Mel sabia que não estava no mesmo lugar, embora lembrasse bastante Aracaju, era como se ela estivesse em uma outra época. Tudo era muito parecido e diferente ao mesmo tempo. 

Ela tentou passar pelos arcos novamente, pensando que tudo voltaria ao normal, mas nada mudou. Então ela teve vontade de ir até a sua casa e assim caminhou até onde morava e quando chegou lá, notou que era tudo muito parecido com o verdadeiro lar, mas algo continuava diferente. Ela ficou observando tudo aquilo...

— Nossa! Será que entrei em uma fenda do tempo e estou no passado? Ou futuro? - Mel era fã de histórias de fantasia e ficção cientifica e sempre acreditou que algum dia viveria sua própria aventura fantástica. 

Avistou da janela uma moça com um rosto conhecido. 

 - Espera um pouco! MAMÃE? - Gritou ela

Um garoto apareceu e tampou-lhe a boca fazendo sinal para ela não gritar, Mel assustou-se e afastando o garoto perguntou-lhe:

— Quem é você? Por que fez isso? É a minha mãe ali! 

O garoto respondeu sussurrando:

— Eu sei que é sua mãe, mas ela não sabe disso. Estamos em um lugar onde não acontecemos ainda. 

Mel não entende nada do que ele lhe diz e continua a gritar:

— COMO ASSIM NÃO ACONTECEMOS? QUE TIPO DE ALUCINÓGENO VOCÊ USOU? 

O garoto apavorado pede:

— Por favor não grite, eles podem nos ouvir e isso estragaria nossos planos. 

Mel responde: 

— Que planos? Quem é você e do que está falando? 

— Meu nome é Gilbert - o garoto estende a mão para Mel, mas ela não se mexe - Bem, na verdade, meu nome verdadeiro é Gilberto, mas eu não gosto muito desse nome... - disse ele um tanto envergonhado -  Nós estamos aqui pelo mesmo motivo, fazer com que nossa existência na terra continue. - Falou ele em tom sério

— Você definitivamente é louco! Sério, eu devo estar sonhando, eu tava cochilando na praia e agora estou aqui ouvindo essa conversa doida, é sonho, só pode ser sonho! - disse Mel em tom impaciente.

— Não! Veja bem, nossos pais estão passando por algumas dificuldades em seus casamentos e nós somos os laços que os mantem unidos, mas estão tão afastados um do outro que as forças do mal estão lutando para que esse laço, eu e você, deixemos de existir e assim nossos pais se separem, se separem de uma forma que nunca lembrarão que estiveram juntos algum dia. - explicou Gilbert. 

— Não é possível, meus pais nem brigam lá em casa, nunca vi eles brigando nenhuma vez! Isso não pode ser verdade. - disse Mel um pouco inconsolada. 

— Infelizmente é verdade. - ele põem seus braços em volta dos ombros de Mel afim de a consolar 

— Eu te levarei para um lugar onde você verá a verdadeira relação dos seus pais, coisas que você nunca viu antes. Nossos pais tentam ao máximo nos preservar e não nos expor aos seus problemas. - disse Gilbert inconsolado  

— Venha! - Gilbert pega na mão de Mel e os dois saem em direção à praia...