Meredith Gruwell escrita por Karina A de Souza


Capítulo 17
Reunião de Emergência


Notas iniciais do capítulo

Olá, pessoinhas e fantasminhas



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/741826/chapter/17

—Feliz aniversário, querida!-A sra. Weasley exclamou, assim que entrei na cozinha. Me abraçou, sorridente e continuou organizando algumas coisas com a varinha. -Sente-se e tome seu café. Estou preparando tudo para o seu jantar de aniversário. Ah, seus presentes chegaram.

Era impossível não notar a pequena pilha de presentes num canto da mesa. Me aproximei e peguei um deles, estava cuidadosamente embrulhado e tinha a bela caligrafia de Hermione. Tirei o papel com cuidado, revelando um livro sobre Magizoologia. “Para Meri, a futura melhor Magizoologista do mundo bruxo”, dizia o cartão.

O segundo embrulho trazia o nome do Sr. e da Sra. Weasley, também era um livro, mas sobre dragões.

—É a enciclopédia mais recente sobre o assunto. -A Sra. Weasley contou. -Carlinhos ganhou dois no trabalho e nos enviou um, quando soube que você gostava de dragões.

Abri o livro numa página qualquer, a figura de um grande dragão vermelho cuspia fogo e marchava de lá para cá.

—Eu adorei, obrigada.

Harry, Rony, Gina e os gêmeos me mandaram doces dos mais variados tipos; Tonks, um colar que mudava de cor dependendo do meu humor (um pergaminho veio junto, informando o que cada cor significava); Remo me deu uma caixa de chicletes que faziam a língua enrolar, o que me fez ter uma crise de riso por causa de uma lembrança.

—Não acredito que ele se lembra disso.

—O que é?-A Sra. Weasley perguntou.

—Uma vez eu fiz Sirius, Remo, Pedro e Tiago comerem esse tipo de chicletes, pouco antes de um teste oral. Foi muito engraçado.

—Parece o tipo de coisa que Fred e Jorge fariam.

—Ah, com certeza. Os dois tentaram me dar esse chiclete mês passado. -Ri de novo.

—Esses dois não tem jeito.

—Sirius já desceu para tomar café?

—Não. Eu o vi quando cheguei, mas ele subiu e não voltou mais.

—Vou chamá-lo.

Sirius não estava em nenhuma das salas e nem no quarto dele. A porta estava um pouco aberta, então entrei, curiosa.

Fotos trouxas estavam nas paredes: motos e garotas. Também havia muita decoração da Grifinória. E lá estava. Os Marotos. Me aproximei para ver melhor a foto, então bati o dedo mindinho numa caixa.

Xingando interiormente, me sentei no chão e puxei a caixa, que estava quase toda em baixo da cama. Havia alguns álbuns de fotos e algumas estavam soltas. Uma delas tinha o grupo todo: Sirius, Tiago, Remo, Pedro, Lílian, Alice, Franco e eu. Todos sentados perto do lago, sorrindo e acenando. Ao fundo, distante, estava Snape, o rosto parcialmente coberto por um livro. Suspirei. Eu me lembrava daquela tarde, me lembrava das brincadeiras e da conversa animada. Dos planos e dos jogos. Dos risos e das piadas.

Como tudo tinha acabado numa tragédia? Como nossa família tinha sido destruída?

Lílian e Tiago foram assassinados e Sirius foi parar em Azkaban por causa de Pedro, o garoto desajeitado do grupo, que sempre pareceu inofensivo. Remo perdeu seus melhores amigos e ficou sozinho, um bom homem que era visto como um monstro. Alice e Franco foram torturados tantas vezes que esqueceram do próprio filho. Snape, mesmo não sendo da nossa pequena família, tinha se rendido ao Lorde das Trevas e se tornado um Comensal da Morte. E eu... Eu tinha sido assassinada aos dezesseis anos e perdi tudo isso. Perdi a bomba que tinha sido lançada na nossa família perfeitinha. Perdi os momentos bons e ruins.

—Está tudo bem?-Ergui a cabeça, Sirius se abaixou ao meu lado.

—Sim, eu só... Desculpe pela invasão. -Devolvi a foto para a caixa.

—Sem problemas. Não te dei seu presente ainda.

—Você não precisa...

—Preciso, sim. Quis sair e comprar alguma coisa, mas era arriscado. E eu não posso cobrar cuidado de você se eu não sou cuidadoso. Tenho dois presentes. O primeiro. -Entregou um álbum extremamente familiar. Era meu. -Quando você morreu, a professora Minerva perguntou se seus amigos queriam ficar com algo seu. Eu peguei isso. O álbum de fotos que você estava montando e não chegou a terminar.

—Obrigada. Significa muito pra mim.

—O segundo é... Uma coisa que eu ia te dar no Natal, daquele ano. -Entregou algo bem embrulhado: uma caixinha de música, dourada, com detalhes de rosas e pedrinhas vermelhas. O som era suave.

—É lindo. Obrigada.

Antigamente, eu teria beijado Sirius para agradecê-lo, era uma coisa nossa. Mas eu sabia que isso teria o incomodado agora, então apenas o abracei.

—Bom, a Sra. Weasley está preparando o café da manhã. -Disse, me afastando. -Vamos descer?

—Vamos.

Saímos para o corredor. No andar do meu quarto, Monstro apareceu no nosso caminho, segurando algo atrás das costas.

—O que você roubou agora?-Sirius perguntou.

—Monstro não roubou nada. Monstro fez um presente para a senhorita Meredith. -Estendeu uma pequena guirlanda de cipó e flores brancas.

—Que coisa horroro...

—É muito bonita. -Interrompi. -Obrigada. Vou colocar na porta do meu quarto.

—Monstro fará isso. -O elfo afirmou, entreguei meus presentes pra ele.

—Guarde isso pra mim, tá bom?-Assentiu. -Obrigada.

Sirius e eu voltamos a andar e descemos até a cozinha, onde o café já estava pronto. A Sra. Weasley subiu, provavelmente para procurar algo para arrumar, ela odiava bagunça.

—Você fez Monstro parar de te odiar. -Sirius comentou.

—Não tem segredo. É só tratá-lo bem.

—Isso não vai acontecer.

—Então não reclame que ele te odeia. Ele só está retribuindo. -Revirou os olhos. -Você parece um adolescente, não mudou nada.

—Isso é bom ou ruim?

—Depende do ponto de vista.

Passei a tarde ajudando a Sra. Weasley com o meu jantar de aniversário, mesmo que ela insistisse para que eu fosse descansar.

—Estou ótima. -Afirmei. -E não tenho muito o que fazer por aqui.

—Então vamos começar... -Fez um gesto com a varinha, alguns ingredientes voaram para a mesa. -Como estão as coisas?

—Bem. Estão bem.

—E... Você e Sirius?-Franzi a testa, estranhando a expressão dela e o tom de voz.

—Estamos nos dando bem. Não brigamos faz uns dias.

—Ah. É que... Não vou mentir. -Olhou pra mim. -Eu sei o que havia entre vocês e sei que ainda está apaixonada por Sirius, mas devia desistir dele.

—Eu não entendo.

—Querida, você tem dezessete anos. Sirius tem trinta e oito. É uma diferença de idade muito grande.

—Eu sou maior de idade agora. Não sou uma criança. Não há nada de errado.

—Vocês estão em partes diferentes da vida. Você devia estar aproveitando sua adolescência, coisa que infelizmente não está acontecendo, e amadurecendo naturalmente. Sirius já é um homem adulto, ele devia estar se casando, tendo filhos... Você é jovem demais para isso.

—A senhora sabe que eu devia ter a mesma idade que ele. Sabe que... Antes, nós tivemos algo. Fizemos planos. E então...

—E então aconteceu o pior, eu sei. Você precisa se acostumar com essa realidade. Precisa entender que, pelo que houve, o tempo não passou para você, mas para Sirius, sim. Não consigo parar de pensar que ele está se aproveitando de você.

—Não precisa se preocupar, Sirius pensa como você. Ele pensa que é errado. Nós não temos nada. -Olhei em volta, incomodada com a situação. -A senhora se importa se eu subir? Volto mais tarde para ajudar.

—Sem problemas, querida.

***

“-Nós deveríamos voltar para o Castelo, está muito frio.

—Ainda está cedo. -Sirius disse, tirando o cachecol da Grifinória e o colocando em volta do meu pescoço. -Só mais um pouco.

—Tudo bem. Só mais um pouquinho.

Voltamos a nos beijar, isso era difícil de se fazer em Hogwarts, por causa daquelas regras chatas. Era bom podermos sair no fim de semana.

—Não quero voltar. -Sirius murmurou, os lábios perto dos meus. -E se fugíssemos?-Ri.

—Qual é o plano absurdo de agora?

—Não sei. Fugir... Viver em algum lugar... Longe.

—E viveríamos de que? Onde?

—Não estrague minha fantasia, Gruwell. Seria divertido. Viver sem regras...

—Talvez no futuro, quando sairmos de Hogwarts, e tivermos empregos...

—Não precisamos de empregos... Podemos viver com o que temos...

—Tipo... Numa fazenda?-Me afastei um pouco para olhá-lo. Sirius tinha aquele olhar de quando começava a fazer planos que geralmente eram impossíveis.

—E por que não?

—Semana passada você queria morar numa ilha deserta.

—Podemos ter uma fazenda na ilha. -Ri.

—Não vamos fazer planos tão difíceis. Nós somos muito jovens. -Estreitou os olhos.

—Não está insegura sobre nós, está?

—Não. Não é isso. Somos muito jovens ainda.

—Tudo bem. Vamos esperar, pelo tempo que você quiser. Falando em esperar... E sobre outro assunto?

—Que assunto?-Me encostei em uma das árvores.

—Você sabe. -Houve um clique na minha cabeça. Meu rosto esquentou. -Já falei que fica uma gracinha corada?

—Sirius... Vamos mudar de assunto. -Fez gesto de rendição, sorrindo.

—Sem pressão. -Uma bola de neve o acertou na parte de trás da cabeça. A risada de Tiago ecoou até nós. -Pontas!

—Hora de ir, Almofadinhas!-Potter gritou, de mãos dadas com Lílian. -Sinto em interromper, mas está na hora de voltar.

—Isso vai ter volta, Potter. -Se virou pra mim. -Acho que não temos escolha.

—Então vamos. -Disse, começando a andar. -Você pode socar seu amigo no caminho.

—É exatamente o que eu ia fazer. -E saiu correndo atrás de Tiago. Me aproximei de Lílian.

—O que é que a gente viu nesses dois?

—É uma boa pergunta. -Respondeu, rindo. -Vamos, antes que fiquemos para trás.”

***

Mais tarde, Tonks se juntou à nós para o meu jantar de aniversário, assim como o sr. Weasley e Remo, que aproveitou o fim de semana para aparecer. Além disso, um dos integrantes da Ordem decidiu chegar de surpresa, irritando a sra. Weasley.

—Mundungo, eu não lembro de termos te convidado. -Colocou as mãos na cintura.

—É bom fazer surpresa. E... Oh, estamos comemorando o que?

—É o aniversário de Meredith. -O bruxo olhou em volta e me encarou.

—Ah, então você é a garota zumbi!

—Mundungo!-Segurei o riso.

—Eu devo ter alguma coisa aqui... -Começou a procurar algo nos bolsos da calça e do casaco. -Alguma coisa...

—Se for fruto de roubo, eu arranco seus dedos!

—Calma aí, Molly, eu trabalho honestamente...

—Desde quando roubar é honesto?

—É melhor sentar aí e calar a boca, Dunga. -Sirius aconselhou, achando graça. O outro sentou rapidamente. -Pronto, Molly, podemos come... -Todos ficamos quietos, ouvindo as batidas na porta principal.

—Quem poderia ser?

De repente todos os adultos estavam de pé, varinhas nas mãos e expressões sérias. Remo saiu na frente, os outros o seguiram, mas Sirius parou antes de ir.

—Não se preocupe, aposto que não é nada sério. -E se foi pela porta.

Curiosa, e levemente assustada, saí da cozinha. Várias pessoas ocupavam o corredor, falando ao mesmo tempo. Não devia ser algo grave, mas a sra. Weasley parecia nervosa.

—Podem ir para a cozinha, conversarmos lá. -Olhou pra mim. -Ah, Meredith. Você pode subir? Temos uma reunião de emergência, eu sinto muito.

—Tudo bem. -Fui para o lado, enquanto alguns bruxos passavam por mim. -Não tem problema. Mas está tudo bem?

—Não há nada para se preocupar. -A professora McGonagall disse, se aproximando e colocando a mão no meu ombro. Eu estava surpresa por vê-la ali. -Ah, feliz aniversário, querida. -Forcei um sorriso.

Se estava tudo bem, por que a Ordem da Fênix praticamente inteira apareceu sem avisar?

—Suba e fique lá até a chamarmos. -Sirius mandou, depois que Minerva continuou andando.

—Acha que vou tentar ouvir atrás da porta?-Sorriu. Céus, ele tinha um sorriso lindo.

—Eu não duvido, parece algo que você faria. Agora vá.

Não tive escolha, tive que subir. Aproveitei para escrever sobre a aparição surpresa da Ordem, para Harry, Hermione e Rony. A deixei na escrivaninha, incompleta (queria esperar caso conseguisse informações) e fui para o corredor, espiando lá embaixo. Quanto tempo ia levar a reunião? E sobre o que era?

Duas horas depois, algumas pessoas começaram a sair da cozinha: Minerva, Olho-Tonto, um rapaz que com certeza era um Weasley (devia ser Gui), e vários outros bruxos que eu não conhecia. Tinha avistado Snape, quando a sra. Weasley me chamou.

Desci as escadas rapidamente, na esperança de ouvir algo útil, mas todos já tinham ido... Menos Severo.

—O professor Snape quer falar com você. -A mulher sorriu e voltou para a cozinha.

Eu podia ver Sirius olhando de longe, braços cruzados e expressão de desconfiança. Ele ainda odiava Snape. E o sentimento, sem dúvida, era recíproco.

—Boa noite, professor. -Coloquei as mãos nos bolsos. -Quer falar comigo?

—Como está aqui? Está tudo bem?-Okay, estou confusa.

—Está. Estou bem.

—Black está se comportando?-Hã?

—O que quer dizer com “comportando”?

—Esqueça. Tenha uma boa noite. -Se virou para ir embora, mas parou e olhou pra mim. -Feliz aniversário, Gruwell. -Sorri. Você se importa.

—Obrigada, professor. -Então virou e foi embora.

***

—O que Snape queria?-Sirius perguntou, enquanto subíamos as escadas após o jantar.

—Só saber se eu estou bem.

—Não sabia que ele se importa com isso.

—Nem eu. Isso é um bom sinal, não é?

—Não crie expectativa, ele ainda te odeia.

—Mas... E se Severo estiver começando a me perdoar?

—É improvável.

—Por quê? Por que você não é capaz de perdoá-lo ou...?

—Quer mesmo reatar a amizade com um Comensal da Morte?

—Se ele fosse mesmo um Comensal, Dumbledore já teria o expulsado de Hogwarts e não o deixaria estar na Ordem.

—Mesmo assim, ele se juntou ao Lorde das Trevas...

—As pessoas às vezes se arrependem de algo que fizeram no passado. Severo pode ter se arrependido de ter sido um Comensal.

—Certo, e eu me arrependi de ter fugido de Azkaban. -Revirei os olhos.

—Você é mesmo impossível.

***

—Por que não posso contar sobre a reunião?

—Nós já discutimos isso, Sirius. Meredith ainda não está pronta para ser da Ordem.

Parei na porta da cozinha, ouvindo. Sirius e a sra. Weasley pareciam estar discutindo. Eu não devia ouvir conversas escondida, mas estavam falando de mim.

—Por que Harry pode saber de algumas coisas e Meri não?-Sirius perguntou.

—Você é padrinho de Harry, pode contar algumas coisas a ele. Mas Snape é o responsável de Meredith e não quer que contemos nada a ela.

—Ela tem dezessete anos!

—E já tem muitos problemas! A garota voltou dos mortos e descobriu que perdeu quase tudo o que tinha. Quer mesmo encher a cabeça dela com preocupações?-Sirius demorou para responder.

—Não. Mas ela vai insistir...

—Você é adulto, tem que saber dizer não. E não me refiro apenas a esse assunto. -Franzi a testa. Do que ela estava falando?

—Você não precisa vir com aquele discurso de novo, Molly.

—Eu espero que não. E não me olhe desse jeito, só quero o bem de Meredith.

—Você deixou isso bem claro da última vez.

Eles ficaram em silêncio, a conversa havia acabado. Recuei até as escadas e fingi estar descendo, fazendo bastante barulho para alertá-los da minha chegada. Quando entrei na cozinha nem parecia que uma discussão tinha acontecido.

—Bom dia, querida. -A sra. Weasley saudou, sorrindo. -Está com fome?

***

—E então... Não vai me contar nada sobre a reunião?-Perguntei a Sirius, o mais inocente possível, enquanto subíamos as escadas. Já havia anoitecido e a sra. Weasley tinha ido para casa horas antes.

—Não era nada demais. Não se preocupe com isso.

—Foi uma reunião de emergência.

—Só para falarmos sobre como estão as coisas e nos atualizar. Não há motivo para pânico.

—Eu sei que está mentindo, para me proteger. -Paramos no corredor do meu quarto. -Você acha que sou uma criança. Mas quando fugiu de casa, aos dezesseis anos, se achava bem adulto.

—Eu quero te contar, mas não depende de mim. Os Weasley decidem se contam ou não aos filhos deles. Eu decido se conto ou não ao Harry. E Snape decide se conta ou não a você. Não posso interferir.

—Tudo bem. -Respirei fundo. Precisava aceitar que não conseguiria informações. Severo nunca me contaria nada. -Sirius...

—Sim?

—Você se lembra de como as coisas eram?-Encarei seus olhos cinzentos. -Lembra que sempre éramos flagrados aos beijos nos corredores e ganhamos centenas de advertências? Lembra dos planos malucos que você fazia? Uma vez você disse que podíamos morar na Casa dos Gritos. Achei absurdo... Mas agora, eu queria que tivesse acontecido. Aceitaria até aquele plano de morarmos numa ilha deserta sei lá onde. Aceitaria qualquer um deles, se estivéssemos juntos.

—Meredith...

—Ainda amo você. E fingir que não... Me faz desaparecer aos poucos. Como eu posso ir e me apaixonar por outra pessoa? Nem a morte me fez parar de amar você.

Não sei de onde saiu coragem para beijá-lo, mas quando o fiz, sabia que não me arrependia. Ele não estava me empurrando. Não estava recuando e dizendo que é errado... Estava me beijando de volta... E não era um sonho.

***

Não me lembrava de adormecer. Mas aconteceu, por que quando abri os olhos, eu estava sozinha no quarto, Sirius não estava mais lá.

Me vesti e saí para o corredor. O encontrei sentado na escada, vestido e com a expressão distante.

—Você está bem?-Perguntei.

—Eu sei o que está pensando.

—Ah... Sabe?-Se levantou e olhou pra mim.

—Está... Achando que depois do que aconteceu, as coisas vão voltar a ser como antes, mas desculpe, Meredith, vou ter que desapontar você.

—Eu não vou cair nessa. Você não achou errado quando me beijou, quando...

—Não, eu não achei. Mas você acha que isso aconteceu por que gosto de você. E meus motivos não foram nada puros e nem motivados por sentimentos assim.

—Eu não estou entendendo...

—Sabe quanto tempo passei em Azkaban? Quanto tempo estou fugindo e me escondendo? Quanto tempo eu não...

—Você me usou. -Meus olhos se encheram de lágrimas. -Você estava apenas... Não...

—Desculpe.

—Te desculpar? Por... Eu achei que...

—Meredith...

—Não fale comigo. Não olhe pra mim. Eu... Eu nem sei o que... Fica longe de mim. Eu... Eu odeio você.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Ih... E agora, ein? Sirius pisou na bola totalmente. O que acham que vai acontecer? Se preparem para mais tretas.
Até o próximo capítulo! Bjs ♥



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Meredith Gruwell" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.