Caso 47 - Segredos de um Crime Vol. 1 escrita por Caroline Rodrigues


Capítulo 5
Capítulo 4




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Equinopes? - Stephen perguntou olhando para a folha em suas mãos dentro do saco plásticos.

— É, isso mesmo - Rebecca respondeu - São plantas de solo seco, normalmente são altas,cerca de 1,20cm. Costumam ser encontradas pelos lados do Kansas, Novo México talvez, mas Philadelphia? Acho meio difícil, a não ser que seja em uma estufa - apertou os olhos percebendo minha pergunta silenciosa - Não, não tem espécies dela no parque onde o corpo foi achado - deu de ombros. - Como eu disse, elas precisam de solo seco, e o daqui é úmido demais, não só pelas chuvas.

Rebecca Williams era uma perita forense do FBI. Trabalha comigo desde que entrei na unidade de Homicídios, além de ser muito boa no que fazia, era rápida. Assim que ligamos, Paul contatou ela ,Gordon e Andy para virem até aqui nos ajudar com o caso. Em menos de 3 horas trabalhando, ela já havia conseguido descobrir algumas coisas.

— Acha que isso pode indicar quem era a vítima? - perguntei sugestiva.

— Eu acredito que não - a voz de Andy soou atrás de nós - Falei com Gordon e conseguimos as digitais da moça, peguei a ficha dela.

Andy Reeds era um garoto, tinha seus 26 anos e trabalhava conosco a cerca de dois. Ele tem um ar jovial e adora fazer piadas. O que faz Stephen adora - lo, já eu , nem tanto. Digamos que só um Stephen na minha vida seja o suficiente.

— Está esperando o que para começar a falar ? - perguntei cruzando os braços.

Estávamos dentro de um dos laboratórios do DP da cidade. Podemos dizer que pegamos emprestado, e uma sala de TI e claro, uma sala de reuniões. Aquilo que dizem sobre federais serem folgados, talvez seja verdade.

— Não amansou a fera hoje Detetive ? - Andy perguntou se virando para Stephen. O mesmo sorriu, mordendo os cantos dos lábios.

— Eu não faria isso se fosse você, Redds - Stephen piscou - E diga logo o que descobriu.

Andy sorriu mostrando a fileira de dentes brancos perfeitos. Revirei os olhos lembrando das incontáveis vezes em que ele tentará me levar para sair. Um verdadeiro patife, mas que trabalhava bem.

— Tudo bem - ergueu as mãos em rendição - O nome da vítima era Wendy Smith , tinha 20 anos e "trabalhava" - fez aspas com os dedos - Vendendo seus quadros no Parque Central de Chestnut. Passagem pela polícia por uso de drogas. - fez uma careta fingindo surpresa- Fez o ensino médio em uma cidade pequena no Colorado e se mudou depois da morte dos pais há dois anos - passou a página que estava lendo - Morava em um prédio perto do rodovia, dividia apartamento com duas garotas - franziu as sobrancelhas lendo o final - Uma das amigas, Ariel Novack, registrou um boletim atestando o desaparecimento dela na madrugada de sábado. Disse que ela não voltou mais depois de ir em uma espécie festa, mas não apareceu para saber notícias.

— Que tipo de festa ? - perguntei tentando entender.

— Não aparece aqui - Deu de ombros - Provavelmente era alguma dessas underground ilegais.

— Não tenho dúvidas disso - Stephen estalou a língua - Você disse que ela sumiu na madrugada de sábado, certo ? - Andy assentiu franzindo as sobrancelhas - Nina, a última vítima foi encontrada na segunda - feira, não foi ?

— Sim - arregalei os olhos ligeiramente ao constatar a informação - Ele ainda estava com a quarta vítima quando pegou Wendy!

— Exatamente - Stephen bufou - Tem o endereço do apartamento?

— Sim, vou passar para seu celular - Andy se virou e saiu caminhando em direção a sala de TI.

— Becca, tente descobrir o nome na etiqueta e peça para Wilde ver se encontra alguém da família dela - falei pegando minhas coisas - Eu e Stephen vamos até o apartamento falar com as amigas.

....

O prédio de tijolos vermelhos tinha cinco andares. As escadas na lateral pareciam enferrujadas o suficiente para que ninguém se arriscasse a subir por elas. Na rua, algumas crianças brincavam com bolas e cordas mesmo o tempo estando um tanto frio. Caminhei até lá com Stephen e sua carranca por ter que deixar seu precioso carro na rua. O apartamento ficava no segundo andar, e como esperava não havia um elevador. Subimos os dois lances de escadas enquanto algumas crianças desciam correndo passando por nós.

— É esse aqui -Stephen apontou para a porta verde musgo com o número "21". O corredor era estreito e com portas de ambos os lados. Cerca de oito apartamentos por andar ao que pude notar. Na verdade chamar aquilo de prédio era elogio, já que se parecia mais com um mausoléu. O chão era de um piso bege e com aparência de encardido. As paredes pintadas de azul claro com tinta óleo estavam descascadas e sujas de desenhos de crianças. A luz amarela fazia o lugar parecer mórbido e mais quente do que deveria.

— Vamos logo com isso - não havia campainha, então bati com o punho na porta esperando que tivesse alguém.

Se passaram alguns minutos até que um já estou indo soasse vindo de trás daquela porta.

— Desculpe, estava assando biscoitos - uma moça morena e baixinha apareceu na porta sorrindo, mas seu sorriso murchou ao nos ver parados ali - Ah, boa tarde - se recompôs estreitando mais a brecha na porta - Em que posso ajudar ?

A garota tinha os cabelos cacheados na altura dos ombros, negros e armados. A pele era morena, ela tinha olhos grandes que me lembravam algum personagem de anime.

— Ariel Novack? - perguntei ignorando a cordialidade, a mesma apenas assentiu - Somos do FBI - declarei levantando o distintivo sabendo que Stephen fazia o mesmo ao meu lado - Sou a agente Stewart e esse é o agente Winston - apontei para Stephen - Viemos conversar sobre sua amiga, Wendy Smith.

Os olhos da garota se arregalaram assim que FBI foi pronunciado e aumentaram mais ainda quando o nome da amiga apareceu na conversa.

— O que ela aprontou dessa vez ? Eu sabia que esse sumiço dela não seria coisa boa - a garota respondeu balançando a cabeça.

— Creio que seja um pouco mais complicado que isso, Srta. Novack - Stephen falou sobre meu ombro - Poderíamos entrar e conversar?

— É claro - concordou meio a contra gosto abrindo a porta e nos deixando entrar.

O apartamento, ou melhor, o conjugado, era até o que se podia dizer arrumado. Parecia limpo e organizado. As paredes em tom pastel, de uma cor que eu não saberia dizer ser cinza ou um azul desbotado, estavam pintadas uniformes e vários quadros de formas estranhas e coloridas enfeitavam - nas quase às cobrindo completamente do lado direto. Um sofá bege e pequeno estava no meio coberto por uma manta quadriculada e um tapete preto disposto no chão, uma estante pequena com uma tv de tubo pareciam esquecido ali, uma mesa pequena de quatro cadeiras encostada no balcão que separava a cozinha estava lotada de livros e alguns copos. Haviam duas portas de madeira que julguei serem quarto e banheiro. O cheiro de biscoitos dominava todo o ambiente o deixando mais com cara de lar.

— O que ela fez é muito grave ? - Ariel perguntou torcendo os dedos.

— Ela não fez nada - olhei para Stephen e ele estalou o lábio. Essa é pra você Stewart, era o que ele diria se pudesse - Mas infelizmente não trouxemos boas notícias.

— O que aconteceu? - ela passava seu olhar alarmado entre Stephen e eu de uma maneira tão rápida que jurei ouvi-los saindo do lugar.

— Wendy foi assassinada - soltei de uma vez, sem protelar.

Os olhos da garota se arregalaram ainda mais, dando a ela um aspecto de desenho animado. As lágrimas começaram a se formar e caírem por seu rosto molhando a face. Começamos.

— Morta ?- sussurrou, acredito que para si mesmo - Como ? Como... meu Deus ! - ela soluçou passando uma das mãos pelo rosto - Quando aconteceu?

— O corpo foi encontrado por um grupo de pessoas dentro do Parque de Chestnut ontem a noite - ponderei minhas palavras para não revelar demais por enquanto - Demoramos a contatá - lá pois não sabíamos a identidade dela ainda.

— Não posso acreditar - ela nos olhava aterrorizada tentando controlar o choro.- Ela não merecia isso.

Mas é claro que não merecia , pensei. Nenhuma das vítimas merecia, mas do que adiantaria verbalizar isso agora ?

— Nós temos certeza que não - Stephen respondeu depois de meu silêncio - Sabe se ela tem algum familiar que possa vir até aqui assinar a papelada? - Stephen e sua falta de sensibilidade.

— Não. ..Não, ela não tem - fungou limpando o nariz com as costas da mão - Wendy não tinha mais ninguém - parou parecendo pensar - Talvez uma tia, mas eu realmente não tenho certeza.

— Tudo bem, podemos resolver isso -falei pegando meio bloquinho - Sei que é difícil, mas precisamos que nos responda algumas perguntas, sim? - ela assentiu - E claro, depois iremos coletar o depoimento formal, tudo bem?

— Sim - respondeu com um fio de voz.

— Foi você quem registrou o desaparecimento de Wendy, certo ? - Stephen começou em um tom sério.

— Bem... sim, fui eu - ela olhou para os dedos e depois voltou a nos encarar ainda de olhos marejados - Mas depois percebi que era besteira.

— Porque ?- perguntei tomando a frente.

— Wendy faz essas coisas direto - parou abruptamente derramando mais uma lágrima - Ela fazia isso direto.

— Ela sumia com frequência? - perguntei olhando em seus olhos.

— Sim - fungou novamente - Sabe, ela ... ela sumia, passava dias fora e depois voltava como se nada tivesse acontecido.

— E onde ela ficava todo esse tempo que sumia ? - não sabia para que isso seria útil, mas com certeza seria.

— Isso depende - deu de ombros - Às vezes na casa da namorada, as vezes na de um amigo. Wendy era quase uma nômade aos fins de semana. Nunca vi ela dormir às sextas em dois lugares seguidos.

— E qual foi a diferença dessa vez? - Stephen levou seu olhar até o rosto da garota.

— Como? - ela apertou os olhos em confusão.

— O que foi diferente dessa vez que a fez ir até uma delegacia? - ele arrumou sua fala.

— Ah - a garota exclamou - Ela foi a uma festa como fazia todo fim de semana, nada de estranho - ela mordeu a ponta do um dos dedos - Mas Wendy sempre ligava para avisar onde iria dormir, ou se viria pra casa. Naquele dia ela viria pra casa, ligou avisando - olhou para os lados ponderando sobre algo - Ela havia brigado com a namorada e decidiu vir para cá,mas nunca apareceu.

— E a namorada? Não veio perguntar dela ?- questionei apertando os olhos.

— Ela ligou - a garota engoliu apertando os dedos - Mas não se preocupou, assim como eu. Wendy sempre fazia isso. ..- deixou mais umas lágrimas escorrerem.

Esperamos até que elas as limpasse, e pudéssemos prosseguir. Quando, depois de alguns minutos, finalmente se recompôs voltamos com as perguntas.

— Que tipo de festa era essa que ela foi ? - perguntei e vi as bochechas da garota assumirem um tom rosado.

— Bem.. - fez uma pausa - Não sei se..

— Srta. Novack - Stephen a interrompeu - Nós estamos aqui única e exclusivamente para investigar os assassinatos que vem acontecendo, acreditamos que sua amiga seja mais uma vítima de um sádico. Então caso tenha algo a nos contar, não hesite em nos dizer - foi sincero, surpreendendo até a mim.

A garota arregalou mais ainda os olhos parecendo surpresa. A verdade é que estávamos desesperados por alguma coisa, qualquer coisa que nos levasse a algum lugar o mais rápido possível.

— Era uma festa psicodélica - disse mordendo os lábios - Acontecia direto, quase todos os fins de semana, e Wendy ia em todas. Ela dizia que ajudava com o trabalho - deu de ombros.

— Com o que ela trabalhava exatamente? - ir à festas regadas a álcool e drogas não parecia ser coisa de um trabalho decente.

— Ela pintava - Ariel apontou para a parede da pequena sala lotada com quadros - Ela os vendia no parque, não ganhava muito, mas pagava as contas.

Isso explica aquelas formas estranhas pensei, e pelo olhos que Stephen me lançou, tinha certeza que ele pensou a mesma coisa.

— Essas festas que ela frequentava, ela conhecia todos que iam ?-Stephen perguntou depois de desviar o olhar dos quadros.

— Sim, a maioria. Talvez não todos, mas ela conhecia tantas pessoas que eu não saberia dizer.

— Conhece alguém que esteve lá com ela ? - alguém poderia ter visto alguma coisa.

— Ela foi com Monique - acrescentou quando viu nosso olhar de dúvida - Monique Denver , a namorada dela.

— Certo - anotei em meu bloquinho que ela seria a próxima a fazermos uma visita.

— Sua outra amiga não está? - perguntei me lembrando de que Andy disse que a vítima morava com duas garotas.

— A Sarah? - perguntou e eu assenti -Ela se mudou, dois dias antes da Wendy sumir - deu de ombros.

— Tudo bem - suspirei já sem esperanças. - Nós acabamos por aqui, mas um policial irá ligar para que vá até a delegação prestar o depoimento formal, tudo bem ?

— Sim, claro - fez uma pausa torcendo os dedos - E o... corpo?

— Vamos tentar achar algum familiar, caso não tenha resultados você é a pessoa mais próxima. Basta se apresentar quando for contatada - forcei um sorriso fraco.

— Certo, obrigada e...

— Só mais uma pergunta - Stephen a interrompeu novamente - Wendy falou de alguém novo que conheceu nessas festas ?

— Como eu disse, ela conhece muita gente - falou apertando os lábios.

— Mas não houve ninguém que ela deu certa atenção especial? Que comentou sobre com você?

A morena pareceu pensar enquanto mordia o lábio inferior. Se fosse um caso normal, entenderia a pergunta dele, mas um serial Killer? Estreitei os olhos para ele, porém ele me ignorou e continua com sua atenção na garota.

— Bem, nessas festas eu não lembro de ninguém novo que ela comentou - fez outra pausa pensando novamente - Mas ela falou sobre um garoto na semana em que sumiu. Disse que ele comprou um quadro dela no parque e os dois conversaram um pouco, parece que os dois até trocaram números de celular. Mas durante a semana ela não falou mais sobre isso.

— Sabe o nome dele? - não sabia onde isso ia nos levar, mas qualquer coisa bastava.

— Não, ela não me disse - deu de ombros.

— Tudo bem, Srta. Novack - Stephen sorriu forçado - Muito obrigada por responder nossas perguntas, e sentimos muito. Caso se lembre de algo, não hesite em nos ligar - estendeu o cartão com seu número para ela.

— Tudo bem - olhou para baixo fitando os próprios pés.

— E mais uma vez, sentimos muito - acrescentei.

Ela apenas assentiu e abriu a porta para que saíssemos. Esperei até estarmos do lado de fora da prédio para questionar Stephen sobre suas últimas perguntas. Quando finalmente paramos perto do carro preto me inclinei sobre o mesmo.

— Porque perturbou se ela conheceu alguém novo ? - questionei arqueado uma das sobrancelhas - Sabe que isso não é padrão para esses casos, e nenhuma das vítimas tem amigos em comum.

Stephen tinha um expressão divertida no rosto, o que só me deixou irritada. A situação piorou quando ele revirou os olhos. Quis voar no pescoço dele e nem mesmo entendo o motivo.

— Não faça essa cara - ele sorriu ante minha cara de pura raiva - É simples, nenhum dos casos foi relatado gritaria, ou movimentação estranha por perto de onde as vítimas foram levadas. Não acha estranho? - falou destravando as portas do carro e entrando no motorista.

— Ele pode te-los pego de surpresa, e todos foram levados tarde da noite - respondi entrando no carro ao seu lado.

— Isso não explica nenhuma vítima ter apresentado resistência - piscou para mim - Ele pode ter as sedado quando já estava com elas, por isso não lutaram. Mas e antes? - ergueu as sobrancelhas grossas sugestivos - A única explicação é que ele é ótimo sequestrador e muito forte, ou as vítimas já o conheciam.

Ponderei. Em partes ele tinha razão, mas havia pontas soltas, como o fato de nenhuma das investigações anteriores ter relatado ligações entre nenhuma das quatro vítimas, e até onde chegamos, a quinta também não deu em nada.

— Se elas já o conheciam, então como deixaram passar ? - ele começou a pôr o carro em movimento.

— Ele provavelmente se apresentou de forma diferente para cada vítima, nomes diferentes, gostos diferentes mas sempre parecidos com os de seus alvos, você sabe, tudo calculado - deu de ombros - Além do que, nenhuma das vítimas foi pega fazendo nada fora do seu normal, então como chegar a uma conclusão dessas?

— Do mesmo modo que você? - ergui uma sobrancelha e vi ele sorrir de canto.

— Nós fomos treinados para isso - suspirou - Fomos treinados para pensar como eles.

Fiquei em silêncio por algum tempo.Stephen tinha sempre esse mesmo conflito. Fomos treinados para pensar como um psicopata, chegar às mesmas conclusões que eles, ter as mesmas idéias, entender como e porque eles fazem algo. Mas principalmente, saber seus próximos passos e até mesmo o que eles fazem quando tudo dá errado. Basicamente, somos eles, mas do lado certo. Stephen odeia essa parte. Pensar que seu cérebro trabalha do mesmo modo de uma pessoa desse tipo é atordoante, e saber que você é o mocinho que vai prendê - los não torna as coisas mais simples. Temos conflitos internos que a maioria das pessoas nem sonha serem possíveis. Noites em sua claro, pesadelos reais, cenas inesquecíveis de tão cruéis e sempre ter a sensação de que poderia ter feito mais.

— Você sabe que não é assim - falei por fim depois de um suspiro.

— Será? - ele perguntou dando um riso nervoso.

— Stephen, só. . Pare. De nada adianta ficar... - fui interrompida pelo toque gritante do meu celular no bolso. Retirei e atendi rapidamente quando vi quem era - Alguma novidade?

Sim , consegui restaurar a etiqueta. Mas não foi algo relevante— mesmo sem olhar eu sabia que Rebecca torcia o nariz.

— Nós estamos indo, em cinco minutos estaremos ai - respondi empolgada.

Tudo bem - falou e desligou logo em seguida.

— Alguma novidade? - o moreno perguntou ao meu lado, virando seus olhos para mim rapidamente e logo voltando a estrada.

— Becca conseguiu restaurar a etiqueta.

— Isso é bom -falou e eu apenas concordei com a cabeça.

Chegamos em menos de cinco minutos. Adentramos o prédio quase correndo, chegando até a esbarrar em algumas pessoas. O laboratório estava com a porta aberta e Rebecca olhava algo na tela de seu notebook.

— Williams? - chamei atraindo sua atenção enquanto entrávamos no lugar - O que conseguiu?

— Ah sim, bem, deu um pouco de trabalho - fez uma careta nos chamando para perto da tela que ela olhava quando chegamos, que estava aberta em um programa de imagens tridimensional - Nenhum produto químico surtiu efeito e fiquei com medo de estragar mais ainda, então decidi testar com esse programa. - apontou para a tela.

— O que ele faz ? - Stephen perguntou curioso.

— Basicamente, ele aumenta fragmentos deixando as imagens tridimensionais facilitando a identificação do tipo , no caso aqui, de tecido - sorriu de lado explicando.

— E como fez com a etiqueta?

— Coloquei ela no microscópio digital e passei a imagem para cá -apontou para a tela novamente - Analisei cada fibra e identifiquei letra por letra em sequência, montando as frases, depois remontei a etiqueta virtualmente pra ver se batia com a original. E foi isso que consegui.

Ela se virou para o notebook e abriu em uma imagem. Era a etiqueta branca, mas agora com a escrita contida nela visível.

" Sanatório ByBerry, Dr. George Jencks - 1906 "

— Eu pesquisei - ela disse chamando nossa atenção - O Sanatório foi fechado em 1987, e esse médico morreu antes mesmo disso. - suspirou em derrota - Como eu havia dito, nada relevante.

Se essa camisola vinha do tal hospital, alguma coisa significava. Porque pegar uma camisola velha de um hospital fechado há 31 anos ?

— Não é insignificante - sorri de lado - Se ele pegou isso de lá, pode ser que more nas redondezas.

— Vamos dar uma olhada então - Stephen falou já caminhando para saída - Temos que falar com a namorada de Wendy também, e depois com todas as pessoas próximas das outras vítimas. Vamos montar logo esse perfil e pegar esse cara de uma vez .


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