.

 Afastei-me dela e passei pela porta restrita a funcionários, andei pelo enorme corredor, até chegar á sala que pertencia a madame Flincky,

— Com licença! – falei, assim que abri a porta e entrei na sala, ela estava olhando alguns papeis em sua mesa, porém parou para me olhar, logo ela esboçou um leve sorriso no rosto.

— Bella... Querida! Aproxime-se! – ela disse, num tom simpático. Eu fechei a porta e me aproximei, sentei na cadeira que havia em frente á mesa dela, ela continuou me olhando, até soltar um longo suspiro. – Bom, aqui está o seu pagamento! – ela falou, abrindo a gaveta e tirando o meu dinheiro.

Na boate as pessoas não recebiam como os empregado costumavam receber seus pagamentos, ali tudo se tratava de dinheiro vivo, o que era bom, já que eu não queria me arriscar de abrir uma conta bancaria.

Peguei o dinheiro e já me levantei achando que ali daríamos fim a conversa, mas logo ela pediu para eu esperar, voltei a sentar na cadeira e fiquei a olhando, esperando o que ela iria me dizer.

— Bom, querida, eu gostei muito do seu desempenho, você tem realmente uma voz incrível, e suas apresentações animou muito os meus clientes, só que, bom a minha outra garçonete já vai voltar e, eu não vou precisar no momento dos seus serviços! – ela falou, encarei-a com a boca entreaberta. Parecia que havia ouvido errado, no mesmo momento que ela dizia ter gostado do meu trabalho, no outro momento ela já dizia que não precisava mais dele.

— Mas... Mas... Por quê? Você mesmo não disse que as minhas apresentações são boas? – perguntei para ela, totalmente inconformada.

— É que como eu disse, no momento não preciso de mais uma garçonete, e as apresentações ocorrem só de vez em quando, já que temos que dar espaço para as strippers, elas são a grande atração da casa! – ela falou. – Mas se precisarmos novamente, eu falo para Jéssica te chamar, está bem?

Naquele momento até mesmo senti vontade de chorar, quando finalmente eu achava que estava conseguindo uma estabilidade, isso vem e acontece comigo. Fora como se jogassem uma bomba em minha cabeça, tanto, que não consegui dizer nada.

Apenas me levantei, dei as costas e sai dali o mais rápido possível, apenas fui até ao balcão para despedir dos colegas de trabalho, com certeza Alice e Jasper faria muita falta.

Eles pareceram chateados com o ocorrido e assim como eu, acharam estranho a desculpa que Madame Flincky deu para minha demissão, mas naquele momento o motivo também já não importava mais, agora eu tinha uma nova preocupação: Como eu iria sobreviver sem um trabalho?

***

Em casa, eu peguei o meu salário, a minha reserva e o resto do dinheiro que me sobrou do que roubei de Alec, dava para sobreviver por um tempo, mas já ia diminuir quando eu fosse obrigada a pagar o aluguel e a fazer a compra do mês.

Logo pensei em começar a procurar um novo emprego, decidida a usar os documentos falsos que eu arrumei, tanto os que comprovavam que havia terminado os estudos, como os que me dava o nome de Isabella Swan.

Porém, logo nos primeiros dias comecei a perceber que não seria nada fácil conseguir outro emprego, a única experiência que eu tinha era o meu trabalho como garçonete em uma boate, fiquei pouco tempo ali, o que já mostrava que não era grande coisa. E com os dias passando, minha preocupação já ia aumentando.

— Foi muita sacanagem Madame Flincky ter demitido você... – Jéssica comentou, assim que venho no meu apartamento me visitar, ela sentou no sofá, enquanto eu estava na cozinha fazendo café. – Você nem vai acreditar quando eu disser para você o porque ela fez isso...

Fui até a sala com a xícara de café, e entreguei para ela, depois sentei no outro sofá, intrigada com esse comentário.

— Você descobriu o real motivo da minha demissão? – eu perguntei, e então ela sorriu.

— Claro, eu não disse a você que eu ainda ia descobrir? – ela deu alguns goles de café antes de continuar. – Acredita que uma mulher pagou para ela te demitir, e foi muito dinheiro!

— Você tem certeza disso? – perguntei, surpresa com que ela estava me dizendo.

— Sim, foi o segurança da boate que me falou, ele fica com a Madame Flincky de vez em quando, e ela contou tudo para ele, essa mulher descobriu até onde a Madame Flincky mora, foi bater na casa dela, já que deve ser ricaça demais para colocar os pés dentro da boate! – ela falou, e só então eu comecei a entender tudo.

— Claro, deve ter sido Esme Cullen, a dona da casa de modas, ela com certeza não gostou de eu rejeitar a oferta, Edward não apareceu mais desde aquele dia que ele foi á boate tentar insistir para que eu aceitasse o emprego! – falei e depois me levantei do sofá, irritada com o que Esme havia feito. – Isso é muito injusto, ela não podia ter feito isso! – eu disse, cruzando os braços, totalmente irritada.

— Se foi ela, está na cara que ela tem muito interesse em você! – Jéssica concluiu e então eu a olhei.

— Ricos acham que pode tudo... Será que ela não pensou que eu necessitava e muito do emprego? – eu disse inconformada.

— Sim, tanto que ela acha que agora você desempregada, vai aceitar a oferta, já que não terá uma saída!

Então, eu comecei a andar pela minha pequena sala de estar enquanto pensava. Realmente agora eu estava sem saída, se Esme fez isso uma vez, com certeza ela poderia fazer de novo com qualquer emprego que eu arrumasse.

— E agora? Eu não sei mais o que fazer! – falei, virando-me na direção de Jéssica, meus olhos começaram a marejar. – As contas estão se acumulando, gastei muito com os documentos falsos e até agora não consegui outro emprego! – desabafei, sentando novamente no sofá, e soltei um longo suspiro, enquanto passava a mão no meu cabelo. – A minha reserva pode acabar, e ai eu estarei mais ferrada ainda...

— Bom, mas você sabe que um emprego você tem, só precisa aceitá-lo Bella... – Jéssica falou.

— Está falando da casa de moda? – perguntei.

— Sim, eu acho que já está na hora de você arriscar e aceitá-lo, virar modelo é a oportunidade de você sair desse buraco e mudar a sua vida de uma vez por todas!

            Suspirei e discordei com a cabeça.

— Você sabe Jéssica o verdadeiro motivo pela qual eu não aceitei a oferta! – eu falei.

— Sim o Alec, eu sei que você tem medo de parar atrás das grades, mas eu estive pensando, você não deveria continuar negando a oferta por causa dele, pensa, você vai ganhar muito dinheiro, até ele descobrir que você está na casa de moda você já vai ta bem economicamente, se ele te cobrar alguma coisa, você poderá pagar a ele tudo que você roubou e se ele tentar te denunciar, ou algo do tipo, você pode contar a verdade e até mesmo arrumar um advogado, pensa Bella, quando você virar uma modelo, você não vai ser mais uma pobre coitada, você vai ser importante e vai poder até mesmo enfrentá-lo de igual para igual. Qual é? Prender alguém dentro de uma casa e praticamente obrigá-la a ser sua namorada não foi certo, e você disse que ele tinha drogas na casa dele, ele pode ser um traficante, pelo menos boa coisa ele não é, provavelmente ele nem vai te denunciar, esses tipos de pessoas preferem ficar bem longe da policia! – ela falou e logo comecei a pensar em suas palavras.

— Bom, isso é verdade! – concordei com ela, na verdade eu nunca tinha pensado por esse lado. Jéssica logo sorriu.

— Então aceita amiga, você não tem nada a perder, muito pelo contrario, você tem a ganhar! – ela falou e eu sorri levemente para ela. Não era nada mal mesmo, me imaginar como uma modelo, pelo menos se isso desse certo, eu nunca mais precisaria me preocupar com dinheiro.

***

Tive que procurar o endereço da casa de modas de Esme Cullen pela internet, quanto mais rápido eu fosse atrás dela, menos dinheiro da minha reserva eu gastava, então decidi ir a casa de modas já no outro dia. Eu peguei um táxi, dando o endereço da casa de modas para o taxista, ele então me levou até lá, demorou cerca de vinte minutos e assim que desci do carro e vi aquele local, meu coração já disparou acelerado, realmente por fora a casa de modas era grande e chique, eu nem acreditava que tinhas chances mesmo de trabalhar lá.

Fui entrando sem saber o certo quem procurar, não sabia se pedia para falar com Edward, ou com Esme, perguntei para o guarda que ficava na porta, onde ficava a sala deles, e ele me falou o andar, então entrei no elevador e fui ao andar indicado.

Assim que desci do elevador, eu deparei com a mesa da recepcionista, já fui me aproximando com o coração disparando e olhando a minha volta, tinha muitas portas e eu sabia que a mulher que me colocou nesse problema, estava atrás de alguma delas.

— É... Boa tarde, meu nome é Isabella, eu queria falar com a senhora Esme Cullen! – falei para a secretária, ela era uma oriental, tinha o cabelo até os ombros, magra e alta, estava muito bem vestida.

— Tem hora marcada? – ela perguntou para mim.

— Ahm... Não, se eu não puder falar com ela, pode ser com Edward Cullen mesmo...

— Edward Cullen não está, bom, eu posso ver se... – ela começou, até que uma voz nos interrompeu.

— Isabella? – a voz me chamou e no mesmo momento me virei. Segurei a respiração assim que vi Esme Cullen, ela estava próxima de nós, e olhava para mim, com um olhar bastante sério.

— Oi, é, eu poderia falar com a senhora? – perguntei, ela então sorriu levemente.

— Claro... – ela disse e depois olhou para secretaria. – Leah, se alguém aparecer, pede para esperar, diz que estou ocupada!

— Sim senhora! – a secretária respondeu.

Esme se virou e começou a caminhar em direção a sua sala, eu fui seguindo-a, entrei logo atrás dela e fechei a porta, vi que a sala era bem grande e tudo ali parecia ser de muito bom gosto, eu estava tão nervosa, que sentia que a qualquer momento cairia no chão.

— É, alguns dias atrás Edward me disse que a senhora tinha interesse em me contratar como modelo, então, bom, eu fiquei interessada na proposta, eu queria saber se ela ainda está valendo... – falei, Esme mordeu os lábios e começou a me olhar bem atentamente, parecia reparar em cada detalhe e isso me incomodou um pouco.

— Depende, interesse eu tenho, mas tem condições! – ela falou e foi se aproximando lentamente de mim, enquanto ainda me analisava. – Primeiro... Você precisa entender que a partir do momento que você se torna uma modelo, você se torna um produto, que no momento irá me pertencer, então, é como se seu corpo não lhe pertencesse mais... – ela disse e começou a dar voltas, ainda me olhando. – Qualquer mudança, mesmo que mínima que você fizer em si mesma, só poderá fazer com minha autorização! Entendeu?

— S-Sim... – eu disse, ela então parou bem na minha frente. – Mas já informando, meus olhos não são dessa cor, eu estou usando lente de contato... – falei, com coração disparando. Já com medo de isso já desanimá-la.

Ela concordou com a cabeça.

— Tudo bem, a cor dos olhos não é tão importante, como você mesmo disse, existem lentes de contato... – ela disse, dando de ombros. – O mais é importante é que eu não quero essa aparência gótica, é muita maquiagem no rosto, quero ele limpo, e eu vou te levar ao cabeleireiro da casa, quero que ele troque essa cor dos seus cabelos, quero uma que dê mais destaque a cor de sua pele... – ela disse, e isso já me preocupou, pois provavelmente eu voltaria para aparência da “Bella antiga”. – E esse seu braço... – ela disse, agora parando os olhos na minha tatuagem de rena. – Essa tatuagem, nós teremos que removê-la com lazer, eu conheço um...

— Não precisa! – a cortei rapidamente. – Ela é de rena... – eu falei, e então Esme sorriu.

 - Ah que ótimo, pois assim tudo fica mais fácil... – ela disse, parecendo estar satisfeita. – Vem que eu vou te levar ao cabeleireiro da casa, para ele já dar uma mudada em seu visual, depois eu te levarei a passarela que temos aqui na casa de moda, para começarmos o treino, quero ver como você desfila, mas pode ficar sossegada, eu ainda te darei algumas aulas... – ela acrescentou, agora abrindo a porta da sala dela, engoli em seco, enquanto saia da sala.

As poucas vezes que tentei desfilar eu era uma criança e estava apenas brincando, eu estava até mesmo com medo de acabar decepcionando-a, quando subir na passarela.

***

Esme me levou até o Norman, o cabeleireiro da casa de modas, ele era um senhor de quarenta anos, usava um óculos quadrado e tinha cabelos loiros e arrepiados, ele parecia ser bem simpático, e logo que me viu já disse que sabia o que faria com meu cabelo, ele disse que o deixaria um “arraso”, e logo fiquei ansiosa para saber como eu iria sair dali. Espero que pelo menos seja um pouco diferente da antiga Isabella.

Ele pintou os meus cabelos de castanhos, um tom de chocolate, depois fez uma hidratação e o escovou, assim que ele terminou e me vi no espelho, tive a impressão de que os meus cabelos estavam bem brilhosos e bem mais bonitos, pelo menos estavam um pouco mais claros do que a cor natural, porém agora eu não era mais loira.

— Olha só como você ficou bem mais bonita... – ele elogiou, e realmente eu tinha que concordar, ele era um ótimo cabeleireiro.

Dali, ele me levou para a maquiadora, o nome dela é Nina, também bastante simpática, é uma loira, alta, esbelta e de olhos azuis.

 Ela primeiro tirou toda a maquiagem pesada do meu rosto e fez uma maquiagem bem mais leve, caprichando mais nos olhos com delineador e a sombra escura, já nos lábios ela passou um batom da cor da pele.

E de lá, ainda me levaram até o Terris, ele tem aparência de trinta anos, é alto, bem esbelto, ele tem um bigode e cabelos escuros, Terris é o estilista da casa, ele ficava num salão onde era repleto de roupas, entre aquelas ele acabou optando em me vestir com um vestido preto e comprido, ele era um tomara que caia que só de olhar dava para ver que custava uma fortuna. Assim que coloquei e me vi no espelho, vi o quanto ele era colado, e ia até a altura dos pés.

No final ele ajeitou minha roupa, e já foi me puxando em direção a uma escada que ficava bem no canto do salão, logo vi que ela levava a passarela. Naquele momento meu coração disparou mais forte.

— Esme já está esperando, você está linda, vai lá, e desfila! – ele falou.

Então eu respirei fundo e olhei para a escada.

— Ai meu Deus! – eu disse começando a subir lentamente os degraus.

— Fique calma, vou falar o que falo para todas as minhas queridas modelos, ande como uma rainha! – ele disse, olhei para trás para sorrir para ele e então concordei com a cabeça.

Terminei de subir e então cheguei ao pequeno corredor, onde eu sabia que ao virá-lo, eu chegaria á passarela, até chegar lá, eu tinha que estar calma o suficiente para imitar todas as modelos que já vi desfilando até hoje. Eu sabia que esse era o momento do teste, era quando Esme veria se eu servia mesmo para ser a modelo que ela quer, se eu não servisse, eu duvidava muito que ela ia falar com Madame Flincky para devolver o meu emprego, ou seja, a única que sairia perdendo se não conseguisse o trabalho, seria eu.

Parei por alguns segundos para arrumar a postura, ergui a cabeça, levantei os ombros, e então comecei a andar na velocidade que eu sempre via as modelo andando, virei e parei no começo da passarela, olhei em volta do salão, e avistei Esme ao lado de uma senhora que ainda não conhecia, deveria ter a idade dela, ela era alta, de cabelos loiros que ia altura dos ombros. Vi que as duas estavam conversando, mas assim que me avistaram pararam de conversar para me olhar.

Comecei então a caminhar lentamente pela passarela, imitando as modelos profissionais, parei no final dela, virei para um lado e assim que virei para o outro, meus olhos novamente pararam na Esme, que estava agora um pouco mais próxima da passarela, ela estava me olhando, e estava ainda ao lado daquela mulher loira, mas agora não estavam mais só as duas no salão, Edward havia entrado e agora estava ao lado de Esme, ele segurava alguns papeis na mão, mas ele não estava olhando para ela, mas sim para mim, notei que sua boca estava entreaberta, e ele parecia surpreso, eu poderia até dizer, que ele estava meio assustado por me ver.

Continua...