Mercy escrita por kasume


Capítulo 9
Fuga e busca


Notas iniciais do capítulo

Desculpa mesmo por ter demorado para posta para todos que continuam lendo obrigado não desista de mim



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Helga 

 

—Para amanhã eu quero os exercícios das páginas 58 e 59  do livro de biologia e as 112, 113 e 114 do livro de história – senhor Simons fala enquanto escreve na lousa, olho para o relógio na parede, falta 5 minutos para o último sinal bater e só então percebo como estive concentrada durante as aulas, já que não vi o tempo passar- por favor prestem bastante atenção na página 59 de biologia, principalmente no exercício sete sobre membrana  -bufo (droga, não acredito que de todas as matérias o professor tinha que passar justo biologia para casa), começo a guarda as minhas coisas na bolsa e espero o professor nos liberar. 

—Arnold! - Lyla chama por ele com aquela voz enjoada e fina- obrigado pela borracha-  olho para o lado, ela entrega o pequeno objeto e os dois conversam enquanto o Arnold guarda um caderno, depois do recreio Lyla não desgrudou mais dele e a todo minuto ela arrumava uma desculpa para falar com o Arnold e ali, bem agora estava mais um desses momentos, viro para frente em busca do relógio encima da lousa, ainda falta 2 minutos, os dois riem do meu lado e eu foco ainda mais nos ponteiros torcendo, implorando para eles andarem mais rápido, mas eles não vão e o tempo parece não passar, definitivamente duas fileiras não foram o bastante para me separa do cabeça de bigorna. O relógio finalmente decide colabora, 30 segundos para o sinal e eu começo a contar 29... 28... 27 

—-Nossa Lyla,  não sabia que você estava me procurando no intervalo- Arnold fala preocupado como se fosse culpado de algo (deve tá arrependo de ter passado o intervalo  comigo) – se eu soubesse...  

—Tudo bem Arnold – ela interrompe ele. 20... 19... 18... - estou certa de que você não tinha como saber. 

—Mesmo assim Lyla, eu quero compensar você - 15...14... 13... 

—já que é isso o que você quer, me promete que vai passar o recreio comigo amanhã, estou certa de que isso vai me fazer muito feliz- ao ouvi aquilo eu gelo, olho para o Arnold e ele hesita em responder, e nesse pequeno momento sinto esperança, mesmo sabendo a resposta dele sinto uma pequena esperança de que ele dirá não, 9... 8... 7... 

—Claro que eu prometo Lyla- Arnold sorri, um sorriso bobo alegre um sorriso... que era só dela 3... 2... 1.... 

 

RIIIIIIIIIIIMMMMMMMM RIMMMMMMMMMMMMM 

Finalmente o sinal bate e eu levanto rápido pegando a minha bolsa e passo no meio dos dois de cabeça baixa, não espero por Phoebe que me chama, eu não posso parar, não posso parar porque agora o aperto no meu peito dói e dói muito. 

... 

Decido voltar andado, quero colocar meus pensamentos em ordem, mas parece que toda a caminha não tinha sido o suficiente e já estou em frente à minha casa, "ótimo, agora vou ter que lidar com a miss simpatia e seus dois fãs números um sem a Evie" respiro fundo e abro a porta. 

—Cheguei –  espero e não recebo resposta, estranho, vou em direção a sala em busca de alguém e entro, porém no lugar dos meus pais ou da minha irmã encontro um homem que não conheço sentado de cabeça baixa no sofá de costas para mim, dou alguns passos e paro de frente para ele o assustando e fazendo-o levantar de maneira desajeitada –quem é você ? - cruzo os braços e o encaro. 

—Èhhe... - ele enrola um pouco para fala, como se por um minuto tivesse esquecido quem ele era – uhh... oi... meu nome é Edward – diz e estende a mão em minha direção com um sorriso no rosto  - e você, qual é o seu nome?- encaro Edward por mais algum segundos antes de esticar minha mão para cumprimentá-lo. 

—Oi, eu sou Hel...- 

—Helga – Olga vem da cozinha, e para ao meu lado - acho que já conheceu minha irmãzinha- ela me abraça com um dos braços- Helga esse é o senhor Edward Guzman, sou professora assistente na sala dele. 

—Você pode me chamar de Edi – ele diz sorrindo tímido estendendo a mão mais uma vez na minha direção  

—E essa é Helga, minha querida irmã- ela me apresenta e finalmente nos cumprimentamos- os alunos fizeram prova hoje e como a escola estava meio bagunçada por causa das férias convidei sr.Guzman para fazer as correções aqui. 

— Ah, e onde estão os nossos pais? - Olga leva o indicado aos lábios enquanto olha para cima como se estivesse tentando se lembrar.  

— Papai ainda não chegou e mamãe foi ao mercado- fala por fim  

— Entendi... espera aí, você deixou a Mirian ir ao mercado sozinha? – “Ótimo, ela vai esquecer as compras encima do carro e vamos ficar sem jantar” levo minha mão ao rosto em frustração e posso sentir eles me encaram sem entender. 

— Sim, qual o problema? - Não culpo a minha irmã por não entender minha preocupação, afinal quando ela foi para faculdade o problema da minha mãe não era tão sério e em todas as suas visitas com exceção de um ou outro feriado Mirian estava ocupada de mais desmanchando elogios pra Olga para deixar transparecer. 

— Nada, é... queee... é só que eu esqueci de pedi para ela trazer algo, só isso... – tento disfarça até sentir um cheiro forte vindo da cozinha - que cheiro de queimado é esse? – a mulher loira ao meu lado dá um pulo. 

— Meus cookies- Olga sai correndo em direção a cozinha e Ed a acompanha com o olhar, decido subir para o meu quarto e de repente a voz do sr Simon vem me lembrar da lição de casa, história não ia ser um problema, agora biologia. Olho para os lados como se procurando uma solução para aquilo e por incrível que pareça eu encontro sentado no meu sofá. 

—hmm, então você é professor? -Falo pegando a minha mochila e indo até o sofá  

— Sim, eu sou- ele me olha sem entender 

— Se a minha irmã é professora assistente na sua sala, então você deve dar aula para crianças da minha idade, certo? - Começo a pegar meu caderno, livro e estojo  

— É, meus alunos têm a sua idade, porque? - ele me olha confuso  

—Você se considera um bom professor? - abro meu livro de biologia e o caderno  

— Eu acho que sou um bom professor- seu rosto que antes mostrava dúvida agora tem um pequeno sorriso, acho que ele está começando a perceber aonde aquela conversa estava indo. 

—Então prova! - falo com desafio na voz 

— Hahahahah, e como eu posso provar isso? – ele pergunta em meio as risadas finalmente entendo aonde eu queria chegar  

— Que tal me explicando a estrutura de uma célula – peço já sentada na mesinha de centro com a caneta na mão 

— Certo, certo- ele fala ainda sorrindo – primeiro toda célula é formada por uma membrana plasmática...  

Dava para ver que ele adorava ensina porque o homem tímido que estava sentado na minha sala se transformou em um cara legal e engraça enquanto me explicava a matéria e eu tenho que admitir Ed é um ótimo professor depois de 8 minutos com ele me explicando já podia responder todas as perguntas. 

— Acabei – falo alto ao escrever a última resposta  

— O que você achou, sou ou não sou um bom professor? - ele pergunta com um ar superior fazendo graça   

— Bom, bom não, mas da pro gasto- brinco enquanto guardo as minhas coisas 

— Bem, quem sabe se a aluna fosse melhor? -Ed levanta os ombros e faz uma cara de deboche  

— Espera aí, você tá falando que não sou uma boa aluna? - pergunto indignada  

—É, da pro gasto- ele fala balançado a cabeça para cima e para baixo ainda debochando de mim, pego a almofada que estava do meu lado e jogo nele acertando no rosto e começo a rir com a cara que ele faz. 

— Hahahah, me zoa agor... – uma almofada me atinge antes que eu possa termina de fala, olho com raiva para frente e vejo Ed rindo e apontando para mim e não consigo me segurar acabo rindo junto com ele. 

Tó tororotototoó (iphone tocando kkk) 

Um celular toca chamando nossa atenção para a porta, fico surpresa ao ver Olga parada olhando para nós com um leve sorriso no rosto, um sorriso que eu não sei explicar, mas aquele sorriso parece diferente dos que ela normalmente dava, parecia menos perfeito e mais real. 

Tó tororotototoó 

 O celular continua tocando, e posso nota que o som vem do bolso da minha irmã que está segurando uma bandeja cheia, era óbvio que ela não poderia atender, olho para frente com a intenção de pedi que o Ed a ajude, mas não precisei antes mesmo que eu pudesse dizer qualquer coisa ele já estava de pé andando meio tenso e com a cabeça e atrapalhado na direção de Olga pronto para ajudá-la, mal dava para acreditar que o homem que ria feito uma criança a momentos atrás comigo era o mesmo que agora carrega a bandeja, ele tinha voltado a ficar tímido e desajeitado também pelo jeito que colocou a bandeja na mesa, volto minha atenção para Olga que encara a tela do telefone  para logo depois desliga rápido, ela vem em nossa direção, e pega sua pasta e tira um monte de papeis que eu acho ser as provas dos alunos deles, “ certo, hora de ir” começo a guarda as minhas coisas. 

—Onde você vai Helga? - Olga pergunta enquanto coloca um pouco de café em uma xícara para Ed 

—Para o meu quarto- falo colocando a mochila nas costas e apontando para as escadas  

—você pode ficar se quiser –ela diz meio hesitante, dou uma olhada para Edward e ele está olhando para Olga e o jeito que ele olha para ela...  - tenho certeza que o senhor Guzman não vai se importa – minha irmã diz olhando para Ed que fica vermelho na hora e só acena com a cabeça  

—Não, valeu, mas eu prefiro ir para o meu quarto do que ficar vendo vocês corrigindo provas – falo já me virando e indo para as escadas  

—Espera – Olga me chama e eu paro virando para ela – pelo menos leva alguns biscoitos para você, eu trouxe um copo de leite também - vem até mim com um prato de cookies na mão e o copo na outra. 

—obrigado – pego o prato e copo, me inclino um pouco para o lado para poder ver o homem que minha irmã estava tapando- até mais Ed – digo e finalmente subo para o meu quarto, coloco o copo e prato sobre o criado mudo e me jogo na cama com um cookie na boca e encaro o teto, as estrelas que brilham no escuro que Olga colo ainda estão lá, lembro de quando cheguei da escolinha e as vi, ela me disse que aquilo deixava o quarto alegre e que me ajudaria a dormi,  eu realmente não gostava delas, quando Olga saiu naquele dia tentei tira-las o máximo que pude, mas eram muito altas e desisti, agora que eu as alcanço não quero tira-las aponto para uma e olho para minha mão e o rosto do Arnold vem, a hora em que ele segurou a minha mão enquanto me puxava para fugir da guerra de comida. 

—Só vem comigo  

 Coloco minhas mãos justas e as levo até o meu rosto, posso sentir o sorriso bobo que está nos meus lábios e pela (sei lá) décima vez hoje abro minha mochila, só que no lugar de tirar os meus matérias tiro o meu caderno rosa de poemas e o abraço contra o peito. 

—... eu estou aqui, posso te ouvi  

Aperto ainda mais o pequeno caderno, essa não era a primeira vez que o Arnold me oferecia ajuda, mas foi a primeira vez que ele quis tanto saber de mim, sei que para ele eu sou só mais uma colega que precisa de seus conselhos e isso talvez não signifique nada, mas não consigo parar de sorrir ao pensar nele, ao pensar que ele está preocupado comigo, quando penso nas risadas que demos juntos, na nossa queda e em como ele estava tão perto de mim 

Foi mal, foi mal é só que parece que faz muito tempo que você não me chama assim — a risada mal contida ainda estava na voz dele- só que agora parece que as coisas estão mais certas-  

E sem querer dou uma risada divertida ao lembrar daquilo, como alguém pode sentir falta de um apelido como “cabeça de Bigorna” solto um suspiro que confesso saiu muito apaixonado e abro o caderninho sentindo enfim a inspiração que me faltava surgi, pego a caneta e começo a escrever, uma onda de felicidade me invadi enquanto escrevo, esse sentimento é tão bom, me aquece e me faz esquecer o porquê não quero mais sentir isso, enquanto estou perdida nos pensamentos sobre o Arnold o rosto de outra pessoa aparece, Lyla e com ela os motivos do “porque” eu não quero mais gosta do Arnold, o que me fez ver que ele nunca vai gostar de mim, minha mão para de escrever e as lembranças do dia que me confessei para ele vem, naquele dia eu falei tudo de uma vez e o beijei em um impulso de coragem encima daquela torre, coragem essa que desapareceu quando tudo se acalmo dando lugar ao medo, ao medo de ouvi a resposta dele, por isso quando ele não levou a minha confissão a sério eu fiquei feliz ao ponto de sair saltitando, eu não teria que encarar a rejeição dele, mas no lugar disso tive que enfrentar algo que me doeu bem mais, a indiferença, demorou uma semana para que eu percebesse que ter recebido uma confissão de mim não o tinha afetado em nada ele continuava agindo do mesmo jeito o mesmo Arnold de sempre e que aquilo para o qual eu tinha juntado toda minha coragem para dizer havia significado tão pouco ou nada enquanto um simples bom dia da Lyla o deixava vermelho e um “vamos passar o recreio juntos” o fazia dar um sorriso babão.  

Olho para a folha aonde eu tinha acabado de escrever mais um dos meus poemas e em uma onda de raiva arranco a página com tudo a rasgando em pequenos pedaços e jogo o caderno em cima da cama, termino de comer os cookies que Olga tinha me dado e acabo dormindo com a certeza de que ficar longe do Arnold era a coisa certa a se fazer. 

... 

—Helguinha, Helguinha – sinto meu corpo balançar enquanto alguém me chama – vamos, Helguinha acorda- abro um pouco meus olhos ainda sonolenta, e vejo minha tia sentada do meu lado 

—Evie me deixa dormi- empurro ela de leve  

—Não, acorda já está na hora da janta e eu não vou te deixar dormi sem comer nada, levanta- Evie me puxa pelos braços me obrigando a sentar na cama- agora vamos, só falta nos duas na mesa-  

Uhuun- a ideia de jantar com a minha família inteira já é o suficiente para me jogar na cama novamente, mas Evie não deixa e me puxa de volta – depois eu como Evie  

—Então vamos fazer assim, você levanta agora e depois nos duas jogamos quem é o pintor enquanto acabamos com um pote de sorvete - eu finalmente acordo já animada pelo jogo e o sorvete- mas só se você comer todos os legumes e já tiver feito a lição de casa -minha tia completa 

—Eu ainda não fiz toda a minha lição- Ed só tinha me ajudado com biologia de tarde -e você disse que era boa com história, será que vo... -Hesito um pouco, e respiro fundo antes de perguntar - você pode me ajudar com a lição de história? - desvio o olhar para um canto esperando a resposta. 

—Claro Helga, que pergunta- ela diz sorrindo, e todo o meu medo dela rejeitar some- é logico que eu vou te ajudar- devolvo o sorriso e nos duas descemos para jantar com a “família perfeita”.  

 

 

... 

 

 

Arnold  

 

 

Hey Arnold  

            Hey Arnold  

                           Hey Arnold  

Desligo o meu despertado, levanto e vou para o banheiro que por um milagre não está lotado faço minha higiene e desço para tomar o meu café da manhã, bem na hora em que vovô e o sr Oscar estão brigando por uma calabresa, senhor Ernie batia as mãos na mesa pedindo para os dois pararem com aquilo, e sr Hyuun grita pedindo comida, sento no meu lugar na mesa e pego um pedaço de pão e jogo para Abner que morde no ar e enquanto eu faço carinho nele, vovó sai da cozinha pulando em cima da mesa com a frigideira na mão  apontando para o senhor Hyuun que para de gritar, e em meio àquela confusão eu tomo meu café da manhã, já estou acostumado, afinal eles são a minha família (família...)  como será que seria se meus pais estivessem aqui? não é que eu esteja infeliz em só ter os meus avós e os inquilinos, mas as vezes sinto que falta algo, que falta eles, a bagunça continua ali na mesas e coisas começam a voa desvio de uma maçã que vinha em minha direção, olho para a fruta que agora era devorada pelo Abner no chão e o rosto sorridente da Helga aparece.  

  

E o Eugene tentando jogar a maçã e caindo hahaha, falando em frutas voadoras, parabéns ao desviar daquela banana hahahahahaha 

  

E sem querer dou um sorrisinho de lado (é, acho que evitar frutas é realmente uma das minhas habilidades) olho para toda a confusão que os inquilinos e os meus avós estavam fazendo, mas a única imagem que aparece é a de Helga e eu correndo no meio da guerra de comida, eu segurando a mão dela, sinto o meu rosto esquentar ao pensar naquele momento, se o sinal não tivesse batido naquela hora ela teria me contado tudo, e eu não sei bem o porquê, mas eu quero, eu preciso saber tudo o está deixando ela triste, deve ser porque eu gosto de ajudar as pessoas, mas dessa vez sinto que é diferente, com ela é diferente. Termino de comer e levanto pego a minha mochila. 

—Tchau pessoal – falo pouco antes de sair  

—Tchau Arnold - eles me respondem juntos, abro a porta deixo todos os animais da pensão sair e vou em direção ao ponto de ônibus, não demora muito e ele chega, subo e como em todos os dias sento do lado do meu melhor amigo. 

—E aí cara – nos dois damos o nosso toque e eu sento do seu lado – não esquece que hoje você vai me ajudar a treinar  

—Claro que não vou esquecer - não tem como esquecer ele fica me lembrando toda hora – fica tranquilo Gerald, você já é muito bom jogando  

—Eu sei que sou incrível cara – Gerald fala e eu reviro os olhos  

—Humilde como sempre –  

O ônibus para, esse é o ponto que a Helga sobe e como se por instinto meu rosto vira para porta, e eu já espero ouvir o som abafado dos seus fones de ouvido, mas ele não vem assim como ela, estranho ontem ela também não tinha pegado o ônibus para volta, isso me chama a atenção, será que aconteceu alguma coisa com ela? decido ignorar, talvez só tenha perdido a hora. 

... 

—Podemos treinar passes hoje- Gerald fala enquanto descemos do ônibus  

—Pode ser e depois a gente faz uns arremessos- vamos andando ainda falando sobre o treino depois da escola 

—Entã... - meu amigo para surpreso olhando para frente e eu sigo seu olha e entendo totalmente sua surpresa, já que na frente da nossa escola tinha um super conversível vermelho parado- uauu que carro é esse? 

—Não sei, mas que carrão! - olho em volta e noto que não somos os únicos olhando para aquele carro, praticamente todos estão   

—SÉRIO EVIE- minha atenção é chamada ao ouvi uma voz familiar falar mais alto, quase como um grito de felicidade, e de repente eu começo a procurar pela dona e não demoro muito para encontrar Helga ao lado do carrão conversando com uma mulher, a mesma que eu vi acenando para ela do lado de fora do ônibus escolar, ela é alta seus cabelos loiros muito curto, ela usa um batom vermelho, uma camiseta branca mais folgada por dentro da saia, agora com as duas lado a lado dava para notar elas são iguais era quase como se aquela mulher fosse uma versão adulta da Helga.  

Helga ri animada enquanto conversa com a moça no carro, ela se vira em nossa direção e de repente eu começo a ver tudo em câmera lenta, seu sorriso (tão lindo), sua mão acenando para nós, quando finalmente desperto e decido levantar a mão para acenar de volta Phoebe passa correndo  entre Gerald e eu e vai até Helga as duas falam mais um pouco com a moça antes de se despedi indo para os portões da escola Gerald e eu continuamos andando logo atrás das meninas 

— Hey Arnold - Harold passa o braço em volta do meu pescoço Stinck e Eugine vem logo atrás, ouço o carro saindo antes de da gente entrar na escola  

Primeira aula, matemática Sr. Simons continua com a correção e quando ele chaga na questão nove eu tento levantar a mão para pergunta, mas alguém levanta antes olho para o lado e Helga com a mão levanta perguntando exatamente o que eu queria saber, depois de ouvir a explicação do professor toda a minha atenção é tomada pela segunda pessoa mais concentrada na aula (afinal ninguém conseguia ganhar da Phoebe nisso)tenho certeza que ela sabe todas as questões, a nota dela foi perfeita, mesmo assim ela continua anotando toda a matéria e o seu rosto concentrado continua me prendendo 

Segunda aula, história, Sr. Simons decide pegar as tarefas de casa primeiro passando de mesa em mesa começando por mim, não sei por que sinto vontade de virar para o lado e quando o faço vejo Helga com a folha de tarefa nas mãos e um sorriso no rosto, não o seu sorriso sarcástico ou maldoso, mas sim um doce, ao olha para a folha pouco antes de entregar  

Terceira aula, biologia, novamente Sr Simons passa recolhendo as folha viro novamente meu rosto em direção a Helga em busca de mais uma de suas reações e de novo pego ela sorrindo para a folha de lição só que dessa vez seu sorriso é confiante ao entregar a folha, confiança essa que some quando o professor começa a passar a matéria na lousa dando lugar a uma cara confusa, ela bufa levando a caneta até os lábios, sua boca se mexe enquanto ela repete partes do livro, (ela me beijou) naquele dia em cima da torre, Helga Pataki me beijou, logo depois de dizer que me ama na hora eu não podia acreditar que a garota que sempre me provocava estava dizendo aquilo, por isso quando perguntei se o que ela disse era sério e ela respondeu que não, me senti aliviado, mas mesmo depois do bairro ter sido salvo, mesmo depois de nossas vidas terem voltado ao normal eu ainda não consigo esquecer da confissão da Helga. 

O sinal bate, e eu levanto indo em direção da  Helga, eu quero levar ela para um lugar aonde a gente possa conversar como ontem só nós dois, quero saber mais dela, mas antes que eu possa chegar até ela sinto meu braço sendo segurado  

— Vamos Arnold – Lyla fala cruzando seu braço com o meu, paro e fico olhando para ela sem entender– não esquece a lancheira, Arnold – foi aí que a ficha caiu, não acredito que eu esqueci a promessa de almoçar com Lyla  

—Não vou esquecer – falo sorrindo para ela e vamos para o recreio juntos. Tudo bem, eu ainda posso falar com Helga na saída, tenho certeza que a Phoebe não vai ligar de trocar de lugar comigo. 

... 

 Sinal bate, finalmente é a hora de ir embora, começo a guarda as minhas coisas, paro ao ver alguém na minha frente, Lyla, ela me pergunta sobre a matéria que Sr. Simons tinha acabado de explicar e enquanto nos dois conversamos vejo Helga e Phoebe passando atrás da Lyla, termino de colocar meus cadernos na bolsa e vou até o ônibus pronto para pedi para Phoebe trocar de lugar comigo, mas não a encontro ela e nem a Helga. 

... 

E isso se repetiu durante o resto da semana, na hora do intervalo Helga sumia e não importava o quanto eu procurasse não a encontrava e no fim passava o resto do recreio com Lyla e o mesmo na hora da saída ela sempre era a primeira a sair, era quase como se ela estivesse fugindo de... mim, não... não, porque ela faria isso?. Bem não importa agora por que hoje eu decidi que não deixaria ela ir sem falar comigo, já perdi a chance no intervalo Sr . Simons pediu minha ajuda para carregar alguns livros, o sinal bate e a aula acaba, Helga guarda as suas coisas enquanto eu termino de escrever a lição da lousa (alguém me distraia durante a aula) Phoebe vai até a mesa dela e as duas saem da sala quando eu termino de escrever, pego tudo em cima da minha carteira e jogo dentro da mochila e saio da sala corro pelo corredor e vejo Helga parada em frente ao portão paro perto dela. 

—Helga... - falo um pouco ofegante e ela me olha surpresa –oi... oi Helga... é... eu posso falar com você?   

— O que tá acontecendo hoje? foi mal, mas não, alguém chegou antes – olho confuso, e ela aponta para o lado e só então eu percebo Lyla ali para. 

—Oi Arnold- Lyla dá um dos seus lindos sorrisos doces e não consigo evitar de me distrair com aquilo, ouço alguém bufa perto de mim – desculpa Arnold, eu quero falar algo com a Helga tudo bem se você fala com ela depois?-  

—Você ouviu, ela quer fala comigo e chegou primeiro então até mais cab... quero dizer Arnold – Helga fala antes que eu pudesse responder Lyla e depois sai puxando-a pelo braço para fora da escola e eu fico ali parado vendo as duas indo embora. 

 

Helga 

 

 

Phoebe e eu já estávamos quase saindo da escola quando Lyla apareceu querendo ter uma conversa comigo, Phoebe foi na frente e enquanto eu fiquei ali arrumando uma desculpa melhor do que “eu não quero falar com você” para evitar aquela conversa, quando eu vejo Arnold vindo em nossa direção, ótimo agora eu não teria que inventar uma desculpa só teria que deixa os dois conversando, fico surpresa quando ouço ele chamar por mim e não por ela, querendo fala comigo e se naquele momento tinha alguém com quem eu quisesse falar menos do que a Lyla esse alguém era o Arnold, não passei essa semana fugindo dele atoa        

Então antes que ele pudesse dizer qualquer coisa, eu puxei Lyla para sairmos de lá e agora aqui estou eu, pensando de novo em uma desculpa para não fala com ela enquanto andamos (talvez corre? Duvido que ela ia consegui corre atrás de mim... não, isso não vai dá certo )  

—Helga – ela começa a fala de repente me tirando dos meus pensamentos de fuga– o que eu quero falar com você é sobre... é sobre...sob 

—Fala logo – aquela enrolação toda já estava me enchendo, se não tinha como eu fugir que pelo menos aquilo fosse rápido  

—É, não tem jeito fácil de fala isso mesmo- ela respira fundo antes de continua – Helga,  acho que  gosto gosto do Arnold- aquelas palavras me acertam como um soco e  eu paro de anda olhando para ela (o que? ) eles tinham ficado mais próximos essa semana, mas não sabia que tanto assim    - sabe é que o Arnold é tão legal e gentil e.... e... 

—Desculpa- dou uma risada sem humor- mas o que isso tem a ver comigo?  

—Lembra, você disse que que gosta do Arnold, na peça Romeu e Julieta- tinha esquecido daquilo  

—O que? Sério isso, você acreditou mesmo que eu gostava dele- começo a fala sem pensa, e assim é melhor, sei que se começa a pensa vou chorar – eu só estava querendo zoa com o Arnold  

—Mas, Helga- ela tenta fala, eu não deixo 

—Para Lyla, cara se eu soubesse que você ia levar isso tão a sério teria inventado uma desculpa melhor para ficar com o papel – tento coloca o máximo de indiferença que consigo na voz  

— Pode fala o que quiser, mas naquele dia não parecia que você só queria o papel para tirar sarro de alguém – ela fala me encarando- você estava sendo verdadeira  

—Nossa como eu atuo bem- falo rindo – se era só isso que você queria, tchau lyla 

Não espero ela responde e saio correndo, mas um minuto ali e eu choraria, (sim, assim é mais fácil, quero esquecer dele e ele gosta dela) corro até a minha casa enquanto tento me convencer de que daquele jeito era melhor, não consigo. 

Corro até chegar em casa, as lágrimas mesmo enchendo meus olhos ainda não tinha caído abro a porta e entro dando de cara com Evie que carrega uma bandeja com café, posso ouvi as risadas da minha família na sala provavelmente era para lá que ela estava ido, as lágrimas nos meus olhos finalmente cai e eu subo as escada correndo  

—Helga- minha tia chama, mas eu não ligo, entro no meu quarto e me jogo na cama colocando o rosto no travesseiro finalmente soltando o meu choro preso, fico assim por alguns segundos antes de ouvi alguém entrar pela porta  

—Helguinha? – Evie me chama, mas eu não me mexo – Helguinha, por favor não chora – ela senta ao me lado e passa a mão na minha cabeça com carrinho, me assusto no começo, mas enquanto ela continua aquilo me acalma, levanto um pouco a cabeça virando para ela vejo seu olhar preocupado comigo (eu posso falar com ela) sento e abraço a minha tia com força. 

—por... por que? - tento fala entre os soluços do choro- por que ninguém me ama, Evie? - volto a chora ainda mais 

—eu te amo– seu abraço fica mais forte- eu te amo muito, Helguinha-  assim nos duas continuamos até eu me acalma, ela me afasta um pouco e me olha nos olhos – Helga você quer mora comigo. 


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Notas finais do capítulo

espero mesmo que tenham gosto, quero muito que comente, sabe isso sempre levanta a moral



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