Pov's Katniss

— Amiga, pelo amor de Deus, me ajuda! - Johanna suplica aparecendo na sacada do quarto dela que fica ao lado da sacada do meu quarto.

Bem, deixa eu explicar alguns acontecimentos pra entenderem melhor:
Lembram da casa maravilhosa com saída pra praia que Peeta me contara que havia comprado, no mesmo dia em que ele me pediu em namoro? É exatamente nela que nós moramos agora. A verdade é que ele planejou isso! No dia em que me levou até lá pra pedir minha opinião e falou da intenção dele de comprar, foi justamente com o intuito de saber se eu gostava da casa e do lugar, pra quando nos casassemos! Sim, meu marido é bastante precavido, não? E como eu de fato fiquei apaixonada pela casa e até falei que moraria nela se pudesse, ele não exitou em comprá-la. E agora é onde moramos, e minha antiga casa foi vendida.

Coincidentemente, pouco tempo depois que Peeta se mudara pra cá, sozinho ainda, a casa ao lado que também é incrível fora desocupada. E adivinha quem fechou a compra na hora que soube da novidade? Sim, Finnick! O outro loiro seguiu a ideia do meu marido e levou Johanna até lá, para ter a aprovação da minha amiga. Poucos meses depois que Peeta e eu nós casamos Johanna e Finnick se casaram. Agora somos vizinhos!

Então, continuando com as novidades. Quando eu disse que era um novo recomeço para mim e meu pai também, foi verdade. Ele mudou completamente e agora nos damos muito bem. Finalmente começamos a construir uma relação de pai e filha! Ele também se desculpou melhor com Peeta, pouco depois que voltamos da lua de mel e os dois acabaram se tornando grandes amigos e descobriram várias gostos em comum. Minha mãe não podia estar mais feliz, assim como eu.

E nossa filha? Continua sendo a criatura mais fofa do mundo. E continua também cobrando a tal irmãozinho que Peeta prometera que ela teria. De acordo com ela já é tempo. "Eu já cresci mais um pouquinho. E agora vocês dois até se cansaram. Já posso ter um irmão ou irmã, certo?" é o que ela diz. Com frequência. E não importa todas as desculpas que eu use, nunca é o suficiente.

— O que aconteceu? - perguntei preocupada com o desespero da morena ao lado.

— Espera, tô indo aí! - ela diz e desaparece no segundo seguinte. Poucos minutos depois uma Johanna aflita aparece na minha casa, na sacada onde eu estava.

— Isso! - ela estende a mão, me entregando o objeto. Era um teste de gravidez marcando dois palitinhos rosa.

— Aí meu Deus! Você tá grávida! - exclamo surpresa e animada.

— Tira essa droga de sorriso da cara, Katniss! Eu tô desesperada, não tá vendo? - ela responde, mal humorada, passando a mão pelo rosto.

— O que? Por que? - questiono fazendo-a me olhar como se eu fosse a maior idiota da terra.

— Como assim por que? Eu não estou preparada pra ser mãe, Katniss. Isso é loucura! Quer dizer, eu amo a Manu e acho crianças incríveis, mas não tô pronta pra ter uma minha. - explica, aflita.

— Ei, fica calma! - seguro suas mãos fazendo-a parar quieta e me olhar. - Eu sei que parece loucura, mas vai ficar tudo bem, ok? - digo, tentando tranquiliza-la.

— Não, não vai! Não consigo fazer isso. - retruca ela.

— Amiga, vamos analisar bem: você tem um marido incrível que é louco por você e adora crianças. Eu aposto que ele vai ficar super animado! Finnick vai ser um ótimo pai. Você também tem ótimas condições financeiras e emocional para poder receber um bebê, o que é um ponto muito importante! Eu sei que pode ser assustador a ideia de ser completamente responsável por outra vida, mas daqui a pouco você vai descobrir que é a melhor coisa que poderia te acontecer. E de repente você vai estar amando essa criaturinha minúsculas dentro de você muito mais do que a sua própria vida, antes mesmo de conhecê-la. É completamente insano e maravilhoso! E, como eu disse, pode ser assustador no começo mas, amiga, ninguém nunca tá realmente preparado pra ser pai ou mãe. Você apenas é quando precisa ser! Você foi a pessoa que mais me apoiou com a Manuela, ainda que as circunstâncias que eu me encontrava fossem bem piores. Você mais do que todo mundo me ajudou a cuidar dela, em todos os momentos! Você sempre fora como uma segunda mãe pra minha filha! E agora é sua vez e eu tenho certeza que você vai ser uma mãe maravilhosa! Além disso, você não está sozinha, ok? Finnick é um homem maravilhoso também e vai estar com você o tempo todo. E, claro, você tem a mim sempre, você sabe! - termino meu discurso com um sorriso reconfortante para minha amiga que estava com lágrimas nos olhos. Ela me abraça apertado e começa a chorar.

— Acho que você tem razão! - ela fala, depois de um tempo, conseguindo parar de chorar.

— Óbvio que eu tenho razão! É uma boa notícia, Johanna! Então pare de chorar e coloque um sorriso nessa cara vermelha! - digo sacudindo-a levemente pelos ombros, fazendo-a rir.

— Obrigada, Niss! Você é a melhor! - ela sorri, parecendo mais calma.

— Disponha! - sorrio também! - Aí meu Deus, nós vamos ter um bebê! - exclamo, empolgada de novo e a abarço mais uma vez. Ela ri.

— É, parece que sim! - a morena retribui meu abraço e acaba até se empolgando com a ideia também.

— Vem, vamos logo! - arrasto ela pela mão, indo em direção a saída de casa.

— Pra onde? - ela pergunta, confusa.

— Pro hospital, ué! Você precisa mais do que um teste de farmácia pra contar ao Finnick, né. - alego.

— Eu não deveria marcar um exame de sangue antes? - levanta uma sobrancelha.

— Supostamente! Mas, Addison, minha amiga ginecologista e obstetra, pode fazer um em você lá mesmo e enquanto esperamos o resultado, você aproveita pra tirar suas dúvidas com ela. Cortesia de ser amiga de médica. Aproveita! - explico e ela ri.

— Isso é meio trapaça! - a morena constata.

— É, eu sei! Odeio ser corrupta, mas estamos falando do meu futuro sobrinho ou sobrinha. - aponto e ela concorda.

— Tá, então! - dá de ombros, entrando no meu carro.

***

Hoje faz exatamente 1 ano que Peeta e eu nos casamos. É sexta-feira e a noite será o chá de bebê de Johanna! Minha amiga está apenas de 5 meses, mas decidira fazer o chá agora mesmo, por não aguentar mais esperar. A Johanna desesperada que apareceu na minha casa no dia que descobriu a gravidez, desapareceu completamente. Ela não podia estar mais feliz e empolgada, assim como Finnick que não parava de sorrir e falar do bebê um minuto sequer!

Como a festa seria hoje, Peeta e eu deixamos pra comemorar nosso aniversário de casamento amanhã. Contudo, eu não podia mais esperar lhe dar o "presente"! Eu faria isso amanhã, quando saíssemos pra jantar, porém não consigo mais aguentar a ansiedade. Então, saí um pouco mais cedo do hospital e aproveitei que hoje Manu não teve aula devido a um evento dos professores, para pedir a ajuda da minha filha! Contei pra ela do que se tratava e a loirinha não conseguia conter a animação e ansiedade.

— Nossa, o papai tá demorando muito, mamãe! - ela diz olhando no relógio que marcava só 10 minutos depois do horário de saída do trabalho do meu marido.

— Ele já deve estar chegando, filha! Lembra de como combinamos. - sorrio cúmplice para ela.

— Pode deixar! - ela dá uma piscadela.

Alguns minutos depois, Peeta chega! Ele nos cumprimento com um beijo em cada uma como de costume e sobe para o quarto para trocar de roupa. Um tempo depois ele volta, vai até a cozinha pegar uma xícara de café e um pratinho com pão de queijo que Greasy tinha feito pro nosso café da tarde, então volta pra sala onde eu e minha filha aguardavamos. Depois de terminar de comer e conversarmos sobre como foi nossos dias, Manuela decide que está na hora de colocar o plano em ação.

— Papai, vamos sentar ali fora pra ver o pôr do sol. - Manu chama, já o arrastando para a porta que dava na praia. Os dois sentam nas espreguiçadeiras de frente para o mar, onde o sol já já começaria a esconder.

— Também quero participar! - digo, me aproximando dos dois loiros. Peeta estende uma mão para mim, que seguro, e me puxa pra sentar sobre suas pernas. Então me abraça pela cintura e puxa a espreguiçadeira que nossa filha estava sentada para mais perto de nós, passando um braço sobre os ombros dela.

— Quero aproveitar esse nosso horário preferido do dia pra te dar seu presente! - falo, me sentando de lado afim de poder olhar para o rosto dele.

— Achei que comemorariamos nosso aniversário amanhã, amor! Ainda não comprei seu presente. - ele responde, sem entender.

— Eu sei, mas o presente também é pra Manuela, então achei justo que ela estivesse junto. - digo e ele arquea uma sobrancelha.

— Como assim? - pergunta, confuso. Eu rio junto com minha filha. Peeta olha pra ela, ainda sem entender.

— Por acaso vocês duas estão zuando comigo? - ele ri, completamente perdido.

— Claro que não, papaizinho! É que tá engraçado sua cara de quem não tá entendendo nada! - Manu explica.

— Certo! E ninguém vai explicar? - o loiro questiona novamente.

— É que o presente do senhor é o máximo! E eu amei saber o que é! - ela ri, explicando meio por cima.

— Ainda não tô entendendo nada! - meu marido alega, franzindo o nariz. - Não tô vendo nenhum embrulho por aqui! - Ele procura com a cabeça ao redor.

— Na verdade ainda vai demorar um pouquinho pra chegar. - digo, me divertindo com a confusão dele.

— Então é algo encomendado especialmente pra mim? - ele ri.

— É! Não foi uma encomenda exatamente planejada, mas achei que você gostaria de todo jeito! - comento, dando de ombros.

— E o que é? - pergunta, curioso.

— Bom... - Manu começa, então se põe de pé se aproximando ainda mais de nós. Pega as duas mãos do pai e as coloca sobre minha barriga. - Mamãe disse que só nos mês que vem vamos saber o que é! - a loirinha faz piada, se referindo ao tempo de espera para saber o sexo de um bebê.

— Espera, você tá... - Peeta parece finalmente entender do que se trata, olhando para suas mãos espalmadas na minha barriga e depois para mim, consecutivamente. Ele estava com a boca entreaberta, parecendo ter esquecido como fala.

— Grávida! - completo a frase dele, com um sorriso.

— Isso mesmo,  papaizinho lindo! Eu vou ter um irmãozinho ou irmãzinha! Finalmente! Viva, viva! - Manu exclama, batendo palminhas empolgada e sorrindo também. Peeta abre um sorriso imenso e me beija apaixonadamente.

— Você me faz o homem mais feliz do mundo a cada milésimo de segundo da sua existência, sabe?!! - o loiro fala ainda com o sorriso que não sai dos lábios.

— Surpresa! - digo, com meu sorriso aumentando ainda mais ao notar a emoção e felicidade do meu marido, que ainda tinha os olhos cheio de lágrimas.

Ele trás Manuela para seu colo também, fazendo com que cada uma de nós fique em uma perna. Beija o topo da cabeça da loirinha, deposita mais um selinho demorado em meus lábios.

— Eu amo vocês! Vocês três! - ele fala, abraçado a filha com um braço e o outro envolvendo minha cintura enquanto sua mão acaricia suavemente minha barriga. E ali passamos o resto da tarde, admirando o espetáculo que a natureza nos proporciona todo fim de tarde, com um sorriso no rosto de cada um e com nossos corações tranquilos, felizes e completos. E nesse momento, entendo verdadeiramente o real significado de "felicidade"...

FIM!