Eternamente Seu escrita por keca way


Capítulo 2
Aventura Noturna


Notas iniciais do capítulo

Esclarecimentos: A personagem Penny foi tirada de uma fic muito boa que eu li chamada "Our Lady Of Sorrows" (Infelizmente onde eu peguei essa fic não tinha o nome do autor), Toda a oersonalidade dela como o final do 2º capitulo (parte do bar) e o 3º capitulo inteiro foi retirada (copiada) dessa fic, por que eu realmente adorei e ela se encaixava perfeitamente na minha fic. Tomare que o autor não se importe

Obs: tirando o final do 2º capitulo e o 3º capitulo inteiro, essa fic é inteiramente minha, as ideia e tudo mais.
obrigada e continuem lendo
=^^=



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Aventura Noturna 

Mikey sabia que seu irmão não era nenhum santo, mas ultimamente as andanças dele o preocupavam muito, sentia Gerard cada vez mais afastado de todos e principalmente dele, resolveu então falar com ele para ver o que estava acontecendo.

“Gerard, agente pode conversar um pouco?”.

“O que você quer? Cigarro? Pega na minha mochila!” – Gerard estava com uma cara horrível parecia que acabara de sair de um caixão.

“Não é isso! É serio Gee, eu estou preocupado com você!!!”.

Gerard riu alto

“E porque você estaria preocupado comigo, o que foi que eu fiz agora!!!" – ele falou bem seco e com um tom muito irônico.

“Gee é serio, tô sentindo que você esta tão distante ultimamente e...”.

“Para de ser idiota moleque! O que eu deixo ou não de fazer só diz respeito a mim, o que você acha que é para ficar dando conselhos sobre minha vida?”.

“Sou seu irmão e me preocupo...”.

“VOCÊ NÃO É MEU IRMÃO!!!”.

“Você bebeu de novo, não é?”.

“Já te disse que o que eu faço não é da sua conta”

Gerard sempre foi muito amoroso com seu irmão, mas quando ele bebia ficava muito violento e toda atenção e amor por Mikey se perdia.

“Aonde você vai? Não queria conversar comigo? É só ouvir algumas verdades que foge, covar...”.

“Quando você estiver são a gente conversa”.

Mikey subiu para seu quarto.

Gerard fez o mesmo, tomou banho e saiu.

Ele andou por um bom tempo e depois foi direto para o parque onde costumava passar as tardes, se sentou embaixo de uma árvore, acendeu um cigarro e ficou ali por um bom tempo pensando na vida. Mas nada adiantou se sentia cada vez mais vazio e solitário, mais isso era culpa sua, pois sempre se isolava, mas se sentia melhor assim.

No dia seguinte foi para escola, mas como sempre não entrou na aula, odiava passar horas na sala, nem sabia o por que ainda ia lá, talvez para não decepcionar sua mãe, mas sinceramente, não ligava para isso. Resolveu ir ao banheiro como todos os dias desde o começo daquele mês.

Quando chegou lá achou estranho, ouviu um choro vindo de um dos boxes, mais estranho ainda era que o choro era de uma menina.

“Ei, você sabia que aqui é o banheiro dos meninos?” – ele falou alto.

“Me deixa em paz”

Ele resolveu ir embora e voltar para sala.

A partir daquele dia era sempre assim, ele ia ao banheiro fumar e ela estava sempre chorando, e para não atrapalhá-la ele ia embora, mais um dia cansado daquela situação ele resolveu conversar com ela.

“Ei, você não tem outro banheiro para chorar? Já faz cinco dias que eu freqüento as aulas e não consigo fumar por sua causa!!”.

“O problema não é meu! Porque você não vai fumar em outro lugar?” – ela parecia estar irritadíssima, mais Gerard respondeu com toda calma do mundo.

“Você esta no banheiro dos meninos!”.

A porta do Box abriu e ela apareceu. Ela era um pouco mais baixa que ele, com olhos cor de mel e cabelo preto, roxo nas pontas. Pálida, no momento com os olhos avermelhados, de chorar. Usava o uniforme da escola com sobretudo preto e coturnos. Naquele momento, Gerard soube que tinha encontrado alguém como ele.

“Eu já falei pra você ir embora!”. – ela gritou. – “Que merda”.
Ele a deixou gritar por um tempo, enquanto fumava. Então exclamou:

“Já acabou?”.

“Quer me deixar em paz?”.

“Não, não quero. Enquanto você vier aqui, eu não vou poder usar o banheiro”.“Tem outros na escola”. – ela resmungou, enxugando as lágrimas.“Nenhum deles satisfaz às minhas exigências”. – ele falou sem emoção.“Nem às minhas”. – ela deu um sorriso irônico.

“Então nós vamos ter que agendar as nossas vindas nesse banheiro. Você pra chorar, e eu pra fumar”. – ele falou calmamente. – “Eu posso nas segundas, quartas e sextas”.
Aquilo tinha a deixado sem fala. Então ele continuou

“... Ou nós podemos sair depois da escola, pra ver o que eu posso fazer pra fazer você parar de chorar todo dia no MEU banheiro”.

Ela ficou surpresa e saiu correndo. Apesar de ter a chamado para sair, ele realmente não sentiu nada por aquela garota, pois tinha alguém que não saia da sua cabeça, que por conhecidência, também conheceu nesse mesmo banheiro, Frank, como ele era lindo, Gerard já havia ficado tanto com garotas como com garotos, mais nunca nenhum lhe fez sentir o que ele estava sentindo por Frank, e isso tudo somente de olhar, estava completamente apaixonado. Ele ficou ali por um tempo e quando acabou de fumar voltou para sala.

Quando estava voltando, a sala de seu irmão estava na quadra fazendo Educação Física e algo lhe chamou a atenção, Frank estava conversando com Mikey, e logo lhe veio um pensamento na cabeça.

*Frank é da sala do meu irmão? Como eu sou desligado nunca tinha visto ele com Mikey, também não é para menos estou sempre enfiado naquele banheiro!!!*

 

********************

 

O dia passou rápido naquela manhã, e logo já estava na hora de ir embora, Gerard esperou seu irmão, o que não fazia há muito tempo, para irem juntos, moravam perto da escola e costumavam ir a pé.

“Que surpresa vai com a gente hoje Gerard?” – disse Mikey todo empolgado quando viu seu irmão - “Gerard esse é o Frank, ele é novo na escola, mora perto de casa. Ultimamente como você não tem me esperado, eu vou com ele. Frank esse é meu irmão Gerard”.

“Prazer em conhecê-lo de novo!” – disse Frank estendendo a mão para cumprimentá-lo.

Gerard estava bobo, cumprimentou secamente, mas não deixou transparecer sua felicidade, Frank era amigo de seu irmão e morava perto da casa deles, aquilo era ótimo.

“Vocês já se conhecem?” – perguntou Mikey curioso.

“Conheci ele faz alguns dias” – disse Gerard meio sem graça.

Eles foram andando e conversando o caminho inteiro, aproveitando para se conhecerem melhor, foi uma conversa muito agradável, e por incrível que pareça Gerard conversou como se fosse uma pessoa normal, Mikey achou aquilo muito esquisito, pois Gerard não costumava conversar com ninguém, mais gostou, seu irmão talvez estava mudando.

Chegando uma rua antes da casa dos irmãos, Frank foi para direita e eles para esquerda

“Eu vou por aqui, foi bom te conhecer melhor Gerard. A gente se vê amanha” – Ele o cumprimentou sorrindo, depois se dirigiu para Mikey – “Vê se não esquece o trabalho Mikey”

  “Pode deixar”

 

***********************

 

Chegando em casa Gerard subiu para seu quarto e trocou de roupa, desceu e esquentou o almoço para eles.

“Nossa Gerard, o que aconteceu? Você tava tão normal hoje, veio conversando comigo e com o Frank, isso é muito estranho vindo de você!!”

“Não aconteceu nada... é que eu andei pensando... e não vale a pena se isolar, os outros não têm culpa!!!”

“Ohhh! O pensamento primitivo saiu do homem das cavernas!” – os dois começaram a rir, isso era raro, por mais que os dois se dessem muito bem não costumavam rir juntos.

“Aliais, ele é legal”

“Como você conheceu o Frank?”.

“Nossa quanta curiosidade!!”

“AH! Apesar de ter conhecido o Frank há pouco tempo, já somos muito amigos, nos temos muito em comum”.

“Quando ele veio para escola?”

“Foi no começo do mês. Gerard para de enrolar como você conheceu o Frank?”

“Ah, eu tava andando pelo corredor e esbarrei nele”.

“Então vocês se conheciam de vista”

“É”

 

*********************

 

   A vida de Gerard mudou muito depois de ter conhecido Frank, ele parou de se isolar, e começou a dar mais atenção as pessoas. Frank estava cada vez mais seu amigo, mais do que do próprio Mikey, e a cada dia que passava Gerard o amava mais. Apesar de seu amor, nunca o demonstrou, pois todos esses anos o ajudaram a se mostrar uma pessoa fria, sabia que nunca teria coragem de contar seus sentimentos a ele, então preferia ficar ao seu lado como amigo. Suas idas ao banheiro para fumar haviam diminuído muito, e pelo que parecia aquela menina não aparecia por lá há dias.

O dia estava meio chuvoso e naquela manhã, Gerard sentiu uma vontade incontrolada de fumar e saiu da sala se dirigindo ao banheiro, quando chegou lá, aquela menina estava sentada, ele a olhou e não deu muita importância, acendeu seu cigarro e disse:

“Que milagre”

“O que foi?”

“Você não esta chorando!!!”

“Estava te esperando”

Gerard a olhou meio assustado, o que ela queria?

   “Bem estou aqui” - Ele tragou seu cigarro e olhou para ela com a maior calma do mundo – “Fala!”
   “Eu quero que você me encontre hoje à noite no parque”
   “Pra que?”
   “Pra gente conversar!”
   “Eu poderia saber pelo menos seu nome?”
   “Penny... Você vai ou não?”
   “Talvez... Que horas?”
   “As 11:30 tá bom pra você?”
   “Ótimo”
   “Então vou estar te esperando!”
   “Tudo bem”
   Ela se levantou e saiu, Gerard permaneceu ali, terminou seu cigarro e foi para sala.
   O dia passou rápido. Já era 11:00 horas quando Gerard terminou seu banho, ele vestiu seu sobretudo preto e os coturnos, saiu sem fazer barulho e foi para o parque.
   A noite estava fria e agradável, do jeito que ele gostava, Gerard caminhou calmamente aproveitando a noite, quando chegou ao parque ela já estava lá, sentada em uma balança.
   “Pensei que você não vinha”
   “Ainda não estou atrasado”
   Ele a cumprimentou com um beijo no rosto e se sentou na balança ao lado.
   “Eu nem perguntei o seu nome”
   “Gerard”
   “Bonito nome, posso te chamar de Gee?”
   “Pode”
   “Pelo que eu andei observando você não é como os outros garotos”
   Gerard a olhou meio confuso, mas não disse nada apenas ouviu o que ela falava.
   “Você é igual a mim... Você tem insônia, não é?”
   “Não”
   “Como não? Não te entendo! Por que você veio aqui tão tarde se você tem que acordar cedo amanhã?”
   “Na verdade não sofro de insônia e sim de depressão. O fato é que já fiz varias terapias e nenhuma me ajudou, então resolvi fazer minha própria me privando do sono”
   “Ahh! Entendi! Você se priva do sono para que seu cérebro enfraqueça e apague, e você esta se sentindo melhor assim?”
   “No começo foi difícil, mas depois você acostuma, agora eu realmente não sinto nada e como se eu estivesse chapado!”
   “Há quanto tempo você faz isso?”
   “Há mais ou menos um mês”
   “Cara sai dessa isso não funciona”
   “E o que a senhora sabe tudo recomenda?!”
   “A sei lá, tem tanta coisa que me faz sentir melhor do que ficar sem dormir”
   “Isso me ajuda muito!”
   “Me deixa ver?”.“O que?!”
   “Suas cicatrizes!”
   “Não, Pra que?!”
   “Ah, deixa de ser fresco. Eu te deixo ver as minhas”.
   Muito relutantemente, ele mostrou as suas cicatrizes nos pulsos. Ela balançou levemente a cabeça e mostrou as suas próprias. Duas marcas brancas no pulso esquerdo, ao longo da veia.
   ”Você fez errado. Tem que ser ao longo do pulso, não atravessado”.
   “Ah é?“- ele ironizou. – “Você já pesquisou sobre o assunto, pra ver qual é o método mais eficaz?”

“Na verdade, sim. Ora, se é pra fazer, que faça direito”.
   “Mas você ainda está aqui”.
   “Você também”.
   “Eu não queria realmente. Foi só pela adrenalina”.
   “Eu também” - ela suspirou
   “Então, porque você fica chorando no banheiro?” - ele perguntou finalmente

“Eu acabei chegando a esse ponto, esse é o único jeito que encontrei para me acalmar!”

Depois de um silencio ensurdecedor ela perguntou:

“Você tem dinheiro?!”

“Tenho”

“Que ótimo, vamos beber!”.

Eles andaram até um bar, compraram bebidas e cigarros.

“Me fale de algo que você sempre quis fazer, mas nunca teve coragem” - Ela falou, pegando-o de surpresa.

Eles estavam andando numa rua deserta.

“Sei lá... dar porrada em babacas metidos a machões”. 
   Ela sorriu. Ele perguntou,
   “E você?”
   ”Me libertar”. - Ela falou simplesmente. – “Venha comigo”.
   Ele foi com ela até um bar, daqueles em que os bêbados passam a madrugada. Foram para os fundos. Gerard não estava entendendo nada.
   “O que...”
   ”Você vai comprar briga com o primeiro que passar por essa porta”
   “Quê?” - Ele não acreditava no que estava acontecendo.
    Ela estava sentada, mandando ele comprar briga com qualquer um, como se isso fosse a coisa mais normal do mundo.
   “Como deve ser a sua primeira vez, eu dou um desconto. Pode escolher o sujeito, mas não pode ser mulher ou um cara menos que você”
   “Quem iria...”
   “Você vai lutar com alguém nessa noite” - Ela falou duramente, os olhos faiscando.De repente ela parecia um aqueles desenhos da Morte. Sentada no escuro, fazendo ele ir ao limite. De um certo modo, ele via sentido no que ela falava. Concordou.
   “Não é pra você concordar. É pra você fazer” - Ela olhou para a porta – “Boa sorte”.
   A porta de metal sujo abriu de repente e um cara saiu de lá. Era do tamanho de Gerard, cabelo mais comprido que o dele, magro, bêbado. Gerard foi até ele, já dando porrada. O cara até tentou fugir. Penny murmurou "faça-o querer brigar" baixinho para Gerard, e como se ele tivesse a escutado, bateu mais ainda no cara, e a testosterona fez o outro responder. Então estavam os dois brigando.
   Era uma sensação muito libertadora. Gerard sentia a dor, sentia o seu corpo se defendendo automaticamente, seus punhos batendo em todo lugar que alcançavam. De repente sua mão esquerda esteve ao alcance do cabelo do outro.
   ”Não puxe o cabelo. É coisa de mulher”. - ela murmurou.
   Gerard também pensou a mesma coisa e desistiu da idéia. Agarrou a garganta dele ao invés.Ele não soube por quanto tempo brigou. A adrenalina o cansava e o excitava ao mesmo tempo. Até ver Penny se levantando, nas sombras.
   “É o suficiente. Perca essa. Você está cansado”.
   As palavras passearam na mente dele. Gerard se deixou cair no chão, enquanto o outro corria. Penny andou silenciosamente até ele e estendeu a mão. Ele levantou. Pingava sangue do seu nariz.
   “O que me diz?” - ela perguntou.
   “Foi...” - Ele não conseguia explicar. Sentia-se libertado – “Ótimo”.
   Ela sorriu e o ajudou a sair dali.Ele sentia o sangue correndo pela sua garganta. Tossiu. O sangue era do seu nariz quebrado.

Gerard estava deitado num gramado, com a cabeça virada pra cima, no colo de Penny. Todo o seu corpo doía.

   Ele estava exausto. E grato por isso.
   “Porque você fez isso? Me fez...”
   ”Não faça perguntas. Apenas viva. O que você quer fazer agora?”
   “Descansar”
   “São três e meia. Temos mais duas horas. Obrigada por me fazer ficar sem sono” - Ela sorriu. 
   Ele queria retribuir o sorriso, mas o corte no seu lábio não deixava
    “A dor que você sente passa. As feridas saram. Mas enquanto estava lutando, você lembrou dos seus problemas? Lembrou do porque das marcas nos seus pulsos?”.
   Ele engoliu mais sangue antes de falar
   “Não. Eu queria... me sentir assim sempre”
   ”Você vai. Mas não vai ser por levar ou dar porrada. Com o tempo você vai aprender a se libertar”.
   Ele a olhou sem saber o que falar. Aquela garota era doida. Ela era como ele.
   “O que nós vamos fazer agora?” - Perguntou se levantando.
   ”Você pode ir pra casa dormir. Eu também to com sono”
   Ela o beijou na bochecha e desapareceu na escuridão.    
   Gerard percebeu que não estava muito longe de casa.

Depois de ter subido as escadas silenciosamente e trancado as portas ele foi tomar um banho no banheiro do primeiro andar, onde o chuveiro não era ouvido no andar de cima, onde todos dormiam. Os cortes ardiam com a água quente. O sangue já tinha parado de sair do seu nariz. Ele estava imundo, mas se sentia limpo como nunca.
   Deitou na cama e pensou. Não precisava mais da privação de sono. Pelo menos não total. Penny daria o que ele precisava.
   Dormiu um sono sem sonhos.


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