Mercy escrita por kasume


Capítulo 3
Minha ancora


Notas iniciais do capítulo

Obrigado por lerem



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—O QUE?? – minha voz sai como um grito- o que você quer dizer com “vim para ficar” – era obvio o que aquilo queria dizer, mas eu precisava ter certeza.

— Quer dizer que eu não vou volta para o Alasca, vou volta a morar aqui com vocês – Olga diz batendo palmas e dando pulinhos.

— Mas querida, você não ama trabalhar como professora no Alasca? – minha mãe diz preocupada

— Eu amo ser professora, e percebi que posso ser isso aqui perto da minha família- Olga diz com um sorriso no rosto – huumm que cheiro é esse? – ela sente o cheiro do “jantar especial” que Mirian preparou- frango assado, gente eu tô morrendo de fome, vamos jantar- ela começa a empurrar nossos pais até a sala de jantar, eles só andam ainda surpresos com a notícia, enquanto eu estou paralisada no primeiro degrau da escada desde que Olga explicou o que era obvio, não consigo pensar, estou sem reação e tenho certeza que continuaria parada ali se Olga não tivesse me puxado para ir junto com ela, sento no meu lugar de sempre olho para a mesa e  começo a colocar a minha comida em modo automático até minha atenção ser chama para o meu pai que ainda não havia dito nada.

— - Querida não é que eu não queira que você volte a morar aqui, mas aonde você vai trabalhar e o que você vai fazer com suas coisas que estão lá - meu pai pergunta de meio receoso

— E os seus alunos no Alasca, como eles vão ficar querida? - Miriam pergunta preocupada

Aquela foi a primeira vez que eu senti que podia contar com Miriam e Big Bob, pelo menos para evitar que Olga voltasse a morar aqui.

— Pai, mãe vocês não precisam se preocupar eu já planejei e organizei tudo – Olga diz terminado de mastigar a comida- já enviei minhas coisas, elas chegaram daqui a dois dias e quanto ao emprego eu também já consegui um envie meu currículo uma semana atrás e já recebi resposta de uma escola perto daqui – eu gelo com a última parte do que ela falou “uma escola perto daqui” ela não podia está falando da minha, né? não, de novo não. Me preparo para questionar Olga sobre isso, mas acho que ela pressente a minha pergunta já que antes que eu possa dizer qualquer coisa ela completa- Não se preocupe Helga vou trabalhar no PS116 não no 118- ela sorrir para mim e meu corpo relaxa – e sobre os meus alunos não preciso me preocupar eu já tenho um substituto – estranho, pela primeira vez na vida sinto raiva na voz da Olga, quando ela diz “substituto”, mas deixo isso passar.

Não acredito que Olga quer morar aqui, não pode ser. Olho para os meus pais esperando que eles falarem mais algum motivo para impedir Olga, meu pai é o primeiro a fala.
— Bem se é assim, vamos ter que fazer uma reforma no seu quarto – meu pai diz quase rindo 
— Verdade o que você acha de um turquesa para as paredes – minha mãe fala animada olhando para Olga que sorrir em resposta – e os moveis em tons... PASTEIS – as duas falam a última parte juntas e caem na risada e eu perco a fome, deixo meu prato na mesa e subo para meu quarto ouvindo claramente as risadas da família feliz e perfeita para traz.

Deito na cama olhando para o teto, eu sabia o que ia acontecer a partir de agora eu podia imaginar todas as cenas dos dias que estavam por vir, melhor do que imagina eu podia lembrar de como era antes de ela ir para faculdade, de como eu era ignorada de como eles não se importavam comigo, “não que eles se importem muito agora”, mas agora seria ainda pior, eu já não podia usar o Arnold de ancora para os meus sentimentos, não posso mais sentir isso por ele.

Fecho meus olhos, tento dormi, viro para um lado e para o outro o sono não vem, abro meus olhos e vejo minha bolsa largada perto da porta levanto e vou até ela, pego o meu caderno de poemas e abro em uma das páginas em branco, faço mais uma tentativa para escrever algo e outra vez nada, viro as páginas e encontro meus poemas todos eram sobre ou para o Arnold uma lagrima escorre pelo meu rosto, fecho o caderno rapidamente e o abraço por impulso aquilo me acalma

— Desculpa Arnold, tive que te usar de novo como meu porto seguro - deito e fecho os olhos e finalmente durmo.

Parece que não é hoje que eu vou conseguir esquece-lo.


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