— Adella morreu de tuberculose — Yaha falou.

Lázaro assentiu, ainda mostrava nos olhos o cansaço da viagem. Ou do demasiado vinho que tomara na noite anterior, em comemoração aos anos das crianças.

— Parece que a guerra finda. — Ele olhou-a. — E tu serás tia.

— Serei. — Yaha sorriu. — Embora pareça que minha irmã está querendo um novo cunhado.

— Ela contou-me sobre esses desejos — Lázaro disse, um sorriso galhofeiro no rosto calmo. — Agora, diz-me que foi má ideia virmos.

— Não, apenas desnecessário — Yaha respondeu, olhando para Geanna e Max, que corriam onde as ondas quebravam.

— És séria demais. Tens que se divertir mais. — Ele espremeu-lhe a bochecha. Yaha deu um passo para trás.

— Conheces muito do mundo, Lázaro, pelas suas inúmeras viagens; mas muito pouco da vida. — Pôs-se a caminhar. — És mais velho que eu, mas tem a doçura de Max e a ingenuidade de Geanna.

— Jamais ouvi coisa mais verdadeira. — Ele parou, olhou-a nos olhos. — Assim como tu conheces muito da vida e pouco do mundo.

— Meu gosto por aventuras nunca foi puxativo. — Um riso seco escapou-lhe os lábios. — Ainda que fosse, não tive muitas escolhas.

— Eu posso oferecer-te uma nova escolha.

Yaha olhou-o.

— És um grande amigo, mas continuo casada. Ainda que meu marido desvaneça em minha memória.