O Passado Sempre Volta escrita por yElisapl


Capítulo 26
Capítulo 25 - Impossível de esquecer. Jamais parar de lutar.


Notas iniciais do capítulo

Olha eu aqui!!



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Lá no fundo, estou presa
No vazio aqui dentro
Eu estou me segurando com medo
De que você talvez mude de ideia

Seis anos atrás:  

O sol está tão radiante, as nuvens estão cheias de formas variáveis e o céu está um azul tão vivo que me faz sentir vontade de ficar olhando para sempre.  

De repente, sinto uma mão tocar no meu corpo e isso faz com que eu desvie meus olhos do céu para o rostinho perfeito de minha irmã. 

—Está com você agora, Fe! - Ela afirma e começa a correr. - Venha me pegar! - Grita, rindo e me fazendo sorrir automaticamente. 

Começo a correr atrás dela, o que faz meu vestido azul claro balançar feito louco. Meus cabelos estão soltos, não estou usando sapatos, pois é melhor assim, consigo sentir a grama verde em meus dedos. Minha irmã também está usando um vestido, ele é branco com uma faixa rosa claro na cintura.  

—Te peguei, Diana! - Exclamo, ao me aproximar o suficiente e nos jogar para o chão. Eu cai primeiro, para evitar de machucá-la. E logo em seguida começo a fazer cócegas na sua barriga, vendo-a rir desesperadamente.  

—Para, Fe! - Implora, tentando tirar minhas mãos de sua barriga. - Isso não é justo!  

—E quem aqui está falando de justiça? - Pergunto, soltando uma gargalhada. Continuo fazendo isso por mais alguns segundos, apenas para escutar o som de sua risada. Ao parar de fazer cócegas, fico observando o rosto de minha irmã. Sua pele é mais branca que a minha, suas bochechas estão rosadas por causa do sol. Seus fios de cabelos estão mais brilhosos, mesmo sendo negros como noite. 

—Você deve ajudá-las, Fe – pede Diana repentinamente, colocando sua mão esquerda em meu rosto de maneira delicada.  

—Ajudar quem, minha princesa? - Questiono, tirando a mecha que caiu na frente de sua face.  

—As meninas – responde, me fazendo frisar a testa.  

—O que está dizendo? - Sua mão continua acariciando meu rosto e eu decido pegá-la, para segurar, como se de alguma forma, ela fosse desaparecer.  

—Você não pode desistir – pede e vejo seus olhos se fecharem ao mesmo tempo em que está desaparecendo como se fosse apenas uma ilusão.  

—Princesa? Diana? Irmãzinha? - Entro em desespero ao notar que ela não está mais aqui comigo. Começo a correr, em procura de achá-la. 

No entanto, me encontro em outro lugar. Olho em volta e vejo que agora estou no meio de muitos girassóis, as flores que são favoritas de minha mãe. 

—Calma, minha filha - ouço a doce voz dela atrás de mim. Me viro e vejo seu belo rosto. Ela está usando um vestido branco como de minha irmã, seus cabelos negros também estão soltos e com um arco de flores coloridas em cima dele. - Está tudo, minha felicidade. 

—Onde está Diana? - Pergunto, preocupada.  

—Ela está segura – declara, pegando em minha mão e acariciando o torço. - Mas você e as meninas não estão. Precisam achar uma maneira de escapar.  

—O que está dizendo? Eu não estou entendendo! - Afirmo, de maneira chorosa.  

—Você precisa ajudá-las. Você é a única que pode dar a elas liberdade – minha mãe me envolve em seus braços e eu correspondo seu abraço. 

—Não quero que me abandone, mãe! - Imploro, apertando seu corpo ainda mais. 

—Nunca irei – afirma – Sempre estarei com você.  

—Promete? - Peço, com certo desespero.  

—Prometo - Ela diz e me solta. Tento segurá-la, mas minhas mãos não conseguem tocá-la mais. - Nosso tempo acabou.  

—Não. Não! - Berro, mas de nada adianta. 

Simplesmente tudo some, mas ouço pela última vez a voz de minha mãe: 

Elas precisam de você.  

Acordo em um susto quando sinto uma água gelada cair sobre meu rosto. Em uma maneira protetiva, pulo em cima da pessoa que jogou a água e a derrubo no chão. Sem me importar, começo socá-la repetidas vezes, sem parar, sem hesitar.  

Ao ter certeza de que o homem a minha frente está inconsciente, pego a chave que está pendurado em seu pescoço, como se fosse um colar e destranco a porta do quarto em que me encontro. Saio sem pensar duas vezes e ando pelo corredor que possui várias portas. É como uma prisão isto daqui.  

Estou confusa. Flashbacks de minha irmã e minha mãe passam em minha cabeça. Era apenas um sonho. Mas por que não consigo me lembrar onde estou? Como fui parar aqui? Por que estou usando apenas um roupão? Minha mente não encontra nenhuma resposta, é como se tudo estivesse escuro para mim.  

Um som de sirene começa a tocar. É tão alto que me faz tampar os ouvidos, porém não paro de andar e continuo seguindo em frente. Entro em um outro corredor, mas nele há três homens vestidos como enfermeiros. Decido passar por eles, tento chutá-los, enfio a chave que havia roubado no pescoço de um deles. Sangue começa a espirrar. Os outros dois homens, maiores que a mim, conseguem segurar meus braços e eu começo a gritar e me debater para fazê-los soltarem.  

—Apliquem a seringa nela! – Escuto uma voz russa mandar. 

Não! Alguém no meu subconsciente grita. Pare de lutar, Felicity. Se entregue. Você não pode ficar sedada novamente. Isso está lhe fazendo mal.  

—Não coloquem nada em mim!  - Afirmo, parando de me debater. - Não irei fazer mais nada. 

—E quem me garante? - Indaga, a mulher ruiva a minha frente.  

—Apenas prometo não lutar mais se alguém me explicar o que está acontecendo! - Peço, tentando juntar qualquer informação. Eu não reconheço esta russa, mas por algum motivo, sinto como se a conhecesse.  

—Não sabe o que está acontecendo? - Ela pergunta, se aproximando de mim.  

—Não sei. Não consigo me lembrar! - Grito a última palavra.  

Os olhos da mulher me avaliam por segundos e então ela toma uma decisão:  

—Leve-a para enfermaria – ordenar e os que aparentam ser enfermeiros me arrastam pelo corredor e me colocam dentro da única porta que há nele. Uma sala que não parece ser nada demais. Suas paredes são pintadas de branco, há uma espécie de cama e do lado, uma mesa com vários utensílios. Uma cortina, que até o momento não havia percebido, é aberta e dela sai um homem que deve ter por volta dos quarenta anos.  

—O que há de errado com esta moça, Vera? - Ele pergunta para a russa.  

—É o que queremos saber. Ela afirma não se lembrar de nada. Se for mentira, haverá consequência por esta brincadeira – diz, olhando para mim com os olhos semicerrados. 

—Deixe-me avaliá-la antes de deduzir que não há nada de errado – afirma irritado, com a mão, ele faz o sinal para os enfermeiros me soltarem. 

Não tente nada. Pede a voz no meu subconsciente. 

O médico me faz deitar na cama, ele coloca uma lanterna para olhar meus olhos. Depois pede para eu ficar com um medidor de temperatura em minha boca. Ele pergunta se estou sentindo dores e começa a passar a mão por partes do meu corpo para ver se sinto algo. Após fazer vários testes, ele chega em um resultado.  

—Esta moça está em estado de medo. É por isso que não se lembra. A mente dela basicamente criou um muro para que ela não se lembre. Sem contar que os medicamentos que deram para mantê-la sedada não foram receitados por mim. Isso contribuiu para ela estar desse jeito. Será necessário tempo para que ela saia deste estado.  

—Não podemos deixá-la assim e não há tempo. Deve haver outra maneira. Talvez se usássemos o tratamento de choque, o que acha? 

—Será inútil. Isso não a trará de volta à realidade – eu os observo discutindo sobre o que fazer em relação a mim, porém minha mente busca lembrar da última coisa que fez antes de adormecer. A única coisa que surge é uma memória. Minha mãe e irmã assassinadas.  

Dor. Muita dor começa a crescer em meu amago. Minha visão embaça. Lágrimas descem dos meus olhos e escorrem pela minha bochecha. Abaixo meu rosto e choro em silêncio. 

—O que aconteceu com Babydoll? - Esta voz, eu já ouvi em algum lugar. Uma mão toca em meu ombro, enquanto a outra pega em meu queixo e força minha cabeça subir. Eu já senti essas mãos em mim. - Está tudo bem, Babydoll?  

Blue Jones. Você o conhece. Ele é o monstro que destruiu a vida de várias pessoas. Acabou com a minha e está acabando com a sua. Uma voz sussurra para mim.  

E então, como um furacão transtornado, a dor desaparece. No lugar, o ódio surge. Retiro sua mão de meu queixo e recuo para trás. As memórias voltaram. O muro caiu. Eu me lembro de tudo. Não há como esquecer do que esse homem fez a mim e em outras mulheres. Agora o sonho faz sentindo. Minha mãe e irmã querem que eu aceite a proposta que as meninas fizeram para mim. Preciso nos tirar daqui.  

—Quem é Babydoll? - Pergunto, limpando minhas lágrimas. Continuarei os fazendo acreditar que não me lembro de nada. Será mais fácil. - Esse é o meu nome? - Blue me olha confuso e depois vira seu rosto para o médico, pedindo uma explicação.  

Houve um debate em relação ao que fazer comigo. Na opinião do médico, eu deveria descansar. Mas no final, a opinião de Blue e da Madame foram a que valeram.  

—Qual é a última coisa que se lembra, minha querida? - Indaga a Madame para mim.  

—Lembro-me dos meus pais discutirem sobre me levarem para algum lugar. É este lugar que eles queriam me trazer? Eles me abandonaram aqui? - Minto.  

—É bom que ela não se lembre do pai dela ter assassinado sua família - ela sussurra para Blue, mas eu consigo ouvir muito bem. - Sim, eles lhe deixaram aqui – desta vez, sua voz é dirigida para mim. - Você fará o que nós mandarmos, caso o contrário, terá uma punição severa. Estamos entendidas? - Assinto rapidamente com a cabeça e finjo estar assustada. - Venha comigo, temos trabalho para fazer – diz e eu saio de cima da cama.  

Começo a segui-la e antes de sair da enfermaria, vejo Blue derrubar os utensílios da mesa e gritar de raiva. Todo esse escândalo deve ser porque ele não esperava isso. Uma falha no plano que havia construído para mim.  

A Madame me leva de volta ao meu quarto, onde não há nenhum corpo inconsciente que eu havia deixado. Ela pede para esperá-la, pois já retornaria. Enquanto aguardo, tento me lembrar de qualquer coisa que possa ser útil em questão de me ajudar a sair daqui.  

Então algo veio em minha mente. No pescoço de Blue, havia uma única chave pendurada. A cor era dourada, o que significa que deve ser importante. Irei precisar verificar um pouco mais para ter certeza.  

Ouço o som da minha porta sendo destrancada, então decido me sentar na cama e fingir que estou esperando conforme havia me mandado. A Madame entra e me entrega uma peça de roupa e uma toalha. Ela pede para eu segui-la e faço isso sem questionar. O que dá a ela um certo prazer. Provavelmente deve estar gostando do fato de que estou parecendo um cãozinho abandonado e precisando de um dono.  

Nós entramos em vários corredores, cerca de quatro para chegarmos ao banheiro. Não havia ninguém, ao menos é o que acho até que vejo Sweet Pea sair de uma cabine que possui chuveiro. Ela olha para mim disfarçadamente. A Madame se aproxima dela e sussurra: 

—Não devo mandar outra vez para ficar de boca fechada, certo, senhorita? - Sweet Pea apenas assente. - Babydoll não deve saber de nada até que ela se lembre sozinha. Se eu souber que contou algo, sua irmã sofrerá as consequências! - Outra balançada de cabeça. A Madame sai de perto dela e vem até mim. - Tome um banho e se arrume. Irei vir te buscar daqui a quinze minutos. É melhor estar pronta quando eu chegar.  

—C-certo! - Concordo e gaguejo falsamente. Isso faz com que um pequeno sorriso apareça em seus lábios, mas ele logo se fecha e a Madame simplesmente sai do banheiro.  

Coloco a muda de roupa que ganhei em cima da pia e olho para Sweet Pea que está me examinando através do meu reflexo no espelho.  

—Eu não acredito que perdeu a memória, Babydoll – diz, virando-se para mim. - Jamais iria esquecer das coisas que aconteceram com você, pois é impossível, mesmo que desejasse.  

—E você está certa, Sweet Pea – falo, colocando para trás uma mecha que caiu em frente ao meu rosto. - Eu havia perdido por alguns minutos minha memória. Mas acontece que nunca conseguirei esquecer para sempre. Principalmente porque Blue só me faz relembrar de tudo de ruins que aconteceu comigo. Com a gente.  

—Então não tinha sido mentira. Você realmente entrou em estado de medo – afirma, cruzando seus braços. Ela está usando uma roupa curta, de oncinha e meia calça. No seu cabelo está uma faixa preta. Minhas roupas parecem ser iguais a dela.  

—Isso não importa, foi um momento de fraqueza. Eu não estou mais nele. No entanto, as únicas pessoas que podem saber disso são você e as meninas, pois para o resto do pessoal, sou uma mulher que o cérebro criou um muro entre minhas memórias. 

—E qual será o sentido disso? - Sua sobrancelha esquerda se levanta, seus olhos estão tão selvagens. Há algo diferente nela. Mesmo não a conhecendo muito, consigo notar. Apenas não sei o que ainda. 

—Assim será mais fácil para quando formos sair daqui – declaro, animada.  

—Está dizendo que irá aceitar a proposta que fizemos ontem? - Assinto levemente. - Se quiser, podemos ajudá-la a criar um plano. 

—Sim, irei querer a ajuda de vocês. Mas por hora, apenas preciso que ajam normalmente. Nós conversaremos à noite, em meu quarto. Acredito que não serão vistas, pois já estão boas em saírem sem ser notadas – afirmo e pego minha roupa da pia.  - Agora preciso tomar um banho, pois não quero que a Madame desconfie de algo – abro um leve sorriso. Sweet Pea apenas revira os olhos para mim e sai do banheiro.  

A grosseria dela nunca vai mudar. A voz que eu achava ser do meu consciente diz e logo reconheço que é a de Amber.  

—É ela quem nunca irá mudar – respondo e não me sinto estranha por ter respondido uma projeção da minha mente. Na realidade, sinto-me melhor por ter alguém, mesmo que uma ilusão, comigo o tempo todo.  

Atualmente:  

É uma nova manhã. Um novo dia. As pessoas gostam de falar que quando surge um dia novo, significa que temos uma oportunidade nova. E isso eu tenho que concordar. É uma nova manhã para cometer erros. Principalmente quando uma pessoa quer que você cometa.  

—Sabe que o que estamos fazendo é errado, certo, meu principezinho? - Indago, enquanto o observo desenhar no rosto de Oliver que está dormindo.  

—Não é errado se você está me ajudando, Fe – diz, se justificando. O pior disso tudo é que eu realmente concordei com esta ideia absurda.  

Cerca de meia hora atrás, Sammy começou a me cutucar para acordar (ele havia dormido comigo e com Oliver, pois ainda está um pouco para baixo com a morte de Moira) e quando me viu acordada, sussurrou em meu ouvido pedindo ajuda para pintar o rosto de Oliver e mais outras traquinagens das quais já estão prontas.  

Esta ideia louca de Sam é porque ele acha que assim fará Oliver acordar com animo e que deixará todos nós, mesmo que por alguns segundos, felizes com essa diversão. Há também um fator que ele confessou: O pequenino quis fazer isso desde a primeira manhã que dormiu na casa, mas não fez por medo de que Oliver fosse mandá-lo de volta para o orfanato.  

—Só estou dizendo que não é sempre que podemos fazer coisas erradas. Nós só podemos fazer às vezes e por um bom motivo. Entendeu, Sam? - Os olhinhos dele desviam do desenho que estava fazendo e olham para mim. 

—Certo, Fe! - Ele faz um joinha com a mão e retorna a rabiscar a face de Oliver. Já eu, bem, retorno a escrever os nossos nomes no braço do dorminhoco.  

Até me surpreendo pelo fato dele não ter acordado ainda, pois Oliver costuma ser muito atento. No entanto, ter ido dormir tarde resultou nisso. Ele não deve ter notado, mas ainda estava acordada quando o vi levantar da cama e ir até a sala, onde há uma foto da mãe dele. O vi pegar o retrato e segurar contra seu peito. Pensei em ir confortá-lo, mas decidi que o melhor seria deixá-lo desta vez lidar com sua dor, porque desde que Moira morreu, ele não quis em nenhum minuto ficar a sós e tampouco permitiu-se um momento com ela, para dizer adeus. E foi por isso que voltei para cama, abracei Sammy e esperei Oliver retornar. Quando ele deitou, fiz questão de abraçá-lo também. E nós dormimos assim a noite inteira.  

—Eu acabei aqui – Sam declara, soltando sua canetinha colorida em cima da cama. - Já está pronto o seu Fe? - Apenas assinto e tento segurar o riso quando vejo a obra-prima que ele fez no rosto de Oliver. - Vamos acordá-lo! - Afirma animado e pega a trombeta que Bruce deu ontem no jantar para ele.  

Um barulho alto e de assustar é feito pelo instrumento. Sem precisar tocar duas vezes, Oliver praticamente acorda em um pulo e examina o quarto inteiro buscando por qualquer coisa fora do normal. Quando os olhos dele caem em mim e em Sammy, seu corpo relaxa.  

No entanto, nós não damos folga a Oliver. Eu e o pequeno príncipe pulamos em cima dele e começamos a fazer cócegas. Mas, em apenas um olhar, Oliver consegue fazer Sam virar-se contra mim e ambos começam a me atacar.  

E com isso eu praticamente acabo caindo dura no chão. Não é um modo de falar. Eu realmente cai. Os meninos fizeram tantas cócegas em mim e fiz de tudo para me proteger que quando fui ver, acabei caindo da cama. Por sorte, havia alguns travesseiros no chão e minha queda foi amortecida.  

—Vocês são selvagens demais! - Exclamo, me levantando do chão e logo pego as almofadas e jogo nos dois. - Isso é por se virarem contra mim! Nunca pensei que fosse me trair, meu príncipe! - Pulo em cima do pequenino e começo a fazer cócegas e ao mesmo tempo, enchê-lo de beijo na bochecha.  

—Para, Fe! Desse jeito não vale! - Sinto meu estomago doer de tanto que estou rindo e apenas por esse motivo de paro.  

De repente, ouço um som de exclamação vindo do banheiro. Até o momento, eu não havia percebido que Oliver tinha saído da cama e ido até lá.  

—O que fizeram com o meu rosto? - Pergunta, com os olhos arregalados.  

—Foi a ideia de Sammy – aponto minha mão na direção do pequeno.  

—Mas a Fe quem permitiu e foi ela quem escreveu no seu braço - os olhos de Oliver desceram para seus músculos e se arregalaram ainda mais.  

—Obrigada, Sam, por contar! Ele não tinha percebido isso! - Cruzo os braços, fingindo-me irritada. - Gostou da tatuagem nova, Oliver? - Indago, tentando não rir, pois o rosto dele realmente está engraçado.  

—Está achando graça disto, senhorita Smoak? - Sua voz sai grossa e tão sensual que me faz arrepiar. Caramba, como consegue ficar sexy mesmo com o rosto cheio de desenhos coloridos? Bem, é o Oliver Queen. Ele consegue ficar assim de qualquer jeito.   

—Eu não. Você está? - Levanto a sobrancelha e me sento na cama, cruzo as pernas e mordo o lábio inferior para conter o riso que quer aparecer.  

—Sim, principalmente porque irei sujá-la de caneta igual fez comigo – diz, se aproximando.  

—O que você quis dizer com em me suj... - Ele puxa minhas pernas, fazendo com que meu rosto se aproxime do dele e com a ousadia, beija meus lábios. No começo, fiquei hipnotizada por estar o beijando, pois é sempre assim que me encontro, mas, quando coloco a minha mão esquerda no rosto dele e sinto a tinta da caneta que ainda está se secando, eu bruscamente empurro Oliver para longe de mim e corro para o banheiro ver como estou. 

A parte dos meus lábios estão com a cor preta da caneta e minhas bochechas estão verdes pela outra cor que Sammy usou para pintar. Ao menos minha testa está livre da tinta de caneta. Mesmo assim, tudo isso é culpa de Oliver. 

Oh, homem vingativo!  

—Parece que Oliver enganou você, Fe!  - Sam afirma rindo e para minha desgraça, Oliver também está rindo. E sem pudor algum!  

—Como pôde fazer isso, senhor Queen? - Indago, indo até ele, que se encontra parado e com cara de paisagem. Ah, como é tão maravilhoso? 

—Acredito que não fiz nada demais, senhorita Smoak - dá de ombros e pisca para mim.  

Não posso me segurar. Eu pulo em cima dele, fazendo-o cair sobre a cama e com isso, prendo seus pulsos com uma única mão. Com a outra mão vazia, pego o canetão e escrevo no tanquinho de Oliver: ''Felicity é minha dona''. Quando ia começar a escrever que Oliver pertencia apenas a mim, ele conseguiu mudar nossas posições e roubou de mim o canetão.  

Desta vez, quem está escrevendo é ele, e isso acaba fazendo cócegas. Com certa dificuldade, retiro Oliver de cima de mim, o empurrando com força, que resulta nele caído no chão. Olho para escrita que ele fez em minha clavícula (o único lugar que está visível) e está simplesmente escrito: ''Oliver é o a...''. Não o deixei terminar. E para minha infelicidade, fico curiosa em relação a frase dele.  

—O que ia escrever aqui, senhor Queen? - Pergunto, impedindo com a perna de que Oliver se levante. Meu pé está em cima da barriga dele e pressionado.  

—Não tem nenhuma ideia? - Ele levanta a sobrancelha e pega o meu pé, me puxando para baixo e me fazendo sentar em seu colo. Eu apenas nego com a cabeça. - Era para estar escrito o seguinte: - diz, passando a mão pela minha clavícula. - Oliver é o amor da minha vida.  

Eu começo a gargalhar. Muito. Meus olhos chegam a lacrimejar.  

—Essa foi boa, Oliver! - Dou leves tapinhas nas costas dele e me levanto. - Agora é melhor você tirar a tinta da caneta de seu rosto – Indico e ele apenas assente, porém, noto que seu semblante está com uma pitada de dúvida. No entanto, não decido saber o que o incomoda, pois há uma última traquinagem que eu e Sammy aprontamos.  

—1...2...3... e... - Nós dois contamos juntos.  

—Ahhh! - Exclama Oliver, do banheiro. - Quem é que colocou uma bexiga d'agua em cima da cortinda da banheira? - Ele surge, com o rosto encharcado.  

Estou até com dó. Nós praticamente o torturamos.  

—Não fui eu! - Sam levanta suas duas mãos. - Preciso tomar banho. Logo a tia Thea virá me buscar para tomarmos café juntos – ele anuncia saindo do quarto. Eu tinha me esquecido que Thea e Roy combinaram comigo de passar um dia com Sammy, pois queriam conhecer mais do meu príncipe. Se eu fiquei com ciúmes? Talvez. Se senti vontade de dizer para eles adotarem uma criança, pois o pequeno era apenas meu? Muito.  Mas não posso manter o garoto apenas comigo.  

—Seu traíra! - Mostro a língua para o pequenino que apenas faz a mesma coisa e depois manda um beijo. Esse último gesto é o que me impede de ficar brava com essa coisinha linda.  

Ouço alguém pigarreando. 

—Felicity – Oliver me chama e eu o olho. - O fato de meu braço, da minha barriga e de meu rosto estarem sujos é culpa sua. Preciso de ajuda para alguém tirar.  

—Não precisa não - discordo rapidamente. Ele simplesmente começa a vir até mim e me envolve em seus braços. - Além do mais, você também sujou meu rosto. 

—Por favor, Felicity, me ajude a tirar isso do meu corpo e eu ajudo tirar do seu rosto – sussurra esse pedido em meu ouvido. - É apenas isso que quero de você. Sua ajuda.  

—Ah, Oliver! Isso é chantagem! - Digo indignada. - Certo. Você venceu.  

—Aproveita para tomar banho também. Assim economizaremos água - eu acabo rindo.  

—Você é muito esperto – me afasto do seu abraço, para olhá-lo nos olhos. - Mas eu só aceitarei isso porque não podemos nos atrasar na empresa. 

—Então vem comigo – pede, me puxando para direção do banheiro.  

Nós tomamos banho, nada além disso aconteceu. Eu ajudei Oliver a lavar seus braços e seu rosto. Ele lavou minhas costas e deu beijos suaves em meu pescoço. Não ultrapassamos disso. Ainda não estou pronta para passar disso. Preciso de mais tempo. O fato de estar apaixonada por Oliver ainda não é o suficiente para superar o meu trauma e medo.  

Quando saímos do banheiro, cada um foi para um canto e começou a se vestir. Cerca de dez minutos, ficamos prontos para o trabalho. Finalmente retornaremos a trabalhar. Estava sentindo falta de algo simples e comum em minha vida. 

—Está muito linda, Felicity – eu reviro os olhos com o comentário de Oliver e mordo o lábio para segurar o sorriso. O fato dele elogiar a mim, me deixa sem graça. Sem contar que estou usando roupas simples, como um vestido azul escuro, que possui um leve decote e um salto alto preto. Meus cabelos estão soltos e secos. E para finalizar, passei um batom rosado.  

—Obrigada! - Me aproximo dele e arrumo sua gravata, um hábito que ele sempre gosta de realizar em si mesmo. - Você também está bonito. Agora vamos, que estou louca para ver o pessoal da empresa!  

—Está animada para trabalhar? - Indaga, sorrindo.  

—Muito! Ter um emprego na QC é algo que eu amo demais! Sem contar que pela primeira vez, depois de semanas, nós vamos voltar com algo que sempre fez parte da nossa rotina. Devo dizer que ficar sem trabalhar me deixava chateada, pois do mesmo jeito que gosto de salvar a cidade, gosto de vê-la funcionando perfeitamente. Então, quando paramos de trabalhar, isso me fez sentir que não estamos conseguindo deixá-la em ordem – confesso e acabo dando um leve soco no ombro de Oliver. - É por isso que temos que nos animar. Apesar das circunstâncias não estarem boas.  

—Essa é a Felicity que conheço - ele diz, pegando minha mão e a beijando.  

—Como assim a Felicity que conhece? - Inquiro, não entendendo o motivo de sua fala.  

—Não é nada demais – ele tenta desconversar.  

—Oliver Jonas Queen, é melhor me explicar o que acabou de dizer – o puxo pela gravata, fazendo-o se aproximar de mim e próximos para sentirmos a respiração um do outro.  

—Apenas quis dizer que, depois da invasão de Blue em seu apartamento, você mudou. Agia como se aquele homem tivesse conseguido roubar algo seu... Suas esperanças... Não sei – ele balança a cabeça e frisa o cenho. Mas, de repente, suas mãos acariciam meu rosto e o seguram, me impedindo de olhar para outro lugar que não seja os olhos dele. - Não importa se está mudada. Foi por causa desse jeito diferente que me fez perceber a maravilha que está diante de mim. E além do mais, você continua sendo minha Felicity.  

E então sou beijada. Sua respiração está leve como a minha. Minhas mãos que se encontrava até o momento soltas, mas as de Oliver se encontram com as minhas e elas se entrelaçam.  

Nós nos beijamos suavemente. Sem pressa. Apenas aproveitando o momento a sós e a companhia um do outro, que sempre é muito apreciada e... Amada. 

—Vamos, senão iremos atrasar – Oliver murmura, quando nos separamos.  

—E isso é o que eu não quero – abro um sorriso e o puxo pelo braço para irmos.  

Para minha infelicidade, Diggle não poderá estar conosco na empresa, pois demos para ele uma importante missão: Vigiar moças que podem ser possivelmente sequestradas. Foi Thea quem deu esta ideia para nós, ontem de noite, após irmos embora da casa de Bruce. E achamos isso muito funcional, além de Diggle, Sara e Laurel também estarão vigiando. 

Nós anotamos os nomes das dez mulheres solteiras, que não possuem familiar nesta cidade e que são fáceis de sequestrar. Aproveitei para encaixar Sweet Pea nesta missão, pois dei a ela o nome de mais três, para aproveitar que quando Bruce não está na cidade (o que é a maioria das vezes, pois ele tem que manter a cidade dele também sob controle),  Sweet fica sem muito o que fazer, apenas enfiada nos computadores buscando a localização do esconderijo de Blue, no qual está sendo muito bem mantido em segredo, pois os seus capangas não sabem de nada. Com esta falta de sorte, teremos que recorrer aos poderosos, homens que talvez frequentam a casa de prostituição. Mas teríamos que torturá-los e nós ficaríamos como os errados dessa história. A polícia teria que ser obrigada a nos caçar.  

Por hora, não irei me preocupar com isso. Irei focar na empresa, algo que está ao meu alcance. O percurso até chegar nela foi curto e silencioso. Oliver não quis conversar e eu preferi não o forçar a falar. Ele ainda está triste pela morte da mãe. E eu entendo perfeitamente, porém, não quero que sinta culpa, pois não foi dele, foi minha. Moira só morreu por causa que Joseph era obcecado por mim. Se eu nunca tivesse me envolvido com Oliver, ele nunca teria perdido a mãe. No entanto, não posso fazer nada que a traga de volta. A única coisa que consigo fazer é ajudá-lo, mesmo que seja com o meu coração quebrado e minha alma estraçalhada pelas terríveis situações que aconteceram comigo.  

Quando entro pela porta da empresa, sinto uma sensação estranha. Meus instintos dizem-me para tomar cuidado, pois acontecerá algo. Apenas os ignoro. Nada de ruim irá acontecer, nada de ruim pode acontecer.  

Eu e Oliver damos bom-dia para as pessoas. Todas elas sorriram para nós e nos paravam por alguns segundos para dizerem que nós fizemos falta. Depois de dez minutos, conseguimos subir para o nosso andar.  

No entanto, quando as portas do elevador se abriram, três homens de ternos nos aguardavam na porta. Isso foi o suficiente para Oliver e eu percebermos que há algo errado aqui.  

—Por favor, nos acompanhe, senhor Queen e senhorita Smoak – um dos homens nos pede. - E não tentem fugir – sua afirmação me faz frisar a testa, porém não digo nada, apenas olho para Oliver que assente levemente com a cabeça e depois seus olhos se encontram com o meu. Acredito que nós dois estamos pensando a mesma coisa: Temos que saber o que está acontecendo e achar uma maneira de sair disto.  

Seguimos até à sala de Oliver, na qual tem mais cinco homens, porém apenas um me chama minha atenção. E é o que está de costas para nós e sentado na cadeira de Oliver.  

—Bom dia, Sr. Queen – e com essa voz eu reconheço a quem pertencem, pois mesmo que tivesse falado a quilômetros de distância de mim, seria impossível não a reconhecer. Não há uma forma de esquecer a voz da pessoa que mais odeio no mundo. Blue. - Bom dia, srta. Smoak – nos saúda e se vira para nós. - Gostaria de ter uma conversar com vocês.  

—O que acha que está fazendo aqui? - Oliver pergunta. Seu maxilar está rigido, seus punhos fechados. - Irei chamar os seguranças para tirá-lo daqui. Não permitirei que fique aqui depois de tentar me matar no apartamento de Felicity – diz, indo em direção ao telefone da mesa, porém Blue pega primeiro o aparelho e o joga no chão.  

—Por favor, sr. Queen, não vamos agir de maneira imprudente – apesar de Blue estar falando com Oliver, seus olhos estão fixos em mim. - É como eu disse, apenas quero ter uma conversa com vocês. É simples. Sentam-se, por favor.  

—Estamos bem assim – Oliver responde e eu continuo calada. Sinto um nó em minha garganta. Não esperava ver Blue tão cedo. E estando assim, apenas como Felicity Smoak.  

—Como quiserem – Blue dá de ombros. - O assunto que quero conversa será breve se você cooperar sr. Queen. Eu estou com esses contratos – ele pega alguns papeis – Você irá assiná-los para mim e declarar que esta empresa pertence a mim.  

—O quê?! - Oliver aperta ainda mais seus punhos. - Por que acha que farei este absurdo? 

—E por que não fará? Escute-me, rapaz, eu domino esta cidade. Tenho os policias em uma das minhas mãos e homens mais poderosos que você na outra. O único lugar que tem certa importância, a qual não pertence a mim, é esta empresa. Tem certeza de que quer ficar contra mim? Pense bem, se assinar esses papeis, ainda será o chefe, mas não comandará as coisas. Além de que irá receber uma quantia muito mais alta do que recebia antes.  

—Não quero dinheiro – esta é a resposta grossa e única de Oliver. - A única coisa que quero de você é que saia daqui! - Ele se aproxima de Blue e pelos olhos, vejo os homens de terno andarem um passo à frente. Provavelmente estão aqui para proteger Blue.  

—Tem certeza que esta é a sua resposta? - Indaga, o homem que quero morto.  

—Sim – Oliver afirma com veemência. 

—Seguranças, peguem a srta. Smoak – a ordem de Blue me assusta e me pega desprevenida. Os oitos homens caminham em minha direção e no automático, Oliver se coloca em minha frente. - Saia da frente, sr. Queen, nós ainda temos o dia inteiro para vê-lo mostrar suas habilidades na luta, pois sua empresa inteira está cercada por meus homens. A única maneira de sair daqui será assinando os papeis que te dei.   

—O QUE PENSA QUE ESTÁ FAZENDO, BLUE? - A pergunta e a maneira como Oliver grita me assusta. Os braços dele estão me empurrando para trás, porém, atrás de mim está Blue e eu prefiro ser pega pelos oitos seguranças do que por ele.  

—Já que não vai assinar o contrato, não ficarei completamente nesse tédio. Quero conversar com a srta. Smoak sobre algo que se refere apenas a nós dois – Blue comenta com diversão e sinto meu maxilar ficar rígido ao vê-lo caminhando em nossa direção.  

—O-o-liver – tento chamá-lo pelo fio de voz que tenho. Não estou com medo, apenas não esperava por isso e por causa disto, fico com raiva.  - Não tente fazer nada. Eles não irão me machucar – aperto o braço dele para fazê-lo me olhar.  

—Felicity, não tente bancar a valente agora – ele pede e eu apenas pego em sua mão.  

—Não estou tentando bancar. Apenas quero assegurar que nós não nos machuquemos. Não se preocupe comigo, Oliver – os homens param de vir até nós, quando Blue acena com a cabeça, eles apenas aguardam como estátuas. - Tenho certeza de que o sr. Jones apenas quer conversar e não tentará nada demais, não é mesmo, Blue? 

—Exato. Apenas uma conversa – seus olhos brilham e um sorriso perverso surge em seus lábios. Uma vontade de arrancar sua cabeça cresce em meu peito.  

—Vamos, Oliver, deixe-me ir, eu ficarei bem. Prometo – viro o rosto de Oliver para mim, pois até então apenas encarava Blue. - Confie em mim.  

—Eu confio, Felicity. E é por isso que deixarei fazer o que deseja – ele beija o torço da minha mão que estava envolvida na dele.  

—Venha, srta. Smoak, tenho um assunto para tratar com você - Blue se pronuncia e eu apenas ando na frente, evitando de ficar tão próxima dele. - E sr. Queen, enquanto não assinar os papeis, a cada cinco minutos que insistir nesta atitude infantil, os meus homens que estão lá embaixo irão matar um funcionário seu – isso faz com que Oliver tenta vir até Blue, mas os seguranças dele o seguram.  

—Oliver, não! - Peço. - Pare, isso só vai piorar as coisas – isso é o suficiente para fazê-lo parar de lutar. E antes de entrar no elevador, dou um último olhar para ele e tento transmitir uma única mensagem: 

Temos que achar uma maneira de sair daqui e salvar as pessoas.  

  


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Notas finais do capítulo

Roupas do capítulo:
Diana: https://ae01.alicdn.com/kf/HTB1oAiZHXXXXXX5apXXq6xXFXXXa/2015-First-Communion-Dresses-Knee-Length-Vestido-Daminha-Casamento-Daminha-Kids-Evening-Gowns-Ribbon-Edge-Flower.jpg

MÃE: https://i.pinimg.com/564x/2a/9e/bf/2a9ebf1fd5abd27acf73d5c8d24f0114.jpg
FE: https://avatars.mds.yandex.net/get-pdb/34158/978050b8-9113-4adc-adb4-0ff0fc0d7200/s800
Sweet Pea: https://vignette.wikia.nocookie.net/sucker-punch/images/0/01/Sweet_Pea_dancing_outfit.jpg/revision/latest?cb=20130301041947



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