Meredith Gruwell escrita por Karina A de Souza


Capítulo 18
Sectumsempra


Notas iniciais do capítulo

Olá, hoje teremos treta :3



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/741826/chapter/18

—Pra onde a senhorita vai?-Monstro perguntou, me seguindo enquanto eu ia para a porta. -Está fugindo?

—Sim, estou. -Parei e me virei para o elfo. Eu não tinha muito tempo. Sirius estava dormindo, mas podia acordar a qualquer momento.

—Mas aonde vai?

—Eu ainda não sei. E não poderia contar. Sirius te obrigaria a dizer. -Parei, tentando ouvir se passos desciam as escadas, mas não havia nada.

—Por que está fugindo?

—Por que seu mestre me machucou. Não posso mais ficar aqui. Adeus, Monstro.

Peguei meu malão e saí.

Não podia ir para a casa dos Weasley. Seria o primeiro lugar onde Sirius me procuraria. Mas... Se eu não ia pra lá... Para onde iria?

Me aproximei da borda da calçada, uma lembrança em mente. Tirei a varinha do bolsa e a estendi para frente. Por favor, funcione.

De repente, o Nôitibus surgiu do nada e freou bruscamente, fazendo um som horrível. A porta abriu, revelando o motorista familiar.

—Para onde, mocinha?-Entrei no ônibus, decidida.

—Para Hogwarts.

***

Saí do Nôitibus sem saber o que fazer em seguida. Não podia entrar em Hogwarts sem permissão.

Me aproximei do portão, espiando entre as grades.

—Olá?

—Gruwell?-Minerva aparecei no meu campo de visão. Parecia preocupada. -O que está fazendo aqui?

—Eu posso entrar? Não sei pra onde ir. Foi o único lugar que pensei.

—O que aconteceu?-Abriu o portão e o trancou depois que passei. -Preciso mandar alguém ao Largo Grimmauld? A sede foi comprometida?

—Não. Eu só... Só tive que ir embora.

—Se não me dizer o que aconteceu, eu não posso te ajudar. -Encarei o chão. Não ia conseguir contar o que tinha acontecido. -Meredith, por favor. Me diga. -Continuei em silêncio. -Venha comigo.

A segui para dentro do Castelo. Os alunos deviam estar nas aulas. Apenas um estava no corredor.

—Meredith? O que aconteceu?

—Volte para a sua aula, Potter. -McGonagall mandou, sem parar de andar.

—Meri, o que aconteceu? Sirius está bem?-Me encolhi, sem olhar para Harry. -Meredith... Professora...

—Volte para sua aula, ou vou tirar pontos da Grifinória.

Subimos até o escritório de Dumbledore. Minerva contou a ele que eu tinha aparecido do nada e sugeriu que alguém tentasse entrar em contato com Sirius.

—Não diga que estou aqui. -Pedi. Os bruxos olharam pra mim ao mesmo tempo.

—Se não nos contar o que houve, não poderemos ajudar. -Minerva insistiu.

—Vou deixá-las a sós. -Dumbledore disse, levantando. -Aproveitarei para avisar Severo de que Meredith está aqui. -Saiu.

—Por favor, se quer nossa ajuda, precisa contar o que houve. -Encarei o chão. A pedra do meu colar ficou roxa, mostrando o quão envergonhada eu estava. -Meredith?

—Achei que... Estaria tudo bem. -Comecei. -Que ele tinha me aceitado. Mas depois... Depois ele disse que tinha me usado.

—Ele? Sirius?-Assenti. -O que... Ah. Vocês dois...?-Assenti de novo, fechando os olhos. Estava pronta para um sermão, mas Minerva apenas colocou a mão no meu ombro.

—Está tudo bem, querida. Você vai ficar bem.

A porta abriu de repente, e Snape entrou como o furacão que era, assustando Minerva e eu. Dumbledore entrou calmamente, um contraste enorme entre ele e Severo.

—O que aconteceu?-Exigiu. -Ela está ferida?

—Ela está bem. -Minerva respondeu, cruzando as mãos. -Está apenas... Com o coração partido.

Os três professores me pediram para esperar fora da sala enquanto eles conversavam. McGonagall me disse para ir à sala de Snape, e que me chamariam quando decidissem o que fazer.

Estava entrando nas masmorras quando algo tocou meu braço. Recuei, olhando em volta e não encontrando nada.

—Sou eu. -Harry tirou a capa de invisibilidade. -O que aconteceu? Por que veio pra cá?

—McGonagall disse que você devia estar na aula.

—Não até você contar o que houve. Sirius...

—Sirius é um idiota. Por favor, não seja como seu padrinho.

—O que ele...

—Por que não usa seu espelho e pergunta? Depois me diz a resposta, quero saber se ele vai inventar alguma mentira ou...

—Não estou entendendo. Vocês brigaram?

—Pergunte ao seu padrinho. -Continuei andando, deixando-o para trás.

Não sei quanto tempo fiquei na sala de Snape, esperando. O silêncio fez minha mente voltar aos recentes acontecimentos, e quando percebi, já estava chorando de novo.

Quando a porta abriu de repente, minha primeira reação foi me virar pra ela. Severo estava entrando. Voltei a encarar a mesa e tentei secar o rosto. Um lenço branco foi estendido na minha direção.

—Obrigada. -Murmurei, aceitando o pequeno pedaço de pano e limpando meu rosto.

—Dumbledore, Minerva e eu conversamos. -Se sentou. -Infelizmente, você precisa voltar para a casa dos Black.

—Preciso mesmo fazer isso? Não há outro lugar? Não posso ficar aqui?

—A outra opção era ir para a casa dos Weasley. Mas você sabe que isso poderia acabar mal para eles. -Suspirei. -Eu garanto que assim que o ano letivo acabar, você vai para minha casa.

—Tudo bem.

—Nós devemos ir agora. -Se levantou. -Se quer saber... Por mim, você não voltaria pra lá. Vamos.

Pouco depois eu estava entrando na lareira (Severo tinha ido primeiro) e usando o Pó de Flu.

—Largo Grimmauld, número 12.

Eu mal tinha saído da lareira quando uma mão pequena agarrou meu pulso, me puxando pro chão. Um feitiço atingiu o exato ponto onde eu estava antes.

—Comensais?-Gritei, me protegendo em baixo da mesa. Monstro olhou pra mim, um pouco nervoso.

—O senhor do Monstro... Ele está duelando!

—Sirius... Snape!

Saí do meu esconderijo e fiquei de pé, pronta para fazer os dois bruxos pararem... Mas não é atoa que dizem pra nunca se meter no meio de um duelo.

Sectumsempra!

Eu estava ferrada. Facas invisíveis cortaram a minha pele, arrancando sangue. Gritei, caindo no chão. Aquilo doía e não era pouco.

—Você vai matá-la!-Esse era Sirius. Eu mal podia ouvi-lo através da dor, mas tinha certeza de que ele tinha gritado.

Mais tarde, eu ficaria sabendo que o choque da situação me deixou desnorteada por horas, e que Snape lançou o feitiço. Ele também me curou, antes que Sirius conseguisse expulsá-lo e antes que eu apagasse de vez.

Acordei com a senhora Weasley entrando no quarto, uma bandeja flutuando atrás dela.

—Finamente acordou. Entrei e saí diversas vezes e você nem se mexeu. -Pisquei, a mente demorando a trabalhar.

—Snape. Sirius. Duelo.

—Já acabou, ambos estão bem. E agora você precisa comer. -Me sentei, a bandeja foi colocada no meu colo. -Você se feriu e perdeu sangue, precisa de uma sopa especial.

—Não tem sangue nisso, tem?

—Não... -Coloquei um pouco da substância avermelhada na boca. -... Muito. -Cuspi de volta no prato. -Não é uma grande quantidade. Não dá nem pra notar.

—É sangue de que?

—Você não vai querer saber.

***

Quando me recuperei totalmente, Tonks concordou em me levar até Hogsmeade, para ver Harry, Rony e Hermione. A bruxa de cabelos vermelhos brilhantes ficou na porta, falando com uma colega Auror, enquanto eu entrava no Três Vassouras.

—... Não faço ideia de onde estejam as outras. -Harry dizia, quando me aproximei. -Dumbledore também não...

—O que estão aprontando?-Perguntei, assustando os três.

—Meri!-Hermione exclamou, levantando e me abraçando.

—Devagar aí, Mione. Você vai quebrar meus ossos. -Riu e se afastou. -É bom ver você. -Nos sentamos. -E vocês também, meninos. Ah, Harry... Quero me desculpar pelo modo como falei com você naquele dia. Estava péssima e descontei em você, desculpe.

—Tudo bem. -Disse. -Sirius contou o que houve... Entendo a sua reação.

—Ainda não acredito que ele fez isso. -Hermione comentou. -Foi uma atitude muito errada.

—Não vamos falar disso. -Pedi. -Como estão as coisas em Hogwarts?

—Bem... Mas sentimos muito a sua falta. E não só nós. Você não pode voltar?

—Não. Queria, mas não posso fazer isso sem a autorização de Snape.

—É verdade que o morcego velho enfrentou Almofadinhas num duelo?-Rony perguntou. -Minha mãe contou numa carta que você se machucou ao tentar interromper a briga.

—É, isso aconteceu. Mas o duelo foi curto. Acabou depois que Snape me atingiu.

—A sra. Weasley disse que você perdeu muito sangue. -Hermione contou. -Que feitiço o professor Snape usou?

—Eu não o conheço. Acho que é... Sectumsempra. -Harry fez som de engasgo e começou a tossir. Rony se apressou em bater nas costas do amigo. -Potter, o que foi?

—Nada. -Murmurou.

—Será que podemos pedir algo pra comer? Estou faminta. Não tenho me alimentado direito desde que a sra. Weasley parou de cuidar de mim.

—Por quê?-Suspirei.

—Tenho evitado sair do quarto. Monstro trazia comida pra mim, mas Sirius o proibiu.

—Vamos pegar alguma coisa. Vem, Rony. -Os garotos levantaram e foram para o balcão.

—Sinto muito pelo que aconteceu com Sirius. -Hermione disse.

—Eu vou superar. No fim das contas, a sra. Weasley estava certa. É por isso que devemos escutar os adultos.

Os garotos voltaram e nós finalmente pudemos comer.

—Descobriu algo sobre a reunião de emergência?-Harry perguntou.

—Não. Nenhuma descoberta. E você?

—Almofadinhas disse que não era nada demais. Não quis dar detalhes. -Olhou em volta, devíamos ter cuidado ao falar sobre Sirius e a Ordem em público.

—Isso não faz sentido. -Hermione disse. -Se não é nada demais, por que eles não dizem o que era tão urgente?

—E se eles não querem nos assustar?-Esse foi Rony, de boca cheia.

—Se for isso, então algo aconteceu. E não é bom.

—Do que estão falando?-Tonks perguntou, sentando entre Harry e eu. Hermione e eu trocamos olhares rápidos.

—Que bom que chegou. Precisamos que nos ajude numa coisa.

—O que é?-Ficou animada.

—Queremos saber sobre o que era a reunião de emergência no dia do meu aniversário.

—Reunião? Não lembro de nenhuma reunião.

—Ninfadora Tonks, não tente nos enrolar.

—Não me chame de Ninfadora. -Parecia aborrecida. -Eles me disseram pra não contar.

—Por que tanto segredo se não há nada grave?

—Por que vocês não perguntam para os seus pais e responsáveis?

—Nenhum dos Weasley da Ordem nos respondeu. -Harry começou. -Nem Lupin, nem Hagrid, nem Almofadinhas.

—Você é nossa última esperança. -Afirmei. -Conta tudo.

—Vocês não entendem. -Tonks disse. -Eu realmente estou proibida de contar. Eu queria, mas não posso.

—Não pode o que?-Nos viramos, Lupin estava atrás de mim.

—Não posso...

—Não pode comer esses pães doces. -Interrompi. -Tonks está de dieta. -A Auror assentiu rapidamente.

—E eu preciso ir. Vou vigiar o portão principal com Olho-Tonto, e não posso me atrasar, você sabe como ele é. -Ficou de pé.

—Quem vai me levar pra casa?

—Eu levo. -Lupin respondeu. -Não se preocupe. -Tonks se despediu e foi embora. -Vão me contar a verdade ou vamos fingir que eu não percebi que vocês estão mentindo?

—Podemos ficar com a segunda opção?-Olhou pra mim, erguendo uma sobrancelha. -Ótimo, vamos continuar fingindo.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Quando perguntam pra Tonks sobre a reunião: " Que dia foi isso? Nunca nem vi". #Referências
E então, o que estão achando?



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Meredith Gruwell" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.