Eu Amo Te Odiar escrita por Harper Queen


Capítulo 22
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Notas iniciais do capítulo

Finalmente apareceu a margarida, hein!

Desculpe pelo atraso, pessoinhas, mas é que com essa correria de ano novo foi meio que complicado postar o capítulo. Maaas esse aqui está bem grandinho para compensar e espero que gostem ♥

Desde já desejo uma ótima leitura! Nos vemos nas notas finais :)



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Oliver Queen:

“John!” falo indo até ele que, por sua vez, já havia a pegado nos braços e a erguia.

“Oh santo Google, ela... ela está só sangue. Ela precisa de um hospital!” Felicity diz apavorada.

“Não podemos.” digo firmemente e ela me encara com expressão incrédula e respiro fundo. “John você ainda tem aquele kit de primeiros socorros com você?” digo o ajudando a instalá-la no sofá.

“Tenho só o básico.”

 “Por isso devemos levá-la ao hospital!” Felicity insiste.

“Não podemos. Se Helena veio até nós em vez de um hospital, é porque está se escondendo de alguma coisa ou de alguém.”

“Oliver está certo, Felicity. Em um hospital ela fica bastante vulnerável. Precisamos tratá-la aqui.”

“E com vamos fazer isso? Eu acabei de descobrir que não consigo ver sangue.” ela diz desviando o olhar ficando um pouco verde.

“Eu sei algumas coisas no meu tempo no exército. Felicity preciso do kit de primeiros socorros que está no banheiro. Oliver segure a cabeça dela caso ela entre em choque enquanto eu pressiono o ferimento.”Diggle diz tomando o assento no sofá.

“Ela vai ficar bem?” o encaro.

“Eu vou tentar o fazer o meu melhor.” ele diz suspirando.

“Aqui está.” Felicity diz ofegante com uma grande caixa nas mãos.

Depois que Diggle fez todo o trabalho com os ferimentos e os pontos, o efeito da anestesia pareceu ter terminado e as pálpebras começam a vibrar quando um resmungo de dor  escapou de sua boca e ela abre os olhos lentamente.

“Como se sente?” falo ficando na sua frente.

“Dolorida.” ela diz com um riso falso. “Mas acho que consegui.”

“Conseguiu o que exatamente?” Diggle pergunta.

“Helena, o que aconteceu com você?” falo esfregando as mãos no rosto.

“Longa história. Precisa ser mais específico.”

“A parte que você aparece sangrando na QC.” falo firmemente.

“Eu precisava de um local seguro. Não podia arriscar que ela me encontrasse em um hospital.” diz fracamente.

“E quem seria ela?”

“Você sabe, aquela vadia russa.” diz com um assovio de dor.

“Oh espere, Isabel fez isso com você? Quero dizer, não parece que ela poderia fazer isso com alguém, mas eu sei que ela é um dos vilões aqui e... espera um pouco, você também é um dos vilões! E você está aqui agora e bem, eu não sei o que pensar. Isso é um plano super vilãnesco para nos prender?” Felicity diz incontrolavelmente enquanto a outra dá um riso engasgado.

“Você é engraçada, Smoak, mas eu não estaria nessa situação se tivesse um plano. Principalmente um vilãnesco.” ela diz.

“Por que Isabel faria isso com você? Achei que vocês estavam juntos nisso tudo.” digo cruzando os braços.

“E estávamos... Eu acho. Há muito tempo as famílias não estão mais em concordância, Oliver.” diz desviando o olhar. “E a razão pelo qual vocês ainda estão seguros é que eles estão muito preocupados com algum ataque entre eles. E bem, queriam me matar hoje, mas eu fugi porque aparentemente o ego de Isabel é mais forte em me torturar do que acabar logo com isso e me matar.” solta um riso irônico e volta a me encarar. “Então o tempo exato de vocês fugirem é agora que ela está procurando por mim.” ela diz engolindo seco.

“Eu não vou fugir. Já fiz isso há cinco anos, e muitas coisas aconteceram cujas consequências eu estou percebendo hoje. Então ir embora não é uma opção.” falo e ela ergue as sobrancelhas.

“O que fez vocês ficarem em desacordo?” Diggle diz e ela solta uma risada amarga.

“Quando você faz o que faz, sempre tem o risco de pessoas morrerem.” ela toma uma respiração profunda e continua. “Há alguns meses, eu queria sair do que eles chamam de ‘A Liga’, eu estava cansada daquela vida que meu pai me obrigou a ter. E bem, eu conheci uma pessoa... Ele sabia a vida que eu levava, os riscos, os perigos... mas ele era tão compreensivo, tão puro que me fazia querer ser melhor para ele. E uma dessas atitudes me fez questionar o que eu estava fazendo junto com aquelas cobras, sendo o que eu mais queria era sair livremente pelo mundo com ele. Sem máfias, sem a disputa pelo poder... apenas nós dois.” ela diz encarando o chão.

“O que aconteceu?” Felicity diz sentando ao lado dela.

“Eu anunciei em umas das reuniões que não queria mais fazer parte do grupo. Que eu ficaria calada sobre tudo, e em troca eles me deixavam sair. Mas aparentemente não é assim que as coisas funcionam... No dia da nossa viagem ele estava atrasado. Nós perdemos aquele voo e quando eu cheguei ao meu apartamento pra perguntar o que tinha acontecido, uma encomenda estava na porta. Uma caixa.” diz tomando uma longa pausa. “Eles me entregaram a cabeça dele. Literalmente a cabeça dele em uma caixa. E é por isso que vocês devem ir, antes que aconteçam outras baixas e alguém que você ama seja pego no fogo cruzado...” ela diz limpando uma lágrima solitária que caiu e não consigo evitar olhar para Felicity não conseguindo nem imaginar se algo acontecesse com ela.

“Todos nós estamos aqui porque aceitamos os riscos. E como o Oliver falou, fugir não é uma opção, chegamos até aqui e vamos até o fim disso tudo.” Felicity diz lutando para manter a voz firme dando um pequeno aceno para mim.

“Felicity está certa, chegamos até aqui e vamos prosseguir. Mas não vamos conseguir nos prevenir se você não nos ajudar para contar os planos dessa tal Liga.” John diz.

“Acredite em mim quando digo que é melhor não contar.” ela diz encarando o teto.

“Não é assim que funciona, Helena. Você veio até nós e te ajudamos, agora está na hora de fazer a sua parte nos dizendo o que sabe.”  ela suspira.

“Certo, o que querem saber?” ela diz.

“Fale do início, o que seria essa Liga?” falo tomando um assento.

“É uma organização privada, contém todos os tipos de camadas da sociedade. Políticos, empresários, celebridades, máfia e entre outros. Essas pessoas se juntaram e formaram uma identidade chamada A Liga.” diz calmamente.

“Pra que criar isso? Essas pessoas já tem dinheiro, o que mais poderiam querer?” falo.

“Poder.” Felicity suspira. “Se a organização é tão popular entre a classe mais alta, porque o assunto ainda não foi às mídias?” Felicity pergunta.

“É uma história de fantasma, eles nunca são realmente os culpados de alguma coisa. Utilizam o nome de alguém de prestígio social do local e manipulam os resultados para a culpa recair em quem eles querem.” diz tentando se sentar apenas para resmungar de dor.

“Não se mova, era uma ferida profunda, foram necessários muitos pontos.” Diggle adverte.

“Eu não posso ficar aqui, preciso acabar com aquela vadia.” ela diz levantando apenas se curvar de dor e elevar a mão até o abdômen.

“Você não vai conseguir dar dois passos estando assim, precisa descansar.” falo a conduzindo de volta ao sofá.

“Vocês não entendem, eu preciso fazer isso...”

“É por isso que está em Starling? Para se vingar dela? A matando?” Felicity pergunta.

“Não é só vingança, eu quero destruir tudo o que eles estão planejando fazer. Eu quero os ver sofrer, acabar com essa maldita organização e expor todos aqueles desgraçados para o mundo. Eu irei os ver implorando para morrer e só depois, só depois de ter feito tudo isso, eu vou enfiar uma bala nos miolos daquela vadia. Aí sim, isso eu vou me sentir vingada.” diz respirando pesadamente.

“Isso foi bastante detalhado...” Felicity diz se encolhendo.

“Com o que vai incriminá-los? Você disse que era uma história de fantasma.”

“Não quando você é um dos fantasmas. Fiz vários dossiês.” Diz

“Você fez dossiês de todos?” pergunto surpreendido.

“Quando você trabalha com pessoas que não confiam na própria sombra, é necessário se precaver. E bem, eu tinha informações que ninguém de fora nunca teria, assim ficou fácil.” diz.

“Por que fazer isso agora, Helena? Eu li sobre o seu perfil na Argus, você não parece fazer isso aleatoriamente, poderia escolher atacá-los em qualquer outro momento. Por que precisamente agora?” Diggle diz cruzando os braços.

Ela desvia o olhar e suspira. “Seu pai, Oliver.”

“Ele fazia parte disso?” falo descrente.

“Não. Ele fez uma espécie de acordo.” franzo o cenho confuso.

“Como já deve saber, A Liga tirou a Queen Consolidated de uma crise e em troca, pedia alguns favores para a empresa. Mas aí seu pai suspeitou de alguns desses serviços serem ilegais e bem, ele cancelou tudo alegando os denunciar caso não saíssem da empresa.” eu assinto e ela prossegue. “Eu não sei de muita coisa porque quem estava à frente da nossa família, na época, era o meu pai, mas pelo o que eu entendi, antes do avião cair na Rússia, seu pai fez uma espécie de acordo com essas pessoas. E ficou combinado que nenhum membro das famílias poderia fazer ‘negócios’ em Starling. E ele fez isso...”

“... para proteger nossa família.” termino e ela assente.

“E esse acordo ainda vale?” Diggle pergunta.

“Claro que sim, quando prometemos algo, mantemos nossa palavra. Somos uma família por isso.” diz firme.

“Mas... mas Isabel está aqui. E claramente ela está planejando algo em Starling.” Felicity fala.

“A vadia está aqui por motivos pessoais. É por isso que a organização está fragilizada. As máfias e alguns membros não querem quebrar o acordo, portanto não estão apoiando, mas ela e o seu grupinho estão muito interessados aqui.”

“Já sabemos algumas pessoas que fazem parte disso, mas tem um nome que eu não sei. Já me disseram que ele está acima da Isabel. Quem é essa pessoa?” pergunto.

“Eu não sei, ele nunca ia às reuniões. Sempre mandava um homem diferente no seu lugar.” diz com um encolher de ombros.

“Você não sabe nada sobre isso?”

“Bem... tem um nome, mas nem sei se isso faz sentido ou se eu estava bêbada demais quando eles disseram. Era algo como Hermes.” diz e Felicity se agita.

“Eu já ouvi isso antes! Quer dizer, eu sei que está ligado a cultura clássica, o que eu sou muito fã a propósito, mas eu li na Rússia. Eu li aqueles documentos sobre o Alpha que estavam no computador da Isabel e havia esse nome. Eu rastreei de onde o arquivo original vinha e o dono do computador, tinha esse nome, Hermes.” explica.

“Você rackeou o computador daquela vadia? Muito bom, garota.” Helena diz impressionada e vejo de canto de olho Felicity corar rapidamente.

“Ok, então precisamos rever todos esses arquivos já que temos essa conexão, mas você ainda não falou porque você estava machucada. Isabel te encontrou?” pergunto e ela assente.

“Parece que tive o azar de andar pelos Glades. Não foi difícil dela me achar, e como eu disse antes, o ego dela foi maior e não me matou. Pediu que dessem uma surra e depois eu consegui fugir. Você não pode prender quem cresceu se soltando de algemas.” diz calmamente ganhando olhares de nós três.

“O que foi? Meu pai me ensinou essas coisas. Vocês não sabem se soltar de algemas?” diz com se fosse a coisa mais normal do mundo.

“Ok...” Felicity diz mudando de assunto.

“Foi por isso que ela não veio trabalhar hoje pela manhã.” John conclui e eu assinto pensativo.

“Enquanto você estava lá você não ouviu ou viu nada que pudesse nos ajudar? Meus instintos dizem que seja lá o que ela esteja aprontando, está próximo. E eles nunca falham.” digo sentindo um arrepio na base da coluna se espalhando para o corpo.

“Eu não sei a extensão dos planos daquela vadia ou do pseudo Deus grego misterioso, mas tenha certeza de uma coisa, seja o que for, eles têm motivos pessoais e provavelmente culpa cairá na família Queen.” diz por fim me encarando.

“Como?” falo perplexo.

“Eu não sei. É por isso que vocês tem que me deixarem matá-la.” diz socando o sofá.

“Você não vai matar ninguém ainda, Helena. Você lembra onde era a localização do lugar onde estava sendo mantida?” pergunto e ela assente.

“Certo, Felicity já tinha hackeado o GPS de onde Isabel estava, então com os pontos que ela deu e as suas coordenadas, eu e Diggle podemos amanhã dar uma olhada, vai que achamos algo.”

“Oliver...” Felicity adverte.

“Eu vou tomar cuidado.” digo e ela me dá um olhar de ‘depois vamos conversar’.

“Ok, até lá você vem para a instalação da Argus para que possamos ter um olho em você.” Diggle diz.

“De jeito nenhum! Não vou ficar presa.” fala se jogando de volta no sofá.

“Você não vai ficar presa. É só para passar a noite, e será melhor para tratar o resto dos seus hematomas.” diz e ela bufa. “Você pode ter alguns remédios.” ele tenta e ela semicerra os olhos para ele. “Remédios pesados.” pronuncia.

“Agora você fala a minha língua.” sorri se levantando.

(...)

 “Acho que não sinto meus pés...” Felicity suspira se jogando no sofá depois de ter liberado Lisa do expediente e ido verificar Mavi.

“Quer que eu faça uma massagem?” falo me aproximando suavemente do seu corpo e ela sorri se aconchegando até mim se inclinando até pairar sobre os meus lábios e beliscar ligeiramente o meu lábio inferior.

“Adoraria...” diz salpicando beijos pela mandíbula até chegar na curvatura do meu pescoço e morder a veia pulsante arrancando um gemido engasgado de mim.

“Tanto quanto eu gostaria de terminar isso na nossa cama, querida, preciso falar com uma pequena antes.” murmuro entre seus lábios e ela resmunga se afastando.

“Vou tomar banho. Te vejo lá no quarto, ok?” diz deixando um último beijo nos meus lábios enquanto tomo uma respiração profunda e sigo para o quarto da pequena Smoak.

“Hey...” falo batendo suavemente na porta colorida coberta por papéis desenhos. Meus olhos se conectam com um dos papéis e sorrio quase inconscientemente ao ver pendurado o primeiro desenho que ela fez para mim no dia em que a conheci na QC.

“Vai embora.” ouço uma pequena voz abafada pelo travesseiro soar e me aproximo cautelosamente.

“Mavi...” digo entrando contra os seus protestos sentando na cama ao seu lado.

“O que você quer, Olhos Azuis?” diz tirando a cabeça dos travesseiros e me encarando com os olhos recém inchados e  avermelhados e me amaldiçoou internamente por ter causado isso com a minha pequena.

“Eu vim pedir desculpas. Não devia ter saído daquele jeito na outra noite. E eu sinto muito, princesa.” falo afastando um pouco do seu cabelo embolado do rosto.

“Por que você saiu?” diz fungando.

“Sua mãe e eu tivemos uma pequena discussão. E no momento a gente não pensa muito e eu sei que devia ter vindo aqui com você antes de ir embora como sempre faço, mas não é porque eu saí que vou te abandonar, Mavi.” digo suavemente e ela inclina a cabeça para o lado pensativa.

“Então vocês não terminaram?”

“É claro que não.”

“Mas eu ouvi vocês discutirem, Olhos Azuis!” diz com os braços cruzados.

“Mas isso é completamente normal, princesa. Desentendimentos são comuns. Olhe, eu e a tia Thea vivemos brigando, mas nós não vamos deixar de sermos irmãos e muito menos nos amarmos menos por causa disso. A mesma coisa vale para sua mãe e eu.”

“Então vocês já fizeram as pazes e ficaram de bem?” diz com um olhar de advertência e engulo o sorriso ao pensar nas pazes fizemos na empresa mais cedo.

“Sim.”

“Promessa de dedinho?” diz inclinando a mão e sorrio.

“Promessa de dedinho.” imito seu gesto e a puxo para meus braços em um abraço reconfortante e suspiro aliviado alisando seus cabelos.

“Por favor, não vá mais embora. A mamãe e eu não gostamos de dormir sozinhas.” diz inclinando a cabeça para o meu peito.

“Não vou. Isso é uma promessa.” digo me afastando brevemente para ver seu rosto e ela mostra o seu sorriso banguela apenas para se transformar em um bocejo instantaneamente.

“Acho que alguém está com sono.”

“Não estou, podemos ficar mais horas acordados. É só não contar para a mamãe.” ela sussurra e eu sorrio.

“Acho que eventualmente ela vai nos descobrir. E, aliás, o horário de dormir da princesa aqui já passou, certo?” digo e ela faz um resmungo.

“Ok... mas quero dormir com você e a mamãe.”

“Mavi você não acha que já é grandinha demais para dormir com a mamãe?” digo arqueando uma das sobrancelhas e ela assente fazendo bico.

“Então de manhã eu vou para acordar vocês ok?” diz firmemente e eu bufo em diversão. Ela não tem jeito mesmo.

“Certo. Mas por agora, a senhorita vai dormir.” falo ajustando as cobertas e ela entra na cama completamente e a cubro até a altura do pescoço a deixando quente.

“Pode ficar aqui até eu dormir?” diz com uma pequena voz e sorrio incapaz de negar qualquer coisa para ela. Sento de volta na cama passando as mãos pelos seus cabelos e tomo um tempo para admirá-la assim como faço com Felicity às vezes em que estou sem sono e velo seu sono capturando todos os detalhes do seu rosto. Sinto sua respiração ficar lenta e relaxada indicando que pegou no sono e me levanto cautelosamente para não acordá-la.

“Boa noite, princesa. Eu te amo muito.” falo deixando um beijo suave no topo da cabeça.

“Também te amo, papai...” murmura com os olhos fechados e eu congelo.

ELA DISSE PAPAI?

(...)

“Você está bem? Eu sei que o que Helena disse foi bem chocante e esclarecedor para ser honesta.” ela para e me encara com uma expressão compreensiva. “Se quiser falar comigo sobre isso, pode falar. Eu estou aqui para você e vamos encarar isso juntos.” diz acariciando minha barba me fazendo a encarar seus olhos.

“Ela apenas me chamou de papai...” digo ainda paralisado.

“Espere, o quê?” ela diz.

“Ela disse papai.”

“Helena te chamou de papai?” diz confusa.

“Não Helena. Mavi fez.” falo e Felicity arregala os olhos no mesmo momento paralisada. Ficamos em um silêncio ensurdecedor apenas cortado pelas nossas respirações.

“Eu posso ouvir as engrenagens do seu cérebro trabalhando.” digo e isso a desperta do seu transe.

“Oh, certo. Eh, bem.... eu sei que isso pode ser espantoso, então vou falar novamente que o pai dela está no céu e não se preocupe com isso e...” balbucia rapidamente.

“Não, não faça isso, quero dizer, eu fiquei sem reação na hora. E bem, até então ninguém havia me chamado de papai, mas foi assustador e... bom. Muito bom. Mas eu não sei o que fazer, isso é normal? E se eu a magoar novamente? Eu estou com medo, Felicity. Eu sou uma pessoa horrível...” digo chocado.

Felicity ri suavemente e pega meu rosto entre suas pequenas mãos. “Você não é horrível, Oliver. Você é a pessoa mais maravilhosa e amorosa que eu já conheci, e sei que não faria nada de propósito para magoá-la. Você só está assustado e isso é completamente normal...” diz deixando um pequeno peck nos lábios.

“Ok, eu posso estar um pouco assustado.” concluo.

“E quem diria que após as inúmeras revelações da Helena hoje, você fosse surtar apenas quando uma garotinha de cinco anos de chama de papai.” diz rindo.

“Ei!” protesto.

“Está tudo bem, ok? Mas como ela falou isso? Simplesmente se virou e splash, ou...”

“Ela meio que murmurou no sono.” falo.

“Olhe, talvez ela nem se lembre amanhã. Mas de qualquer forma conversamos com ela depois, ok?” diz e eu assinto já sentindo o cansaço do dia vir após a adrenalina baixar.

“Acho que quem precisa daquela massagem sou eu.” digo e ela ri.

“Concordo. Você não é mais o de antigamente. A idade vem.” diz e a olho incrédulo.

“Você apenas me chamou de velho, Srt. Smoak?”

“Claro que não...” ri se esgueirando.

“Vou te mostrar o velho.” falo agarrando sua cintura e a jogando de volta na cama.

(...)

Felicity Smoak:

“Certo, esse dispositivo permite que eu veja tudo o que vocês virem, então nada de taparem minha visão.” digo colocando a pequena câmera na gola da camisa do Oliver.

“Tem certeza que você vai ver alguma coisa? Isso é muito pequeno.” diz e eu reviro os olhos.

“Eu fiz isso, Oliver. Vou ter uma visão de 20 metros em 180 graus. Acho que posso me virar.” lanço uma piscadela.

“Eu ainda acho que eu deveria ir.” Helena diz bufando.

“Você ainda está machucada. E não vamos matar ninguém, só sinto que alguma coisa pode estar lá. Vamos ver isso.” ele diz.

“E Isabel?” Diggle pergunta.

“Vou avisar vocês quando o rastreador dela se aproximar.” falo.

“Certo. Melhor irmos então.” Oliver diz.

“Tenha cuidado.” digo o abraçando fortemente. “Vocês dois.”

“Sempre.” diz deixando um beijo rápido nos lábios e enquanto dou um aceno para John e os vejo sair pela porta.

“Você tem uma bebida?” Helena pergunta.

“Você não vai beber agora.” reviro os olhos.

“Ok, só foi uma pergunta.” diz se ajustando no sofá enquanto eu pego o notebook para o meu colo.

“Você sabe, essa é uma foto bonita. Vocês parecem felizes.” diz segurando a foto que estava na mesa de canto. Olho para o porta retrato e sorrio suavemente ao lembrar do dia em que a tiramos. Oliver queria mostrar para Mavi que ela ainda era tão bonita quanto ainda tinha o dente da frente. Foi logo depois de voltarmos da sorveteria. Mavi está entre nós com sorvete por todo o rosto enquanto fazíamos caretas para a câmera.

Olho para Helena que suspira quase que inconscientemente.

“Eu sinto muito por ele.” ela sorri sem humor e assente.

“Eu já superei. Quero dizer, pelo menos é o que eu falo para mim mesma. Mas fico feliz que Oliver tenha encontrado você. Ele é um cara legal que também já sofreu muito.” diz e eu mordo o lábio inferior quando algo vem na minha cabeça e minha língua coça em perguntar.

 “Então... eh bem, agora que estamos a sós, eu queria perguntar...” falo incapaz de completar e ela semicerra os olhos para mim.

“Desembucha.” diz sem rodeios.

“Eh... vo-vocês estavam na aqui há alguns meses na QC, e bem...” digo limpando a garganta.

“Quer saber sobre aquele dia na QC que fizemos sexo?” pergunta.

“Sim... eu acho. É apenas curiosidade.” digo.

“Não significou nada se é o que está perguntando. Eu sabia que não era mais o ‘Ollie’ de antes. E eu não sou burra, sei que ele estava querendo descobrir alguma coisa naquele diz.” diz lançando um olhar esclarecedor.

“Oh...”

“Vocês sabem que a comunicação estava ligada todo esse tempo, certo Felicity?!” Diggle diz e eu arregalo os olhos.

PUTA MERDA POR QUE EU AINDA EXISTO?!

“Certo estamos aqui. Qual a melhor entrada?” Oliver diz achando melhor ignorar os comentários anteriores.

PARA A MINHA SANIDADE.

“A do leste. Segue reto e dobre a primeira direita.” falo.

“A porta está trancada, preciso arrombar.”

“Não faça isso. Vou conseguir destravar daqui.” digo e com alguns cliques a porta enferrujada se abre lentamente e eles seguem caminho no que parece ser um galpão.

“Tem muita coisa aqui. O que vamos procurar primeiro?” Diggle diz.

“Eu apreciaria se localizassem um computador. Ou algum dispositivo de comando.” falo e observo pela câmera eles vasculharem o local.

“Ali era onde eu estava.” Helena diz apontando para um pequeno local no canto e vejo Oliver correr até uma mesa no que parece ser a do centro.

“Tem um computador aqui. Ou pelo menos parece um.” diz.

“Pode se aproximar mais, por favor.” ele faz e eu franzo o cenho.

“Oliver isso não é um computador comum.” falo observando cada detalhe.

“Então o que é isso?”

“Eu realmente não sei. Nunca vi algo parecido.” murmuro ainda impressionada. “Pode tirar fotos disso? É só rodar a pequena câmera para a esquerda.”

“Certo, acho que aqui pode ser uma espécie de alojamento ou base. Parece ter todos os tipos de suprimentos, água.” John diz olhando nas prateleiras.

“E com toda certeza isso não era para mim.” Helena diz e minha atenção se volta para o pequeno ponto piscando na tela.

“Vocês precisam sair daí agora. Isabel está próximo.” murmuro rapidamente.

“O quão próximo?”

“Tipo entrando nesse exato momento nesse galpão” falo e vejo eles se esconderem quando a porta da frente abre e Isabel entra.

“Eu sabia que isso daria errado! Vocês são uns incompetentes.” Isabel diz exalando raiva.

“Nós realmente não sabemos o que aconteceu. Em um instante ela estava aqui e no outro não estava mais, chefe...”

“Me diga apenas quem estava responsável pela segurança naquele período.” diz e um dos homens hesita por um momento ao levantar a mão mas acaba fazendo.

“Venha aqui.” diz calmamente até o homem em questão parar na frente dela, que por sua vez, tira sem hesitação uma arma da bolsa e dispara um único tiro na cabeça dele enquanto o corpo cai imóvel no chão. Um gemido escapa da minha boca antes que eu pudesse detê-lo.

“Que isso sirva de lição aos demais. Os próximos hóspedes não vão poder fugir com tanta facilidade. E não esqueçam do combinado, em três dias vocês ligam o Alpha, fui clara?” diz ouvindo em resposta um ‘sim’ coletivo.

“Ótimo, agora revirem essa cidade atrás da italiana. Ela não deve estar longe.” diz saindo pela porta junto com os seguranças.

“Vocês viram isso?” digo ainda em choque.

“A parte onde ela mata alguém, ou que essa máquina é o Alpha?” Oliver diz saindo junto com Diggle do esconderijo.

“Precisamos fazer alguma coisa, em alguns dias vão ligar isso, e coisa boa não é. Felicity, você não pode rackear e dar curto circuito no sistema?” John diz.

“Não. Eu nunca vi um aparelho assim antes. Eu precisaria de um tempo para estudar as fotos que vocês têm e mesmo assim ainda não é certeza que eu possa invadir o servidor.”

“Então vamos fazer isso do jeito tradicional.” Oliver diz pegando um martelo que estava no chão.

“NÃO FAÇA ISSO, OLIVER!”

“Por que não? Quebrar isso é a melhor opção, Felicity.”

“Porque ninguém sabe que vocês estavam aí e isso é bom. Mas se você quebrar isso, vão saber na hora quem fez. Pense bem.” digo e ele toma uma respiração profunda largando o martelo no chão.

“Vou achar uma saída segura para vocês.” falo voltando minha atenção para o notebook e os tiro de lá imediatamente.

(...)

“Eu ainda não consigo entender como isso funciona. Parece ser muito complexo. Não sei se vou conseguir entrar no sistema.” falo levando ambas as mãos ao rosto.

“Tome uma pausa, talvez ajude.” John diz e eu assinto.

“Eu vou buscar Mavi na escola. Depois desse negócio de morte e tudo mais, preciso ver minha filha.” digo suspirando indo pegar meu casaco.

“Eu vou ver se a minha mãe sabe de alguma coisa ou conhece alguém que sabe sobre o que está acontecendo. Não posso ficar parado.” Oliver diz.

“Te encontro aqui mais tarde então?” falo alcançando sua mão e ele assente beijando os nódulos.

“Te vejo mais tarde.” diz e sorrio suavemente saindo.

Não demorou muito para chegar na escola, o trânsito surpreendentemente estava tranquilo, então não via a hora de ver minha pequena.

“Mamãe!” ouço aquela voz alta me chamar e não perco tempo em erguê-la no colo.

“Olá bebê! Como foi a escola?” digo a enchendo de beijos e indo em direção ao carro.

“Foi chata, o Senhor Canguru não estava comigo.” diz.

“Ué, mas eu achei que estivesse. Onde você deixou?”

“No seu trabalho. Pobre canguru deve estar com  tanto frio, mamãe. Precisamos salvá-lo.” diz fazendo a cara de cachorrinho abandonado, ou no caso, canguru abandonado.

“Certo, vamos passar na QC. Mas não vamos demorar, precisamos voltar para casa, ok?” digo e ela assente entrando no carro.

“Sem correr, Mavi.” falo assim que o elevador clica no andar e ela sai em disparada.

“Está ali.” diz e eu avisto o medonho canguru de longe.

“Ok aqui está ele, agora vamos.” digo a entregando a pelúcia, mas minha atenção se volta para a porta ao ouvir passos rápidos na nossa direção.

“Felicity!!” me viro instantaneamente para a voz na entrada.

“O que... Carter, o que está acontecendo?” digo alarmada ao vê-lo ofegante e meio desgrenhado.

“Eu... eu acabei de ver e... tem homens armados no prédio. Precisamos sair daqui.” diz em pânico.

HOMENS ARMADOS.

“O que? Meu Deus...” falo pegando minha pequena nos braços. “Eu... eu preciso que ligar para o Oliver e...” paro de falar quando a porta simplesmente explode e muitos homens aparecem tomando o lugar e a respiração falha instantaneamente quando observo Carter cair desacordado no chão e sentir uma pancada forte na cabeça desabando no chão até tudo ficar preto.


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Notas finais do capítulo

Como dizia meu caro amigo dos Jogos Mortais, QUE OS JOGOS COMECEM!

Eita que eu acho que vou receber ameaças de morte depois desse fim kkkkk
Mas não esqueçam que eu sou um amorzinho, apesar de tudo. E tenho sentimentos ♥

Me digam o que acharam, amoras. Quero ver todas nos comentários, hein :)

SPOILER ALERT: NO PRÓXIMO JÁ VAMOS SABER QUEM É O NOSSO AMADO VILÃO!

Beijos de luz, até a próxima semana ♥



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