Caminhos Entrelaçados escrita por zariesk


Capítulo 7
Capitulo 07 – Memorias.


Notas iniciais do capítulo

Finalmente consegui concluir o capitulo!!
Como a maioria já sabe eu mês passado fiquei internado por causa de problemas renais, atualmente estou fazendo tratamento e quase não tenho mais tempo pra lazer, incluindo digitar minhas preciosas fics.
Mesmo assim não desisti delas e aqui finalmente está o capitulo, um pouco diferente do que planejei antes mas mantendo a essência da historia.



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Capitulo 07 – Memorias.

— Precisa descansar um pouco chefe – pediu Izuri – foi a primeira vez que usou o mokuton daquele jeito.

— Procedimento padrão da folha: quando há um confronto contra ninjas inimigos deve-se enviar duas equipes, uma de resgate e outra de perseguição – disse Hogo ofegante – precisamos ir o mais longe possível, ou eles vão nos encontrar.

— Você acha que os pirralhos entraram em contato com a vila? – perguntou o outro.

— Os jounins já devem ter voltado, assim que ficaram sabendo certamente pediram reforços para a vila – explicou o outro – e o Hokage não vai perder tempo e mandará os reforços.

— O que quer dizer que eles vão estar na nossa cola logo – percebeu Izuri – de Konoha até aquele vilarejo é meio dia de viagem, mais algumas horas até o local onde estávamos... podemos descansar por uma hora, depois nós corremos.

Os dois sentaram encostados numa árvore, Izuri levava o grande pergaminho onde toda informação roubada estava contida, Hogo olhava pro pergaminho vendo nele o futuro dos seus planos, mas ele não podia simplesmente repetir os planos do Shigaraki Tanuki, ele precisava aprimora-lo e faze-lo valer para uma nova era, e diante disso Hogo sabia que precisava de mais poder.

— Mas quem diria que o pestinha do Boruto ia conseguir invocar o Nue – dizia Izuri – de acordo com o que vi só quem estava ligado ao gozu tennou deveria controla-lo.

— Parece que o poder especial do clã Uzumaki é quebrar a lógica deste mundo – reclamou Hogo – Uzumaki Kushina com seu marido salvaram Konoha do ataque da kyuubi, seu filho Uzumaki Naruto salvou o mundo e agora Uzumaki Boruto desafia nossos planos.

Depois de descansar Hogo recuperou um pouco do seu chakra, graças a isso ele conseguiu estabilizar o mokuton dos seus braços, ainda assim ele não podia se dar ao luxo de viajar em grande velocidade, por isso Izuri e ele seguiram caminhando, isso até ajudava a deixar menos rastros que pudessem ser seguidos.

— Aposto que o Hokage está agora se remoendo de culpa, já que foi por ele ter poupado a Sumire que isso aconteceu – comentou Izuri – Danzo-sama sempre alertou que complacência sempre se voltaria contra você um dia.

— Eu não apostaria nisso, ele é muito mole – respondeu Hogo – eu aposto que quando ela voltar pra vila vai ser recebida de braços abertos, supondo que ela consiga voltar é claro.

— Ah sim, eu acho que fritei os miolos dela sem querer – dizia Izuri rindo sem graça – espero que o Tanuki-san não fique bravo, onde quer que esteja.

— Se ele visse a vergonha que sua filha se tornou ia lamentar – disse o outro.

Hogo não ligava mais para Sumire, após obter dela tudo que precisava ele tinha outros planos, uma visão completamente nova da situação e uma reformulação geral do seu plano, a unificação do mundo shinobi aconteceria quando após uma guerra uma grande força se erguesse e guiasse os outros em frente, era a verdadeira realização dos planos do seu mestre Danzo.

— Um mundo unido por uma falsa paz não existe, somente quando uma força unificadora controlar tudo é que o mundo irá para a frente – discursou ele idealizando esse mundo.

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Aquele vilarejo jamais recebeu tamanha visita antes, logo cedo vários ninjas chegaram e começaram a cuidar do lugar, um dos ninjas médicos enviados tratou dos gennins e após isso foi até checar a situação dos moradores.

Mas a visita mais ilustre foi para uma certa casa, após conversar com os donos o bunshin do Hokage pediu permissão para tratar da garota que estava hospedada nela, obviamente não lhe foi negado e assim Naruto e Sakura estavam no quarto onde a garota confusa olhava pra eles.

— Bom-dia Sumire – cumprimentou Naruto.

A garota ficou espantada, até onde suas memorias iam aquela era o Hokage da folha, o seu principal alvo de vingança, então por que ele estava diante dela cumprimentando-a? era demais pra sua cabeça que começou a doer novamente.

— Acho que é a sua vez Sakura-chan – pediu ele dando espaço pra médica entrar.

— Então com licença, Sumire, eu vou tratar você agora – avisou Sakura sentando do lado dela – eu soube que usaram jutsus para extrair informações de sua mente, e isso causou um colapso em você, agora eu vou tentar por tudo de volta no lugar.

Sumire não entendia mas concordou, afinal até ela sabia que havia algo errado, ela deitou na cama e Sakura pôs a mão em sua cabeça, com isso uma luz verde começou a fluir, seu efeito não era percebido pela menina que estava agora em estado de transe.

— Em jutsus de interrogatório é basicamente ativar a área do cérebro pelo chakra e fazer uma conexão mental – explicava Sakura – isso pode destruir as conexões originais ou no mínimo deixa-las sobrecarregadas.

— E qual é o caso dela? – perguntou Naruto preocupado.

— Puxaram tanto um grupo de memorias repetidamente que elas sobrescreveram as memorias recentes – explicou ela – não é amnesia, ela simplesmente está vivendo aquela época enquanto as memorias mais recentes estão no subconsciente.

Naruto sofreu ao ouvir isso, isso significava que ela tinha voltado a ser Shigaraki Sumire, a mesma que recebeu o fardo de destruir Konoha, uma criança que recebeu um destino do qual não queria.

— Tem como faze-la voltar ao normal? – perguntou ele preocupado.

— Há um jeito, e eu acho que temos os meios para isso – respondeu Sakura – ela precisa viver de novo aquilo que a mudou, só assim ela voltará a ser quem era.

Naruto começou a pensar, aquilo que mudou Sumire foi estudar na academia, viver com amigos e conhecer um lado que ela não conhecia da folha, mas como conseguir faze-la reviver o tempo da academia? Manda-la de volta? Isso não era viável, não havia como as mesmas experiências serem repetidas e obter o mesmo resultado, a menos que...

— Acho que eu tenho uma nova missão para os gennins – disse ele sorrindo.

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— No templo encontramos apenas o que sobrou da cumplice deles – dizia um dos jounins rastreadores – depois seguimos os rastros dos outro dois até a fronteira, só pudemos ir até aí.

— Bom-Trabalho pessoal, vamos resolver as questões de persegui-los – dizia Konohamaru – fiquem de prontidão.

Ele desfez a ligação mental e terminou o relatório, infelizmente Hogo e seu parceiro escaparam para outro país, na era atual havia um monte de questões legais para persegui-lo agora, só assim para evitar conflitos e mal-entendidos.

— Agora que perdemos o alvo o que vamos fazer? – perguntou Moegi.

— Continuar com a missão que o Hokage-sama nos deixou antes de ir – respondeu ele – proteger o vilarejo até os gennins terminarem sua missão.

— Acho que eles gostaram da missão, afinal estão empenhados nela o dia todo – comentou Udon – e não parece que eles pretendem parar.

Os três jounins olharam para o centro do vilarejo, lá estavam os gennins empenhados na missão “reviver a academia” que receberam do Hokage, a missão consistia basicamente de reviver todas as coisas que passaram na academia, contando aventuras, coisas engraçadas e outras coisas que pudessem reviver a memória da Sumire.

— E então por causa disso você também acabou punida – dizia Inojin terminando a narrativa.

— Hey vocês! Por que sempre fazem eu parecer o vilão da história!? – perguntou o Uzumaki furioso.

— Porque é verdade, cada vez que você aprontava a gente acabava no meio – respondeu Sarada já curada – por acaso esqueceu como tivemos que pintar o portão da academia por causa daquilo?

Sumire deu uma risada disso, depois quando percebeu que todos estavam olhando pra ela ficou constrangida, a medida que eles iam contando historias ela ia se lembrando, era como se a cada historia ela revivesse aquele momento.

— Você está conseguindo lembrar Sumire? – perguntou Wasabi do seu lado.

— Sim, no começo eu achava impossível, mas aos poucos é como se eu soubesse que estava lá – respondeu ela – muito obrigada por todos vocês estarem tendo esse trabalho.

— Mesmo sendo um saco é o mínimo que podemos fazer – comentou Shikadai.

— Ele quer dizer que está arrependido de não ter ido te ajudar – disse Chochou.

— Não ponha palavras na boca dos outros! – reclamou o Nara.

Havia muita coisa ainda para contar, mas o dia estava acabando e Sumire precisava descansar, por isso ela voltou para a casa que a estava hospedando, conversar com os anfitriões fez ela relembrar um pouco da convivência com eles, mas ainda assim estava tudo confuso.

Agora ela não dormia mais no quarto da criança, ela pediu para dormir no sofá pois não conseguia ficar a vontade, respeitando a necessidade dela a família lhe cedeu o sofá e um travesseiro junto com uma coberta, enquanto estava tudo escuro ela olhava pela janela, nada podia ser visto lá fora exceto escuridão, a mesma escuridão que atormentava seus pensamentos agora.

Sumire não conseguia dormir, usando de suas habilidades ela abriu a janela sem ninguém notar e saiu, no telhado da casa seu sensei Udon percebeu ela saindo, mesmo assim sua intuição lhe disse pra esperar e foi o que ele fez, a garota começou a passear sob o luar que iluminava a vila à noite.

Sumire estava completamente confusa, entrar na academia e forjar uma falsa identidade era parte do plano para destruir Konoha, aparentemente todos sabiam desse plano, até mesmo o Hokage que era seu principal alvo, mesmo assim eles continuavam a trata-la como amiga, então o que aconteceu?

— Eu falhei com o plano? Se falhei por que ainda estou viva? – perguntava-se ela – e por que mesmo após falhar eles me tratam tão bem?

Suas duvidas a fizeram andar sem rumo pela vila até que viu algo que lhe chamou a atenção, ela viu Boruto com a mão numa piscina infantil como se estivesse fazendo algo, após aproximar-se ele a notou e foi logo até ela preocupado.

— Aconteceu alguma coisa? Está se sentindo mal? – perguntou ele a encarando.

— n-na-não, eu só fiquei sem sono – respondeu ela ficando um pouco vermelha – e o que você está fazendo Boruto-kun?

— Ah sim, estou continuando o treinamento que você me passou – respondeu ele animado – venha ver só!

Ele praticamente a arrastou para perto da piscina e pôs a mão na água, logo ele começou a provocar ondulações sequenciais e bem organizadas, era a prova de que ele dominara o primeiro dos três passos para dominar o suiton.

— Isso... fui eu que te ensinou isso... – dizia ela começando a se lembrar.

— Peguei o jeito agora de tarde, até que foi complicado.

— Complicado? Você dominou o primeiro passo em dois dias! – respondeu ela – não foi nada fácil para mim!

— Então eu já estou pronto pro segundo passo! – dizia ele empolgado – você pode me ensinar agora?

Ela via que ele estava falando sério sobre ela dar aulas agora, mesmo que fosse completamente sem sentido ensinar esse passo no meio da noite, mas fora isso ela se perguntava por que ele era assim, e que sensação era essa que percorria seu corpo, a sensação de que ele era uma das pessoas mais importantes na sua vida.

— Agora não seria uma boa hora – dizia ela sem jeito – talvez pela manhã eu...

— Ainda falta a parte mais importante – cortou Boruto com um tom sério – ainda não falamos sobre a parte que você tenta destruir Konoha.

O coração dela quase saiu pela boca agora, um instinto do seu treinamento como ANBU a fez querer elimina-lo para apagar evidencias, mas seu lado racional já sabia que isso era inútil, simplesmente todos sabiam sobre isso.

— Eu devo cumprir a vontade do meu pai – dizia ela olhando pra baixo – foi pra isso que eu vivi até agora.

— Você realmente voltou a ser Shigaraki Sumire não foi? – dizia Boruto num tom sério – estenda sua mão esquerda, eu vou lhe mostrar o que mudou.

Ela instintivamente mostrou a palma da mão esquerda, lá ela viu um pequeno selo do qual não se lembrava, mas olhar pra ele lhe dava uma sensação de paz que ela não sabia descrever.

Boruto então colocou a mão direita sobre a mão dela, liberando chakra ele transferiu seu poder pelo selo e com isso Sumire sentiu uma presença, logo a presença se tornou mais forte até o ponto em que uma nuvem de fumaça explodiu na mão dela assustando-a, quando a nuvem se dissipou ela viu algo que a surpreendeu.

— Nue!? – disse ela vendo a pequena quimera na palma da sua mão.

— Com o chakra que dei ele só fica nesse tamanho – dizia Boruto meio sem graça – mas deve ser o suficiente para te ajudar a lembrar.

O Nue pulou da mão dela e começou a pular encima do Boruto como um cachorro brincalhão, o Uzumaki ria enquanto tentava segura-lo e Sumire ficava olhando, ver isso despertava um monte de memorias sobre o Boruto e o Mitsuki lutando contra o Nue, e também quando o Nue levou todos até a saída da dimensão em colapso.

— Por que? Por que eu estou chorando? – perguntou ela sentindo as lagrimas descendo.

— Ah, eu te fiz chorar!? – perguntou Boruto assustado – ah droga o que eu faço!?

O Nue pulou do Boruto para a Sumire ficando em seu ombro, depois disso ele transformou sua cauda em energia escura que penetrou as costas dela, quando isso aconteceu Sumire teve toda a memoria daquela batalha restaurada, inclusive o ponto onde a escuridão do coração dela sumiu deixando-a livre para escolher seu caminho por vontade própria.

— Qual caminho? Qual caminho eu escolhi? – perguntou ela caindo de joelhos no chão e com o rosto em lagrimas.

— Isso eu não posso dizer, o meu velho disse que não podia contar – explicou Boruto – porque você precisa escolher de novo.

Mas ela não sabia o que escolheu, as lembranças que recebeu não diziam o que aconteceu especificamente com ela, se ela não sabia o que escolheu da primeira vez talvez escolhesse um caminho diferente agora, ela tinha que escolher entre permanecer no caminho que seu pai criou pra ela, ou desistir de tudo e se tornar uma simples garota de Konoha.

— Eu vou lhe dizer uma coisa: seja lá qual caminho escolha eu estarei do seu lado – disse Boruto sorrindo um pouco agora – porque assim como da primeira vez eu nunca abandonaria uma amiga.

Isso fez seu peito esquentar de uma forma muito agradável, era um sentimento familiar como se ela já tivesse passado por isso, então esse sentimento ficou repercutindo em sua mente como se tentasse lhe dizer algo, ela olhou para o Nue que ronronou como um gato e depois desapareceu voltando para o selo em sua mão.

— Acho que já está na hora de você voltar – disse Udon parando do lado dela – vá dormir um pouco para por as ideias em ordem, e você também Boruto, pare de complicar as coisas nessa hora da noite.

Udon ajudou sua aluna a levantar e a escoltou de volta para a casa onde estava hospedada, Boruto ficou observando-a ir enquanto se perguntava o que seria dela amanhã, ela voltaria a ser Kakei Sumire ou continuaria sendo a Shigaraki Sumire?

*************************************

— Eu já disse que meu sharingan não é atração – reclamou Sarada de braços cruzados.

— Ah vamos, mostra aí – pedia Inojin – nenhum de nós nunca viu um sharingan, o meu pai disse que ele é assustador e ficou paralisado quando viu o do seu pai.

— Ah eu já vi ambos, os do pai dela são especialmente penetrantes – dizia Chochou fazendo pose de donzela apaixonada.

— Espera, você já viu o pai dela? – perguntou Shikadai – quando foi isso?

— Foi quando...

— Se falar sobre isso eu viro seu cérebro do avesso com o meu sharingan – ameaçou Sarada com um tom mortal.

Chochou começou a tremer e foi pegar um saquinho de batatas, Sarada olhou para os outros mostrando o sharingan que agora estava com duas tomoes* e liberou uma aura assustadora, na mesma hora todos os gennins começaram a tremer e viraram pro lado.

— Her... a Sumire ainda tá dormindo? – perguntou Shikadai mudando de assunto.

— Eu não sei, mas já está na hora do café da manhã – disse Wasabi suando frio.

— E o Boruto nem tá aqui ainda – comentou Mitsuki – eu vou chama-lo.

— Não precisa, eu já tô chegando – dizia ele com uma cara meio morta.

Ele estava obviamente exausto, Boruto explicou que passou horas da noite treinando o primeiro passo do estilo suiton, depois falou sobre sua conversa com Sumire, e agora contou sobre a menina da casa onde está hospedado ficar atormentando-o por horas.

— Então você falou daquilo com ela não foi? – perguntou Sarada – e como ela reagiu?

— É isso mesmo Boruto, como ela reagiu? – perguntou Namida.

— Como vocês acham que ela reagiu? Ela lembrou que atacou Konoha e tentou matar a vila inteira – dizia ele de uma forma que todos sentiram remorsos – ela ficou arrasada.

Era obvio que seria essa a reação, tentar um ataque genocida contra o lar que a acolheu, lutar contra amigos tentando mata-los, e juntando com o que ela sabia antes ser perdoada por todos, certamente ela estava em choque.

— Ela precisava mesmo saber disso? – perguntou Chochou – quero dizer, ninguém precisa de memorias dolorosas não é?

— Meu pai me disse uma vez que “tudo que você já fez ou já viveu molda quem você é agora” – explicou Shikadai – sejam momentos tristes ou bons, todos eles te ajudam a crescer.

— Isso foi inesperadamente incrível de sua parte – brincou Inojin.

— Eu confio que ela vai fazer a escolha certa – disse Boruto realmente confiante – mas seja lá qual escolha ela faça vou apoia-la até o fim.

— E isso é surpreendentemente maduro de sua parte – comentou Sarada.

Parecia que Boruto ia brigar com Sarada, mas o avanço dele cessou quando Mitsuki apontou numa direção anunciando que Sumire estava vindo, num instante Boruto esqueceu do assunto anterior e ficou observando a amiga, ela não parecia nem feliz ou triste, sua expressão era de alguém pensativa, então não dava pra saber a que conclusão ela chegou.

— Bom-dia pessoal – cumprimentou ela com um sorriso que não sabiam dizer se era verdadeiro.

— Bom-dia Sumire! Dormiu bem? – perguntou Namida.

— Sim, de algum jeito eu consegui dormir – respondeu ela sincera – embora demorou um pouco, já que eu estava pensando.

— Já comeu? Todo mundo já comeu mas estávamos pensando em fazer churrasco – dizia Chochou.

— A ideia foi só sua, não nos arraste nisso – advertiu Shikadai.

— Pessoal, eu queria dizer algo – disse Sumire.

Com as palavras dela todos se sentaram no chão próximos a ela, Namida e Wasabi sentaram bem do seu lado, todos ansiosos para ouvir a resposta dela, mas Boruto por alguma razão parecia tranquilo, mesmo que as expressões da Sumire não denunciassem o que ela havia decidido.

— Eu sei que vocês estão esperando uma resposta minha – começou ela – desde já eu agradeço pela chance de poder escolher, por não terem me manipulado em uma direção.

— Não fale assim, tentar trazer a Sumire que conhecemos de volta é o nosso objetivo – dizia Shikadai – foi por isso que contamos todas aquelas historias, pra que você se lembrasse quem foi.

— Ainda assim vocês não tentaram me dizer o que fazer, mesmo quando eu perguntava – continuou ela – por isso qualquer escolha seria apenas minha.

Isso foi apenas natural para eles, além da própria inocência entre eles havia o fato de que eles queriam a Sumire de volta, mas não queriam obriga-la a nada, nenhum deles gostaria de ser obrigado a tomar uma escolha assim, de modo que o pacto entre eles foi que apenas falariam de suas histórias.

— A verdade é que eu não consigo tomar uma decisão, uma parte de mim quer seguir o desejo do meu pai custe o que custar – dizia ela apertando os punhos – e outra parte quer continuar como uma gennin de Konoha como vocês.

— Mas por que não consegue decidir? – perguntou Wasabi segurando a sua mão – precisa de mais tempo? Quer alguma ajuda?

— Não a bombardeei com isso – disse Sarada – o problema dela é outro.

— Eu não consigo escolher porque parece que sou duas pessoas agora – disse ela limpando lagrimas – eu não sei qual é a real agora!

— Ora, isso é fácil de resolver – disse Boruto.

Todos olharam para Boruto, as ordens do Hokage foram para que eles não tentassem influenciar a decisão dela, então mesmo que fosse difícil eles estavam sendo cuidadosos sobre isso, agora Boruto dizia claramente que sabia como ela deveria escolher.

— Se você não consegue decidir com a cabeça basta decidir com o coração – disse Boruto confiante do que dizia – não precisa pensar muito nisso, escolha o que te deixa mais satisfeita.

Todo mundo olhou para o Boruto que parecia bem orgulhoso de sua ideia, depois de constatarem que ele falava sério ficaram sem expressões como se usassem mascaras, a ideia dele era simplista e irrealista demais para ser levada a sério, mas após ouvirem Sumire rir perceberam que isso teve um efeito sobre ela.

— “Escolher com o coração” só podia ser uma ideia sua – dizia ela rindo – a verdade é que a única coisa que quero mesmo é criar mais historias com vocês, pois eu sinto que foi isso que escolhi da última vez.

— Então quer dizer que!... – Namida estava super empolgada.

— Se me for permitido, eu quero voltar pra Konoha com vocês, cumprir mais missões e ter mais historias pra lembrar – respondeu ela – além de continuar corrigindo meus erros anteriores.

As duas companheiras de time abraçaram Sumire com força, Boruto fazia o sinal de ok para a garota que ficava um pouco rubra, os outros não demonstravam tanto mas estavam satisfeitos com a decisão dela, Sumire escolheu ser aquela que viveu na academia e depois formou-se gennin, ela própria estava surpresa com o quão fácil esqueceu o destino que seu pai criou para ela, mas Boruto sabia que ela faria essa escolha, pois a escuridão que a consumia antes foi completamente destruída.

— Se esse assunto foi resolvido podemos ir pra casa – dizia Konohamaru que chegava com os amigos.

— Que bom que vamos continuar como um time – dizia Udon ao lado dele – não seria a mesma coisa sem você.

— E pensar que um plano tão simples funcionaria mesmo – comentou Moegi – o nosso Hokage-sama tem ideias surpreendentes as vezes.

Os três jounins já estavam prontos para partir, na verdade a ordem do Hokage foi para que eles voltassem o mais rápido possível para resolver certas pendencias, agora que Sumire resolveu seu problema a missão estava cumprida.

— Espera, é quase meio-dia – comentou Shikadai.

— E daí? – perguntou Moegi curvando a sobrancelha.

— E daí que se sairmos agora só vamos chegar quase meia-noite na vila – respondeu ele – é um saco viajar durante a madrugada.

— Vocês são muito folgados para gennins! – reclamou Konohamaru – quando eu era gennin a gente até lutava de madrugada!

Nesse momento o chefe da vila chegou até eles, ele dizia que a vila inteira queria agradecer dando uma festa, não havia qualquer motivo para agradecer já que os gennins estavam cumprindo o trabalho deles, mas após alguns dias eles já pareciam membros do vilarejo, a ideia de promover uma festa foi naturalmente aceita por todos.

— A Sumire-chan se recuperou não foi? Então é a melhor hora pra comemorarmos – dizia a senhora que estava cuidando dela.

— Os meninos trabalharam duro nos serviços – disse o chefe da vila – como pagamento vamos dar um belo jantar.

— Tá vendo sensei? Vamos apenas continuar nossa missão – dizia Boruto – ainda tem muitas lacunas para preencher não é?

Ele perguntou isso olhando pra Sumire e piscando, a garota começou a gaguejar exatamente como fazia na academia, a resposta dela determinaria se ficariam ou não para a festa, no final após olhar pra todos os seus amigos e o povo ela suspirou rápido e respondeu.

— Eu ainda não me lembro de nada depois da formatura – dizia ela sem jeito – as meninas iam me falar sobre as missões que fizemos.

— Isso aí sensei – disse Namida – quando voltarmos pra Konoha não vai dar tempo não é?

Era uma óbvia enrolação, mas até os senseis estavam preocupados sobre viajar de madrugada e correr riscos desnecessários, então fingindo acreditar na desculpa esfarrapada deles os gennins tiveram aprovação, e comemorando eles se juntaram ao povo.

E com isso uma festa foi dada na vila ocupando a tarde inteira, os gennins se divertiam livremente com as crianças da vila, o povo satisfeito pedia para que eles voltassem quando quisessem, os jounins acabaram se juntando com eles e comendo junto deles, para depois beber um pouco com os adultos, Namida e Wasabi contavam sobre as missões e com isso Sumire ficava surpresa de ainda estar viva.

De vez em quando Sumire olhava para Boruto, todas as suas lembranças mostravam que foi ele quem a salvou, que lutou por ela até o fim para que não ficasse sozinha no escuro, que acreditou nela quando ela não merecia, por tudo isso Sumire agradecia internamente, principalmente por ele não ter desistido dela neste caso.

— Um dia eu vou lhe retribuir, Boruto-kun – disse ela com a mão no peito que estava completamente leve.

Continua.


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Notas finais do capítulo

*uma das poucas mudanças que farei na base da historia, se Sarada teve uma luta tão tensa então é natural que seu sharingan evolua assim como aconteceu na luta do seu pai contra Haku.
.
Sumire está recuperando todas as suas memorias sobre sua vida, ela ainda tem um caminho a percorrer mas esta crise está encerrada, porém ainda há os problemas que esse ataque causou.
.
OBS: devido a necessidade de atualizar as outras fics, e meu atual ritmo extremamente lento o próximo capitulo vai demorar bastante, mas pelo menos vocês tem a garantia de que ela prosseguirá.



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