Xanadu escrita por magalud


Capítulo 13
Capítulo 13




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Capítulo 13 - O assombro de uma lua minguante


- Isso está ficando ótimo! - exclamou Harry, entusiasmado. - Não vai demorar muito a ficar pronto. Não posso trazer...?


- Não diga o nome dele! - exclamou Sirius. - Ainda não.


- Sirius, já faz meses. E ele virá morar aqui, não se esqueça.


- Ainda estou tentando me acostumar à idéia!


- Só porque ele foi um Death Eater não quer dizer que ele seja mau. Veja Severus, por exemplo.


- Por favor. Não vai querer comparar.


- E por que não? Você tem o seu Death Eater, e eu tenho o meu.


- Não brinque assim! E fale baixo, que ele vai voltar a qualquer momento.


- Ah, Sirius, acha que eu sou ingênuo? Eu já ouvi vocês de noite. Aquela cama é de molas e range para caramba.


- Não é nada disso que está pensando! - Sirius ficou irritado. - Eu não trairia Remus! Jamais! Ainda mais com Snivellus!


- Vai querer me dizer que eu estou imaginando coisas?


- Você está vendo coisas onde não existem!


- Então não existe atividade naquela sua cama de noite?


- Bom... sim, mas...


- Sirius? Você não está obrigando Severus a nada, está?


- Claro que não! Bom... Olhe, Harry, isso é entre mim e ele, tá bom?


- Desculpe, não quis ser indiscreto. Mas, no momento, só existimos nós quatro nesse nosso mundinho, e eu só quis ter certeza de que vocês estavam bem. Sabe, como casal.


- Estamos ótimos. Mas não somos um casal.


- Está bem. Se é o que diz.


- É o que eu digo, sim. E não quero ouvi-lo falando disso com Severus. A cabeça dele é pirada o suficiente sem essas coisas para atormentá-lo.


- Tá. Vamos mudar de assunto. Ele não deveria estar de volta?


- Sim. Ele só foi buscar um suco. Vou ver o que está atrasando o maluco.



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Com sua varinha, Severus estava descascando algumas tangerinas para espremê-las com pilão e almofariz, a fim de fazer um suco realmente gostoso naquele calor tropical. Nada de equipamentos Muggle como liquidificador, nada de magia. Ele achou melhor fazer isso sozinho, com as próprias mãos: ele queria só o melhor para Sirius e o afilhado.


Então ele se deu conta.


Ele amava Sirius. E Sirius não o amava. Sirius nunca o amaria. Ele não esquecia o lobisomem. E por que ele amaria Severus? Um homem que sempre tinha sido usado, uma pessoa sem importância. Indigna de ser amada.


Mas ainda assim, ele amava Sirius. Amava, sim. Nunca tinha sentido isso antes. Era amor, claro que era. Um amor que jamais seria correspondido. Como Lord Voldemort dissera.


Ao se dar conta disso, ele aceitou o fato, e isso foi o que detonou a maldição. Ele começou a sentir a dor em seus ossos, em seu peito, em seu rosto, uma dor tão forte e tão repentina que o fez largar a varinha e cair de joelhos no chão da cozinha. Não conseguia respirar, não conseguia gritar. Iria morrer, pensou.


Os joelhos falharam, ele caiu no chão, os olhos mal se mantendo abertos. Não tinha ar. A visão começou a embaçar, e Severus ainda pôde distinguir a silhueta de Sirius entrando na cozinha antes de perder os sentidos completamente.


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- Como está se sentindo?


Severus olhou em volta. Ele sentia um gosto horrível na boca, mas a cabeça parecia estar melhor agora.


- O que houve?


- Pensamos que pudesse dizer. Você simplesmente caiu na cozinha.


- E como...?


- Harry usou um bezoar. Isso melhorou, mas só as poções revigorantes é que fizeram o truque. Raios, Severus, você tem alguma alergia?


- Não, eu... acho que foi uma maldição...


- Maldição?


- Presente do Lord das Trevas.


- Mas só foram acionadas agora? Algum dispositivo de tempo? É seu aniversário e você não disse nada?


- Não é meu aniversário.


- Então, por que a maldição foi acionada agora? O que você fez?


- Eu só fiz um suco, só isso, Black! - Ele se impacientou. - E não sei o que acionou esse feitiço. - Ele mentiu como nunca antes: sem convicção. - Pode ter sido qualquer coisa: um pensamento, uma palavra, um sentimento. O Lord das Trevas era muito... caprichoso.


- Droga, Severus, que susto. Está bem agora?


- Estou. Mas não posso prometer que não vá acontecer de novo.


- Bom - Sirius franziu o cenho. - Você vai ter que ficar de olho para descobrir o que aciona esse feitiço. Se acontecer de novo, tente lançar uma faísca na varinha.


- Harry já foi?


- Foi avisar o... parceiro.


- Não pode dizer o nome dele? Sirius, isso está ficando demais.


- Não mude de assunto. Quero saber como você está.


- Excelente. Agora me deixe: preciso terminar o suco.


Sirius o encarou, estranho.


Naquela noite, eles fizeram amor como sempre. Não, não foi como sempre. Severus tentou abstrair-se. Tentou relevar o fato de que estava apaixonado por aquele homem. Pela primeira vez, ele se entregou. Fez amor a um amante. Ao homem que amava.


Ele gozou primeiro. Sirius o seguiu logo depois, mas daquela vez, Sirius não o abraçou depois. Virou-se para o lado. Severus se sentiu estranhamente abandonado.


Mas minutos depois, ele ouviu Sirius fungar.


- Sirius?


Nenhuma resposta. Severus chegou perto dele.


- Fiz alguma coisa errada?


O Animago estava chorando. Profundamente.


- Não, eu... Eu... Desculpe...


- Posso ajudar?


Parecia que ele chorava mais ainda. Soluçou, e foi entre soluços que confessou, num fiapo de voz:


- Eu... queria que você fosse Remus... Desculpe, desculpe...


Severus não pôde evitar as lágrimas. Num impulso, ele se abraçou a Sirius e fez uma outra confissão:


- Eu também queria ser. Acredite.


Abraçados, eles choraram juntos. Por amores perdidos.



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