Xanadu escrita por magalud


Capítulo 12
Capítulo 12




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Capítulo 12 - Muralhas e torres circundadas


- Estamos pensando em construir algo aqui perto - anunciou Harry, de novo. - Poderíamos contar com vocês para ajudar?


- Mas Harry, você acha que isso será necessário? Digo, você sabe onde estamos, não?


Severus ouviu com atenção, pois isso era algo que ele não sabia.


- Remus me disse que era algo como uma dimensão alternativa, que Dumbledore tinha criado. Mas não sei direito como a coisa funciona.


- Não, não é bem assim. Estamos na mesma dimensão, mas dentro de um campo mágico que dificulta a localização. É como juntar moléculas de ar e reorganizá-las para formarem uma bolha. Ela existe, mas parece que não. Essencialmente, foi isso que Dumbledore fez. Entendeu?


- Mais ou menos. Aqui as leis da física funcionam?


- Claro que sim. E as leis da magia também, claro. Pena que fique tão longe da Inglaterra.


Severus se espantou:


- Não estamos na Inglaterra?


- Não, estamos literalmente em Xanadu - explicou Sirius. - Num espaço perdido e remoto entre a Mongólia e a Sibéria. É esse campo mágico que dá essa aparência tropical dentro das cavernas de gelo ali adiante.


- Acho isso aqui lindo demais - confessou Harry. - Então se eu quiser fazer minha casa neste espaço, isso vai ameaçar vocês?


- Claro que não - garantiu Sirius. - E ficaremos felizes de ajudar, não é, Severus?


Severus inclinou a cabeça, concordando, ouvindo Sirius de repente se sentir embaraçado:


- Bom, Harry, eu só não chamo você para morar aqui porque... bem... o seu... parceiro...


- Não precisa dizer, Sirius. Aliás, você nem consegue pronunciar o nome dele, não é?


- Precisa concordar que é difícil.


- Um dia, você pode convidá-lo para cá?


- Um dia - admitiu. - Mas não agora, está bem?


- Severus deve querer vê-lo. Não pode abrir uma exceção?


- Bom, eu teria que rever as proteções de Xanadu. Nem Severus nem... ele... serão reconhecidos. Entrar ou sair daqui não é nada fácil.


- Eu sei. É por isso que não venho com tanta freqüência. Quando a casa estiver pronta, espero vir mais vezes. Mas aí você vai ter que mudar as proteções.


Eles riram. Severus não riu.


Ele ainda era um estranho. Não tinha ninguém.


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Severus sentiu sua relação com Sirius mudar rapidamente. Quando começaram a construir a casa para Harry e seu escolhido, eles passaram a usufruir muito tempo juntos, em atividades braçais. Havia suor e corpos expostos. Severus tentava se convencer que a gratificação física era apenas isso, e nada mais.


Mas aí Sirius não se contentava mais com sexo oral ou masturbação mútua. Uma noite Severus foi surpreendido com a proposta de algo mais. Mas não por palavras.


Ele, como sempre, iniciou o contato, mas foi posto deitado de costas. Então ele sentiu a boca úmida de Sirus envolvê-lo, e ele foi finalmente apresentado aos prazeres de ser um recipiente de sexo oral. Nunca ninguém o tinha chupado antes. Não assim, como se seu sêmen fosse feito de uma substância vital, que ele precisava ter como se fosse questão de vida ou morte. Ao mesmo tempo, porém, ele queria prolongar o seu prazer.


Severus nunca tinha sentido isso: a língua áspera que aumentava as sensações de sua ereção, dedos hábeis em acariciar seus testículos inchados, a pontinha da língua tentando se insinuar dentro da pontinha de seu pênis, que chorava um líquido perolado. Severus olhou para a cabeça que subia e descia, lambendo-o todo e depois chupando com gosto, e ele nunca tinha tido essa visão antes. Depois os olhos dele se fecharam, porque estavam completamente embaçados, e ele viu estrelas cadentes à sua frente. Se ele tivesse os olhos abertos, teria visto lindos cometas perolados saírem da ponta de seu pênis, lambuzando-o. Mas Sirius tinha usado a língua para aparar todos esses cometas, limpando a pele alva do Slytherin.


Durante algum tempo, Severus ficou apenas parado na cama, tentando voltar à Terra, tentando apenas jogar ar para dentro dos pulmões. Ele sentiu pequenos beijos sendo distribuídos no seu corpo, e os dedos marotos descendo por trás de seu exaurido saco escrotal rumo à diminuta abertura - o objetivo maior de tudo. Severus sentiu as mãos subirem para virá-lo de bruços, e ele estava relaxado demais para fazer isso sozinho.


Do lado da cama, havia uma bisnaga de uma pomada Muggle, que Sirius rapidamente agarrou. A substância viscosa não passou despercebida a Severus quando foi espalhada no local estratégico. Mais uma vez, os dedos fizeram seu traçado mágico, e Severus notou a paciência atípica em um Gryffindor ao prepará-lo cuidadosamente. Na preparação, havia realmente um cuidado quase carinhoso, a preocupação e consideração.


Severus sentiu-se sendo tratado como um parceiro. Era um luxo para quem era apenas um dublê de corpo, alguém que tinha se acostumado a ouvir o nome Remus toda vez que Sirius gozava.


Mais um pouco e Severus estaria novamente ereto, pensou, surpreso. E as surpresas não pararam. De repente, os mágicos dedos chegaram a um local nunca antes explorado. A sensação elétrica fez um normalmente quieto Severus dar um gemido alto, e Sirius se entusiasmou:


- Ah, isso mesmo... É aqui, não é? Pois você ainda não sentiu nada!


Os dedos foram substituídos por algo muito maior e mais satisfatório. E quando essa coisa atingiu novamente aquele lugar mágico dentro de seu corpo, Severus tentou reprimir o novo gemido. Era por consideração a Sirius que ele era tão quieto na cama: sua voz característica poderia quebrar a ilusão do animago. Na verdade, se por um acaso Sirius desistisse daquele "arranjo", Severus ficaria muito... triste. Então ele permanecia quieto.


Mas Sirius o provocava, estocando justamente naquele lugar, instigando e indo além: ele agarrou a ereção incipiente e a estimulou com os dedos. Severus não conseguiu se controlar. Soltou um grito inarticulado, retesou-se e esparramou-se de modo líquido pela mão de seu parceiro.


Sirius não demorou a segui-lo, mais uma vez urrando o nome de Remus ao esvaziar-se no corpo de Severus. O ex-espião estranhamente sentiu uma dor no peito ao ouvir aquilo. Estranho porque ele ouvia o nome do lobisomem todas as noites. Mas aquela vez havia uma dor um pouco mais acentuada.


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Esse cenário se manteve durante os meses em que a casa de Harry foi construída. Eventualmente, o rapaz aparecia, trazendo materiais (mágica não podia ser usada totalmente) e ajudando na construção. Vez ou outra, Harry até dormia em Xanadu, para fazerem um esforço concentrado e terminar uma tarefa específica - tinha sido assim com o porão, e agora ele sugerira a mesma coisa para a cozinha.


Severus notara que Harry era realmente muito gentil com ele. Numa das vezes em que Harry viera trazendo material de construção, ele também tinha trazido um laboratório de Poções e alguns ingredientes. Aos poucos, ele montou uma bancada muito satisfatória para Severus. Claro, o rapaz tinha dito que, agora que eles tinham virado eremitas, Severus era o mais indicado para servir de enfermeiro e médico e, portanto, precisaria estar bem equipado. Mas Severus não tinha deixado de notar que o laboratório era muito parecido com o que de Hogwarts, do jeito que Severus gostaria.


E quando Severus apontou que ele não podia fazer poções sem sua varinha, Harry voltou duas semanas mais tarde com meia dúzia de varinhas usadas. Severus logo as reconheceu: a de Lucius, a de Bellatrix, a do Lord... e a dele mesmo, recolhida por Aurors do local da invasão da Mansão Riddle. Harry disse que tinha sido cortesia de Shacklebolt. Severus duvidou que Harry não tivesse tido trabalho para convencer o Auror a liberar as varinhas da sala de evidências.


Mas, numa noite em que Harry estava ali, Severus acabara de ter um dos orgasmos mais incríveis de toda a sua vida quando se deu conta de que confiava totalmente seu corpo a Sirius cada vez que eles se deitavam juntos. Mais do que isso: ele tinha confiança em Sirius. Sabia que não seria molestado, machucado. Mesmo sendo um dublê de corpo e mero instrumento, ele não tinha conhecido dor. Aquilo o fazia... sentir.


Durante um longo tempo, ele pensou nisso. Passou a noite acordado, na verdade. Havia uma lembrança sobre o Lord das Trevas que o estava perseguindo há semanas.


Uma maldição. Ele se lembrava de ter sido amaldiçoado por Lord Voldemort em pessoa, mas não se lembrava direito se era uma memória ou uma mera fantasia. Por isso ele não arriscava cumprir os requisitos da maldição. Por isso ele ficava acordado, tentando pensar.


Enquanto pensasse, ele não sentiria.


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