Eu Amo Te Odiar escrita por Harper Queen


Capítulo 23
O cordeiro era um lobo


Notas iniciais do capítulo

Olá, pessoas! Mais um capítulo hein! Tá acabando :(

Queria agradecer minha afrontosinha, Nanda, que recomendou a fic com um texto bem amorzinho! Nem parecia ela hehehe brincadeira :) Obrigada pelo carinho, meu amore ♥♥♥

Hahahah parece que algumas meninas nos comentários já acertaram quem era o tal vilão hein!!

Uma boa leitura, até as notas finais ♥



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Felicity Smoak:

Sinto o suave tracejar dos dedos que eu tanto conheço pela minha pele me fazendo ter aquele delicioso arrepio na base da coluna e sorrio quase que instantaneamente me aconchegando ainda mais no travesseiro, completamente inebriado com o seu cheiro. Seus lábios assumem o lugar e suspiro quando os beijos sobem pelo meu braço, passando pelo pescoço e enfim chegando aos meus lábios, espantando qualquer resquício de sono e me fazendo abrir os olhos lentamente.

Abro os olhos, ainda aconchegada no travesseiro, e ele sorri para mim assim que meus olhos se ajustam a luz. Suas lindas covinhas aparecem no sorriso reluzente e não contenho o meu ao vê-lo ainda mais esbelto pela manhã. Com um cabelo desgrenhado, mas incrivelmente sexy, suas calças de moletom cinza e o seu peito nu. Mordo o lábio inferior pela última observação e ele sorri percebendo o pensamento.

“Bom dia, linda.” diz com a voz rouca pela manhã e deduzo que não faz tempo que ele acordou.

“Bom dia, lindo.” falo suavemente e ele me encara com um suspiro sonhador nos lábios.

“O quê?” digo rindo.

“Nada, é só que você está ainda mais bonita. Não consigo parar de olhar.” diz com um sorriso de canto.

Tento conter o sorriso apenas para corar em resposta. “Você vai me deixar mal acostumada assim...” digo jogando um pequeno travesseiro nele.

“É porque você ainda não viu o que eu preparei pro café da manhã.” diz animadamente deixando um peck nos lábios e indo até a mesa do quarto voltando com uma grande bandeja.

Obsevo com os olhos arregalados quando ele posiciona a bandeja na cama. “Você fez tudo isso?”

“Nem tudo...” diz com uma careta e eu rio. “Mas eu fiz os seus preferidos.”

“É maravilhoso.” digo pegando uma flor vermelha que estava no canto e sentindo o aroma.

“Tem mais dessas pelo quarto. Hoje havia muitas no jardim.” diz. 

“Nós não temos um jardim, Oliver.” falo rindo.

“É claro que aqui tem. Esse lugar é um verdadeiro paraíso.” diz deixando um beijo no canto da boca. Ele levanta da cama e vai até as cortinas brancas que já balançavam com o suave vento e as abrindo, deixando que uma brisa quente adentrasse no quarto. E pela primeira vez observo o interior do quarto, com uma decoração rústica, com pedras em cristais e a madeira transladada com a palha no forro, deixando o ambiente morno e aconchegante.

Levanto da big cama de casal em passos firmes e sigo até a janela que Oliver abriu dando acesso à sacada. Atravesso as cortinas sentindo a brisa junto com o ranger das ondas e ergo os olhos para o local apenas para ofegar e a respiração ficar presa na garganta, vendo um verdadeiro paraíso na minha frente.

EU MORRI?

Um imenso mar de águas cristalinas em uma mistura perfeita de azul e verde se destacavam a primeira vista na areia branca, combinando simultaneamente com o azul sem nuvens no céu e o amarelar do sol.

Era lindo.

“Depois de tantos dias ainda não me acostumei com essa vista.” Oliver diz se virando para mim com um sorriso persistente nos lábios e não lembro de vê-lo sorrir tanto como ele está agora.

“Onde estamos?” digo indo até ele.

“Você pegou sol demais ontem e isso afetou suas memórias?” ele diz rindo se enlaçando na minha cintura.

“Eu não lembro.” digo ainda encantada com tudo. “Mas... aqui é lindo, Oliver.” falo e ao encara-lo na luz posso ver agora a sua pele em um sexy bronzeado.

“Você está muito sexy assim... Mais do que o normal.” não contenho minha língua e ele ri beijando meu pescoço.

“Você quer outra repetição da noite passada, Sra. Queen?” diz pegando minha mão esquerda deixando beijos nos nódulos.

Uma banda de ouro chama minha atenção na minha mão e a levanto curiosamente a observando mais de perto. E em respirações rasas, eu sorrio levantando a mão dele vendo a outra banda de ouro encaixada no seu dedo.

“Oliver, isso é...” não consigo terminar e ele sorri.

“Claro que sim. E eu te amo muito.” diz.

Eu sorrio acariciando seu restolho da barba. “Também te amo muito.” ele sela nossos lábios em um beijo casto e me ergo na ponta dos pés para alcançar seu pescoço e me enlaçar contra ele.

Interrompemos o beijo quando o ar se faz necessário e apoio a testa contra a sua suspirando.

“Ainda não acredito que estamos em um lugar assim...” sorrio meio boba e ele me olha carinhosamente.

“Preciso que seja forte, Felicity.”

 “Lembre-se do quanto eu te amo.” diz e eu franzo o cenho para suas palavras quando tudo muda em um segundo. O paraíso sai drasticamente dando espaço para uma sala escura apenas cortada pelos barulhos das gotas que caíam do telhado e as minhas respirações erráticas com os olhos arregalados vislumbrando rapidamente todos os cantos do que parecia ser um galpão.

Foi um sonho.

Foi tudo um maldito sonho.

Mas se sentia tão real.

 “Oh, finalmente acordou! Estava com um sorriso brilhante no rosto enquanto estava desmaiada. Com o que estava sonhando?” Isabel diz aparecendo presunçosa no meu campo de visão. Minha cabeça aperta e toco suavemente no lugar para sentir algo quente e molhado na mão.

Sangue.

OH DROGA!

“Com a sua cara feia é que não era.” digo com a garganta seca.

Ela semicerra os olhos para mim e eu puxo minhas mãos apenas para notar as correntes que me prendiam em uma grande peça de ferro. Suspiro resignada e a encaro.

“O que quer?” falo e ela sorri.

“A questão não é o que eu quero, e sim nos poupar da sua pequena mente brilhante em atrapalhar os planos, mais do que já atrapalhou.” diz com desdém. “Aliás, tudo isso poderia ter sido evitado se não tivesse se metido em algo que não era do seu interesse, Srt. Smoak. Uma verdadeira lástima que tudo seja assim. A criança era irritante, mas não merecia aquilo...” diz e na mesma hora meu estômago se afunda.

Mavi.

Não não não.

“O QUE VOCÊ FEZ COM ELA, SUA VADIA?!” grito sentindo todo ar dos meus pulmões se esvaziarem.

Ela sorri se inclinando sobre a mesa.

“ME DIGA! SE VOCÊ A MACHUCOU EU JURO QUE...” sinto as lágrimas inundarem meus olhos.

“E se eu a machuquei? Vai fazer o que? Me lançar um vírus de computador? Oh, ou com o seus super poderes de TI vai invadir uma das minhas redes sociais?” murmura rindo. “Você ainda não entendeu que quem faz as ameaças aqui sou eu?”

“Só me diga que minha filha está bem. Por favor.” imploro puxando as restrições das correntes, fazendo com que cavassem na minha pele e eu grito em protesto, forçando a voltar para a posição anterior.

“Ela não está mais aqui se isso conforta o seu coração de mãe. Portanto vamos direto ao assunto.” diz vindo até mim. “Precisamos dos seus códigos. Ou melhor, de tudo que você possa usar para atrapalhar.” diz direta.

“O quê? Você me sequestra e acha mesmo que eu vou dar tudo o que você quer? Eu não tenho nada a perder, já você... Deve estar se borrando de medo de algo acontecer e não puderem lançar o Alpha. Seu chefe vai matar você se falhar e for superada pela menina do TI?” falo e sinto no mesmo momento o impulso do tapa me enviando para trás.

VACA RUSSA!

“Então você sabe do lançamento...” diz estreitando os olhos e me amaldiçoo internamente por ter dado com a língua nos dentes.

“Oh Srt. Smoak, você é patética. Em um nível absurdo, mas você é. Porém devo admitir que é incrivelmente amorosa. Tenho certeza que arriscaria até a própria vida para a paz mundial e essas coisas sem graça. Foi por isso que trouxemos aquele convidado, vamos ver até que ponto dura o seu sentimentalismo.” diz lançando uma piscadela indo até a mesa.

Meus olhos se alargam quando ela pega uma arma e vai até a parede onde uma pessoa está no chão e deduzo ser o Carter.

Não faça isso, ele não tem culpa de nada!” digo me desesperando e ela sorri o acordando com um chute. Vislumbro ele começar a se mover.

“O que... o que está acontecendo? Por que estou aqui?” diz se encolhendo.

“Você está bem?” pergunto e ele enfim nota minha presença.

“Felicity o que...”

“Sinto muito Sr.Williams, mas a Srt. Smoak não quer cooperar.” diz com uma falsa lástima e destrava a arma a apontando em sua direção.

“NÃO! Não faça isso, por favor.” grito.

“Tudo depende de você. Ou me dá a porcaria dos seus códigos ou eu estouro os miolos dele. O que seria uma pena dada a beleza dele.” diz.

“Você não precisa fazer isso, eu não tenho nada que possa ser usado contra o Alpha. Ele é um fucking computador que eu não consigo entender.” a encaro.

“É uma pena que eu não acredito.” diz dando um tiro para o alto me fazendo pular do lugar.

“Mas eu disse a verdade!”

“Se esta é sua posição...” diz voltando a mirar na direção dele.

“Pare! Eu te dou seja lá que você quer. Apenas pare.” digo encarando o chão.

“Ótimo.” diz dando um sorriso. “Agora, digite e não tente me enrolar. Eu vou saber se esconder algo.” diz e me entrega um dispositivo. Coloco tudo o que tenho e ela sorri verificando.

“Boa garota, ele disse que você faria.” ela diz saindo.

Um estouro gargalhadas explode ao meu lado.

“Isso é verdade.” ele diz rindo.

“Carter o quê...?” falo franzindo o cenho.

“Carter o quê...” imita minha voz. “Me tire disso, eu estou com dor nas costas.” diz e na mesma hora Isabel destrava as correntes e o ajuda a levantar. Ele a recebe com um beijo e sorri quando se afasta.

“Você...” falo e se vira para com um sorriso de canto. “É ele. Você é ele.”

E como se fosse um clique, tudo volta a minha mente se registrando.

“...Eu estou tentando dizer que achamos que está tendo um buraco nas contas da QC, ou seja, alguém está desviando dinheiro daqui.”

“...eu sou Carter Williams.”

“Trabalho no setor de finanças da empresa, não querendo me gabar, mas sou um ótimo contador...” diz.

“Eu soube do acidente, sinto muito. Que tipo de pessoa faria isso com vocês...” diz com um olhar estreito.

“Como assim que tipo de pessoa? Foi só um acidente...” falo o encarando.

“Certo, foi isso que eu quis dizer.” diz desviando o olhar.

Ele diz me encarando por um longo tempo e eu desvio o olhar ao ver seus olhos escurecerem e um arrepio estranho percorre meu corpo.

“Eu não gosto daquele cara, Felicity.” Oliver diz.

“Ele é estranho.” Mavi comenta logo em seguida.

“Por que?” falo.

“Ele fica enrolando a língua para poder falar, é estranho.” ela diz.

“Mas particularmente, eu acho que Isabel está sendo controlada por alguém maior.” Moira diz.

“Acha que Isabel é o pior dos seus problemas? Você não viu nada, tem tanta gente querendo ferrar com a família Queen há anos.”

“Vai precisar contratar um novo funcionário na empresa para descobrir o porquê.”

“Eu... eu acabei de ver e... tem homens armados no prédio. Precisamos sair daqui.” diz em pânico.

“Temos que ir, Sr. Williams, acabamos de chegar de uma viagem da Rússia e tudo está em atraso na empresa. Se nos der licença.” Oliver diz.

“Oh eu também vou, esse é o meu primeiro dia da QC...”

“Exatamente um dia após a Rússia você apareceu...” concluo encarando o nada.

“Quanta esperteza, Felicity! Você realmente faz jus ao QI que tem.” ele diz e eu o encaro firmemente. “O que foi? Achou decepcionante?” diz rindo.

“Eu protegi você! Eu fiquei preocupada! Como você pôde?” grito e ele gargalha.

 “Oh eu ouvi seu clamor. Por favor, por favor, não faça nada com ele. Por favor. Eu tive que me controlar para não rir. Mas devo admitir que gostei, levantou meu ego.” ele diz e sinto um nó se formando no meu estômago.

“Como pôde fazer aquilo na Rússia, o acidente de carro, machucar Tommy...” falo sentindo minha garganta seca.

“Em minha defesa aquilo na Rússia foi Isabel.” diz sorrindo. “Mas veja, tomei cuidado para que não morressem. Sou um homem de princípios, vocês não poderiam morrer. Pelo menos não antes da hora.”

“Você é louco!” digo balançando a cabeça.

“Um louco não pouparia sua filha...” diz.

“Onde está ela?” pergunto com tremor na voz e ele sorri.

 “CADÊ A MAVI?” grito desesperadamente.

“Não se preocupe, não fiz mal algum aquela peste. Embora ela tenha sido um pequeno diabo comigo, eu consegui me livrar.

“O que você fez?” falo sentindo meu peito apertar.

“Eu dei ela.” diz com um encolher de ombros.

“VOCÊ D-DEU ELA?” falo não sentindo mais o peso do corpo.

“Pra você ver como sou uma pessoa boa. Eu poderia ter feito mil coisas a ela, mas escolhi ser sensato e entregar a garota para alguém que parecia estar mais sedento.” diz com um olhar calmo.

“Agora imagine a coincidência, eu queria me livrar da peste e havia uma histérica bem ali na porta da QC querendo exatamente uma criança! Olha que fantástico!” diz colocando um terno.

“Você deu a minha filha...” murmuro ainda olhando para o chão.

“Oh vamos, Felicity, não fique assim. Também não é o fim do mundo.” diz se agachando na minha frente.

Levanto meu rosto lentamente, o encaro com fúria nos olhos e o golpeio com força no rosto até onde as restrições das correntes deixam. Ele grita de dor segurando o nariz e dois homens aparecem instantaneamente me fazendo voltar para o lugar.

“Sua puta! Você quebrou o meu nariz.” diz se levantando com sangue no rosto e sorrio internamente.

“Apague essa garota!” fala saindo da sala quando vejo uma pequena arma ser ligada por um dos homens e o choque ser acionado a passar pelo meu corpo, me fazendo desmoronar feito pedra no chão.

(...)

Oliver Queen:

“Ela não está atendendo...” murmuro desligando o que já era a sexta chamada consecutiva. O pânico já estava me consumindo, Felicity nunca fica longe do celular.

“Pode ter acontecido um imprevisto, cara.” John diz.

“Se tivesse ela teria ligado. Eu não acho que seja um contratempo.” digo pegando o celular novamente, mas discando outro número.

“Eh... olá, eu sou Oliver Queen, você poderia me dizer se minha fil... uma aluna chamada Mavi Smoak já saiu? A mãe dela iria buscá-la esta tarde, mas isso faz um tempo e as duas ainda não chegaram. Estou um pouco preocupado...” falo tentando manter a voz firme.

Oh, olá Sr.Queen. Sra. Smoak veio buscá-la há algumas horas sim.”

“Elas estavam sozinhas?”

Sim, senhor.”

“Certo, obrigado.” falo desligando esfregando as mãos no rosto.

“Elas já saíram de lá. Deveriam ter chegado há horas.” digo sentindo meu estômago afundar.

“Você já ligou para Thea ou Tommy? Elas poderiam estar com eles.” diz.

“Oh galera, acho melhor ver isso.” Helena diz aumentando ligeiramente o volume da televisão enquanto eu já sinto a respiração falhar ao ler a manchete.

“Urgente: Ataque nesta tarde na Queen Consolidated.”

Aproximadamente há algumas horas, a empresa comandada pelo famoso bilionário, Oliver Queen, sofreu um ataque de um grupo não identificado devastando o último andar do prédio. Testemunhas disseram que homens armados e completamente encapuzados invadiram a empresa em uma ação premeditada, aparentemente em busca de sequestrar dois funcionários, o contador da empresa, Carter Williams, e a assistente executiva e também namorada do atual CEO, Felicity Smoak. Os seguranças do local não tiveram tempo de reação e foram feridos no processo, mas passam bem no hospital. A Polícia já confirmou que não tiveram mortos na ação, e que já iniciaram as investigações. Pessoas que estavam na recepção, afirmam que a Srt. Smoak estava com a filha quando entrou na empresa. Não temos informações da menina até então...”

 “Oliver...” John diz olhando para mim e eu sinto tudo o que está na sala começar a girar.

Elas estão desaparecidas.

As minhas meninas foram sequestradas.

Elas podem estar machucadas, com frio, com fome em um lugar escuro.

Ou já podem estar...

NÃO! ISSO NÃO!

Se alguma coisa acontecesse eu não iria me perdoar porque... é tudo minha culpa. Eu deveria ter as empurrado para fora disso, bem longe de tudo, mas aí eu fui egoísta. E agora elas estão em perigo.

“Oliver!” Helena grita me sacudindo. “Não venha com esse negócio de culpa, precisamos ir pra lá. Agora!” diz firme.

“Elas estão em perigo...” falo ainda em choque.

“Helena está certa, Oliver. Precisamos ir, a polícia está lá. Podemos ver as câmeras de segurança e ter uma pista.” John diz e eu o encaro.

“Certo. Vamos.” falo engolindo os nódulos na garganta e pegando o casaco.

(...)

“Quentin!” grito no meio da multidão que se formou na entrada e ele se vira ligeiramente para mim.

“Oliver.” diz com um aceno rápido. “Eu realmente sinto muito pelo o que aconteceu.” diz com um olhar amigo e eu assinto.

“Preciso ver as câmeras de segurança.” falo e ele confirma me levando até o último andar da QC. Vidros misturados com poeira e fumaça eram o que havia restado de tudo. Sinto minha respiração falhar ao lembrar que elas estavam aqui. Em meio a todo esse caos.

“Nós não temos as imagens deles entrando nesse andar, mas de acordo com a perícia, eles explodiram tudo para entrar e dispararam alguns tiros. Nós só temos as imagens deles saindo da empresa.” Quentin diz e as imagens aparecem, muitos homens mascarados saindo do prédio e meu coração falha quando a vejo a desacordada e com um ferimento na cabeça. Ela parecia estar pálida e tão sem vida sem os seus lindos olhos abertos. Sinto o ar dos pulmões saírem quando Mavi aparece chorando, me fazendo quebrar o pescoço das pessoas que a seguravam. Ela olhava para mãe frequentemente e protestou ainda mais quando ela foi entregue para uma mulher, que pelo ângulo não deu para ver. Eles entram em um carro e saem em disparada enquanto que a mulher consegue por um pano da boca da Mavi e a erguer sem dificuldade para a direção oposta.

“Nós já estamos rastreando a placa do carro. Pedi que ficassem em alerta em todos os aeroportos e nas estradas. Vamos encontrá-las.” Quentin diz e eu assinto olhando para o chão. Vislumbro algo em baixo da mesa e me inclino lentamente até o chão o pegando. Tento conter as lágrimas ao ver o Senhor Canguru coberto de vidro.

“Oh Mavi...” meu peito se aperta e sinto o seu cheiro de bebê apegado ao brinquedo.

“Eu sinto muito, Oliver...” Sara diz chorando.

“O que foi, Sara?” falo me levantando confuso.

“Por favor não me odeie... eu não sabia.” diz soluçando.

“O que aconteceu?”

“Laurel... foi ela que pegou a Mavi. Eu sei que ela pegou.Eu sinto muito.” diz se debruçando em lágrimas e a confusão se transformar em ódio no mesmo instante.

“LAUREL? É ELA ESTÁ COM A MAVI?” falo e Sara acena que sim.

“Eu vou matá-la...” digo fechando brevemente os olhos com os punhos cerrados.

“Eu sinto muito...” diz.

“Sara não é sua culpa...” falo com a mandíbula apertada.

“Você não entende, Laurel estava a algumas semanas dizendo que queria adotar uma criança. Ela me dizia que a observava de longe todos os dias e que queria criar outras perspectivas de vida, saindo da cidade junto com essa criança. Só que eu achava que era em um orfanato, uma criança de lá, e eu a apoiei. Dei força para ela continuar com essa ideia, mas eu juro... eu juro que nunca passou pela minha cabeça que essa menina era a sua filha. Eu sinto muito, eu não sabia...” diz chorando compulsoriamente e eu sinto um arrepio passar pelo meu corpo ao pensar que Laurel estava a observando todos os dias e em todos os lugares.

“Sara você não tem culpa, sua irmã sim. Ela está completamente louca, e não posso te prometer que vou agir racionalmente quando a encontrar.” digo.

“Eu sei, e eu entendo, vou fazer o máximo que puder para achá-las, pode contar comigo.” ela diz limpando os resquícios das lágrimas e com um breve cumprimento, saio dali em passos firmes.

“Aonde você vai?” Diggle diz me acompanhando em passos rápidos.

“Ficar parado é que eu não vou. Precisamos acionar a Argus.” digo.

“Eu já fiz.” ele diz e eu vislumbro Helena na nossa frente.

“Você vem?” dou um olhar firme e ela assente.

“Eu tenho um plano, explico para vocês no caminho. Mas preciso ligar para alguém primeiro.” diz pegando o celular enquanto íamos para o carro.

“Para quem?” pergunto.

“Alguém que me deve um favor.” diz.

“Alô, Anatoly? É Helena.”

“Sim, мой друг. Se lembra de Budapeste, quando ficou me devendo uma?” pergunta.

“Então...” diz dirigindo um olhar a mim. “Preciso de um pequeno favor...”

 

 

Tradução: мой друг: Meu amigo

 


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Notas finais do capítulo

Me digam o que acharam! Nos vemos nos cometários, amores!

Até a próxima sextaaa ♥



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